quarta-feira, 27 de setembro de 2017

TRANDIALÉTICA GRAMATICAL – Merleau-Ponty e Althusser

José Paulo

Da dialética à transdialética


Minha formação de juventude é dialética e freudiana. Em Freud, me deparei com a ideia de sobredeterminação, da infância que jamais desaparece no sujeito gramatica, e, no entanto, é modificada pelo presente do adulto. A maioridade redefine retroativamente o passado no presente.
Em 1967, li o ensaio de Althusser Contradição e sobredeterminação. Althusser transportou para a ciência da história a sobredeterminação freudiana. Rigorosamente, não se trata mais da dialética hegeliana ou marxista. Trata-se de um deslizamento transliterário da dialética para um outro campo de saber fazendo pendant com outra realidade dos fatos. Há uma lacuna no discurso de Althusser onde falta o significante gramatical capaz de nomear o procedimento althusseriano com rigor, pois não se trata mais de dialética.

Althusser não pensou que sua dialética freudiana e leninista era um fenômeno novo, uma nova episteme no sentido lacaniano. Uma nova posição de ver o campo de saber fazendo pendant com a realidade dos fatos. Esta nova episteme explica a crise russa (deslocamento e condensação de contradições em um ponto de fusão) e, portanto, a revolução bolchevique como transdialética.

A transdialética (ou dialética com sobredeterminação) é a mudança do passado no presente como produção da contemporaneidade. A transdialética leninista não alterou o curso gramatical historial do século XX? O passado do capitalismo capitalista e representativo democrático do século XIX foi alterado em seus múltiplos sentidos dialéticos por um sentido transdialético único, tendo como causa o confronto e diálogo com o leninismo da revolução russa.

O capitalismo capitalista passou a ser um movimento gramatical transdialético de ruptura consigo próprio. O capitalismo capitalista adquiriu a forma do capitalismo monopolista de Estado dissipando a fronteira entre o privado e o público: na economia, cultura e sociedade. O capitalismo se misturou com o Estado na articulação do ser da economia internacional do século XX.

O globalismo neoliberal da década de 1990 é um movimento transdialético gramatical, onde o passado gramatical do século XX é modificado por um novo presente, por uma nova maioridade gramatical. Trata-se da tentativa de refundar o capitalismo capitalista do século XIX? Com efeito, o neoliberalismo tem o capital fictício no comando da economia fazendo pendant com o capitalismo corporativo mundial. Se aproximando da década de 2020, há a crise transdialética do movimento do globalismo neoliberal. No momento, o presente começa seu trabalho de sobredeterminação gramatical sobre o passado. A crise se define também como o velho que não quer morrer e o novo que ainda não saiu do útero.

No caminho visível da transdialética mundial, a gramática da guerra nuclear em narração reflexiva na cultura mundial torna-se vapor barato, articulação da realidade dos fatos por delírios psicóticos de governantes-crianças mimadas.

O livro sobre a dialética da sobredeterminação de Althusser é de 1965 (Pour Marx). Althusser não era um leitor atualizado das publicações em filosofia, assim como não leu O Capital, de Marx.  O livro O visível e o invisível (Merleau-Ponty) é de 1964, pela editora Gallimard. Trata-se de um livro que traz a transdialética gramatical freudiana no território da ontologia, antes de Althusser, portanto. Encerro citando um longo trecho sobre a criação parisiense da transdialética gramatical freudiana no terreno da episteme da filosofia de Merleau-Ponty, para a reflexão do leitor:

"De sorte que o Ser, pela própria exigência de cada uma das perspectivas do ponto exclusivo que o define, torna-se um sistema de várias entradas; não pode, portanto, ser contemplado de fora e na simultaneidade, devendo ser efetivamente percorrido; nessa transição, as etapas passadas não são simplesmente passadas, como trecho da estrada percorrido, mas chamaram ou exigiram as etapas presentes exatamente no que têm de novo e desconcertante, continuam, pois, a ser nelas, o que quer dizer também que retroativamente são por elas modificadas; aqui não se trata, pois, de um pensamento que segue uma rota preestabelecida, mas de um pensamento que abre seu próprio caminho, que se encontra a si próprio avançando, provando a viabilidade do caminho, percorrendo-o – esse pensamento inteiramente subordinado a seu conteúdo, de quem recebe incentivo, não poderia conceber-se como reflexo ou cópia de um processo exterior, é engendramento de uma relação a partir de outra. De forma que, não sendo testemunha estranha e muito menos agente puro, está implicado no movimento e não o sobrevoa”. (Merleau-Ponty: 91-92).   

MERLEAU-PONTY, M. O visível e o invisível. SP: Perspectiva, 1971 





segunda-feira, 25 de setembro de 2017

DELENDA MÉXICO

José Paulo

MUITO ALÉM DO SUJEITO SOLIPSISTA

O eu político solipsista define um sujeito em uma tela gramatical como mudo visível com sua atmosfera sensível de sons e perfume. A tela gramatical mantém uma ligação com a experiência viva do mundo através de música e odores (efeito de realidade alucinatório na percepção fantasmática do eu em relação às coisas apresentadas na tela do mundo visível).

Apresentado em um realismo estético medusante na tela do mundo visível, o campo de concentração pode sugestionar naquele que olha o cheiro da podridão dos corpos vivos. A apresentação diária da violência (artificial e/ou natural) é um fenômeno correlato para aquele que olha a tela televisiva. O sujeito-receptor da cultura de massa é um olhar solipsista, pois, o mundo da cultura de massa é seu eu. Há esta identidade entre eu e outrem (cultura de massa) fabricada minuciosamente e intensivamente pela técnica eletrônica da televisão.

A cultura de massa corta o acesso do sujeito ao real do ser da sociedade dos significantes. Se ela no máximo pode ser reflexiva (trabalhar com representação da coisa, sem a coisa na linguagem), no mínimo (que é o funcionamento normal dela), ela opera com a irreflexão da realidade das coisas.    

Um sistema político democrático representativo exige uma cultura de massa reflexiva?

Na antiguidade a diferença entre politeia (democracia normal) e democracia patológica (democracia de massas como sujeito gramatical da política sem reflexão, da política ideológica tout court) assustou os gregos livres e normais e é um tema tratado como fenômeno diabólico por Aristóteles.
A democracia patológica é o lugar de uma tela do mundo visual de massas diabólicas da irreflexão, massas que não se baseiam na política como representação do outrem como tela do simbólico. Portanto, a tela dessas massas diabólicas é aquela da sgrammaticatura do sensível de sons e fúrias e odores, do banho de sangue do outrem que se opõe a elas, massas grau zero gramatical de sujeito civilizacional.

Representação política significa um mínimo de reflexão da soberania popular. O representante é um intérprete gramatical do desejo de mais democracia das massas sujeito grau zero gramatical bárbaro. Na sociedade de classes, os interesses da classe dominante (do rico, do burguês, do capitalista, do oligarca) faz pendant com a ideologia dominante de classe capaz de ocultar das massas o monopólio do poder nas mãos do rico. As lutas de classes criaram uma tela gramatical representativa democrática na qual os desejos da sociedade do trabalho eram necessariamente interpretados pelos representantes como um fenômeno da política. Assim, a democracia representativa não entra em colapso na Europa Ocidental e nos EUA na segunda metade do século XX.

No século XXI, a tela democrática é invadida por um déficit de representação da soberania popular da sociedade do trabalho. Durante anos, a tela democrática usou a gramática do simulacro de simulação para compensar o fenômeno supracitado. Após quase duas décadas a gramática do simulacro de simulação como complemento da representação da soberania popular se torna vapor barato. Outra coisa toma seu lugar?

