sábado, 20 de maio de 2017

GRAMÁTICA DA NOSSA SOCIEDADE - FORÇA PRÁTICA ESTÉTICA MESTIÇA

                            DA TEOLOGIA SECULAR À FORÇA ESTÉTICA DE MASSAS
José Paulo


                                                        
Na Grécia que mergulha na politeia, a política é a arte da sua articulação hegemônica pela palavra escrita e/ou oral, pelo discurso do escritor e/ou do discurso do orador. A guerra gramatical em narração filosófica põe o Partido em filosofia em narrativa episteme política/metafísica (escolas de ideia de Platão e Aristóteles) contra o Partido em filosofia narrativa doxa/retórica, escola em oratória de persuasão do sujeito da politeia, as massas simbólicas da ética da polis ou as massas lumpencivilis). O valor político desse saber do rhetor percipio foi fundamental para a sobrevivência da politeia como uma forma digna de política real por décadas. 

Na politeia das massas sujeito grau zero lumpesinal, o objeto de pensamento da cultura oratória se realiza como molécula linguística que é a proposição entre o rethor percipio e as massas como ligação gramatical de dois atos que se orientam pelo se conduzir bem, como princípio da felicidade biográfica individual do viver para o bem comum, fazendo pendant com a felicidade da alma da polis, que é o viver reto em geral em prol da felicidade do homem livre e normal.   

Na politeia do rhetor percipio: “Une ˂conclusion grammaticale> a été ˂transposée en conclusion logique>”. (Untersteiner: 281). Ao laço do rhetor percipio com as massas do homem livre e normal se deve o surgimento do paradigma gramática em narração lógica da politeia. Ao contrário da democracia da antiguidade grega, na democracia moderna a biografia individual (Príncipe de Maquiavel) deixa de ser o suporte do significante rhetor percipio deixando a bola para o partido moderno de Gramsci, partido cuja forma é movida por uma bürokratie revolutionäre.         

Os dois partidos da antiguidade sintetizavam-se em uma encruzilhada. Tratava-se de esconjurar as formas de governos injustos (tirania, oligarquia, democracia = democracia lumpesinal), pois, elas eram tela fenômenos SGRAMMATICATURA teológicos governados por sujeito teológico sgrammaticatura: tirano, oligarca, massas lumpesinais.

A articulação da hegemonia consistia na metabolização pela multidão grega da gramática em narração lógica filosófica, metafísica ou retórica cujo objetivo era espantar da polis dois tipos de inimigos: “[polémios et ekhthrós] à savoir la distincion entre pólemios [˂la guerre>] et stásis [˂émeute, soulèvement, rébelion, guerre civili>]” (Derrida: 110-111). A última era a fronteira (entre gramática da civilização do discurso do civilis da  politeia e a SGRAMMATICATURA do discurso do político do bárbaro doméstico ao fazer pendant como o fantasma de pólemios.

Trata-se da forma guerra civil da stásis capaz de aniquilar a politeia homo aestheticus. Trata-se da guerra gramatical teológica entre as famílias ricas e nobres (metabolizada pelas massas que se transformam de sujeito gramatical em sujeito SGRAMMATICATURA aberto ao uso de violência agramatical da estética do feio teológica negra (com Lacan é possível dizer: violência simbólica estética negra) ou real sem limites.

A articulação da hegemonia gramática em narração lógica politeia homo aestheticus é assim o avesso da SGRAMMATICATURA DOMINAÇÃO (Meier:  221-224; 105-106) da estética do feio.

                                POR UMA HISTÓRIA DA LITERATURA NACIONAL
                                                                         I

Aracy A. Amaral diz que, entre nós, a conjuntura gramatical teológica do discurso do arquiteto dialético inicia-se, em 1948, pelo estabelecimento de um debate/diálogo na comunidade artística sobre a relação do laço social com a dialética estética cosmopolitismo versus nacionalismo (Amaral: 229;230).

