José Paulo
Spinoza fala da tela gramatical do campo simbólico da
política a partir do intelectual como fantasia ou objeto externo da história do
Ocidente. Há uma autonomia absoluta do campo político em relação ao filósofo-rei? Este não parece ser capaz de governar a <comunidade
pública> (Spinoza: 918) em suas diferentes formas de governo.
O filosofo-rei é ersatz de intelectual hegemônico da
juventude de Gramsci. Este marxista ocidental abandonou o intelectual
hegemônico pelo hegemonikon do estoicismo, pois, este fenômeno articula razão
linguística e tela gramatical e o outro é o efeito da razão do logos ocidental.
Na formação do bloco histórico no campo simbólico, o
hegemonikón ou eu político advém da tela gramatical narrativa e contempla as
coisas [fato e artefato] e os agentes, atores e personagens inclusive da
superfície profunda do teatro político:
D’aprés lesquels même les souveraines Puissances devraient
administrer les affaires publiques dans le plein respect des príncipes sacrés
de moralité, auxquels les particuliers sont dans l’obligation d’obéir.
Néanmoins, lorsque ces personnages formé par la pratique s’avisent d’écrire sur
un sujet politique, ils le traitent indubitablement beaucoup mieux que les
philosophes, puisqu’ils n’enseignent rien qui ne soit applicable”. (Spinoza:
919).
A relação entre afecções e afetos do campo político do
indivíduo ou tela gramatical psíquica e campo simbólico da política é
considerado como algo normal na história humana:
‘En d’autres termes, les sentiments par exemple d’amour, de
haine, de colère, d’envie, de glorification personnelle [gloria], de joie et
peine par sympathie [misericórdia], enfin tout les mouviments de sensibilité
n’ont pas été, ici, considéré comme des défauts de la nature humaine. Ils en
sont des manifestations caractéristiques, tout comme la chaleur, le Froid, le
mauvais temps, la foudre etc., sont des manifestation de la nature de
l’atmosphère. Or, si désagréables que soient parfois les évenément physiques,
ils n’en sont pas parfois les événement physiques, ils n’en sont pas moins
nécessaires et n’en ont pas moins leurs causes rigoureuses, à partir desquelles
nous essayons de les comprendre. Mais à les étudier tels qu’ils sont, l’esprit
trouve autant de satisfaction, qu’à connaitre ceux dont les sens humains sont
agréablement impressionnés”. (Spinoza: 920).
Na tela gramatical da política, a natureza humana não existe
como defeitos ou vícios, ou, então, doença. A sensibilidade do homem no campo
simbólico político é parte da atmosfera e, assim, o desagradável aparece como
acontecimento singular da prática política, ele é do reino do necessário como
agente de mudança da natureza da estrutura da forma de governo. A ciência
política literária de Spinoza se move pelo princípio do prazer de conhecer ao
lidar com fenômenos [que vão da realidade psíquica à realidade política],
fenômenos que são da esfera do phatos e não da ética.
Na democracia representativa, a multidão em insurreição
aparece como um fato desagradável, como doença para a política do dominante e
sua ciência política. Ela quebra o funcionamento natural da forma de governo.
Na ciência política literária, a multidão é o sintoma social da crise política
da forma de governo representativo. Assim, é necessário e natural que a
democracia imponha certos limites ao agir da multidão pelo aparelho de exceção de
Estado/legislação penal? Agindo assim, a classe política trata a multidão como
uma <questão de polícia>, como um problema agônico da estrutura de
dominação. A classe política não vê a multidão como expressão de afecções e
afetos traduzidos da realidade psíquica para a política na rua. Não olha para a
multidão como um problema estético/político, isto é, como um fato das relações
políticas de articulação de hegemonia. Ora, a multidão pode aparecer como um
agente/motor da necessidade de aprofundamento da democratização da forma
governo liberal política, por exemplo.