A cultura de massa letrada da Europa Ocidental passa a refletir sobre a crise da democracia no extremo-ocidente como a América Latina. Daí o interesse da Europa (os EUA estão demorando a achar este caminho) na desintegração da democracia representativa 1988 brasileira. O comportamento da soberania popular europeia ocidental inclui o método comparativo (reflexão política) para evitar a dissipação da democracia representativa europeia.

O efeito do método comparativo no saber das massas sujeito grau zero gramatical da barbárie traduz uma forte ligação com o passado no qual autocracias totalitárias e ditatoriais tomaram o lugar da democracia representativa. Hoje, a transdialética gramatical é aquela entre democracia representativa versus democracia direta das massas? Pode vir a ser na sociedade civilizada altamente desenvolvida como cultura política de massas letradas.

Em geral, a transdialética gramatical do extremo-ocidente (mergulhado na barbárie da concepção política gramatical de justiça oligárquica) é aquela entre criação de uma democracia representativa (como interpretação política real do desejo de mais democracia da soberania popular) e a gênese de autocracias inéditas.

Na América-Latina, o Brasil se tornou, no momento, em laboratório político da elite do poder da transdialética supracitada. A falta de estudos sobre o México nos priva de tomar consciência de uma experiência na qual a história saiu pela porta dos fundos, sem possibilidade à vista de retorno. O México já é uma espécie inédita de autocracia com aparência de semblança de representação de soberania popular. No México, o governo do invisível governa a tela gramatical com narrativa sgrammaticatura da política.

Então, delenda México!                  
         


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

COMPLEMENTO: ELEIÇÃO E DISSIPAÇÃO

COMPLEMENTO: ELEIÇÃO E DISSIPAÇÃO

Esta nota é um complemento  dos textos Notas sobre as eleições de 2018 e Autocracia dromocrática virtual...
A pesquisa eleitoral com Lula e Bolsonaro no segundo turno revela um espaço ontologicamente estranho, distorcido, pois, o poder brasileiro da democracia realmente existente não está aí presente.
O centro-direita aparece como INANIDADE., poder sem conteúdo e vazio de significações. Por quê? Um problema para os cientistas políticos e a elite do poder desvendar antes do fim!
34% da população apoia a democracia realmente existente. Quase 70% a considera EVANESCÊNCIA. ou, melhor, como um fenômeno DISSIPATIVO.
A classe política é o fenômeno dissipativo, por excelência, da democracia 1988 (refundada em 2003) realmente existente.
A negação e foraclusão das CIÊNCIAS GRAMATICAIS DA POLÍTICA é um erro, pois, a velha ciência política (e o jornalismo de algibeira) é incapaz de pôr e repor os problemas que venham a mostrar uma ida ao real do ser da política capaz de abrir a porta do mundo e das coisas para a restauração da fé percepção das massas em uma nova espécie de democracia, a saber: DEMOCRACIA 2019!

domingo, 17 de setembro de 2017

AUTOCRACIA DROMOCRÁTICA VIRTUAL 1988/DEMOCRACIA GRAMATICAL 2019

José Paulo




                                                                                INTRODUÇÃO
Na democracia moderna, a Constituição (ou/e leis políticas consuetudinárias) é a concepção política para todos os cidadãos. Há uma spaltung na era moderna com o surgimento do Estado invisível após a II Guerra mundial (complexo industrial militar, serviços secretos, mercado financeiro, modo de produção e circulação de drogas ilegais) com as ilegalidades dos dominantes e dos dominados condensadas no dromocrático gramatical Kriminostat. (Virilio: 54-55).

A teoria americana e europeia ocidental falam em dois Estados: Estado visível e invisível. Com a pesquisa de Merleau-Ponty sobre o invisível e Paul Virilio, Foucault e Deleuze sobre governo deve-se falar de governo visível e governo invisível. Porém, é melhor para a linguagem da realidade dos fatos falar de governo do visível e governo do invisível com a ajuda de Merleau-Ponty, Nobert Bobbio, John Rawls, Freud, Lacan e as ciências gramaticais da política.
                                                                              
                                                                             I

A Constituição francesa de 1848 é a concepção política da república democrática liberal que teve como primeiro presidente Luís Bonaparte, o sobrinho de Napoleão, que após um golpe de Estado instituiu o II Império. A Constituição é uma obra da ditadura dos republicanos burgueses puros confeccionado em um estado de sítio de 25 de junho a 10 de dezembro de 1848.
Marx analisa a Constituição como concepção política a partir dos direitos de liberdade. Vale a pena citar Marx:
“O inevitável estado-maior das liberdades de 1848, a liberdade pessoal, as liberdades de imprensa, de palavra, de associação, de reunião, de educação, de religião, etc., receberam um uniforme constitucional que as fez invulneráveis. Com efeito, cada uma dessas liberdades é proclamada como direito absoluto do cidadão francês, mas sempre acompanhada da restrição à margem, no sentido de que é ilimitada desde que não esteja limitada pelos ‘direitos iguais dos outros e pela segurança pública’ ou por ‘leis’ destinadas a restabelecer precisamente essa harmonia das liberdades individuais entre si e com a segurança pública. Por exemplo: ‘Os cidadãos gozam do direito de associação, de reunir-se pacificamente desarmados, de formular petições e de expressar suas opiniões, quer pela imprensa ou por qualquer outro modo. O gozo desses direito não sofre qualquer restrição, salvo as impostas pelos direitos iguais dos outros e pela segurança pública. (Capítulo II, § 8, da Constituição Francesa.) ‘O ensino é livre. A liberdade de ensino será exercida dentro das condições estabelecidas pela lei e sob o supremo controle do Estado’. (Ibidem.  § 9.) ‘O domicílio de todos os cidadãos é inviolável, exceto nas condições prescritas na lei’. (Capítulo II, § 3.) Etc., etc. A Constituição, por conseguinte, refere-se constantemente a futuras leis orgânicas que deverão pôr em prática aquelas restrições e regular o gozo dessas liberdades irrestritas de maneira que não colidam nem entre si nem com a segurança pública. E mais tarde essas leis orgânicas foram promulgadas pelos amigos da ordem e todas aquelas liberdades foram regulamentadas de tal maneira que a burguesia, no gozo delas, se encontra livre da interferência por parte dos direitos iguais das outras classes”. (Marx. 1974: 344).

A Constituição francesa de 1848 é uma constituição da sociedade capitalista, sociedade das lutas de classes. Ela é uma Constituição democrática? Ou ela é a constituição de uma sociedade burguesa autocrática?

  Texto da Primeira Emenda da Constituição da América
"Congress shall make no law respecting an establishment of religion, or prohibiting the free exercise thereof; or abridging the freedom of speech, or of the press; or the right of the people peaceably to assemble, and to petition the Government for a redress of grievances."

"O congresso não deverá fazer qualquer lei a respeito de um estabelecimento de religião, ou proibir o seu livre exercício; ou restringindo a liberdade de expressão, ou da imprensa; ou o direito das pessoas de se reunirem pacificamente, e de fazerem pedidos ao governo para que sejam feitas reparações de queixas". 

