Livro digital que pode ser adquirido na Livraria Saraiva: http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/6919323
O livro Oligarquia e política é composto de duas partes. Na
primeira (“Oligarquia e Política”), o autor se dedica a demonstrar a repetição
do discurso oligárquico na política brasileira através de figuras políticas
como Pedro II, Getúlio Vargas e Luís Inácio Lula da Silva.
O discurso oligárquico tem como categorias política basais a
escravidão e a servidão voluntária. Elas sustentam os regimes políticos, o
Estado e os governos ao longo da história do Brasil colonial, imperial e
republicano. Elas coabitam o espaço político sob o domínio do Urstaat ou do Estado democrático. Nesta
perspectiva, a história brasileira pode ser uma contribuição para a leitura
política da maioria dos países da América Latina e de países de outras regiões
do planeta. Um ato do poder oligárquico pode ser constatado no documento final
da reunião da segunda cúpula da CELAC em Havana. O documento afirma ser a favor de “respeitar plenamente o direito inalienável de todo Estado escolher seus
sistemas políticos (...) como condição essencial para garantir a convivência
pacífica entre as nações”(EL Pais. Edição Brasil. 30/01/2014). A pretexto de
defender Cuba e Venezuela, a vontade oligárquica antecipa a possível
substituição da democracia moderna por possíveis regimes despóticos. No caso
mais complexo, trata-se de instalar uma democracia perversa.
No plano empírico, o Bolsa Família é o último exemplo de como
uma política estatal pode funcionar no sentido de agenciar a servidão
voluntária em prol do poder da oligarquia política como modelo para a política
mundial no século XXI. Não é difícil constatar que o capitalismo mundial
caminha para a reprodução ampliada de um regime oligárquico na cadeia política
mundial como repetição do regime oligárquico da Antiguidade grega
(Aristóteles). Com o pretexto de combater a separação entre ricos e pobres
através do Bolsa Família, a oligarquia brasileira apresenta a servidão
voluntária da população mundial como modelo político para tal regime
oligárquico.
A segunda parte (“Origem da Tragédia Política”) elege as
jornadas de junho de 2013 no Brasil como um fenômeno da política mundial para
pensá-la como uma novo tipo de articulação entre política e estética. A
revolução moderna fez o laço com a tragédia histórica (Marx). A multidão de
junho está na origem da tragédia política. Esta aparece como um passo além da
erodida estética pós-moderna.
Um outro aspecto abordado na relação entre estética e
política é a eclosão da violência na revolução moderna e, agora, na possível
revolução “pós-moderna”. Na revolução moderna, a violência das massas é parte
da luta contra o despotismo sustentado pela teológico-político. Na atualidade,
é preciso fazer a distinção entre a violência da multidão e a violência, por
exemplo, dos black blocs. A violência da multidão é, em
geral, uma ação reativa contra regimes despóticos ou situações despóticas em
regimes democráticos. Já a violência dos black
blocs parece modelada por um niilismo
larvar. Neste sentido, ela está aquém da possível revolução “pós-moderna”.
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