quinta-feira, 31 de março de 2016

LEI1079/50 DO IMPEACHMENT DE COLLOR E DILMA (TEORIA)




No dia 29 de outubro de 1945, Getúlio aceitou sua deposição da presidência da República sem um gesto sequer de contrariedade, mas não assinou o documento da renúncia. Ele foi derrubado por um golpe militar de Estado de uma ação de poder de generais (incluindo Eurico Gaspar Dutra) que, por razões misteriosas passaram o governo nacional para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Linhares, que instalou uma curtíssima ditadura jurídica romana, comme il faut. Tratava-se de um STF composto de juízes getulistas selecionados entre 1930-1945.
A ditadura jurídica foi constituída a partir de uma homónoi nacional (consenso) trazida pelos ventos da vitória dos EUA na II Guerra Mundial. Tratava-se rigorosamente de uma ditadura romana clássica. A ditadura é um significante da cultura política republicana romana usada emergencialmente em um período curto para solucionar crises (política, guerra). Com Júlio César ela se transformou em um dos significantes universais da história universal em uma transdialética materialista com o significante democracia, que já nasceu universal.
O campo de poder trans-subjetivo herdado dos 15 anos da Era Vargas povoado por biografias individuais heroicas/ditatoriais favorecia o papel do indivíduo na história através das grandes personalidades históricas que se chocavam no espetáculo da cultura política jornalística de papel. Na democracia populista o êxtase dessa transdialética personalista foi o choque entre Carlos Lacerda e Getúlio que acabou em suicídio do presidente Vargas. 
A transdialética personalista é o lugar do ditador-herói das massas sujeito zero (MSØ). Se o leitor procurar assistir os filmes documentários da Era Vargas adiante verá a presença constante das MSØ seja nos estádios de futebol em comemorações getulistas seja depois como movimento de rua até 1968. Esta é uma característica do campo de poder ditatorial que nas diferentes conjunturas era assolado, ou pelas MSØ democrático, ou, em menor grau e intensidade, pelas MSØ ditatorial, como as massas de soldados da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que se constituíram em movimento pela democracia na rua do Rio de Janeiro para derrubar o Estado Novo (ditadura bonapartista populista de 1937-1945).
O campo de poder ditatorial da democracia populista funcionava a céu aberto com sua imprensa oligárquico-ditatorial heroica e seus partidos oligárquico (PSD, UDN), populista (PTB, PSP) e o PCB. É a era dos líderes carismáticos weberianos como Getúlio, Carlos Lacerda, Luís Carlos Prestes, Eduardo Gomes, JK, Jânio Quadros, João Goulart, Miguel Arraes, general Castelo Branco e algumas outras estrelas de brilho não tão intenso. Uma Era Weberiana! Aliás, o líder da imprensa Assis Chateaubriand (Chatô) fabricou o axioma da imprensa oligárquica-ditatorial: “jornalista para ter opinião própria tem que montar seu próprio jornal”. Depois de ser expulso de todos os jornais cariocas, Carlos Lacerda montou o inesquecível “Tribuna da Imprensa”. 
Um fato desconcertante é o primeiro presidente da democracia de 1946 ser o general Eurico Gaspar Dutra, o ditador-herói às avessas. Ministro da Guerra do Estado Novo, Dutra foi uma personagem fatal para a ditadura getulista bonapartista. Homem feio, analfabeto cultural, nulidade como orador, Dutra passou o governo assombrado com o espetro de Getúlio que anda. Ele dizia que o ditador de rua Getúlio era o seu inimigo público n°1. E orientava-se na política por esta visão.
A Lei 1079/50 do impeachment de abril de 1950 foi iniciativa de Dutra (PSD) em conluio com a UDN como uma ação de poder antecipatória (ação de poder futura) de um impeachment possível de Getúlio Vargas. A definição de campo de poder que ilumina a ação de poder supracitada é de Deleuze lendo Foucault: “ Foucault está mais perto de Nietzsche (e também de Marx), para quem a relação de força ultrapassa singularmente a violência e não pode ser definida por ela. É que a violência afeta os corpos, objetos ou seres determinados, cuja forma ela destrói ou altera, enquanto a força não tem outro objeto além de outras forças, não tem outro ser além da relação: é ‘ uma ação sobre a ação, sobre as ações eventuais, ou atuais, ou futuras ou presentes’. Trata-se de ‘ um conjunto de ações sobre ações possíveis’. Pode-se conceber uma lista, necessariamente aberta, de variáveis exprimindo uma relação de forças ou de poder, constituindo ações sobre ações: incitar, induzir, desviar, tornar fácil ou difícil, ampliar ou limitar, tornar mais ou menos provável ...Essas são as categorias do poder” (Deleuze: 77). A ação de poder Dutra (PSD) /UDN é o significante “tornar mais ou menos provável” o impeachment de Getúlio no período 1950-55.
A Constituição de 1946 é um artefato dominantemente imaginário liberal-democrático. Toda Constituição que se articula como prática é RSI (Real/Simbólica/Imaginária). Tal Constituição era quase o grau zero Simbólico; e não alcançava o Real para inscrever nele a lógica de sentido do direito ligando-o à realidade do real (realidade dos fatos, realidade da prática, campo de poder). A Constituição ex-sistia mais como ficção romanceada no discurso político do que como lógica dos fatos jurídicos articulando a cultura política. Infelizmente, para demostrar a transdialética materialista da forma política objetiva (Constituição, regime político ou forma de governo) com a trans-subjetividade das MSØ tenho que recorrer à língua lacaniana. Peço paciência e boa vontade ao leitor.
A diferença entre a democracia populista (1946-1964) e a democracia 1988 pode ser definida assim. Na primeira, o campo de poder ditatorial ex-siste a céu aberto, afetando a vida das pessoas na superfície política e no mundo-da-vida. Nela, a forma política objetiva (Constituição, forma de governo) não se materializa no mundo da prática política, ou melhor, se materializa como uma ficção (ou simulacro) RSI. Ao ex-sistir mais ficcionalmente do que efetivamente, a forma política objetiva funciona como um discurso político toldado por um excesso de aparência, como o discurso universitário (Lacan. 2009:  11). Assim, o discurso político é suprassumido pelo semblant em seu funcionamento prático.
É quase normal o discurso universitário não se estabelecer como cultura política intelectual (unidade orgânica teoria/prática); ele, em geral, se estabelece como cultura intelectual como tal (teoria sem prática). Algo que não funciona como língua literária de uma sociedade de significantes técnicos que articula a realidade dos fatos, evitando o Real catastrófico. Há uma ciência do Real da política? “ Lembro que é pela lógica que esse discurso toca no real (física lacaniana da política), ao reencontrá-lo como impossível, donde esse discurso que a eleva a sua potência extrema: ciência, disse eu, do real” (Lacan. 2003: 449).
O real tem como referente MSØ: “A presente observação do impossível do grupo psicanalítico é também o que nela funda, como sempre o real. Esse real é essa própria obscenidade: aliás, ele a ‘vive’ (entre aspas) como grupo” (idem: 476). Na entrada historial do discurso político na sociedade de significantes articulou-se o advento do real: “ Mas ao entrar o discurso político - atente-se para isso – no avatar, produziu-se o advento do real, a alunissagem, aliás sem que o filósofo que há em todos, por intermédio do jornal, se comovesse com isso, a não ser vagamente” (Idem: 535). O discurso político é alunissagem, ele é um fenômeno humano lunar associado, em algum grau, na era moderna, a cultura política jornalística como aparência de filosofia.
O discurso político tem essa relação de alunissagem com o real. Ele depende, no século XX (e no XXI), da técnica de alunissagem que é o pouso da lua da cultura política jornalística. O discurso político é associado ao racional em sua lógica de alunissagem na realidade do real (realidade da prática política). Trata-se de uma racionalidade discursiva mais para o lunar do que para a Terra. Na política, as MSØ autointerpretam a realidade da prática olhando a Terra pelo platô lunar. É neste sentido que só ex-sistem discursos:
“Daí, no entanto, a demonstrar que é a partir dessa insensatez por natureza que o real faz sua entrada no mundo do homem – ou seja, pela passagem, incluindo tudo, ciência e política, que imprensam O homem alunissado -, daí até lá há uma boa margem.
Pois convém supor que existe um todo do real, o que primeiro seria preciso provar, já que sempre se supõe do sujeito apenas o racional. Hypoteses non fingo quer dizer que só ex-sistem discursos” (Idem: 539). A física lacaniana começa com o homo alunissado!
A relação do sujeito racional com o real é impossível de ser simbolizada na alunissagem. Todavia, O homem alunissado já é o homo trans-subjetivo, as MSØ. Os discursos são discursos que só ex-sistem em um processo de trans-subjetivação das MSØ (massas sujeito zero, ou grau zero do sujeito).
A física lacaniana da política tem o real como catastrófico. Ela é uma teoria das catástrofes: “Mas a teoria das catástrofes não tem que satisfazer exactamente este requisito. O termo ‘teoria’ deve ser concebido num sentido muito particular: direi antes que se trata de uma metodologia, senão mesmo de uma espécie de linguagem, que permite organizar os dados da experiência nas condições as mais variadas” (Thorm: 85). A física lacaniana da política é uma língua literária técnica capaz de organizar os dados do acontecimento das conjunturas historiais políticas de diferentes épocas e nas condições as mais variadas.
Se for um homólogo ao discurso da universidade, o discurso político (excesso de semblant) põe o problema da verdade trans-subjetiva das MSØ em questão. A aparência de verdade é o verdadeiro como sim ou não que mantém uma relação mecânica com a trans-subjetividade, jamais sendo seguido pelas MSØ verdade. O discurso político que não é um simples semblant desencadeia a verdade tran-subjetiva. Trata-se da verdade como tal, verdade verdadeira na medida que é verdadeiramente seguida (Lacan. 2009: 13). A sociedade de significante não pode ser o grau zero do semblant nem tão pouco a hybris semblant.
A transdialética materialista da sociedade de significantes ditadura/democracia significa que o significante é idêntico ao status como tal do semblant. A sociedade de significantes articula a realidade dos fatos como semblant (lógica ficcional estética) e como significante que tem força de realidade, significante literário técnico. Trata-se do território trans-subjetivo do discurso político.
Um discurso por natureza faz semblant onde a ficção suprassume o fato, constituindo-o em um artefato estético que articula a prática política. O julgamento estético da política toma o real como ousia; ele age como um místico: “ O que é próprio da ousia, como ele mesmo diz (Aristóteles), é que ela não é dizível. O que não é dizível é, precisamente, o que é místico” (Idem: 26). A verdade a ser seguida pelas MSØ no discurso político não é a ousia do semblant. A diz-mensão da verdade sustenta o semblant, mas não como ousia (realidade política mística). Porém, alguma coisa é indicada, afinal, onde quer que chegue o semblant nem que seja como ornamento (monumental) da política como a arquitetura modernista de Brasília.
O discurso científico só encontra o real na medida em que depende da função do semblant. “O real é aquilo que faz furo nesse semblante, nesse semblante articulado que é o discurso científico” (Lacan: 27). Aliás, qual é a relação do real da verdade e do semblant no discurso político?
Se o discurso político tem excesso de aparência, ele funciona como um artefato institucional equivalente ao discurso da universidade. Se o semblant tende para o grau zero, ele ex-siste em homologia com o discurso científico. Neste último caso, ele funciona como cultura política intelectual provida de uma língua literária de significantes técnicos onde as MSØ seguem a verdade do discurso político como articulador do campo de poder. Todo campo de poder é um campo de poder ditatorial?
A forma política Constitucional para ser hegemônica tem que funcionar como uma economia transdiscursiva onde o discurso na trans-subjetivadade das MSØ é mais discursivo que o próprio discurso, tendendo para o grau zero de aparências, um discurso que não fosse semblant. Assim o discurso pode funcionar realmente como um artefato da sociedade de significantes do direito (por exemplo, direitos individuais) em contraposição ao funcionamento fático do campo de poder ditatorial. O discurso do direito pretende ser um discurso que tenda para o grau zero semblant. A comunidade jurídica diz que isso é o direito com o discurso técnico.   
A diferença entre as sociedades de significantes 1946 e 1988 refere-se ao fato que no 1946 o campo de poder ditatorial ex-siste a céu aberto, sem recalque articulado a partir da forma política objetiva da Lei através de um discurso político que não seja um simples semblant. No 1946, o discurso político é semelhante ao discurso da universidade. Ele não ex-siste como cultura política intelectual que articula o campo de poder por uma epistemologia política RSI. Ao funcionar como discurso da universidade ele opera como aparência ficcional de um verdadeiro discurso político.
1946 é a cultura política efetiva do homo sacer? Uma cultura política que “ enquanto sanciona a sacralidade de uma pessoa (direitos individuais modernos), autoriza (ou, mais precisamente, torna impunível) sua morte (qualquer que seja a etimologia aceita para o termo parricidium, ele indica na origem o assassínio de um homem livre) ” (Agamben: 79).
A Constituição de 1946 assegura no direito que todos os brasileiros são homens livre. “A contradição é ainda acentuada pela circunstância de que aquele que qualquer um pode matar impunimente (a polícia política da democracia populista pode matar impunimente) não devia, porém, ser levado à morte nas formas sancionadas pelo rito” (Idem: 79) político da cultura política oligárquica. Carlos Lacerda significou a condensação biográfica do homo sacer da cultura política ditatorial brasileira, como iremos mostrar na segunda parte desse texto. 
Em 1988, a Constituição abriu um território trans-subjetivo das MSØ da sociedade de significantes no qual o significante liberal-democracia se sobrepõe ao significante ditadura no campo de poder ditatorial, como semblant e significante real.
As massas MSØ da classe política foram articuladas pelo discurso político democrático, nem que fosse um semblant. Isso produziu um recalque mínimo do significante ditadura e não permitiu que o campo de poder ditatorial funcionasse como valas negras a céu aberto, tão comuns nas comunidades populares do Brasil. 1988 é uma cultura política de uma polis quase saneada, e 1946 uma cultura política de uma polis favelada?
A sobreposição entre os significantes democracia/ditadura instala um direito e um avesso, uma Banda de Moebius na história universal, sem que precise transpor uma borda. Na Banda de Moebius, o significante ditadura indica que não há um semblant do discurso político democrático no território trans-subjetivo das MSØ em 1946.
A Constituição de 1946 não existe como um conjunto de leis (discurso do direito) que articula a política (a classe política como MSØ ditatorial instaurando um campo de poder constituído por forças democráticas também). Assim, as MSØ não trabalham com as aparências de discurso democrático no sentido de constituir um certo corpo de saber no qual o semblant é essencial para designar a função primária da verdade (Lacan. 2009: 24); sem essa referência é impossível qualificar o que se passa no discurso político. O real é o que tem furo nesse semblant do discurso político articulado, que é homólogo ao discurso científico, como ciência política da catástrofe (Idem: 27).
Assim o discurso político como sociedade de significantes técnicos literários ex-siste como lógica de sentido nos fatos integráveis à realidade do real integrada à cultura política intelectual. Só isso possibilita ao significante democracia abrir clareira nas trans-subjetividade das MSØ ditatorial. Esta é a articulação da política como transdialética materialista entre forma política objetiva e trans-subjetividade das MSØ em uma conjuntura cultural política contextualizada.