2
A ciência política literária moderno/barroca não tem uma
concepção política de vida na qual a multidão aparece como realidade
heteróclita, como um dos fenômenos monstruosos da revolução. Spinoza não vê a natureza humana do campo político como um fenômeno da superfície profunda da
meia-noite irrevogável, como multidão negra niilista:
“Tout le monde connaît le premier principe de Spinoza: une
seule ubstance pour touts les attributs. Mais le trosième, quatrième ou
cinquième principe, on le connaît aussi: une seule Nature pour tous les corps,
une seule Nature pour tous les individus, une Nature qui est elle même un
individu variant d’une infinité de façons”. (Deleuze: 164).
Afinal, o que é a Natureza humana?
A vejo como tela gramatical universal de todas as
civilizações e o recurso evolutivo que criou e recriou outras regiões no
cérebro para além da região do homem das cavernas. A natureza da tela
gramatical do campo político é barroca, ela é uma superfície profunda que vem à
luz na consciência histórica da multidão em processo revolucionário. A Tela é um
campo de afetos e de afecções. É logos ou razão linguística?
“Dans les vingt premières propositions du de Libertate sont exposées les conditions d’une maîtrise
de l’affectivité, permettant à l’âme de se libérer en se dominant, en exerçant
un certain contrôle sur elle-même. Ce qui caractérise cette démarche, c’est son
caractère progressif: suivant une formule particulièrement intéressante qui
apparaît dans l’énoncé de la proposition 7, elle suppose <qu’il soit tenu
compte du temps> [si ratio temporis habeatur]; ceci signifie que la
procédure de libération s’installe au départ dans l’ordre de la durée qui
définit, comme nous l’avons déjà indiqué, <l’existence presente>,
c’est-à-dire, l’existence vécue au présent, suivant donc la règle imposée par
le temps”. (Macherey: 49).
Como traduzir esse <jogos de linguagem> da filosofia
política para os <jogos de gramática> da ciência política literária
moderno/barroca?
A multidão tem sua gramática imposta pelo tempo da tela
gramatical do campo político/estético da atualidade, onde ela adquire
existência como agente de transformação da natureza da estrutura do campo
político:
“o Uno da multidão não é por isso o Uno do povo. A multidão
não converge numa vontade geral, por um motivo muito simples: porque já dispõe
de um general intellect. O intelecto público que no pós-fordismo aparece como
mero recurso produtivo, pode constituir um diferente ‘princípio constituinte’,
pode buscar uma esfera pública não-estatal”. (Virno: 26).
O tempo é associado à cultura política da multidão que pode
ser moderno ou pós-moderno:
“O tempo é aquele da cultura política moderna e pós-moderna.
Tempo moderno e pós-moderno. A gramática é aquela do tempo como organização,
regulação e/ou emancipação dos povos no espaço da cultura política de uma
sociedade determinada”. (Bandeira da Silveira. 2022: cap. 3, parte 2).
A multidão pós-moderna é da tela gramatical pós-moderna que a
rege pela lógica do simulacro de simulação. (Baudrillard: 177). A guerra civil
pós-moderna é aquela da multidão pós-moderna que crê que seus atos são
simulações de atos reais e por isso fora do alcance do aparelho de
Estado/legislação penal. Um exemplo. No 08 de janeiro de 2023, uma multidão
bolsonarista destruiu os prédios dos três poderes em Brasília. A Polícia
Militar de Brasília se dividiu entre conter a multidão e, simultaneamente,
conduzir a multidão ´para o local de destruição. A multidão não viveu seu ato
como real e sim como princípio de prazer na esfera pública do simulacro de
simulação. A reação do STF foi aplicar penas severas que a multidão recebeu
como injustiça, ela recebeu o princípio de realidade da lei como algo sem
sentido, no entanto, acabou para ela sendo vivido como a lei mais real que o
próprio real vivido.
A ciência política literária de Spinoza é moderno/barroca.
Ela não admite a realidade do simulacro da ciência política literária do
Sócrates de Platão. Spinoza é um sujeito de conhecimento, como um efeito da
cultura política estética espanhola de Lope de Veja ou Francisco de Quevedo.
(Negri: 140). O moderno parece ser uma ponte com o futuro do iluminismo. Kant
fez a filosofia da conciliação barroca do iluminismo com a cultura política
estética barroca. (Rawls:122).
