23/03/2016
No Brasil, o golpe de Estado é a
criatura do criador d. Pedro I. Pedro desfechou o primeiro golpe de Estado
pombalino na Assembleia Liberal-Democrática Constituinte de 1823. Em 1824, o
imperador luso-brasileiro outorgou para o país uma Constituição
liberal-conservadora. Trata-se de um simulacro de cultura política liberal-democrática.
A cultura política do simulacro liberal é uma invenção do Marquês de Pombal na
segunda metade do século XVII lusitano. Pedro importou tal cultura política para
o Brasil com seu golpe de Estado e sua Constituição de 1824. Daí a razão do
significante ser denominado golpe de Estado pombalino.
O Brasil tem uma generosa
história de golpes de Estado republicanos iniciada com o golpe de Estado
pombalino que destruiu o Império. Foi um simulacro de golpe de Estado,
portanto, pombalino, que instalou um simulacro de República. Pela lógica fática
historial, os republicanos criaram a ditadura republicana envelopada em uma
precária retórica liberal-democrática. Pode parecer incrível, mas o país
acredita que a República Velha dos Governadores era uma democracia.
Em 1930, Getúlio Vargas desfechou
um golpe de Estado populista na ditadura republicana oligárquica dos
governadores. Instalou um estado de exceção fático que foi desarticulado com
Assembleia Nacional Constituinte de 1933. A Revolução Constitucionalista
paulista (R.C.P.) de 1932 foi um fator para convencer Getúlio de que a ditadura
populista não era uma solução viável para o país na década de 1930. O pai de
FHC foi um dos oficiais do Exército no comando da R.C.P.
Depois a conjuntura mundial
fascista versus comunista deu rebentos no Brasil com a revolução vermelha do
PCB comandada pelo capitão do tenentismo Luís Carlos Prestes. E também com a
revolução fascista/verde de Plínio Salgado e Gustavo Barroso que desfecharam um
golpe de Estado negro em Getúlio por pouco não matando o presidente da
República e sua família.
Porém foram as massas sujeito
zero Getúlio que levaram Vargas a desfechar o golpe de Estado
populista/bonapartista que criou o famigerado Estado Novo de 1937. Getúlio foi
deposto como ditador populista/bonapartista por um golpe de Estado branco
pombalino desfechado pelo seu general preferido Eurico Gaspar Dutra, que se
tornou presidente da República eleito em 1945 com a benção de Getúlio. Aí
começa a democracia populista!
Em 1954, Getúlio está no governo
nacional desde 1950 e uma conspiração factualmente bem montada anuncia um golpe
de Estado de uma nova espécie de golpe de Estados. Getúlio se suicida com um
tiro no coração em sua cama. Café Filho assume e é derrubado por um golpe de
Estado pombalino.
O populista mineiro J.K se elege e na prática governamental desfecha um golpe de Estado geopolítico populista que definiu a linha de força dominante da cultura política brasileira até hoje. Trata-se de um golpe desfechado contra as massas sujeito zero populista fantasma do futuro. O golpe de JK consistiu em construir Brasília e destruir a possibilidade do Rio de Janeiro voltar a ser a polis da política brasileira das massas cariocas.
O populista mineiro J.K se elege e na prática governamental desfecha um golpe de Estado geopolítico populista que definiu a linha de força dominante da cultura política brasileira até hoje. Trata-se de um golpe desfechado contra as massas sujeito zero populista fantasma do futuro. O golpe de JK consistiu em construir Brasília e destruir a possibilidade do Rio de Janeiro voltar a ser a polis da política brasileira das massas cariocas.
O golpe de Estado
militar/udenista em 1964 foi um golpe que simulou a exportação do estado de
guerra oligárquico colonial para a superfície política. OS EUA participaram da
simulação simulando o envio de sua Marinha para a costa brasileira. 1964 não
foi um golpe pombalino. A natureza de
tal golpe ainda não foi investigada e, assim, o significante 1964 está guardado
em uma camada da sociedade de significantes ditatoriais de nossa história
geopolítica.