Em 2016, tal território trans-subjetivo das MSØ (massas da classe política) resoluto inclina-se para mergulhar em um movimento browniano capaz de implodir o semblant democrático do discurso político 1988. Trata-se de um mergulho no Real onde o campo de poder ditatorial passará – como em 1946 – a funcionar a céu aberto. Observem na tela eletrônica o comportamento browniano (duma partícula suspensa se move igualmente em todas as direções, o movimento futuro é totalmente independente do movimento passado e o movimento nunca cessa) da classe política no impeachment de Dilma Rousseff. 
No mundo-da-vida, o movimento browniano pode ser representado pelo homem que invadiu o Fórum em uma cidade do interior de São Paulo tentando pôr fogo no prédio e na juíza, obrigando-a a dizer que ele é inocente. O direito é visto como semblant de uma verdade não mais a ser seguida pelas MSØ cultural política jurídica. A sociedade de significantes significa em algum grau (do máximo ao mínimo) recalque do significante ditadura no território trans-subjetivo das MSØ biograficamente também. O grau zero da sociedade de significantes levanta a fronteira do semblant que contém a lógica ditatorial nas massas. A ditadura das massas é a expressão objetiva de uma tal sociedade de significantes funcionando a céu aberto. Ela pode ex-sistir brevemente como estado de guerra das MSØ.   
Na superfície política das MSØ popular cumpre-se a fórmula weberiana realista da política moderna: “ A luta pelo poder próprio e pela consequente responsabilidade própria por sua causa é o elemento vital, tanto do político quanto do empresário” (Weber: 543).
O movimento browniano é a lógica da catástrofe weberiana da cultura política: “ A existência e a qualidade destes meios de luta não têm nada a ver, portanto, com o grau de parlamentarização. Ao contrário, são consequências das eleições de massas, puramente como tais. Tanto faz se as corporações eleitorais são o lugar de seleção de líderes politicamente responsáveis ou se somente podem praticar uma política negativa de interesses e propinas. Precisamente no último caso, a luta dos partidos costuma assumir formas particularmente subalternas, porque se encontram por trás dela interesses puramente materiais e pessoais” (Weber: 569).
Weber pensou a trans-subjetivação MSØ em uma situação catastrófica alemã antecipando o fascismo alemão: “A democratização e a demagogia formam um par. Basta que as massas já não possam ser tratadas meramente como objeto passivo da administração, mas interfiram ativamente, de alguma forma, com sua opinião” (Weber: 572). O ditador-herói faz a cultura política mergulhar no campo de poder do ditador-demagogo das MSØ democrático, que Weber vê como resultado da democratização ativa das massas. Weber fala em cesarismo o que Marx viu claramente como o campo ditatorial bonapartista: “O significado da democratização ativa das massas consiste em que o líder político já não é proclamado candidato, em virtude do reconhecimento de sua competência no círculo de uma camada de notáveis, tornando-se então líder, por distinguir-se no Parlamento, mas sim passou a conquistar a confiança e a crença das massas em sua pessoa, e, portanto, seu poder, com os meios da demagogia de massas. Pela essência da coisa, significa isto uma tendência cesarista na seleção do líder. E esta existe de fato em toda democracia” (Weber: 572).
Cesarismo significa o significante ditatorial na história cultural política universal como lado avesso do direito democracia.  O nosso passado contemporâneo se chama Lula. Na era FHC as massas sujeito zero burguês (MSØ) infernizaram a vida dele, da família FHC e do governo FHC. Tratavam-se das massas bolivarianas (CUT/MST/PT) que ex-sistiam no campo de poder ditatorial objetivo (instalado por FHC com o golpe de Estado que introduziu a reeleição na Constituição de 1988) e trans-subjetivo com as MSØ burguês e as MSØ ativa democraticamente.
Na era Lula, as MSØ desapareceram da rua, a luta de massas cessou. AS MSØ foram cooptadas? Isso seria ainda um mecanismo objetivamente instrumental ideológico. Isso pode ter acontecido, porém é a uma hipótese fraca para se começar a pensar a era Lula.
A hipótese pesada pensada atualmente é aquela do Leviatã. Hobbes conceituou o campo de poder ditatorial absolutista como o grau zero das MSØ como tais. AS MSØ alienam seus diretos de habitar o estado de guerra, de articular a societas como estado de guerra. Alienam, consequentemente, o seu direito natural de lutar no campo de poder que é o Leviatã.
Me parece que o campo de poder leviatã se instalou na era Lula, não por Lula, pois a filosofia do sujeito já perdeu sua força de realidade já há algum tempo. Enfim, Lula e as MSØ se auto instalaram no Leviatã. Trata-se de um território existencial trans-subjetivo das MSØ em uma relação intensa de amor com o líder carismático. A Fortuna econômica criou as condições objetivas no campo das necessidades e desejos subcapitalistas que fez o carisma de Lula se desembaraçar do “Mensalão” (episódio político-policial do PT) e eleger e reeleger Dilma Rousseff. O retorno de Lula estava programado para 2018 e a reeleição em 2022. Seria o 3°Reich sertanejo.
Em 17 de abril de 2016, o Leviatã vai se tornar os fumos machadianos igual a Monarquia virando fumos ao ser substituída pela República? Lula, o PT, o 3°Reich sertanejo são o nosso passado ditatorial bolivariano em seus últimos suspiros? A investigação de historiadores (que ainda não existem) é a de saber como o país mergulhou em uma era na qual as MSØ como tais abriram mão da liberdade política em troca do gozo econômico. Trata-se de uma década perdida, certamente! Mas o que foi perdido? Trata-se de uma era que deixou passar mais um período longo de vivência intencional trans-subjetiva democrática. É a década perdida democrática!
Em junho de 2013, as MSØ ditatorial ensaiaram a instalação de uma sociedade de significantes democrática. Todas as forças do campo ditatorial (PMDB/PSDB/Grupo Globo/PM) aplicaram força suficiente sobre as tais MSØ retirando a dynamis destas. Vieram outras MSØ, mas já ancilares ao discurso do mestre. É possível antever que com Temer, o país vai mergulhar em um movimento browniano. Temer é a partícula suspensa burguesa na cultura política que se move igualmente em todas as direções, o movimento futuro é totalmente independente do movimento passado e o movimento nunca cessa. A partícula Temer se move até na direção do PT para uma acomodação institucional!
A era da ditadura bolivariana é a era de um discurso político com semblant democrático. Dilma diz com razão que seu comportamento é democrático. O é como semblant, não como a verdadeira verdade seguida verdadeiramente pelas MSØ apolítico. A trans-subjetividade democrática só deixará de ser um discurso que funciona como semblant (como discurso da universidade) quando as MSØ seguiram a verdade da linguagem da física geopolítica que diz: “assim como há um golpe de Estado sendo aplicado pela classe política em Dilma Rousseff, os mesmos líderes do golpe de 1992 são os líderes do golpe de 2016”. Collor foi deposto por um golpe de Estado com homónoi quase nacional. Parece que o país inteiro se envolveu no golpe de Estado dirigido, em parte, pelo STF.      
Sendo o discurso do PT, o discurso do golpe de Estado na Dilma Rousseff é mero semblant, pois, o PT é o mais sedento partido por golpes da democracia de 1988. Ele pediu o impeachment de todos os presidentes de 1988. Sendo o agir hybris do golpe de Estado, tendo participado com destaque no parlamento e na rua no golpe de 1992, tornou-se a miséria da política do golpe de Estado ditatorial, entre nós. Seu caminho para fora do governo nacional poderá obedecer à lógica de Júpiter simulador que reina nosso no campo de poder ditatorial catastrófico atual. 
O PT pensa em participar de um GOVERNO TEMER DE SALVAÇÃO NACIONAL?    