Amaral estabelece que o discurso do arquiteto é um efeito do choque transdialético entre o marxismo do PCB e o discurso do burguês da sociedade dos ricos associados São Paulo/Rio. O livro de Aracy é uma obra prima da crítica historial da arte em geral. Tomando como parâmetro Aracy, é fácil aceitar a queda no padrão alto da inteligência gramatical do intelectual brasileiro começando no Estado militar fascista 1968. O Estado militar parece ter gerado o homo imbecilis pátrio intelectual.

O PCB é a vanguarda do homo aestheticus na nossa era democrática populista? Isso pede um comentário suplementar. O partido comunista homo aestheticus é uma ideia bem assentada em Gramsci. (Gramsci. v. 3: 1555-1556). No Brasil, o PCB seguiu esta ideia de Gramsci criando a ideologia gramatical da cultura da política do escritor até sofrer sua spaltung com a instalação do Estado sgrammaticatura militar fascista 1968

O homo aestheticus é uma forma de subjetividade metafísica? A ideia de subjetividade metafísica é o ponto alto da tela gramatical em narração teológica nietzschiana com a ideia vontade de potência gramatical (Ferry: 46-47).

A estética é um fenômeno de desencantamento do mundo, indissociável de um certo retraimento do divino (Ferry: 50). Se teologia cristã é falar de Deus, a estética é o avesso da teologia naturalis (monodológica), pois, ela é a intersubjetividade fazendo pendant com o sujeito finito e o esquecimento do sujeito gramatical associado a Deus (sujeito infinito e misericordioso. (Ferry: 50).   

Com Kant, há a passagem da subjetividade teológica cristã para a intersubjetividade laica da era moderna.

Com Nietzsche, a subjetividade sujeito gramatical morte de Deus (Ferry: 52) estabelece a morte do sujeito absoluto fazendo pendant com o sujeito gramaticalmente clivado [esquizo] aberto à historicidade de inconsciente nietzschiano gramatical. [Freud jura de pés junto que só leu Nietzsche na década de 1920; mas aquele não é cristão].

Em Nietzsche, a modernidade moderna da gramática em narração filosófica individualista articula uma trans-subjetividade europeia pelo sujeito gramatical em narração teológica materialista racional – não existem fatos, só há interpretações. Lacan faz da diferença fato/artefato um ponto gramatical de força do discurso do político lacaniano marxista. (Lacan. S. 18: 15).

A máquina de guerra teológica de ideia nietzschiana joga a Europa no hiper-relativismo estético ( hiperindividualismo):
“A meu ver, é este duplo movimento da estética nietzschiana – por um lado, o hiper-relativismo (ou hiperindividualismo) segundo o qual não existe verdade ‘em si’, mas apenas uma infinidade de pontos de vista irreconciliáveis por outro lado, o ‘hiper-realismo’ de uma arte que deve visar a uma verdade ‘cindida’, mais profunda, mais secreta, mais real no fundo do que aquela a que chegam a metafísica e a ciência de inspiração platônica – que constitui a equação filosófica subjacente, senão a toda a arte contemporânea, pelo menos às suas expressões mais manifestamente ligadas ao ‘vanguardismo’ ”. (Ferry: 53).  

Nietzsche é do Partido em filosofia em narração cindido entre a técnica artesanal narrativa e técnica industrial hipernarrativa; não há dúvida de que ele é o Partido em filosofia narrativa vanguarda estética do sujeito gramatical esquizo europeu (Ferry: 53).

No Brasil, Aracy Amaral mostra que esse sujeito gramatical esquizo no campo de poder burguês da sociedade dos ricos associados SP/Rio aparece com a vanguarda estética, o discurso da soberania do artista na política comunista nacional com o discurso do arquiteto encarnado em Oscar Niemeyer e o seu Engels Lúcio Costa.  Marx Niemeyer e Engels Costa foram os construtores da Brasília populista bürokratie revolutionäre da nossa modernidade moderna com o governo do alto populismo mineiro gramatical teológica bürokratie de Cataguazes Juscelino K (J. K.). O nosso esquizo é o PCB e políticos do modo de produção da cultura política oligárquica do coronel populista urbano-rural criarem a ideologia gramatical da era populista que só foi descosturada no real da nossa gramática da sociedade nacional, no breve intervalo da instalação do golpe de Estado militar (1968) dentro do golpe de Estado militar de 1964.    

