José Paulo
A linguagem da ciência política
pertence a um mundo privado (o mundo do cientista político) que deseja a
segurança pessoal. Por isso, o cientista político evita o relato do jornalista
dos fatos criminosos da república. O cientista político não sabe tratar com a
realidade dos fatos de uma república criminosa: república societas
sceleris.
A república democrática 1988 se
tornou uma república societas sceleris
relatada cotidianamente pelo jornalista graças à ação da Procuradoria Geral da
República de Rodrigo Janot. O agir democrático da justiça da equidade de Janot
faz do combate à corrupção moderna um meio para a construção da democracia 2019.
Isto é o sentido da PGR Janot.
Em 18/09/2017 acaba a gestão democrática
Janot e começa uma gestão de um aliado do governo Temer. Jornalistas experientes
falam de uma mudança no sentido do combate à corrupção. Eles dizem que o
combate à corrupção se tornaria uma gramática em narrativa lógica autocrática.
Não usam o significante autocrático, é claro.
O fundamental é que a mudança na
PGR (e no comando da Polícia Governamental) significa uma mudança na conjuntura
política criminosa. O fato é que a política de combate à corrupção vai adquirir
outro sentido. Ela, ou se torna uma política jurídico-policial do ciclo
criminoso da política que serve à eleição de 2018, ou ela se torna uma política
estrito sensu autocrática de destruição da democracia 2019.
Tendo origem nos partidos PT/PMDB,
o regime 1988 adquiriu a forma de um ciclo criminoso da política ou república societas sceleris. O ciclo criminoso da
política tem como sujeitos gramaticais ativos a maioria absoluta do Congresso
nacional, o governo central formal que governa o governo do invisível e frações
do judiciário no TSE, por exemplo. A organização criminosa sociológica é o
modelo normativo do ciclo criminoso que alcança a televisão, a internet, o
rádio, a imprensa, a multidão de espectadores, leitores e massas de rua. Trata-se
de uma organização sociológica criminosa cultural de massa: república societas sceleris.
A alteração na conjuntura
política não se dá com o fim do combate à corrupção e sim com a mudança do
sentido sociológico desta luta policial-jurídica. O combate à corrupção será
realizado em um sentido autocrático (sútil para a fé perceptiva das massas
anticorrupção) que a tela gramatical autocrática (visual, acústica e de papel)
tornará digestível para as massas. A tela gramatical autocrática será o agir
estratégico da mentira, da simulação e da dissimulação sobre o verdadeiro
sentido do combate à corrupção neste subciclo final do ciclo da política
criminosa da democracia 2003.
Assistimos à alteração do agir
democrático baseado na justiça da equidade de Janot para um agir autocrático baseado
na justiça oligárquica: fazer o bem ao
amigo, prejudicar o outros sujeitos gramaticais.
A novela colombiana O Senhor do Tráfico é vista
religiosamente pelos integrantes da república
societas sceleris. A novela apresenta didaticamente as táticas de Pablo Escobar
para escapar do Estado colombiano. Por exemplo, Escobar entregava (para o bloque de búsqueda constituído pelo
exército, elite policial e judiciária, DEA e CIA) membros da cúpula do Cartel
de Medellín conhecidos como os extraditáveis para os EUA.
Ao entregar os extraditáveis menores,
Pablo ganhava tempo para transformar as cidades colombianas em um cenário de
guerra política “atômica”. Claro que os chefes políticos do ciclo criminoso da
política atual não possuem a genialidade de pensamento geopolítico da guerra
urbana de Pablo Escobar. No entanto, são feitos com a mesma matéria ontológica
criminosa do Cartel de Medellín. Escobar deixou a Colômbia de joelhos antes de
ser derrotado e executado pelo bloque de
búsqueda.
Nas Américas, Pablo é o inventor do governo do invisível que governava o governo visível formal central
colombiano. O governador Pezão não usa táticas pablianas? Os bombeiros cariocas não são os extraditáveis de Pezão?
Sobre a eleição de 2018, note-se a
formação de um bloco histórico eleitoral neoliberal com São Paulo e a cidade
carioca disputando a articulação hegemônica de tal política. São Paulo tem o
governador Geraldo Alckmin, FHC, o partido PSDB, o capital de commodities, o
empresariado da sociedade pós-capitalista paulista, intelectuais a granel.
Granel
Substantivo masculino
1.
Mar. carga (cereais, carvão,
líquidos etc.) transportada nos porões dos navios mercantes sem embalagem ou
acondicionamento especial, sem marca de identificação ou contagem de unidades.
O intelectual líquido é o intelectual do bloco histórico neoliberal. O bloco histórico em tela tem sua organização criminosa sociológica intelectual de cultura de massa (internet, televisão, rádio, imprensa, revistas de papel...). Ele é um projeto da nova direita da sociedade pós-capitalista de continuação do ciclo criminoso da democracia 2003 para 2019. Ele é a destruição do projeto democracia 2019.
A TV Globo quer fazer o chefe do
bloco histórico neoliberal. Alckmin é o sapo barbudo na goela dos jornalistas
(e família Marinho) do Grupo Globo autocrático do ciclo criminoso da política
2003.
A velha esquerda da sociedade do trabalho manual tem Lula como candidato
sub judice. A elite do poder neoliberal criminosa (prestem atenção: é crime
sociológico, não é crime do código penal ou civil) tem que fazer o cálculo certo pois
Lula é o candidato que pode disputar contra Jair Bolsonaro a vaga no 2° Turno
da eleição presidencial. A primeira vaga parece estar garantida para o bloco
neoliberal unificado como elite do poder. Trata-se da unificação de todas as
oligarquias federal e regional, central e local.
Bolsonaro é a solução de força que a jovem cultura de
massa da internet apregoa cotidianamente. A causa dessa solução de força é a desintegração do espaço urbano pela guerra urbana lumpesinal dos de baixo contra a polícia.
Lula é a solução do bolivariano como
uma nova pele. Ao invés de apelar para o usa da força militar para resolver
guerras moleculares dos de baixo (urbana e rural), Lula faz uso da emoção
eivada de esperança em Brasil potência dos BRICS. A nova conjuntura mundial de
crescimento econômico pode vir ao encontro de seu discurso “neopopulista”.
Quem o bloco histórico vai
escolher para derrotar: Bolsonaro ou o Lula sub judice?
A onda Bolsonaro está na internet
e na população ordeira de trabalhadores, famílias dos grandes centros urbanos
atormentados, horrorizados com a guerra urbana entre a polícia e o ciclo
criminoso lumpesinal dos de baixo.
A sociedade brasileira é a
sociedade dos 50% de opinião de que bandido
bom é bandido morto. E 78% da população são contra a legalização do aborto.
Na repressão dos costumes, o fascismo de um MBL ganha terreno com ataques
fulminantes na internet e na rua (multidão fascista alemã da sociedade
pós-capitalista) contra a liberdade expressão, em geral. Transforma a face
conservadora sexual da sociedade das famílias em política da cultura de massa
fascista. Este caldo de cultura estará presente nas eleições de 2018 em uma
intensidade ainda não vista pelos brasileiros.
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