AGABEN, Giorgio. Homo Sacer. O poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002
DELEUZE, Gilles. Foucault. Paris: Les Éditions de Minuit, 1986
LACAN, Jacques. Outros Ensaios. RJ: Jorge Zahar Editor, 2003
LACAN, Jacques. O Seminário. Livro 18. De um discurso que não fosse semblante. RJ: Zahar, 2009
LIRA NETO. Getúlio. 1945-1954. De volta pela consagração popular ao suicídio. SP: Companhia das Letras, 2014
THORM, René. Parábolas e catástrofes. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1985
WEBER, Max. Economia e sociedade. v. 2. Brasília: UNB, 1999
                            
           
      
                   
                                           
                         

      
       






domingo, 27 de março de 2016

POLÍTICA


Escrever no Brasil sobre política parece de uma inutilidade humilhante. Há o sofista que transmite o saber político sem a prática; o político profissional pratica a política baseado na experiência do funcionamento do legislativo; ele é incapaz de transmitir o saber empírico que adquire profissionalmente. Tal saber político não diz para o político o que é a aparência da política (semblant) em oposição à essência dela.
Uma certa subcultura política utilitarista (ersatz de cultura política materialista dialética) enfiou na cabeça dos políticos brasileiros que a política gira em torno dos interesses privados. Trata-se, portanto, de obedecer à physis, à natureza privada da necessidade e da verdade absoluta utilitária, que divide o mundo em obtenção de prazer (gozo oligárquico) e modo de evitar o desprazer, a dor. Os políticos, então, buscam a homónoia (o consenso, o acordo, a concórdia, o pacto) na busca do máximo de prazer. Assim, a política é o reino aparente da felicidade da classe política.
Nesta viajem ao semblant de Jardim do Éden oligárquico, o político ignora que a política existe para proporcionar a felicidade para toda à polis. Como fazer para alcançar tal estado? Através do saber político como arte de governar?
Governar significa ter a posse da ciência dos discursos praticados no parlamento ou nas eleições? Ciência do discurso utilitário que teça a homónoia utilitarista na classe política? Aí, a classe política ignora que a política é a ciência política do real, dos objetos (das Ding), como a definiu o criador dela: Aristóteles. Trata-se da ciência de deliberação (baseada no saber de das Ding) e de distribuição da riqueza da polis. A ciência do real é a única possibilidade de lidar/tratar situações catastróficas. Vejam o seriado Scorpion no canal Sony todo domingo às 20:00. Há alguma dúvida que estamos em uma situação nacionalmente catastrófica?       
A ciência do real é a ciência de governar a polis que está associada à cultura política educacional (Paideia) das leis transmitidas pelo ensino na casa, na polis, nas instituições. As massas sujeito zero só ouvem quando estão preparas para ouvir; a Paideia é a cultura política orecular antropofágica. A política é a arte de falar e ser escutado para articular a homónoia - a identidade entre discurso, ou mais propriamente, entre pensamentos dessemelhantes ou opostos. Só uma educação pública possibilita tal cultura política antropofágica.
A política brasileira atual busca desesperadamente a homónoia política. Mas os políticos subsumem tal busca à lógica utilitarista, lógica privatista de apropriação oligárquica da riqueza da polis. Tal lógica está associada à violência simbólica ou real na imposição dos interesses. Ela em geral desperta a stasis - estado de conflito permanente que pode desaguar na guerra civil e, lógico, na desintegração das instituições do Estado nacional.  
Entre nós, dois lados utilitaristas brincam perigosamente com a stasis. Trata-se do lado bolivariano do PT e do lado burguês do PSDB/PMDB. Esgrimindo argumentos persuasivos jurídicos, eles dizem que a solução da crise política se encontra na cultura política do direito. Aí, a classe política envolve a comunidade jurídica na política com Sérgio Moro/PF/MPF e o poder moderador dos juízes do STF (poder pessoal). Qualquer pessoa de bom senso sabe que isso é o caminho para a desintegração da política.
A essência da política é a homónoia política. Esta obedece a lógica do interesse público. Hoje, tal lógica exige da classe política a solução da crise política catastrófica. A busca do consenso, da identidade de pensamento na classe política pode ser tal classe ouvir a trans-subjetividade das massas digitalis que falam em eleições gerais. Para quê?  
Trata-se de eleições para começar o que devia ter iniciado em 1990. A eleição de 1989 resultou na instalação de uma ditadura eletrônica pós-modernista de d. Fernando Collor de Mello e Grupo Globo. Hoje, a eleição deve servir para instalar uma forma política objetiva liberal-democrática no espírito da Constituição de 1988, finalmente!
As eleições devem ser o momento da Paideia das massas sujeito zero participativas para articular um processo de trans-subjetivação democrático das massas sujeito zero social. Para isso, é necessário que as máquinas de guerra partidárias cedam espaço para os partidos políticos. E, finalmente, que o capital corporativo eletrônico se transforme em uma tela eletrônica sem dynamis, sem poder de definir quem vence e quem perde a eleição.
Sei que a natureza do escorpião que atravessa o rio nas costas do sapo é ferroar o sapo e matá-lo, morrendo ambos na travessia. A tela eletrônica é o escorpião e as massa políticas são o sapo. Isso é o determinismo político que enfrentamos em 2016. Porém, tudo isso é processo de trans-subjetivação das massas intelectuais e das massas comuns. Tal processo não é um simples processo causal. O determinismo pode se autodissolver se as massas intelectuais construírem uma vontade para tal finalidade.
A autodissolução do determinismo político (incluído o utilitarismo) começa com a homónoia da classe política na convocação de eleições gerais. Será que o Brasil deixou de ser amado por sua classe política. Pois no horizonte da crise política em tela espera-nos a desintegração do significante literariamente técnico Brasil.
O que restou de classe política entre nós deve mirar a eleição americana presidencial atual. Trata-se de um espetáculo trans-subjetivo mundial que definirá o rumo da cultura política mundial (Nova Ordem Mundial), se o confronto final for entre Bernie Sanders e Donald Trump.    
         