A propósito. a multidão da nova modernidade não será aquela de um Príncipe
negro, como é a multidão pós-moderna voltada para a prática de crime na guerra
civil brutalista, inclinada ao grau zero da política:
3
“No ‘O Principe', Agátocles Siciliano é o exemplo de um
condottiere de sucesso, pois se tornou rei de Siracusa. Ele vinha de origem
abjeta e sempre teve uma vida criminosa em sua cidade; ele criou a identidade
entre crime política; ele instala um campo político cesarista brutalista
italiano como grau zero da política. (Bandeira da Silveira: 2024: cap. 2, parte
2).
A multidão pós-moderna é uma multidão heideggeriana
voluntarista, expressão da filosofia do sujeito fenomenológico. (Lukács: 401).
A multidão pós-moderna crê em uma liberdade de ação criminosa pilotada por uma
fantasia virtual que não é um fato de sentido?
“Com qual sentido apreendemos o fato da liberdade se nós não
a vemos, não a ouvimos, não a tocamos não a cheiramos e sentimos o gosto?
(Heidegger: 19).
A liberdade não é um fenômeno sensível ou uma questão de
gosto. Ela não é um fato estético da tela gramatical do campo simbólico da
política. A filosofia do sujeito põe e repõe a liberdade como um ato que só
depende da vontade do indivíduo na prática política. assim, ela é a multidão
como grau zero da gramática, ela não cria uma esfera pública na rua, ao
contrário, ela faz da rua uma esfera privada da política pós-moderna. Lukács
fez o retrato do campo das ideologias alemãs do século XIX. Ele diz que Schelling
fez a ideologia da restauração como conciliação entre a burguesia e o
feudalismo absolutista do Príncipe Federico Guilhermo IV. Schelling fala da
multidão que desintegra o Estado prussiano, logo, multidão como um fenômeno criminoso. A
multidão não é um agente da transformação da forma de governo. (Lukács: 146). O nosso autor funda o campo ideológico da direita reacionária alemã como conciliação
barroca do passado com o presente. (Lukács: 147). O pensamento político de
Schelling nos envia para a contrarrevolução alemã permanente? A liberdade da
vontade seria a liberdade da conciliação barroca entre o passado e o presente
em uma atualidade ideológica reacionária? A multidão como um agente político da
ordem ideológica reacionária? O grau zero da revolução alemã moderna?
“A doença propicia aqui, a comparação mais adequada, pois,
enquanto desordem instalada na natureza pelo uso equivocado da liberdade, é a
verdadeira réplica do mal e do pecado. A doença universal nunca ocorre sem que
irrompam as forças veladas do fundamento: ela surge quando o princípio de ira
que deveria vigorar como o elo mais profundo entre as forças no silêncio das
profundezas se torna ato ou quando o arqueu provocado abandona sua moradia
silenciosa no centro para invadir a periferia”. (Schelling: 46).
Schelling não fala de uma multidão moderna como agente de
transformação da natureza da estrutura do campo político europeu, como o acontecimento da revolução francesa. Ele fala de uma multidão na superfície profunda da
meia-noite da tela gramatical pós-moderna? Multidão como arqueu ou princípio vitalista
que rege e mantém o desenvolvimento e a continuidade dos seres vivos da
realidade heteróclita. Então, a liberdade da vontade aparece como um fenômeno
da doença social? - da tela gramatical nacional e/ou da tela gramatical das
relações políticas entre os povos.