A concepção política americana constitucional faz pendant com uma cultura política democrática sem restrições à liberdade de expressão. Ao contrário da sociedade capitalista da França autocrática liberal de 1848, a sociedade capitalista da América liberal nasce verdadeiramente democrática. Há um só Estado visível e a gramatical publicidade é uma condição essencial do real do ser da política americana. Todavia, uma spaltung na cultura pública democrática americana ocorre como efeito da II Guerra Mundial com a criação do complexo industrial militar e do serviço secreto da CIA. Trata-se da inscrição do Estado invisível na vida americana. Após a II Guerra Mundial, o governo do visível se define como luta para governar o governo do invisível, sendo, de fato governado por este.

Com o governo do invisível, a Primeira Emenda é revogada, na prática, pelo agir do serviço secreto. Com a Guerra Fria, o governo do invisível passa a governar o governo visível no combate ao comunismo americano. “O Macarthismo (em inglês McCarthyism) é um termo que se refere à prática de acusar alguém de subversão ou de traição sem respeito pelas evidências”.

O macarthismo é uma violação da Primeira Emenda como efeito do estabelecimento do governo do invisível governando o governo do visível. Trata-se dos EUA da América do americanismo tal como definido por Heidegger (Heidegger. 2000: 156-157).

Depois da II Guerra Mundial, a América se definiu como uma democracia representativa continental visível fazendo pendant com a autocracia do governo do invisível. 

Nas décadas de 1950, 60 e 70, o governo do invisível da América conspirou com as elites autocráticas civil e militar da América Latina para estabelecer o Estado militar latino-americano. Na década de 1980 e 90, a CIA e o DEA reprimiram o Cartel de Medellín de Pablo Escobar, incluindo as drogas ilícitas como objeto do governo do invisível. Atualmente, o modo de produção e circulação de drogas ilegais é um real governo do invisível com suas redes econômica, política e cultural enredadas com as redes do governo do Estado invisível americano. 

                                                                                   II

A Constituição 1988 brasileira é uma concepção política, inconsciente, do bolivariano. Título I, Dos Princípios Fundamentais. “Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana das nações”.

A era da sociedade da manufatura clássica moderna é anterior à manufatura da sociedade do conhecimento. (Drucker: 3-24). A era do domínio do Partido dos Trabalhadores (PT) na política é a era da sociedade da manufatura clássica moderna, era da sociedade do trabalho manual cientificizado.

O PT pode ser considerado, também, como efeito do Parágrafo único do bolivariano supracitado. Ele fez do MERCOSUL (bloco bolivariano latino-americano) um efeito da percepção política 1988 fazendo pendant com a liderança ideológica gramatical de Hugo Chavez.

O bolivariano trilha um caminho pré-determinado de destruição da democracia representativa como está evidenciado no ciclo atual da democracia da Venezuela do presidente Modesto. O caminho do bolivariano é a substituição da democracia representativa por uma autocracia representativa. Dilma Rousseff é o signo obscuro desse caminho, entre nós. Projeto de instalação de uma autocracia representativa neoliberal. Esta é a causa de seu afastamento da presidência da república 1988.

Observem que Lula e frações do PT não aderiram ao projeto autocrático neoliberal supracitado. No entanto, o PT e Lula (e o PMDB também) criaram o ciclo sociológico criminoso da política no Brasil.
Trata-se da era da sociedade da organização sociológica criminosa na política, na economia, na alta cultura e na cultura de massa.

Se a descrição em tela é da prática da sociedade, a constituição 1988 não é um dispositivo de poder jurídico-político capaz de auxiliar o combate gramatical coerente e consistente à era do ciclo criminoso da política. A Constituição é um complexo autocrático emaranhado amalgama de contradições gramaticais jurídico, político e cultural.

Título II. Dos Direitos e Garantias Fundamentais. Capítulo I. Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos.

Artigo 5°.
IV. – é livre a manifestação de pensamento sendo vedado o anonimato;
V. - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem;
IX. – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença;

Sendo vedado o anonimato significa uma restrição obscena à liberdade de expressão? A ideia da publicização gramatical da democracia representativa é usada para a repressão da liberdade de expressão como princípio da manifestação do sujeito gramatical da enunciação.

O número romano inciso V. é o direito de resposta no espaço pessoal (internet) ou institucional (jornal, revista, por exemplo) proporcional à presunção da violência simbólica gramatical (dano) podendo se transformar em indenização real (pena material). A percepção política para todos, parte do pressuposto, de que as categorias moral e imagem são transparente e consensual na cultura pública democrática do país. Não se trata de uma óbvia percepção política autocrática da elite do poder que confeccionou a Constituição 1988?

A elite de poder já estava contida na bolha Assembleia nacional Constituinte, sendo apenas necessário furar o ovo da serpente para que as oligarquias se unificam em uma única oligarquia gramatical ou elite do poder do ciclo criminoso gramatical em narrativa lógica da política. Trata-se do surgimento da classe política como uma organização criminosa sociológica da esquerda à direita.  

O inciso IX entra em contradição com os incisos IV e V e ainda mais com inúmeros outros incisos.

Se a Constituição 1988 é a percepção política de todos os cidadãos brasileiros, ela é uma percepção política autocrática gramatical oligárquico com fundamento de enunciação do bolivariano. Sendo assim, a Constituição não é um instrumento jurídico-político de uma sociedade de polícia gramatical democrática capaz de ser usada para pôr um fim no ciclo sociológicos criminoso da política, da economia e da cultural.

A forma autocrática de percepção política constitucional faz pendant com a consistência no real do ser de uma sociedade de significantes gramatical autocrática, por intersignificação (Lacan. Livro 18: 10, 18) oligárquica.

                                                                                      III

A percepção política para todos autocrática da Constituição 1988 é a ameaça virtual que pode sempre se atualizar como se atualizou no ciclo criminoso da organização sociológica da política, economia, cultura. Só a democracia representativa 2019 do espaço procedural público do governo visível do governo do invisível garante um passo firme para a liquidação da percepção política autocrática, fundamento ontológico do ciclo criminoso sob o domínio e a articulação hegemônica da organização criminosa sociológica (Drucker: 27-38; Michels: 7-8).

Na democracia gramatical 2019 é inevitável a constituição de uma nova percepção política real para todos. Trata-se de uma percepção política que faça pendant com a cultura pública democrática povoada de ideologias abrangentes e razoáveis (ideologia gramatical organicamente democrática). Inúmeros fenômenos atuais já apontam para o debate e confronto de doutrinas abrangentes civil, religiosa, policial e militar. Tudo parece confluir para o construtivismo de uma percepção política que seja a constituição de uma sociedade complexamente abrangente que tem que lidar com fenômenos como o Estado visível fazendo pendant com o Estado invisível, com o governo do visível fazendo pendant com o governo do invisível. Lidar, apropriadamente, com a autocracia do bolivariano (virtual e efetiva) como fundamento virtual da Constituição 1988.

Parafraseando Hegel e Marx só precisamos evitar a fanfarronice da fórmula witz:
                                                          Hic Rhodus, hic salta!
                                                           Aqui está Rodes, salta aqui!

BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. Uma defesa das regras do jogo. RJ: Paz e Terra, 1986
DRUCKER, Peter. Sociedade pós-capitalista. SP: Pioneira, 1993
HEIDEGGER, Martin. Nietzsche. Metafísica e niilismo. RJ: Relume Dumará, 2000
LACAN, Jacques. O Seminário. Livro 18. De um discurso que não fosse semblante. RJ: Zahar, 2009
MARX. Os Pensadores. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. SP: Abril Cultural, 1974
MERLEAU-PONTY. M. O visível e o invisível. SP: Perspectiva, 1971
MICHELS, Robert. Os partidos políticos. SP: Editora Senzala, sem data
MILLS, C. Wright. A elite do poder. RJ: Zahar Editores, 1975
RAWLS, John. O liberalismo político. Brasília: Editora Ática, 2000
VIRILIO. Paul. Vitesse et politique. Paris: Galilée, 1977

                                                          
                     
              
      
             
      


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

NOTAS SOBRE AS ELEIÇÕES DE 2018

José Paulo

A linguagem da ciência política pertence a um mundo privado (o mundo do cientista político) que deseja a segurança pessoal. Por isso, o cientista político evita o relato do jornalista dos fatos criminosos da república. O cientista político não sabe tratar com a realidade dos fatos de uma república criminosa:  república societas sceleris.