                     

   

quarta-feira, 23 de março de 2016

CURTA HISTÓRIA DO GOLPE DE ESTADO NO BRASIL


23/03/2016
No Brasil, o golpe de Estado é a criatura do criador d. Pedro I. Pedro desfechou o primeiro golpe de Estado pombalino na Assembleia Liberal-Democrática Constituinte de 1823. Em 1824, o imperador luso-brasileiro outorgou para o país uma Constituição liberal-conservadora. Trata-se de um simulacro de cultura política liberal-democrática. A cultura política do simulacro liberal é uma invenção do Marquês de Pombal na segunda metade do século XVII lusitano. Pedro importou tal cultura política para o Brasil com seu golpe de Estado e sua Constituição de 1824. Daí a razão do significante ser denominado golpe de Estado pombalino.
O Brasil tem uma generosa história de golpes de Estado republicanos iniciada com o golpe de Estado pombalino que destruiu o Império. Foi um simulacro de golpe de Estado, portanto, pombalino, que instalou um simulacro de República. Pela lógica fática historial, os republicanos criaram a ditadura republicana envelopada em uma precária retórica liberal-democrática. Pode parecer incrível, mas o país acredita que a República Velha dos Governadores era uma democracia.  
Em 1930, Getúlio Vargas desfechou um golpe de Estado populista na ditadura republicana oligárquica dos governadores. Instalou um estado de exceção fático que foi desarticulado com Assembleia Nacional Constituinte de 1933. A Revolução Constitucionalista paulista (R.C.P.) de 1932 foi um fator para convencer Getúlio de que a ditadura populista não era uma solução viável para o país na década de 1930. O pai de FHC foi um dos oficiais do Exército no comando da R.C.P.
Depois a conjuntura mundial fascista versus comunista deu rebentos no Brasil com a revolução vermelha do PCB comandada pelo capitão do tenentismo Luís Carlos Prestes. E também com a revolução fascista/verde de Plínio Salgado e Gustavo Barroso que desfecharam um golpe de Estado negro em Getúlio por pouco não matando o presidente da República e sua família.
Porém foram as massas sujeito zero Getúlio que levaram Vargas a desfechar o golpe de Estado populista/bonapartista que criou o famigerado Estado Novo de 1937. Getúlio foi deposto como ditador populista/bonapartista por um golpe de Estado branco pombalino desfechado pelo seu general preferido Eurico Gaspar Dutra, que se tornou presidente da República eleito em 1945 com a benção de Getúlio. Aí começa a democracia populista!
Em 1954, Getúlio está no governo nacional desde 1950 e uma conspiração factualmente bem montada anuncia um golpe de Estado de uma nova espécie de golpe de Estados. Getúlio se suicida com um tiro no coração em sua cama. Café Filho assume e é derrubado por um golpe de Estado pombalino.
O populista mineiro J.K se elege e na prática governamental desfecha um golpe de Estado geopolítico populista que definiu a linha de força dominante da cultura política brasileira até hoje. Trata-se de um golpe desfechado contra as massas sujeito zero populista fantasma do futuro. O golpe de JK consistiu em construir Brasília e destruir a possibilidade do Rio de Janeiro voltar a ser a polis da política brasileira das massas cariocas.
O golpe de Estado militar/udenista em 1964 foi um golpe que simulou a exportação do estado de guerra oligárquico colonial para a superfície política. OS EUA participaram da simulação simulando o envio de sua Marinha para a costa brasileira. 1964 não foi um golpe pombalino.  A natureza de tal golpe ainda não foi investigada e, assim, o significante 1964 está guardado em uma camada da sociedade de significantes ditatoriais de nossa história geopolítica.
Com a Constituição liberal-democrática de 1988, os constituintes liderados por Mário Covas e José Richa acreditaram que o país ia ficar livre do campo de poder ditatorial que vai até Sarney. Mas d. Fernando Collor se elegeu presidente e criou, com o Grupo Globo, a República ditatorial eletrônica de 1990. Sua imagem conceitual/eletrônica ditatorial acabou criando as massas sujeito zero ditatorial que foi o fator principal na deposição de d. Fernando.
FHC assumiu a presidência e ficou maquinando obsessivamente um golpe de Estado contra a Constituição de 1988. Foi o primeiro golpe de Estado bolivariano, entre nós. O instituto da reeleição criou a possibilidade da ditadura bolivariana eletrônica que chega ao seu apogeu com Lula (que substitui FHC). Com Dilma Rousseff eleita e reeleita com o carisma do ditador-herói bolivariano o país mergulha na crise catastrófica da ditadura bolivariana eletrônica.
Porém tal ditadura desfechou um golpe de Estado ditatorial eletrônico (Globo News) nas massas sujeito zero bolivariano ao criar a Lei de Segurança Nacional fascista eletrônica Mateus. Agora, Obama lançou em Havana, nas barbas de Fidel Castro, a ideia de criação de um Lei de Segurança Mundial contraislâmica. Ficou claro o que Obama foi fazer em Cuba! Trata-se da Lei de Segurança Nacional fascista eletrônica mundial. Donald Trump não é o novo fascismo americano. Ele e Obama sabem que a Ordem Mundial atual é a ordem do capital corporativo fascista eletrônico mundial. Até agora Raúl Castro ainda está desacordado com o atropelamento que sofreu do tanque Obama. 
O golpe de Estado de Dilma tem semelhanças com o golpe de Collor? Dilma e Collor vivem em campos de poder ditatoriais diferentes. Em termos marxistas, são duas conjunturas políticas. O golpe de Estado em Collor foi um golpe pombalino com a participação das massas sujeito zero despótico contra ele: o ditador pós-modernista eletrônico.
O golpe de Estado em Dilma tem a participação das massas sujeito zero bolivariano contra a presidente; tem a participação das massas sujeito zero burguês a favor dela. Duas manifestações contra e a favor levaram no “fora Dilma” 1.400.000 em São Paulo, e 150.000 nesta mesma cidade no “não vai ter golpe”. Como as massas bolivarianas são militantes estabeleceu-se um equilíbrio de força na RUA.
