sábado, 8 de fevereiro de 2014

Oligarquia e Política


Livro digital que pode ser adquirido na Livraria Saraiva: http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/6919323

O livro Oligarquia e política é composto de duas partes. Na primeira (“Oligarquia e Política”), o autor se dedica a demonstrar a repetição do discurso oligárquico na política brasileira através de figuras políticas como Pedro II, Getúlio Vargas e Luís Inácio Lula da Silva.
O discurso oligárquico tem como categorias política basais a escravidão e a servidão voluntária. Elas sustentam os regimes políticos, o Estado e os governos ao longo da história do Brasil colonial, imperial e republicano. Elas coabitam o espaço político sob o domínio do Urstaat ou do Estado democrático. Nesta perspectiva, a história brasileira pode ser uma contribuição para a leitura política da maioria dos países da América Latina e de países de outras regiões do planeta. Um ato do poder oligárquico pode ser constatado no documento final da reunião da segunda cúpula da CELAC em Havana. O documento afirma ser a favor de  “respeitar plenamente o direito inalienável de todo Estado escolher seus sistemas políticos (...) como condição essencial para garantir a convivência pacífica entre as nações”(EL Pais. Edição Brasil. 30/01/2014). A pretexto de defender Cuba e Venezuela, a vontade oligárquica antecipa a possível substituição da democracia moderna por possíveis regimes despóticos. No caso mais complexo, trata-se de instalar uma democracia perversa.   
No plano empírico, o Bolsa Família é o último exemplo de como uma política estatal pode funcionar no sentido de agenciar a servidão voluntária em prol do poder da oligarquia política como modelo para a política mundial no século XXI. Não é difícil constatar que o capitalismo mundial caminha para a reprodução ampliada de um regime oligárquico na cadeia política mundial como repetição do regime oligárquico da Antiguidade grega (Aristóteles). Com o pretexto de combater a separação entre ricos e pobres através do Bolsa Família, a oligarquia brasileira apresenta a servidão voluntária da população mundial como modelo político para tal regime oligárquico.
A segunda parte (“Origem da Tragédia Política”) elege as jornadas de junho de 2013 no Brasil como um fenômeno da política mundial para pensá-la como uma novo tipo de articulação entre política e estética. A revolução moderna fez o laço com a tragédia histórica (Marx). A multidão de junho está na origem da tragédia política. Esta aparece como um passo além da erodida estética pós-moderna.
Um outro aspecto abordado na relação entre estética e política é a eclosão da violência na revolução moderna e, agora, na possível revolução “pós-moderna”. Na revolução moderna, a violência das massas é parte da luta contra o despotismo sustentado pela teológico-político. Na atualidade, é preciso fazer a distinção entre a violência da multidão e a violência, por exemplo, dos black blocs. A violência da multidão é, em geral, uma ação reativa contra regimes despóticos ou situações despóticas em regimes democráticos. Já a violência dos black blocs parece modelada por um niilismo larvar. Neste sentido, ela está aquém da possível revolução “pós-moderna”.