A república democrática 1988 se tornou uma república societas sceleris relatada cotidianamente pelo jornalista graças à ação da Procuradoria Geral da República de Rodrigo Janot. O agir democrático da justiça da equidade de Janot faz do combate à corrupção moderna um meio para a construção da democracia 2019. Isto é o sentido da PGR Janot.

Em 18/09/2017 acaba a gestão democrática Janot e começa uma gestão de um aliado do governo Temer. Jornalistas experientes falam de uma mudança no sentido do combate à corrupção. Eles dizem que o combate à corrupção se tornaria uma gramática em narrativa lógica autocrática. Não usam o significante autocrático, é claro.

O fundamental é que a mudança na PGR (e no comando da Polícia Governamental) significa uma mudança na conjuntura política criminosa. O fato é que a política de combate à corrupção vai adquirir outro sentido. Ela, ou se torna uma política jurídico-policial do ciclo criminoso da política que serve à eleição de 2018, ou ela se torna uma política estrito sensu autocrática de destruição da democracia 2019.

Tendo origem nos partidos PT/PMDB, o regime 1988 adquiriu a forma de um ciclo criminoso da política ou república societas sceleris. O ciclo criminoso da política tem como sujeitos gramaticais ativos a maioria absoluta do Congresso nacional, o governo central formal que governa o governo do invisível e frações do judiciário no TSE, por exemplo. A organização criminosa sociológica é o modelo normativo do ciclo criminoso que alcança a televisão, a internet, o rádio, a imprensa, a multidão de espectadores, leitores e massas de rua. Trata-se de uma organização sociológica criminosa cultural de massa: república societas sceleris.

A alteração na conjuntura política não se dá com o fim do combate à corrupção e sim com a mudança do sentido sociológico desta luta policial-jurídica. O combate à corrupção será realizado em um sentido autocrático (sútil para a fé perceptiva das massas anticorrupção) que a tela gramatical autocrática (visual, acústica e de papel) tornará digestível para as massas. A tela gramatical autocrática será o agir estratégico da mentira, da simulação e da dissimulação sobre o verdadeiro sentido do combate à corrupção neste subciclo final do ciclo da política criminosa da democracia 2003.

Assistimos à alteração do agir democrático baseado na justiça da equidade de Janot para um agir autocrático baseado na justiça oligárquica: fazer o bem ao amigo, prejudicar o outros sujeitos gramaticais.

A novela colombiana O Senhor do Tráfico é vista religiosamente pelos integrantes da república societas sceleris. A novela apresenta didaticamente as táticas de Pablo Escobar para escapar do Estado colombiano. Por exemplo, Escobar entregava (para o bloque de búsqueda constituído pelo exército, elite policial e judiciária, DEA e CIA) membros da cúpula do Cartel de Medellín conhecidos como os extraditáveis para os EUA.

Ao entregar os extraditáveis menores, Pablo ganhava tempo para transformar as cidades colombianas em um cenário de guerra política “atômica”. Claro que os chefes políticos do ciclo criminoso da política atual não possuem a genialidade de pensamento geopolítico da guerra urbana de Pablo Escobar. No entanto, são feitos com a mesma matéria ontológica criminosa do Cartel de Medellín. Escobar deixou a Colômbia de joelhos antes de ser derrotado e executado pelo bloque de búsqueda.

Nas Américas, Pablo é o inventor do governo do invisível que governava o governo visível formal central colombiano. O governador Pezão não usa táticas pablianas? Os bombeiros cariocas não são os extraditáveis de Pezão? 

Sobre a eleição de 2018, note-se a formação de um bloco histórico eleitoral neoliberal com São Paulo e a cidade carioca disputando a articulação hegemônica de tal política. São Paulo tem o governador Geraldo Alckmin, FHC, o partido PSDB, o capital de commodities, o empresariado da sociedade pós-capitalista paulista, intelectuais a granel.
Granel
Substantivo masculino
1.
Mar. carga (cereais, carvão, líquidos etc.) transportada nos porões dos navios mercantes sem embalagem ou acondicionamento especial, sem marca de identificação ou contagem de unidades.

O intelectual líquido é o intelectual do bloco histórico neoliberal. O bloco histórico em tela tem sua organização criminosa sociológica intelectual de cultura de massa (internet, televisão, rádio, imprensa, revistas de papel...). Ele é um projeto da nova direita da sociedade pós-capitalista de continuação do ciclo criminoso da democracia 2003 para 2019. Ele é a destruição do projeto democracia 2019.

A TV Globo quer fazer o chefe do bloco histórico neoliberal. Alckmin é o sapo barbudo na goela dos jornalistas (e família Marinho) do Grupo Globo autocrático do ciclo criminoso da política 2003.

A velha esquerda da sociedade do trabalho manual tem Lula como candidato sub judice. A elite do poder neoliberal criminosa (prestem atenção: é crime sociológico, não é crime do código penal  ou civil) tem que fazer o cálculo certo pois Lula é o candidato que pode disputar contra Jair Bolsonaro a vaga no 2° Turno da eleição presidencial. A primeira vaga parece estar garantida para o bloco neoliberal unificado como elite do poder. Trata-se da unificação de todas as oligarquias federal e regional, central e local.

Bolsonaro é a solução de força que a jovem cultura de massa da internet apregoa cotidianamente.  A causa dessa solução de força é a desintegração do espaço urbano pela guerra urbana lumpesinal dos de baixo contra a polícia. 

Lula é a solução do bolivariano como uma nova pele. Ao invés de apelar para o usa da força militar para resolver guerras moleculares dos de baixo (urbana e rural), Lula faz uso da emoção eivada de esperança em Brasil potência dos BRICS. A nova conjuntura mundial de crescimento econômico pode vir ao encontro de seu discurso “neopopulista”.

Quem o bloco histórico vai escolher para derrotar: Bolsonaro ou o Lula sub judice?

A onda Bolsonaro está na internet e na população ordeira de trabalhadores, famílias dos grandes centros urbanos atormentados, horrorizados com a guerra urbana entre a polícia e o ciclo criminoso lumpesinal dos de baixo.

A sociedade brasileira é a sociedade dos 50% de opinião de que bandido bom é bandido morto. E 78% da população são contra a legalização do aborto. Na repressão dos costumes, o fascismo de um MBL ganha terreno com ataques fulminantes na internet e na rua (multidão fascista alemã da sociedade pós-capitalista) contra a liberdade expressão, em geral. Transforma a face conservadora sexual da sociedade das famílias em política da cultura de massa fascista. Este caldo de cultura estará presente nas eleições de 2018 em uma intensidade ainda não vista pelos brasileiros.

Eu disse que era só uma nota...