O golpe de Estado burguês pode se transformar em uma guerra civil aberta? Dilma Rousseff sancionou a Lei de Segurança Nacional Mateus que será certamente aplicada sobre as massas bolivarianas em caso de luta aberta dessas massas contra o governo PMDB/PSDB/DEM. Isso prova que os bolivarianos não enxergam um palmo além do próprio nariz. Eles fizeram uma lei fascista eletrônica que a sociedade do espetáculo eletrônico vai obter um gozo especial em voltar tal dispositivo legal contra eles. Ex-siste um estado de guerra civil oligárquica aberta que já matou 1.000.000 de pessoas em 30 anos. Tal estado de guerra não pode ser exportado para a superfície política do mundo-da-vida, para o mundo-político-da-rua?
A Constituição de 1988 fez uma lei de impeachment altamente desestabilizadora para o presidencialismo. O impeachment é um dispositivo que abre uma cratera para a lógica jurídica do inessencial. No entanto, o fato jurídico insignificante permanece como interditado para o impedimento presidencial. Neste caso, não se trata de impeachment, mas de golpe de Estado branco.
Collor foi derrubado por uma bagatela jurídica, por um fato jurídico insignificante. O golpe de Estado de Collor foi uma conspiração aberta envolvendo o vice-presidente da República. O golpe de Estado de Collor foi agenciado pela lógica do absurdo, lógica jurídica do insignificante. Um consenso liderado por FHC contra Collor foi a causa política oligárquica de sua destituição. A condição da verdade na cultura política do nosso direito não se opõe ao falso, mas ao absurdo: se opõe ao que é insignificante, ao que não pode ser julgado realmente como verdadeiro ou falso.
A tentativa de introduzir a delação de Delcidio do Amaral na acusação a Dilma Rousseff é a prova cabal que a montagem jurídica do impeachment foi feita pala lógica do insignificante, do absurdo. Portanto, trata-se de um golpe de Estado. É um golpe pombalino? Um simulacro de golpe como diz o advogado José Eduardo Cardozo?
O golpe reúne o PSDB/PMDB/DEM e outros partidos que querem fazer parte do governo Temer/FHC. A voz de FHC pelo impedimento tornou possível o golpe e o Governo Temer. Os jornais noticiam que o ministro Gilmar Mendes está na conspiração do golpe. Assim, Gilmar se junta ao bolivarianismo burguês que vai instalar uma ditadura fascista eletrônica entre nós. FHC é o chefe do bloco de poder burguês bolivariano que conta com o apoio da bancada b.b.b. (bala, bíblia, boi). FHC diz que a salvação da indústria paulista está nas mãos de um governo bolivariano burguês cum commodities.
Para fazer o país voltar a crescer industrialmente, FHC lidera a transformação do bolivarianismo ditatorial burguês em ditatorial fascista eletrônico. Os Planos I e II do PMDB propõe como panaceia universal a desmontagem do Estado brasileiro. Propõem o fim da legislação social, da legislação trabalhista, da burocracia estatal. Trabalhadores, aposentados e servidores públicos são as massas sujeito zero burguês que serão implodidas pelo Pacto Burguês bolivariano. O PMDB ouviu os economistas de algibeira que pregavam que a culpa da autodissolução do sistema industrial era os fenômenos supracitados.
A autodissolução do capitalismo dependente associado industrial foi um fenômeno natural? Na década de 1990, houve uma mudança na cultura política econômica mundial. Tal mudança foi a passagem da hegemonia do capital corporativo transnacional eletrônico para o capital corporativo mundial digital no bloco-no-poder mundial. Isso significou uma alteração no rumo da economia industrial ignorada por FHC e também por Lula/PT. Assim, são duas décadas perdidas para a economia brasileira.
Um efeito da nova economia industrial mundial foi a desarticulação - como lógica de sentido econômico - do capital dependente e associado como capital hegemônico no bloco-no-poder brasileiro. Já está evidente que o capital de commodities não é capaz de ser o capital capaz e reorganizar a hegemonia no país. A hegemonia do capital eletrônico sobre as massas sujeito zero digitalis é a condensação da hegemonia ditatorial fascista do capital eletrônico mundial. Trata-se de um elo fraco da cadeia deste capital mundial, abandonado a sua própria sorte.
FHC se tornou o lumpenmagister ludi completamente inconsequente, a voz que legitima o estado de loucura que se apossou da lunpenclasse política. Os jornais noticiam que a Lavajato pescou em sua rede cerca de 200 políticos importantes ao longo da era bolivariana. FHC se tornou o Príncipe Negro que traz a peste que vai acabar de destruir as possibilidades de o país escapar dos maus ventos da Fortuna. Ele quer destruir o Estado e suas vocações científicas que podem pensar soluções para a crise brasileira. Ele que está na origem do desencaixe do país ao globalismo do capital corporativo mundial, encontra-se também no ato final do Brasil como sociedade de significantes bolivariana do século XXI.
Claro que o país precisa de um novo modelo de economia industrial para sair da crise nacional. Porém tal modelo será articulado pelo capital corporativo digital mundial em um choque com o capital eletrônico ditatorial fascista. Como a classe simbólica digitalis mundial vai começar a pensar tal modelo para a periferia ainda não está visível. No Brasil este pensamento é impossível? No momento, a cultura política mundial está siderada pelo fascismo do capital eletrônico mundial.
FHC e o bolivarianismo fizeram o país perder duas décadas por gozo oligárquico de poder, narcisismo crônico colonial e uma incompetência para governar escalafobética. Agora querem irreflexivamente destruir o Estado nacional na era do TransEstado geopolítico mundial. São completamente tontos? Loucos de carteirinha? FHC não pensa! Moreira Franco não pensa (ideólogo do PMDB). Como sofista aristotélico FHC (e Moreira) é a planta que tagarela.
FHC está se tornando o inimigo público n°1 da NAÇÃO.
Agora chegou a hora da interrogação capital: a Lavajato é um mero instrumento político/policial do impeachment?             
       