Sobre o sujeito gramatical esquizo nacional da modernidade moderna da década de 1950. Trata-se de uma era concretista cum a articulação da hegemonia da nação pelo discurso do artista -  síntese carioca no modo subjuntivo paulista. O neoconcretismo faz a clivagem esquizo do sujeito estético carioca-paulista. Aí começa uma história gramatical da política nacional como confronto Rio versus São Paulo pelo lugar da articulação da hegemonia da cultura nacional mediante a soberania do discurso do artista gramatical, que nem o Estado militar conseguiu extinguir. 

                                                                                        II

Na Europa, o surgimento do discurso do artista gramatical fazendo pendant com o discurso do político gramatical foi estudado por Frederick R. Karl no seu livro O moderno e o modernismo. A soberania do artista 1885-1925. Trata-se de um efeito da gramática em narração teológica nietzschiana? Hoje, a Europa subtraiu da memória de sua gramática em narração browniana a máquina de guerra metafísica de ideia vontade de potência gramatical nietzschiana. A Europa da União Europeia teme o seu passado glorioso, tempestuoso de vontade de potência gramatical traduzida em estruturas de pensamento e ideias radiosos e triunfantes.   

O sujeito gramatical esquizo burguês tem no lado direito os concretistas paulista (os poetas burgueses Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos) e no lado avesso (no Rio) o poeta neoconcretista marxista Ferreira Gullar. 

O leitor deve observar que há a passagem da soberania do discurso do arquiteto para o discurso do poeta no território da nossa subjetividade territorial esquizo burguesa Sudeste.
                                                                                             III

Aracy vê a arquitetura brasileira na década de 1950 como um ente gramatical de um campo de poder burguês mundial. Há, então, o discurso do político do arquiteto ou discurso do arquiteto cujo efeito é uma certa burguesia acadêmica arquitetônica (Amaral: 280); trata-se do burguês arquiteto como uma fração gramatical da classe dirigente. O burguês arquiteto passa a ser o xodó da sociedade burguesa dos ricos associados Rio/SP e do Estado burguês comitê central de tal sociedade. (Uso a linguagem de Aracy):
“Poucos anos depois, em 1951, o arquiteto e professor, Demétrio Ribeiro voltaria a abordar, em Porto Alegre, desta vez de forma polêmica, o fato de que a arquitetura moderna brasileira continuava servindo à classe dominante e não se identificava com as necessidades e aspirações do povo.
Manifesta-se, então, sobre como essa arquitetura moderna viera a satisfazer ao gosto dos latifundiários e burgueses do País, que sempre manifestaram ‘a preocupação de imitar os hábitos, os costumes, as modas, e o gosto predominante nos países imperialistas, nos países de seus sócios na exploração do povo’.

Assim, ele distingue a arquitetura moderna, aquela ‘revolucionária no sentido da arquitetura nova, diferente, que produz obras de aparência estranha e desconhecida’, da arquitetura revolucionária ‘no sentido de arte do povo revolucionário’. Lembra que a arquitetura moderna no Brasil ‘continuou isolada do povo e reservada aos latifundiários e burgueses’ e que estes mesmos, ‘que mandavam fazer suas casas em estilo suíço ou californiano sãos os clientes do arquiteto moderno’ ”. (Amaral: 279).