Sobre a democracia 2019                       e também mais ainda
     

    

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O JULGAMENTO QUÂNTICO DO GATO LULA



José Paulo

Para os brasileiros Lula está sendo julgado pelo juiz federal Sérgio Moro da Lava Jato de Curitiba. Depois, ele será julgado em 2° Estância perdendo ou não o direito de se candidatar à presidência na eleição de 2018. Esta é a fé perceptiva que jornalistas, cientistas políticos, juristas, professores, artistas, internautas e partidos profissionais (velha esquerda e nova direita) sustentam na tela eletrônica (e digital) da cultura de massa. Faço objeções a esta ideologia gramatical do mundo intelectual dominante.

Digo logo que o julgamento de Lula não pertence a este mundo sensível/artificial do ciclo criminoso sociológico da política (origem no PT/PMDB). O julgamento de Lula é julgamento do Estado brasileiro ou não? O que é o Estado?

O Estado não é um sujeito de direito ou uma substância sociológica, como quer o discurso unificado do direito, entre nós. Com efeito, o Estado é a estatização da plurivocidade de campo de poder privado e público.

O Estado é a estatização do poder público político (parlamentar, governamental, judiciário). Vou além. Trata-se do Estado ampliado, isto é, os três poderes da república mais a cultura de massa na televisão, no rádio, no jornal de papel, revistas e na internet. Trata-se ainda das massas da cultura de massa na rua. A multidão é parte da estatização do campo de poder.

Lula está sendo julgado por este campo de poder plurívoco estatizado. Ele está e não está sendo julgado por Sérgio Moro. Se este campo de poder estatizado estivesse sob a influência da física quântica, Lula seria o gato de Schrödinger? Só quando a tampa da caixa de papelão for aberta se saberá se Lula estará morto ou vivo para a eleição de 2018.

O campo de poder estatizado da microfísica gramatical quântica não está preparando o campo de poder da espécie de regime político pós-1988? Para não perder tempo, o sujeito gramatical está rés no chão. Ele seguirá por proteção de sua biografia existencial e profissional ou de sua própria vida (Delenda Teori) a linha de força gramatical dominante quântica do ciclo criminoso da política.

Sendo o sujeito gramatical o próximo governo central formal escolhido por eleição, Lula aparece como um mero joguete do campo de poder gramatical quântico. O julgamento de Lula o transmutou em uma marionete da elite do poder que é o sujeito gramatical do campo de poder supracitado.
Se Sérgio Moro julga Lula como efeito da gramática em narração quântica do campo de poder plurívoco, então Lula está condenado de antemão. Moro é um efeito quântico gramatical da elite do poder como desconfia o bolivariano.  

O campo de poder ou elite do poder já se unifica em torno de um chefe político: Geraldo Alckmin. Geraldo é um sujeito gramatical quântico do campo de poder estatizado neoliberal do ciclo criminoso da política. Um verdadeiro bloco histórico neoliberal está se formando a partir de um chefe. Trata-se de Geraldo da nova direita da sociedade pós-capitalista, pois, se há economia capitalista (capitalismo de commodities) apoiando Geraldo, não se trata de sociedade capitalista pela ausência das lutas de classes.

Foi extremamente fácil fazer uma abjeta reforma trabalhista por causa da falta de luta de classe, pela inexistência de sociedade capitalista no campo e na cidade.

A elite do poder amplificada (três poderes e cultura de massas e sua multidão) quer ter certeza de que não surgirá um líder de esquerda capaz de derrotar Geraldo no 2° Turno em 2018. Se ela fizer o cálculo que Lula é o melhor candidato de esquerda a ser inevitavelmente derrotado, Lula não será julgado culpado antes da eleição de 2018.

Se trata de uma conspiração das elites? Parece que não há elites, e sim uma única elite do poder. Sei que tal afirmação via de encontro a fé perceptiva dominante no país. Por isso, acabo o texto com uma série de ideias sintéticas de cultura política.    
                           
 

 Henrique Meirelles só chegará à presidência da república como efeito do subciclo criminoso de destruição da DEMOCRACIA 2019

98% da internet é cultura de massa como efeito do ciclo criminoso da política

O sentido do combate à corrupção do 18/Setembro/2017 é a realização do ciclo criminoso de desintegração da DEMOCRACIA 2019

O sentido do combate à corrupção significa evitar que o ciclo criminoso da política destruísse a democracia 2019

A elite do poder unificada amplamente (3 poderes + cultura de massa) é o governo visível do invisível

A justiça da equidade da PRG e da Polícia Federal acaba em 18/setembro levando a reboque o STF

A candidatura Lula é uma força-álibe que joga água no moinho da elite do poder autocrática do subciclo criminoso da política


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

DEMOCRACIA 2019

José Paulo



O SER da democracia representativa no século XXI é a consistência no real de uma PLURIVOCIDADE de campo de luta aberto e visível. Trata-se do espaço público procedural da sociedade pós-capitalista  

O governo do invisível pode ser obra de um governo visível formal central na democracia representativa

Ao contrário da autocracia, a democracia é um campo de lutas abertas e visíveis contra o governo do invisível

O Brasil é uma democracia representativa continental. O ciclo criminoso da política visava a destruição de tal fenômeno

Um bloco histórico urbano-rural eleitoral da direita pós-capitalista está se constituindo com Geraldo Alckmin na cabeça

Contra o ciclo criminoso da política erguem-se fenômenos de construção da DEMOCRACIA 2019

O Congresso corrupto não deve tentar reprimir a luta cultural na INTERNET com leis autocráticas


A luta cultural (diálogo e combate) na internet, televisão...abre as comportas da liberdade de expressão para a democracia 2019

A organização criminosa sociológica (política, cultura de massa, economia) é a força autocrática dissolvente da democracia 2019

A tela eletrônica bandeirante é o duto da cultura política da massa que abastece de energia o governo autocrático Temer-Henrique

No ciclo criminoso da política, canais de televisão se transformaram em organização criminosa cultural de massa-sociológica?

A solução da crise nacional depende da intensidade da autonomia relativa da elite econômica em relação à política corrupta

Assisti-se a um aumento, paulatino, da autonomia relativa da elite econômica em relação ao governo autocrático Temer


A elite econômica está se tornado a vanguarda política da dissolução da IRRACIONALIDADE da política de Brasília?

A parte podre lulista da elite econômica (empreiteira frigorífico) não articula a hegemonia da elite econômica

A classe econômica (organização criminosa econômico-sociológico) não teria vontade de potência de caminhar sozinha na solução da crise brasileira

O ciclo criminoso da política criou uma classe política: organização criminosa sociológica. Porém, parece não ter gerado uma classe econômica!

A Previdência é um problema prático de Estado a ser resolvido pelo governo democrático eleito pela soberania popular em 2018. Um problema da DEMOCRACIA 2019 

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

DO GOVERNO DO INVISÍVEL MUNDIAL

José Paulo



A teoria americana e a teoria europeia ocidental falam em um duplo Estado: Estado visível e Estado invisível. Para o sujeito gramatical a questão é: onde ele está?

Na política o sujeito é o governo tal como Freud o definiu: governar é impossível.

Se é impossível governar é porque o sujeito gramatical governo governa no real? A definição do governar é impossível se refere a existência do duplo Estado. Há o governo do visível (governo do possível) e o governo do invisível (governo do impossível).

Toda informação do jornalismo é sobre o governo do possível, do visível. Quando o invisível aparece na tela jornalística é o peixe que pulou do oceano e foi pescado pelo governo do visível. O governo do visível é regulado (até certo ponto) pela gramática em narração lógica das leis e da Constituição. Estou falando do governo do visível em democracias liberais. Nas autocracias o governo do invisível é a sgrammaticatura, em geral, que governa o governo possível da Constituição despótica.