                       
                


.       
                         
              

      

segunda-feira, 7 de março de 2016

A DITADURA BRASILEIRA CIVIL


Na tarde de 07/03/2016, o Senado nacional discute o caso Lula. Lindbergh Farias crê que o governo é democrático e a Força Tarefa SergioMoro/MPF/PF é uma prática ilegal judiciaria empenhada em destruir Lula e o PT. Aloísio Nunes Ferreira (PSDB) acusa Lindbergh de ser quase um terrorista passível de ser capturado pela lei virtual “antiterrorista Mateus”: "Quem pariu mateus, que o embale"!
Cássio Cunha Lima (PSDB) diz que Lindbergh está se escudando na sua imunidade parlamentar. Trata-se de uma clara ameaça de calar Lindbergh com o punho forte do poder judiciário que Cunha Lima acredita jamais se voltará contra o PSDB. No entanto, os senadores parecem disputar o monopólio da retórica democrática esfrangalhada, por um lado, pelo governo ditatorial de Dilma Rousseff e, por outro lado, pela prática ditatorial do bloco-de-poder da comunidade jurídica em um processo de fragmentação e polarização assustador.
Dilma Rousseff é a ditadora que se anuncia como a mais democrática dos presidentes da Republica ditatorial fundada em 1990 por Fernando Collor de Mello. Afinal, o tucano/sociólogo/eletrônico Bolívar Lamounier definiu o governo Collor como “ditadura romana”. A República democrática de 1988 é natimorto com Collor, na visão de Bolívar. Depois, ele crê que FHC consolidou o presidencialismo de coalizão no qual o presidente e os partidos dominantes no Congresso governam o pais na paz de cemitério político. O presidencialismo de coalizão é o ersatz ditatorial (substituto) de uma verdadeira democracia liberal.
O mundo político crê que a democracia é a estrutura política enquanto forma política (existência de partidos, eleições gerais e eleição direta para presidência) e cor ideológica. Eles parecem desconhecer que a irresistível e irrevogável Revolução Republicana Francesa se definiu, afinal, como ideologia (teoria republicana) e terror (prática política republicana). O céu é o limite senhores senadores na cultura política ocidental.  
A Assembleia Constituinte de 1988 teceu uma Constituição Liberal Democrática irresistível na TEORIA. Porém, a trans-subjetividade ditatorial das massas sujeito zero democrático elegeu Fernando Collor de Mello que fez uma campanha eleitoral se vendendo na publicidade de um regime de imagens eletrônico polarizado por uma representação de ditador/herói eletrônico pós-modernista. Todos sabem que sem o patriarca oligárquico Roberto Marinho (dono do grupo Globo) Collor não teria assaltado o governo nacional na eleição de 1989. O Grupo Globo fundou na cultura política eletrônica com Collor A DITADURA CIVIL BRASILEIRA DE 1990!                
Sem as massas democráticas sujeito zero ditatorial contra Collor-presidente, o impeachment de d. Fernando seria engavetado na Câmara de deputados nacional. Itamar conspirou para derrubar Collor e tomar a sua cadeira presidencial. Foi o primeiro golpe de Estado pombalino na República ditatorial de 1990.
O golpe de Estado pombalino é um significante criado por D. Pedro I. Ele foi usado para destruir a Assembleia Nacional Constituinte reunida no Rio de Janeiro em 1823. Pedro I cercou o prédio da Assembleia (com as tropas lusitanas) e expulsou (e prendeu) os constituintes com insultos e pilhérias dirigidas a cada um deles. Pedro I foi o criador do imaginário witz ditatorial brasileiro. O imaginário ditatorial witz é uma arma terrível usada hoje pela cultura política tele eletrônica contra a existência de um mínimo de cultura política intelectual democrática séria na vida política brasileira.
Pedro I fundou o primeiro Império ditatorial no Brasil cercado de uma retórica democrática obscenamente aristocrática. Depois, seu filho D. Pedro II ergueu um Império que Joaquim Nabuco definiu como um simulacro de democracia (Nabuco: 988). Tal democracia funcionava sem massas eleitorais democráticas; são as primeiras massas eleitorais trans-subjetivamente ditatorias na nossa cultura política intelectual moderna.
O maravilhoso livro de Sérgio Buarque de Holanda sobre o Brasil Monárquico espera um leitor/interprete que sopre a vida nele e o faça uma força intelectual democrática viva na cultura política intelectual mundial do século XXI.
O fenômeno conhecido como “inversão” partidária de 1868 foi uma recomposição de forças e programas políticos que significou o início do fim da monarquia (Holanda. 1985: 7). Nesta conjuntura da “inversão partidária” o que realmente aconteceu? Os partidos políticos oligárquicos/monarquistas se constituíram em máquinas de guerra partidárias ditatórias sem um mínimo de compromisso com a monarquia. Eles alteraram o precário equilíbrio de força que sustentava a ditadura imperial de Pedro II. O leitor pode fruir a interpretação de Sergio sobre o jogo político parlamentarista dominado por máquinas de guerra partidárias:
“O quadro apresentado por essas rápidas mudanças de gabinetes merece, contudo, alguma reflexão. Derrotado o 2 de março, cabia em princípio a dissolução da câmara, que iria assegurar por algum tempo o ministério no poder e seria compatível com o jogo parlamentarista, se é que D. Pedro II julgava o país suficientemente maduro para comportá-lo. Como dependesse esse sistema, com efeito, da confiança da casa temporária, a dissolução que, no regime presidencialista, equivaleria a um golpe de Estado, tornava-se o meio normal para a consulta direta à opinião pública sobre a conveniência, ou não, de manter-se o governo. Tratava-se por outro lado de recurso extremo, que a própria carta de 1924 só admite em casos de exceção, de sorte que sua aplicação naquele momento poderia ser objeto de dúvidas. Seja como for, é de supor que seu uso indiscriminado poderia ameaçar a própria segurança do sistema e é o que sucederá mais tarde, quando a exceção se transformar em regra” (Idem: 11).  
A carta constitucional de 1824 era a carta liberal imperial /ditatorial de D. Pedro I fruto do golpe de Estado pombalino na Assembleia Nacional Constituinte. O pombalismo é a cultura do simulacro liberal (lógica fática ditatorial) criada pelo Marques de Pombal no século XVII em Portugal, que D. Pedro I importou para o Brasil do século XIX. Tal carta criou o poder moderador, ou seja, o poder pessoal do imperador. Trata-se da pessoalização cordial do campo de poder, da pessoalização do poder como relação de força condensado no significante Príncipe (ditador-herói) luso-brasileiro. Tal modelo de campo de poder inclui na relação de força os laços de afeto e sangue do homo cordialis (Holanda. 1989: 103). Na estatização do campo de poder prevalece a mesclagem trans-subjetiva das massas intelectuais do público com o privado típica do campo de poder patrimonialista ou oligárquico (Idem: 105-106).
A conjuntura das máquinas de guerra partidária instala o estado de exceção constitucional em relação à uma carta que era uma carta constitucional ditatorial, imperial, patrimonialista ou oligárquica. Porém, a elite imperial do século XIX tinha uma fé perceptiva que o pais era um império democrático. Tal tipo de autolusão se encontra na atual elite impossível de ser nomeada da fantasmática República efetivamente ditatorial fundada por d. Fernando Collor de Mello.
Itamar aplicou o golpe de Estado pombalino ditatorial em d. Fernando enquanto FHC era o brujo da conspiração pombalina anticollorida. Uma semana antes do golpe FHC disse para a revista Veja: “se as massas não forem para a rua não haverá impeachment”. Por uma conspiração dos fatos, FHC se tornou finalmente o chefe real da economia do governo pombalino de Itamar Franco. E aí começou uma revolução econômica que não mexia com a trans-subjetivação ditatorial getulista das massas sujeito zero democrático. Os governos FHC constituem a era da construção da trans-subjetivação bolivariana ditatorial das massas sujeito zero democrático. A era FHC sepultou as massas democráticas sujeito zero getulista que se chocaram com d. Fernando.
FHC instalou uma forma política objetiva ditatorial pelo presidencialismo de coalização (significante obscenamente ditatorial embrulhado com uma melíflua película retórica democrática) e pessoalizou o campo de poder com o significante ditador-herói econômico. Ele completou sua forma ditatorial entregando ao ditatorial oligárquico PFL (fração do partido ditatorial do regime militar) o domínio sobre o Congresso ao lado da máquina de guerra ditatorial partidária PSDB ,acalentada por uma retórica liberal democrática inventada no cérebro genial de Mário Covas. A ditadura FHC foi completada com o golpe de Estado pombalino que o PSDB desfechou na Constituição liberal democrática de 1988 (que teve como o mais ardoroso artífice Mário Covas) instituindo o instituto da reeleição. FHC conjurou em seu auxílio o  espectro de D. Pedro I. Tratou-se de um golpe de Estado pombalino que significava a pessoalização cordial (personalização avant la lettre) da estatização do campo de poder em torno da figura do ditador-herói econômico do Plano Real, que salvou o pais da crise brasileira da década de 1980.
Lula é o aprofundamento e intensificação da pessoalização cordial heroica do campo de poder bolivariano criado por FHC e o PSDB. Sua mitológica biografia sertaneja aliada a uma extraordinária retórica bolivariana democrática fez dele o ditador-herói bolivariano benevolente das massas intelectuais sujeito zero democrático (a classe simbólica mundial se encantou completamente com ele). A classe simbólica é a fração da classe dirigente sem a qual não existiria a ditadura bolivariana.
Com 87% de aprovação no fim da era Lula (2003-2010), Lula elegeu Dilma Rousseff e a reelegeu. Rousseff herdou da era Lula o stalinista universitário Guido Mantega para ser o chefe da economia de seu governo. Em 2008, Mantega destruiu o que ainda havia de cultura política econômica liberal da era FHC/Lula. Todos pensam a era FHC/Lula como democrática por causa da cultura econômica liberal ancorada no Plano Real. Este último vestígio de economia democrática se autodissolveu com a ascensão do stalinismo petista ao campo de poder econômico estatizado como bolivariano ditatorial em 2008.
Em junho de 2013, as massas democráticas sujeito zero ditatorial tomaram as ruas do Rio, de São Paulo e Belo Horizonte. O Grupo Globo e o PMDB do Rio comandaram uma operação militar/eletrônica para criminalizar tais massas que resultou no Projeto de Lei “aintiterrorista” do PSDB/PMDB (Sérgio Cabral) /PT/governo Dilma Rousseff. A Globo News inventou o significante vândalos para se referir à violência das massas democráticas em choque real com a ditatorial Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro peemedebista.
Só a retórica democrática mais cínica (e hipócrita) pode considerar um presidencialismo de coalização ditatorial (que inventou uma lei antiterrorista para desfechar um golpe de Estado nas massas democráticas sujeito zero ditatorial de junho de 2013) como o apogeu da liberal democracia da Constituição de 1988. Rousseff se vê como uma democrata e chefe de um governo democrático. Porém, ela maquinou com Sérgio Cabral a feitura da lei ditatorial antiterrorista. Sua retórica democrática witz é o escudo que a protege das massas intelectuais digitalis (grau zero da trans-subjetivação tele eletrônica) a verem como ela realmente é: a ditadora-heroína barroca eletrônica do bolivarianismo.
Porém, a crise brasileira vai jogar por terra o semblant democrático da ditadura bolivariana eletrônica rousseffiana antes do colapso iminente da Venezuela bolivariana! 
HOLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral da Civilização Brasileira. II. O Brasil Monárquico. 5. Do Império à República. SP: Difel, 1985
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. RJ: José Olympio, 1989
NABUCO, Joaquim, Um estadista do Império. v. 2. RJ: Topbooks, 1997                                                                                                               
 