4
Na <Caverna> de
Platão, o indivíduo é a alegoria da multidão-criança que olha para a tela de
imagens na parede. A multidão-narcísica crê que a imagem da parede é semelhante
a imagem dela. A tela de imagem é o grau zero da multidão/narcísica, essa sem
gramática, habitada por imagem/simulacros de coisa, animal e homem:
“Apré quoi, repris-je, figure-toi, en comparaison avec une
situation telle que celle-ci, la condition de notre propre naturel sous ler
apport de l aculture ou de l’inculture. Réprésente-toi donc des hommes qui
vivent dans une sorte de demeure souterraine en forme de caverne, possédant,
tout le long de la caverne, une entrée qui s’ouvre largement du côté du Jour; à
l’intérieur de cette demeure ils sont, depuis leur enfance, enchaînés par les
jambés et par le cou, en sorte qu’il restent à la même place (b) ne voint que
ce qui est en avant d’eux, incapables d’autre parte, en raison de la chaîne qui
tient leur tête, de tourner celle-ci circulairement. Quant `la Lumière, elle
leur vient d’un feu qui brûle en arrière d’eux, vers le haut et loin. Or, entre
ce feu et les prisonniers, imagine le montée d’une Route, en travers de
laquelle il faut teb représenter qu’on a élevé un petit mur qui la barre,
pareil á la cloison que les montreurs de marionnettes placenta devant les
hommes qui manoeuvrent celle-ci et au-dessus de lequelle ils présentent ces
marionnettes aux regards du plubic – Je vois dit il – Alors, le long de ce
petit mur, vois des hommes qui portent, (c) dépassant le mur, toutes sortes d’objets
fabriques, des atatues, (a) ou encore des animaux en pierre, en bois, façonnés
en tout sorte de matière; de ceux qui longent en les portant, il y en a,
vraisemblablement, qui parlent, il y en a qui se taisent – Tu fais lá, dit-il,
une étrange description et tes prisonniers sont étranges!. (Platon: 1101-1102).
“Narcíso, filho da ninfa Lisíope e de Céfiso [...] tendo
desposado a ninfa Eco, por isso foi punido pela deusa Nemesis. O adivinho Tirésias
predissera a seus pais que ele viveria enquanto não visse sua própria imagem.
[...] Narcíso parou à margem de uma fonte, em cujas águas percebeu sua imagem.
Apaixonou-se por sua semelhança, e não se cansando de contemplar o rosto na
água cristalina, consumiu-se de amor à beira da fonte. (Mitologia: 132).
Narciso é a realidade virtual da multidão na tela mitológica
de imagens a sua semelhança. Afinal, o que é a mitologia?
“Alors que
l’intelligence décompose les sens, le mythe le composse. C’est pourquoi il ne
saurait être compris d’aprés une supposée valeur explicative: le mythe n’est
pas une Science des primitifs mais un moyen de compréhnsion immédiate du reel.
L’opposé du sym-bolique, c’est, proprement, le dia-bolique”. (Godin: 732).
A soberania popular
nasce como uma multidão moderna, multidão-maioria com gramática da cultura
política, jurídica, estética nacional. Como multidão pós-moderna, a soberania
popular é o grau zero da cultura política estética em uma relação imediata e
brutalista com o real, único modo de relação estética, assim para ela, com a realidade. Ela é a
realidade mitológica diabólica da superfície profunda da meia-noite sem luz do
luar do campo político: do Brasil profundo (Bandeira da Silveira; 2021) ou do
Ocidente profundo.
5
Platão proibiu que a cultura política grega falasse do mal ou
fizesse a ciência política do mal. A fabricação de um Estado ditatorial
policial pós-moderno tem como agente histórico a metafísica do mal? ou ainda
pior a ciência política do mal?
Heidegger diz:
“Se menciono o mal na nova determinação, formulada primeiro
na forma assertiva, , da essência da liberdade humana <como faculdade para o
bem e para o mal>. O mal é, segundo isto, uma possível decisão do ‘Ser’-
livre, um modo de ‘Ser’-livre do homem. Porém o ‘Ser’ é, segundo o conceito
formal e dentro da tradição da exegese idealista do Ser, na qual também
Schelling mantem a pesar de toda sua posição, a determinação fundamental do
‘Ser’ em si do ente em geral. A possibilidade interna do mal só pode, por isto,
ser esclarecida se se retrocede a interrogação: o que é próprio da determinação
de um ente que subsiste por si mesmo”. (Heidegger: 130).
Primeiro o mal é o ente da tela gramatical narrativa dos
fenômenos políticos oriundos da superfície profunda do campo político europeu.
É o Estado nacional socialista como revolução alemã? O mal é o ente da tela
gramatical além da época pós-moderna como plurivocidade de fenômeno que cria e
recria o Estado tirânico policial pós-moderno?