Na América Latina, os Estados militares eram autocracias instaladas pelo sujeito gramatical do governo do invisível: CIA e golpistas militares e civis. Nesses Estados, o governo do invisível governava o governo visível. E a tela jornalística só falava do governo militar visível. A ciência política americana fez a teoria do governo militar visível legitimando o Estado militar autocrático. Como governo do visível, o governo do general Geisel foi um sucesso econômico e um governo que enfrentou com êxito o governo militar do invisível (SNI, fração invisível do comando do exército, empresários do invisível) que queria depô-lo. Um duplo Estado se confrontava em uma transdialética gramatical versus sgrammaticatura (onde os sujeitos estão localizados).

O ciclo militar acabou e o governo do invisível militar foi desmantelado, formalmente, por Fernando Collor. No governo Itamar e até 1999, o duplo Estado deixou de existir no Brasil. Fernando Henrique desferiu um golpe de Estado branco parlamentar e desfez a essência do regime liberal democrático 1988. A essência era a ideia de que um sujeito presidencial só poderia governar 4 anos. Os constituintes consideram o estatuto da reeleição um mecanismo antidemocrático e um fator de corrupção (corrosão) do regime democrático 1988. Tratava-se de criar uma gramática cultural político  econômica de poliarquia oligárquica capaz de evitar a formação de uma ELITE DO PODER.  Assim, FH destruiu o fundamento in re ipsa da democracia virtual 1988.

Em 1999, FH criou o serviço de informação (recriação do SIN do Estado militar nazista de 1968) na conjuntura das lutas de massas sujeito gramatical em narrativa lógica social. O ataque do MST (Movimento Sem Terra) a sua fazenda foi a gota d’água para a criação do embrião legal do Estado invisível. Depois, aos poucos, na era do bolivariano (governos Lula e Dilma Roussef) o Estado invisível passou a sustentar a Okhrana território tático do governo do invisível.

A corrupção econômica do sistema político teve como base a gramática moral do governo do invisível que, finalmente, articulou a política como conluio de grandes empresários com os políticos profissionais na apropriação ilegal da riqueza pública fazendo pendant com a riqueza privada. Deste caldo de cultura política econômica surgiu a classe política como organização criminosa sociológica que se articulou como a ELITE DO PODER brasileira do sociólogo americano C. W. Mills. Trata-se de uma unificação de todas as oligarquias em uma única oligarquia do poder público/privado.

Entra em cena o poder judiciário do Estado visível (Lava Jato) que combate o governo do invisível no sistema político. A transdialética gramatical em narração lógica jurídico-policial governo do visível/governo do invisível gera informação para a tela gramatical do jornalismo eletrônico. O governo do invisível invade a tela eletrônica que tem ligações informacionalis com o governo da Okhrana e do Kriminostat.

O Kriminostat e suas Okhranas constituem o governo do invisível na economia privado/público (complexo industrial militar mundial, capital fictício, modo de produção e circulação de drogas ilegais e sua sociedade narcose da felicidade freudiana), na cultura política (homo informacionalis) e na sociedade invisível (Okhrana = CIA, DEA, FBI, e serviços secretos da Europa ocidental e da Europa asiática mais a China da sociedade stalinista da sociedade pós-capitalista.

O governo do invisível é um governo mundial.            

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

DO CRISTIANISMO INFORMACIONALIS E POLÍTICA

José Paulo

DO PODER INVISÍVEL DO GOZO 

A natureza invisível do poder político tem como avesso o exercício do poder na politeia. Nesta, o poder é exercido à luz do sol na Ágora pelo cidadão grego. Nada de decisões tomadas à luz de velas em gabinetes escuros, obscuros e opacos ao olhar e ao ouvido do cidadão.

O poder invisível é aquele dos arcana imperii (autoridades ocultas, misteriosas) das autocracias. A democracia nasce virtualmente com a promessa de pôr um fim nos arcana imperii, lugar privado ou íntimo de exercício do poder. Trata-se do lugar da pessoalização do poder.

Tornar público o exercício do poder é acabar com existência do duplo poder: poder visível e poder invisível. Norbert Bobbio diz: A publicidade é em si mesma uma forma de controle, um expediente que permite distinguir o que é legal do que é ilegal. Que funcionário público pode afirmar em público que usará dinheiro público para interesses privados? Só o poder invisível usa dinheiro público para alimentar interesses privados? Nos EUA, na Europa Ocidental, no Japão e no Brasil, o poder visível usa dinheiro público para fazer a máquina econômica privada funcionar. Então a tese de Bobbio foi suprassumida pela realidade dos fatos políticos.

No seu livro deliciosamente atual Filosofia da história (Editora UNB), Hegel escreve:
“Mesmo o historiador normal e mediano, que de certa forma pretende e acredita manter-se compreensível e submisso ao fato, não age de modo passivo no seu pensar, recorrendo às suas categorias e encarando por meio destas os fatos”.

A era do homo informacionalis se baseia na crença e na equação de que informação jornalística é igual a fato. De que a informação aboliu a necessidade de categorias, aboliu a necessidade do pensar reflexivo da realidade dos fatos.

Hegel diz:
“Não podemos jamais abandonar o pensamento, pois é por meio dele que nos diferenciamos do animal. E há pensamento no sentimento, na ciência e no conhecimento, na vontade e nos instintos – desde que humanos”.

O homo informacionalis deseja ser um animal informacionalis. Ele prega no jornalismo que não há pensamento reflexivo na informação, pois, trata-se de manter a distância absoluta entre o pensar e o factual. O ofício do jornalista se sustenta neste mito de que não há significantes técnicos literários (condensação de ideia e estrutura de pensamento atualizados) articulando os fatos como realidade dos fatos. O jornalista crê que seu discurso é um discurso sobre o real onde os fatos são apenas fatos independente da cultura mundial. A informação = fato teria o mesmo estatuto da alucinação psicótica que define o real no campo lacaniano e na psicanálise gramatical.

A soberania do homo informacionalis na cultura mundial se sustenta no mecanismo do credo quia absurdum (creio porque é absurdo). Freud diz que é o mesmo mecanismo que sustenta a religião cristã. O amai a teu próximo como a ti mesmo significa amai teus inimigo como a ti mesmo: ABSURDO gramatical em narrativa ilógica.

O homo informacionalis é o cristianismo do século XXI. Cristianismo que faz da informação a substância metafísica materialista (está no lugar do Estado de Hobbes como Deus mortal). Tal religião gera uma teologia materialista informacionalis irracional. Toda a cultura informacioanalis tem como motor a teologia materialista informacionalis do credo quia absurdum.

Em um livro da década de 1980 (O Futuro da democracia), Bobbio usa categorias como “duplo Estado” (do americano Alan Wolfe, Os limites da legitimidade), Estado visível e Estado invisível. Na Itália, o Estado invisível é constituído pela “máfia, camorra, lojas maçônicas, anômalas, serviços secretos incontroláveis e acobertadores de subversivos que deveriam combater”. Paul Virilio criou um significante ( categoria reflexiva hegeliana) para tal fenômeno na década de 1970: KRIMINOSTAT.

O kriminostat é uma realidade de fatos presentes nas redes econômicas privadas e públicas, na política invisível e visível (a aparência da semblância da não existência dele é criada e recriada pelo conluio da ciência política universitária com o falar jornalístico e o discurso do político profissional e a ingenuidade do uso da internet pelos internautas). Serviço secreto informacionalis, a Okharna é o poder invisível mais letal do Kriminostat que articula o modo de produção e circulação de drogas ilegais e a sociedade da felicidade freudiana: a sociedade narcose ilegal. Cerca de 180.000.000 de pessoas fazem uso cotidiano de drogas ilegais. Não existe apenas um poder invisível. Há também toda uma sociedade invisível mundial.