       
                               


        

quarta-feira, 2 de março de 2016

MEUS CURSOS NA UFRJ/PRIMEIRO SEMESTRE DE 2016

DISCIPLINA/CURSO - TECP2 (Tópico Especial em Ciência Política II)
UFRJ/DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA
PRIMEIRO SEMESTRE DE 2016
O curso se concentrará na história republicana até a segunda metade do século XXI. O objeto teórico/prático do curso é a ditadura como campo de poder trans-subjetivo das massas com sujeito ou sujeito zero (elite política, massas intelectuais e populares). A ditadura será apresentada em suas diversas formas políticas objetivas e trans-subjetivas. Trata-se da ditadura: republicana como tal de Floriano Peixoto, oligárquica dos governadores, populista de Getúlio Vargas, militar dos generais, absolutista de Sarney, pós-modernista de Fernando Collor, bolivariana de FHC/Lula (PSDB/PT) e fascista eletrônica peemedebista do Rio/Grupo Globo. E finalmente, será apresentada a ditadura fascista eletrônica do capital corporativo eletrônico mundial.  
A bibliografia sobre tal tema é escassa no Brasil e no mundo. Além disso, trata-se de uma leitura da realidade brasileira associada à cultura política mundial. Em resumo, é um curso experimental que foge aos padrões do discurso da universidade.
BIBLIOGRAFIA
FERNANDES, Florestan. A ditadura em questão. SP: TAO, 1982
BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. III. O Brasil Republicano. 2. Sociedade e instituições (1889-1930). SP: Difel, 1985
CARONE, Edgar. A República Velha. (Evolução política). SP: Difusão Europeia do Livro, 1971
CARONE, Edgar. A República Nova (1930-1937). SP: Difel, 1982
GASPARE, Elio. As ilusões Armadas. A ditadura escancarada. RJ: Intrínseca. Digital, 2014.  
GORENDER, Jacob. Combate nas trevas. A esquerda brasileira: das ilusões perdidas à luta armada. SP: Ática, 1987
IANNI, Octávio. A ditadura do grande capital. RJ: Civilização Brasileira, 1981
LIRA NETO. Getúlio. 1930-1945. Do governo provisório à ditadura do Estado Novo. SP: Companhia das Letras, 2013
LIRA NETO. Getúlio. 1945-1954. Da volta pela consagração popular ao suicídio. SP: Companhia das Letras, 2014
PIKETTY, Thomas. O Capital no século XXI. RJ: Intrínseca, 2014      
SAES, Décio. Classe média e sistema político no Brasil. SP: TAO, 1985
SANTOS, Theotonio dos. Socialismo o fascismo. El nuevo carácter de la dependencia y el dilema latinoamericano. Buenos Aries: Ediciones Periferia, 1973
SODRÉ, Nelson Werneck. Vida e morte da ditadura. 20 anos de autoritarismo no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1984
SILVEIRA, José Paulo Bandeira. Física da história do Brasil contemporâneo. Amazon. 2015. Link
SINGER, André. Os sentidos do lulismo. Reforma gradual e pacto conservador. SP: Companhia das Letras, 2012
VILLA, Marco Antonio. Década perdida. Dez anos do PT no poder. SP: Record, 2013
WALTERS, Vernon A.. Missões silenciosas. RJ: Biblex, 1986



       
 DISCIPLINA/CURSO - TECP4 (Tópico Especial em Ciência Política IV)
UFRJ/DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA
PRIMEIRO SEMESTRE DE 2016
O curso opera com o modelo teórico/prático de Marx exposto no “O 18 Brumário de Luís Bonaparte”. Trata-se do modelo romance marxista do grotesco. Tal modelo se constitui a partir de 3 linhas de força de significantes técnicos historiais: política, estética e economia. Transladado para a física historial lacaniana, o modelo trabalha com a razão e o irracional (loucura), a consciência historial e o inconsciente nietzschiano, com o subjetivo, o trans-subjetivo e cultura política intelectual universal.  
Dois romances (“Os Sertões” de Euclides da Cunha e o Doutor Fausto de Thomas Man) serão o objeto concreto/ guia da física lacaniana literária no desenvolvimento do modelo de Marx.
BIBLIOGRAFIA
ADORNO/HORKHEIMER. Dialética do Esclarecimento. RJ: Jorge Zahar Editor, 1985
BAKHTIN. Estética da criação verbal. SP: Martins Fontes, 1992
CLAUSEWITZ, Carl Von. Da Guerra. SP: Martins  Fontes, 1979
EUCLIDES DA CUNHA. Os Sertões. SP: Nova Cultural, 2002
FOUCAULT, Michel. O que é um autor? Lisboa: Passagens, 1992
FREUD. Obras Completas. v. VIII. RJ: Imago, 1977
HERÁCLITO. Pensadores. Edição Especial. Tradução de José Cavalcanti de Souza. SP: Abril Cultural, 1978
LACAN. A ética da psicanálise. Livro 7. RJ: Jorge Zahar Editor, 1991
LACAN. O avesso da psicanálise. Livro 17. RJ: Jorge Zahar Editor, 1992
MARX. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Pensadores. SP: Abril Cultural, 1974
SILVEIRA, José Paulo Bandeira. Física historial lacaniana. Amazon, 2016
THOMAS MANN. Doutor Fausto. Tradução de Herbert Caro. RJ: Nova Fronteira, 1984
VENTURA, Roberto. Os Sertões. SP: PubliFolha, 2002
VICTOR HUGO. Do grotesco e do sublime. Tradução do “Prefácio de Cromwell”. SP: Perspectiva. 1988