Heidegger:
“’Ser’ não é entendido aqui no sentido de ‘essência’ de uma
coisa, mas no sentido que falamos de um ‘ser vivente’, ao que se alude é ao
ente que subsiste em cada caso por si mesmo como um todo. Em cada ente desse
tipo há que distinguir seu ‘fundamento’ e sua existência. Isso significa que o
ente tem que ser entendido como existente e como legislador de fundamento.
‘Fundamento’ quer dizer sempre para Schelling: lugar, princípio, suporte; assim
pois, não significa ‘fundamento’ no sentido de ratio, ao qual se opõe o
conceito de ‘consequência’, enquanto o ‘ratio’ indica porque uma
proposição é válida ou não. ‘Fundamento’ é para Schelling precisamente o
não-racional; porém por outra parte temos que cuidarmos de lançar esse
fundamento no pântano primitivo do chamado irracional. (Heidegger: 131).
Sobre Jesus e o mal:
“Em seguida, chamando para junto de si a multidão, disse: ’escuta e entende! Não é o que entra na boca que torna o homem mal, mas o que sai da boca, isso sim o torna impuro’”.
“não entendes que tudo o que entra pela boca vai para o
ventre e daí para a fossa? Mas o que sai da boca procede do coração e é isso
que faz o homem mal, impuro. Com efeito, é do coração que precedem o mal:
assassinos [...]”. (Bíblia. Mateus; 1867-68).
O coração é alegoria das afecções do mal e fantasias [homem
assassínio] no campo político da superfície profunda da meia-noite sem luz de
luar do indivíduo. O agente da metafísica do mal é falado por Jesus como um
fenômeno a ser evitado na história da civilização cristã. O cristão não deve
ser suporte da metafisica do mal secular que sai da boca do homem.
Bem! O que sai da boca do homem é a fala como gramática do
Estado, como cesarismo romano ou como cesarismo do Estado tirânico policial
pós-moderno; o cristão não deve dar esse fundamento, ou como não racional, ou como um efeito do
pântano da cena primitiva do mitológico diabólico. Assim, nos afastamos da
<razão lógica>, pois, o mal é um fenômeno da razão linguística, de uma
tela gramatical de plurivocidade de fenômeno: político, cultural, econômico,
ideológico etc.
6
O fundamento ou fundação da tela gramatical metafísica pressupõe
a existência de uma forma de governo cesarista/tirânica:
‘Assim, pois, um Deus é devir! Certamente. Se Deus é o ente
mais ente que o próprio ente, tem que haver nele o futuro mais difícil e maior;
e esse devir tem que ter a mais extrema amplitude entre seu <de onde>e seu
<aonde>. Ao mesmo tempo é verdade que esse de onde, assim como o aonde, só
pode ser em Deus e enquanto Deus mesmo: Ser! Porém para conceber esse Ser já
não é suficiente a determinação do ente no sentido da presença de uma coisa
presente. Por isso existência é entendida de antemão como <sair fora de si>,
patentizarse e, se tornar novamente patente, advir a si mesmo e, por
virtude de acaecer . ‘Ser’ consigo próprio, e ser desse modo em si e
para si próprio. Deus como existência, isto é, o Deus existente é esse Deus
histórico em si mesmo”. (Heidegger: 134).
A fundação da tela gramatical do uno é um acontecimento
histórico da natureza da estrutura do campo político cesarista regido por uma
tela gramatical metafísica:
“É a natureza em Deus, um ser certamente inseparável
dele, porém, contudo, diverso”. (Heidegger: 134).
A natureza da estrutura do campo político cesarista é
inseparável da tela metafísica e, ao mesmo tempo diverso dela.
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GODIN, Christian. La totalité. Volume 1. De l’imaginaire au
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HEIDEGGER, Martin. Schelling. La libertad humana. Venezuela:
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LUKACS, Georg. Assalto à razão. Barcelona: Grijalbo, 1967
MACHEREY, Pierre. Introduction à l’Ethique de Spinoza. Paris:
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NEGRI, Antonio. L’anomalie Sauvage. Puissance et pouvoir che
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VIRNO Paolo. Gramática da multidão. SP: Annablume, 2013
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