O homo informacionalis tem como suporte a difusão de que não existe verdade verdadeira da realidade dos fatos. A informação tomou o lugar da verdade de toda uma época. A verdade da sociedade capitalista é a mais-valia do discurso do capitalista lacaniano. Esta verdade resultou na luta de classes e revoluções sociais em todo o planeta e nas lutas de classes na própria sociedade democrática representativa ocidental e além oceanos.

Entramos na sociedade pós-capitalista. A mais-valia continua como categoria hegeliana da economia capitalista, porém, ela não articula mais a sociedade mundial pós-capitalista. O cientista político marxista, o jornalista e o político profissional creem que vivem em uma sociedade capitalista. Por isso, eles usam a velha linguagem fantasmagórica capitalismo americano (Trump) versus comunismo (Coréia do Norte) para falar de uma possível guerra atômica no século XXI.

O Kriminostat e suas Okhranas são o poder invisível (muito visível para quem quiser ver e crer na verdade verdadeira do século XXI) nazista da sociedade pós-capitalista. Uma lúmpen-elite de poder invisível/visível governa invisivelmente/visivelmente os governos empresariais corporativos e os governos nacionais. A verdade verdadeira do século XXI é a existência do Kriminostat de uma sociedade pós-capitalista que se ampara na ideia virtual (sendo progressivamente atualizada na realidade dos fatos) de que todos devem gozar sem limites com o corpo de todos).

Olhem e vejam como a possibilidade de uma guerra atômica está sendo metabolizada pela cultura mundial do homo informacionalis cristão-nazista. Ela realiza a satisfação do gozo absoluto, ou seja, de que todos gozem com o corpo de todos que se sustenta na realidade gramatical ilógica do credo quia absurdum milenarista cristão informacionalis.    

           

terça-feira, 5 de setembro de 2017

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA – VIRTUAL E ATUAL

José Paulo

A democracia representativa nasce na realidade virtual de ideias e estruturas de pensamento de grandes nomes do pensamento político moderno como Locke e Rousseau. A teoria política democrática faz pendant com a ideologia gramatical democrática que ao invadir o real encontra em rés do chão um sujeito gramatical que a transmuta em um fenômeno do real.

A democracia virtual é individualista em contraposição ao organicismo autocrático. O individualismo põe e repõe a biografia individual singular na base da constituição da sociedade civil (o individualismo econômico da sociedade de mercado) e da sociedade política (individualismo da representação política que tem como soberano a biografia do indivíduo singular).

A democracia se funda virtualmente na representação política onde governantes eleitos representam a sociedade dos indivíduos condensada em povo-nação. O individualismo político faz pendant com a ideia de nação e de povo moderno, e como individualismo econômico da sociedade capitalista de mercadoria.

A representação de interesses não é uma ideia da democracia. Ela é um fenômeno fático que abole a representação política e também troca no proscênio da política moderna a biografia individual pelo grupo que no século XX se transforma em um grupo burocrático.

A burocracia partidária e a burocracia economia da sociedade quase pós-capitalista (fim do homo oeconomicus) são fenômenos fáticos que atualizam a democracia virtual em uma forma política que não mais se distingue inteiramente da autocracia oligárquica. A elite (Pareto), a oligarquia (Mosca), a burocracia partidária (Michels), a elite no poder (C. Wright Mills), a democracia procedimental da plurivocidade de elite (Schumpeter) - com a presença de algumas elites disputando o voto popular (poliarquia) - constituem a realidade dos fatos políticos da democracia representativa de interesse.

Espécies de democracia de interesse se apresentam se a democracia é o governo de uma elite do poder ou de uma poliarquia. De fato, a democracia de interesse significa que o grupo ou grupos de poder exercem um mandato imperativo de grupos de interesse ou grupos econômicos. O mandato imperativo vincula organicamente o governante ao interesse econômico de seu governado. Trata-se de uma sociedade democrática economicista. Marx e os marxista falam do Estado liberal (e da democracia burguesa realmente existente) como comitê da burguesia pois se tratava de uma democracia da sociedade capitalista.  

Hoje, se trata de uma democracia procedimental de interesse de uma sociedade pós-capitalista. O partido político burocrático se transformou em uma máquina de guerra política freudiana e/ou em uma organização criminosa burocrática sociológica.

A democracia virtual expõe o desejo de quebrar o laço gramatical efetivo com a sociedade da autocracia organicista através da invasão do real da sociedade absolutista, usando a ideologia gramatical individualista da representação política. A democracia virtual é um conjunto de ideias e estruturas de pensamento que ao invadir o real como ideologia gramatical individualista é metabolizada pelo sujeito gramatical efetivo no real da realidade dos fatos. Cada atualização da democracia tem uma história em cada povo ou conjunto de povos, continente geopolítico etc.

Na cultura brasileira, o problema da atualização da democracia pode começar na discussão de Sérgio Buarque de Holanda em seu Raízes do Brasil, Capítulo V. Partindo da cultura grega da antiguidade, Sérgio rechaça Aristóteles e sua concepção organicista de que o todo vem antes das partes e de que o Estado é um prolongamento da sociedade tradicional que tem como eixo a família da antiguidade e no Brasil a família oligárquica do sertão de Euclides da Cunha ou de Guimarães Rosa. 

Sérgio diz:
“De acordo com esses doutrinadores, o Estado e as suas instituições descenderiam em linha reta, e por simples evolução da Família. A verdade, bem outra, é que pertencem a ordens diferentes em essência. Só pela transgressão da ordem doméstica e familiar é que nasce o Estado e que o simples indivíduo se faz cidadão, ante as leis da Cidade. Há nesse fato um triunfo do geral sobre o particular, do intelectual sobre o material, do abstrato sobre o corpóreo e não uma depuração sucessiva, uma espiritualização, de formas mais naturais e rudimentares, uma procissão das hipóstases, para falar como na filosofia alexandrina. A ordem familiar, em sua forma pura, é abolida por uma transcendência”.

O Estado brasileiro tem sua origem no Estado patrimonialista português colonial. Trata-se de um Estado onde a família real é a essência do poder estatal. Trata-se de um Estado como prolongamento da Família real. O Império brasileiro do século XIX é um prolongamento de d. Pedro I, de d. Pedro II e, finalmente, da princesa Isabel que aboliu o modo de produção colonial escravagista.

A República fática brasileira põe a Família Oligárquica no lugar do poder pessoal moderador de d. Pedro II. A oligarquia sulista cria o trabalhismo getulista (populismo para USP), a democracia trabalhista de 1950-1964 (por efeito do suicídio do presidente Getúlio Vargas). Trata-se de uma democracia de representação procedimental de interesse. O Estado militar autocrático é um ciclo de política de duas décadas substituído, finalmente, (e apesar de José Sarney) pela democracia constitucional individualista 1988. Porém tratava-se de uma democracia individualista virtual.

A atualização da democracia virtual 1988 assumiu uma forma de democracia de interesse onde o partido político se transmutou em máquina de guerra política freudiana ou em organização burocrática criminosa sociológica (fenômenos fáticos que abolem a lei democrática virtual como regra do jogo político e da vida real da política). Trata-se de uma democracia onde grupos oligárquicos são soberanos e a soberania popular da biografia individual singular é a aparência de semblância da realidade dos fatos políticos na participação pelo voto de 4 em 4 anos.