Com a Constituição
liberal-democrática de 1988, os constituintes liderados por Mário Covas e José
Richa acreditaram que o país ia ficar livre do campo de poder ditatorial que
vai até Sarney. Mas d. Fernando Collor se elegeu presidente e criou, com o
Grupo Globo, a República ditatorial eletrônica de 1990. Sua imagem
conceitual/eletrônica ditatorial acabou criando as massas sujeito zero
ditatorial que foi o fator principal na deposição de d. Fernando.
FHC assumiu a presidência e ficou
maquinando obsessivamente um golpe de Estado contra a Constituição de 1988. Foi
o primeiro golpe de Estado bolivariano, entre nós. O instituto da reeleição
criou a possibilidade da ditadura bolivariana eletrônica que chega ao seu
apogeu com Lula (que substitui FHC). Com Dilma Rousseff eleita e reeleita com o
carisma do ditador-herói bolivariano o país mergulha na crise catastrófica da
ditadura bolivariana eletrônica.
Porém tal ditadura desfechou um
golpe de Estado ditatorial eletrônico (Globo News) nas massas sujeito zero
bolivariano ao criar a Lei de Segurança Nacional fascista eletrônica Mateus.
Agora, Obama lançou em Havana, nas barbas de Fidel Castro, a ideia de criação
de um Lei de Segurança Mundial contraislâmica. Ficou claro o que Obama foi
fazer em Cuba! Trata-se da Lei de Segurança Nacional fascista eletrônica
mundial. Donald Trump não é o novo fascismo americano. Ele e Obama sabem que a
Ordem Mundial atual é a ordem do capital corporativo fascista eletrônico
mundial. Até agora Raúl Castro ainda está desacordado com o atropelamento que
sofreu do tanque Obama.
O golpe de Estado de Dilma tem
semelhanças com o golpe de Collor? Dilma e Collor vivem em campos de poder
ditatoriais diferentes. Em termos marxistas, são duas conjunturas políticas. O
golpe de Estado em Collor foi um golpe pombalino com a participação das massas
sujeito zero despótico contra ele: o ditador pós-modernista eletrônico.
O golpe de Estado em Dilma tem a
participação das massas sujeito zero bolivariano contra a presidente; tem a
participação das massas sujeito zero burguês a favor dela. Duas manifestações
contra e a favor levaram no “fora Dilma” 1.400.000 em São Paulo, e 150.000 nesta
mesma cidade no “não vai ter golpe”. Como as massas bolivarianas são militantes
estabeleceu-se um equilíbrio de força na RUA.
O golpe de Estado burguês pode se
transformar em uma guerra civil aberta? Dilma Rousseff sancionou a Lei de
Segurança Nacional Mateus que será certamente aplicada sobre as massas bolivarianas
em caso de luta aberta dessas massas contra o governo PMDB/PSDB/DEM. Isso prova
que os bolivarianos não enxergam um palmo além do próprio nariz. Eles fizeram
uma lei fascista eletrônica que a sociedade do espetáculo eletrônico vai obter um
gozo especial em voltar tal dispositivo legal contra eles. Ex-siste um estado
de guerra civil oligárquica aberta que já matou 1.000.000 de pessoas em 30
anos. Tal estado de guerra não pode ser exportado para a superfície política do
mundo-da-vida, para o mundo-político-da-rua?
A Constituição de 1988 fez uma
lei de impeachment altamente desestabilizadora para o presidencialismo. O impeachment é um dispositivo que abre uma cratera para a lógica jurídica do inessencial. No
entanto, o fato jurídico insignificante permanece como interditado para o
impedimento presidencial. Neste caso, não se trata de impeachment, mas de golpe
de Estado branco.
Collor foi derrubado por uma
bagatela jurídica, por um fato jurídico insignificante. O golpe de Estado de
Collor foi uma conspiração aberta envolvendo o vice-presidente da República. O
golpe de Estado de Collor foi agenciado pela lógica do absurdo, lógica jurídica
do insignificante. Um consenso liderado por FHC contra Collor foi a causa
política oligárquica de sua destituição. A condição da verdade na cultura
política do nosso direito não se opõe ao falso, mas ao absurdo: se opõe ao que
é insignificante, ao que não pode ser julgado realmente como verdadeiro ou
falso.
A tentativa de introduzir a
delação de Delcidio do Amaral na acusação a Dilma Rousseff é a prova cabal que
a montagem jurídica do impeachment foi feita pala lógica do insignificante, do
absurdo. Portanto, trata-se de um golpe de Estado. É um golpe pombalino? Um
simulacro de golpe como diz o advogado José Eduardo Cardozo?
