sexta-feira, 8 de setembro de 2017

DO GOVERNO DO INVISÍVEL MUNDIAL

José Paulo



A teoria americana e a teoria europeia ocidental falam em um duplo Estado: Estado visível e Estado invisível. Para o sujeito gramatical a questão é: onde ele está?

Na política o sujeito é o governo tal como Freud o definiu: governar é impossível.

Se é impossível governar é porque o sujeito gramatical governo governa no real? A definição do governar é impossível se refere a existência do duplo Estado. Há o governo do visível (governo do possível) e o governo do invisível (governo do impossível).

Toda informação do jornalismo é sobre o governo do possível, do visível. Quando o invisível aparece na tela jornalística é o peixe que pulou do oceano e foi pescado pelo governo do visível. O governo do visível é regulado (até certo ponto) pela gramática em narração lógica das leis e da Constituição. Estou falando do governo do visível em democracias liberais. Nas autocracias o governo do invisível é a sgrammaticatura, em geral, que governa o governo possível da Constituição despótica.

Na América Latina, os Estados militares eram autocracias instaladas pelo sujeito gramatical do governo do invisível: CIA e golpistas militares e civis. Nesses Estados, o governo do invisível governava o governo visível. E a tela jornalística só falava do governo militar visível. A ciência política americana fez a teoria do governo militar visível legitimando o Estado militar autocrático. Como governo do visível, o governo do general Geisel foi um sucesso econômico e um governo que enfrentou com êxito o governo militar do invisível (SNI, fração invisível do comando do exército, empresários do invisível) que queria depô-lo. Um duplo Estado se confrontava em uma transdialética gramatical versus sgrammaticatura (onde os sujeitos estão localizados).

O ciclo militar acabou e o governo do invisível militar foi desmantelado, formalmente, por Fernando Collor. No governo Itamar e até 1999, o duplo Estado deixou de existir no Brasil. Fernando Henrique desferiu um golpe de Estado branco parlamentar e desfez a essência do regime liberal democrático 1988. A essência era a ideia de que um sujeito presidencial só poderia governar 4 anos. Os constituintes consideram o estatuto da reeleição um mecanismo antidemocrático e um fator de corrupção (corrosão) do regime democrático 1988. Tratava-se de criar uma gramática cultural político  econômica de poliarquia oligárquica capaz de evitar a formação de uma ELITE DO PODER.  Assim, FH destruiu o fundamento in re ipsa da democracia virtual 1988.

Em 1999, FH criou o serviço de informação (recriação do SIN do Estado militar nazista de 1968) na conjuntura das lutas de massas sujeito gramatical em narrativa lógica social. O ataque do MST (Movimento Sem Terra) a sua fazenda foi a gota d’água para a criação do embrião legal do Estado invisível. Depois, aos poucos, na era do bolivariano (governos Lula e Dilma Roussef) o Estado invisível passou a sustentar a Okhrana território tático do governo do invisível.

A corrupção econômica do sistema político teve como base a gramática moral do governo do invisível que, finalmente, articulou a política como conluio de grandes empresários com os políticos profissionais na apropriação ilegal da riqueza pública fazendo pendant com a riqueza privada. Deste caldo de cultura política econômica surgiu a classe política como organização criminosa sociológica que se articulou como a ELITE DO PODER brasileira do sociólogo americano C. W. Mills. Trata-se de uma unificação de todas as oligarquias em uma única oligarquia do poder público/privado.

Entra em cena o poder judiciário do Estado visível (Lava Jato) que combate o governo do invisível no sistema político. A transdialética gramatical em narração lógica jurídico-policial governo do visível/governo do invisível gera informação para a tela gramatical do jornalismo eletrônico. O governo do invisível invade a tela eletrônica que tem ligações informacionalis com o governo da Okhrana e do Kriminostat.

O Kriminostat e suas Okhranas constituem o governo do invisível na economia privado/público (complexo industrial militar mundial, capital fictício, modo de produção e circulação de drogas ilegais e sua sociedade narcose da felicidade freudiana), na cultura política (homo informacionalis) e na sociedade invisível (Okhrana = CIA, DEA, FBI, e serviços secretos da Europa ocidental e da Europa asiática mais a China da sociedade stalinista da sociedade pós-capitalista.

O governo do invisível é um governo mundial.            

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