Há um conflito latente e manifesto entre o individualismo virtual da democracia constitucional 1988 e a democracia procedimental de interesse que resulta na solução pela criação da forma democracia neoliberal brasileira. Esta é a democracia de interesse neoliberal provida de uma gramática em narrativa lógica economicista que unifica as várias facções oligárquicas regionais transformando-as em uma elite de poder neoliberal “nacional”.

Há contradições na elite de poder sobre quem deve exercer o poder pessoal moderador de d. Pedro II republicano (a presidência da República de representação de interesse privado). Tais contradições são resolvidas na eleição a cada 4 anos enquanto a elite do poder quebra-a-cabeça para elaborar na prática do discurso do político a forma da democracia neoliberal a ser consolidada na eleição de 2018.                                     
    
    

         

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

REAL E IRREAL NA POLÍTICA

José Paulo

A história do século XX é narrada a partir de um equívoco. Nunca existiu a II Guerra Mundial depois da I Guerra Mundial

O século XX teve a I Guerra Mundial convencional e a I Guerra Mundial atômica do americanismo nazista com Nagazaki

O século XXI pode acontecer como II Guerra Mundial atômica. A causa é o poder invisível nazista da sociedade pós-capitalista


A ausência de reflexão sobre a transmutação real da democracia liberal 1988 concorre para uma cegueira na percepção da crise 1988.

A democracia se define por ser o anverso da autocracia. Porém assim como a autocracia a democracia não escapa da corrupção econômica. Ao contrário da autocracia, a democracia fazendo pendant com o Estado liberal de direito possui liberdades fundamentais (expressão, opinião, reunião, associação...) usadas democraticamente para tornar a corrupção transparente para a sociedade e ao Estado democrático. A luta contra a corrupção é uma premissa de qualquer regime democrático.

Uma premissa virtual da democracia representativa é o procedimento seguinte: os que decidem (político) e os que elegem (eleitor) sejam colocados entre alternativas reais e postos em condições de poder escolher entre uma ou outra. Esta é uma regra da democracia procedimental, inclusive.
Em algum momento do curso político da passagem do século XX para o século XIX esta regra de ouro do real da realidade dos fatos parou de se inscrever no campo simbólico. Como este fenômeno aconteceu?

Trata-se de um fenômeno de cultura política procedimental gerado na democracia da América como o desenvolvimento da técnica eletrônica (televisão) e da técnica publicitária. Uma não existe sem a outra na sociedade pós-capitalista.

Na década de 1990, a economia torna-se um globalismo neoliberal quase digital. A junção da técnica eletrônica, com a técnica publicitária e a técnica digital articulam e articulam-se ao globalismo neoliberal econômico. Um fenômeno surge da interseção em tela: o homo informacionalis.
O choque na cultura mundial ocidental é o de fazer desaparecer a fronteira clara entre real e irreal. O real deixa de ser o lugar da verdade; na cultura, a opinião jornalística informacionalis toma o lugar da ciência, pois, não há mais verdade do verdadeiro da realidade real dos fatos. A rigor, o real deixa de ser um significante de orientação da percepção da realidade dos fatos, em geral.

O real e o irreal são substituídos pelo dispositivo de poder cultural simulacro de simulação. Aí, a televisão, a publicidade e o discurso do político simulam que se escolhe entre alternativas reais, principalmente na eleição presidencial. Este é o caso do Brasil com a primeira eleição presidencial em 1989. Fernando Collor foi eleito como um efeito da sociedade do simulacro de simulação. Para o eleitor, Collor dissimulou que era um candidato da democracia neoliberal. No governo, fez a experiência de um governo neoliberal e foi derrubado em (1990-1992). Em 1992, os grupos políticos do poder nem sonhavam com o governo democrático neoliberal, a não ser ex-ministros e notáveis economistas do Estado militar como Delfim Neto e Bulhões de Carvalho, por exemplo. No entanto, a democracia neoliberal caiu no início da década de 1990 como uma profecia no solo da nossa política tradicional. Hoje, o governo da democracia neoliberal de Michel Temer é uma linha de força de continuação do governo Collor dissolvido no ar da política do regime 1988.

Collor imaginou pôr o Brasil fazendo pendant com a política mundial. Ele foi festejado pelos líderes mundiais do neoliberalismo do regime do globalismo como a grande promessa de um líder da democracia neoliberal na periferia da sociedade mundial ocidental. Lembro ao leitor que nessa época ainda não havia a China potência mundial de hoje.

No século XXI, o desenvolvimento da internet significa, até agora, uma cultura política informacionalis fazendo pendant com a sociedade informacionalis pós-capitalista. A sociedade da internet também não põe e repõe a diferença entre real e irreal (simulacro de simulação do real) na cultura mundial. Não existe na internet o choque da verdade verdadeira a ser metabolizada pelas massas. Uma algaravia de falas e escritos universitários digitalis (que se ignoram) aprofundam a percepção de que o real é uma questão de opinião letrada ou iletrada. Neste mundo, o homo informacionalis dos novos saberes estatísticos reinam sem resistência na classe simbólica, na classe política e/ou nas massas sujeito grau zero da verdade verdadeira.

Como o eleitor e os políticos não precisam escolher entre discursos verdadeiros ou não, a escolha se faz a partir da empatia do eleitor com o político que melhor expresse em palavras e imagens o que o leitor quer ver e ouvir. No caos da realidade da percepção do eleitor, os dispositivos de poder informacionalis invadem o real do eleitor com o agir estratégico da mentira, da simulação, dissimulação, da sugestão e sedução, do homo informacionalis. Aí, a regra de ouro do eleitor escolher sobre alternativas reais inexiste na sociedade pós-capitalista onde a informação estratégica toma de assalto o lugar do discurso do político que tem como base de funcionamento a verdade verdadeira se dita para o sujeito grau zero desgramaticalizável.

O ciclo 1988 se encerra com a experiência do governo Temer de fazer acontecer o governo democrático neoliberal de Fernando Collor. Collor foi eleito. Temer se encontra no poder político graças a um golpe de Estado no TSE. No entanto, a ausência das massas na rua aponta para uma gramaticalização do real das massas pela ideologia gramatical democracia neoliberal. As massas se cansaram de ser um joguete da democracia do simulacro de simulação esquerda “versus” direita. As massas tomaram nojo por esta dialética política da ação estratégica do sistema político fundado na oposição mais retórica do que efetiva ente duas grandes máquinas de guerra política freudiana: PT e PSDB.

Não cabe a ninguém prever o que acontecerá com o poder político e a política na eleição de 2018 e a partir dela. O futuro a Deus pertence! No entanto, cabe dizer que a questão principal em pauta na eleição e na política derivada dela é se o Brasil vai eleger e construir a forma de governo permanente democracia neoliberal collorida.


sábado, 2 de setembro de 2017

Gramática em estética


A cultura literária brasileira é cultura de compadres, cultura do compadrio onde amigos citam amigos-compadres


O século XXI é aquele da revolução republicana do desejo de Sade, Freud, Lacan e Deleuze-g?

Hoje, a cultura política fática é articulada pela linguagem inconsciente do discurso do desejo freudiano (Lacan)

om Freud, o homem livre e normal utilitarista é semelhante ao homem bárbaro (da minoridade) na esfera do desejo do inconsciente

O liberalismo utilitarista é um freio à revolução republicana do desejo freudiano do Marquês de Sade




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