O golpe reúne o PSDB/PMDB/DEM e
outros partidos que querem fazer parte do governo Temer/FHC. A voz de FHC pelo
impedimento tornou possível o golpe e o Governo Temer. Os jornais noticiam que
o ministro Gilmar Mendes está na conspiração do golpe. Assim, Gilmar se junta
ao bolivarianismo burguês que vai instalar uma ditadura fascista eletrônica
entre nós. FHC é o chefe do bloco de poder burguês bolivariano que conta com o
apoio da bancada b.b.b. (bala, bíblia, boi). FHC diz que a salvação da
indústria paulista está nas mãos de um governo bolivariano burguês cum
commodities.
Para fazer o país voltar a
crescer industrialmente, FHC lidera a transformação do bolivarianismo
ditatorial burguês em ditatorial fascista eletrônico. Os Planos I e II do PMDB
propõe como panaceia universal a desmontagem do Estado brasileiro. Propõem o
fim da legislação social, da legislação trabalhista, da burocracia estatal. Trabalhadores,
aposentados e servidores públicos são as massas sujeito zero burguês que serão
implodidas pelo Pacto Burguês bolivariano. O PMDB ouviu os economistas de
algibeira que pregavam que a culpa da autodissolução do sistema industrial era
os fenômenos supracitados.
A autodissolução do capitalismo
dependente associado industrial foi um fenômeno natural? Na década de 1990,
houve uma mudança na cultura política econômica mundial. Tal mudança foi a
passagem da hegemonia do capital corporativo transnacional eletrônico para o
capital corporativo mundial digital no bloco-no-poder mundial. Isso significou
uma alteração no rumo da economia industrial ignorada por FHC e também por
Lula/PT. Assim, são duas décadas perdidas para a economia brasileira.
Um efeito da nova economia
industrial mundial foi a desarticulação - como lógica de sentido econômico - do
capital dependente e associado como capital hegemônico no bloco-no-poder
brasileiro. Já está evidente que o capital de commodities não é capaz de ser o
capital capaz e reorganizar a hegemonia no país. A hegemonia do capital eletrônico
sobre as massas sujeito zero digitalis é a condensação da hegemonia ditatorial
fascista do capital eletrônico mundial. Trata-se de um elo fraco da cadeia
deste capital mundial, abandonado a sua própria sorte.
FHC se tornou o lumpenmagister
ludi completamente inconsequente, a voz que legitima o estado de loucura que se
apossou da lunpenclasse política. Os jornais noticiam que a Lavajato pescou em
sua rede cerca de 200 políticos importantes ao longo da era bolivariana. FHC se
tornou o Príncipe Negro que traz a peste que vai acabar de destruir as
possibilidades de o país escapar dos maus ventos da Fortuna. Ele quer destruir
o Estado e suas vocações científicas que podem pensar soluções para a crise
brasileira. Ele que está na origem do desencaixe do país ao globalismo do
capital corporativo mundial, encontra-se também no ato final do Brasil como
sociedade de significantes bolivariana do século XXI.
Claro que o país precisa de um
novo modelo de economia industrial para sair da crise nacional. Porém tal
modelo será articulado pelo capital corporativo digital mundial em um choque
com o capital eletrônico ditatorial fascista. Como a classe simbólica digitalis
mundial vai começar a pensar tal modelo para a periferia ainda não está visível.
No Brasil este pensamento é impossível? No momento, a cultura política mundial
está siderada pelo fascismo do capital eletrônico mundial.
FHC e o bolivarianismo fizeram o
país perder duas décadas por gozo oligárquico de poder, narcisismo crônico
colonial e uma incompetência para governar escalafobética. Agora querem
irreflexivamente destruir o Estado nacional na era do TransEstado geopolítico
mundial. São completamente tontos? Loucos de carteirinha? FHC não pensa!
Moreira Franco não pensa (ideólogo do PMDB). Como sofista aristotélico FHC (e Moreira)
é a planta que tagarela.
FHC está se tornando o inimigo
público n°1 da NAÇÃO.
Agora chegou a hora da
interrogação capital: a Lavajato é um mero instrumento político/policial do
impeachment?
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