O Partido em filosofia marxista da arquitetura inscreve a luta de classes gramatical no território do trans-sujeito territorial estética burguesa Rio/SP, na visão de Aracy.                          
                                                                                            IV

A ideia de periferia lacaniana RSI (periferias: Real, Simbólico, Imaginário) de Lacan encontra-se na maravilhosa articulação da periferia R.S, de Hegel no capítulo A arquitetura independente ou simbólica. (Hegel: 356-369). Para pensar o território da periferia trans-sujeito territorial dos povos da história da civilização universal como R.S. hegeliano, deve-se iniciar com o discurso do arquiteto.
Hegel define o Real como o simbólico em geral, isto é, como em Saussure, o Real é uma região gramatical da periferia do ente língua:
“As significações que servem especialmente de conteúdos permanecem como no simbólico em geral, representações gerais, desprovidas de formas, abstrações tiradas à vida da natureza, umas vezes isoladas, outras associadas de uma forma arbitrária, ora entre si, ora às ideias que têm a sua origem na realidade espiritual, sem estarem ligadas entre elas como outras tantas emanações de um único sujeito”. (Hegel: 357).

A periferia Real é o caos da fala SGRAMMATICATUS dos povos com falta de gramática, falta de conexão gramatical. A fabricação da periferia SIMBÓLICO é um processo que constitui a tela gramatical em narrativa do discurso do político. No initium dessa história em encontra-se o discurso do político do arquiteto:
“Esta falta de conexão manifesta-se sob as formas mais variadas, e o fim pretendido pela arquitetura consiste unicamente em tornar visível e perceptível um ou outro lado [lado do conteúdo isolado; lado da associação arbitrária dos conteúdos), simbolizando-o”. (Hegel: 357).

Simbolizar significa o sujeito gramatical discurso do político do arquiteto não parar de não se inscrever no SIMBÓLICO.

Com um leve mau humor Lukács fez uma observação formal quase completa sobre o discurso do arquiteto hegeliano:
Hegel ya en su estúdio del período clásico – su papel es meramente servil, ˂ mientras que la   escutura tiene la misión de dar forma a lo propriamente interior>. De este modo se conciertan en una estrecha dependência todas las erróneas posiciones de Hegel en esta problemática: la concepción de la arquitectura como arte de los  comienzos humanos, la dialéctica histórica de su evolución, la dialéctica estética de la relación de su esencia con la tarea social que determina su realización con los problemas propiamente estéticos. Subyace a todas esas posiciones la ignorancia del problema estético central da arquitectura: la criación de espacio. Aunque, con la idea de receptáculo Hegel piensa en una tarea de ˂abarcar> o abrazar, piensa sólo en un espacio en sentido abstracto-intelectual, o, a lo sumo, en un espacio en el sentido de la vida cotidiana; Hegel no roza siquiera los problemas própriamente estéticos que se presentan con la  creación de un espacio peculiar, com la intención de orientar la própria vivencialidade”. (Lukács: 88).                

Aliás, arquitetura é criação de espaço vivencial em uma linguagem como anverso da explosão do espaço do mundo da língua da cultura da política.

Lukács parece ter ignorado que a arquitetura é um fractal do discurso do artista que se define como discurso do político hegeliano pela aparência da semblância:
“ Mas a representação de um leão, de uma árvore ou de não importa que objeto, como tais, não responde de modo algum a uma necessidade primitiva da arte; temos visto, pelo contrário, que é no seu declínio que a arte, e isto se refere principalmente às artes plásticas, se consagra à representação destes objetos, a fim de fazer valer a habilidade subjetiva em criar aparência”. (Hegel: 356).

O discurso do arquiteto é discurso do político, precisamente, por criar a aparência de semblância da realidade dos fatos, espacialmente. Então:
La arquitectura es el outro arte, además de la música, que, siendo ˂creador de mundo>, no tiene como vehículo de la evocación mimética da realidad objetiva inmediatamente dada en su real coseidad”. (Lukács: 82).

Para não aborrecer demasiadamente o Partido em filosofia gramatical da arquitetura mais uma vez recorro a L. :
“Hegel parte de la acertada afirmación de que la arquitectura es al mismo tiempo un medio para la realización de finalidades extraartísticas y un arte pleno en sí misma”. (Idem: 86).    
É claro que a arquitetura nômade (que existe, inclusive, na atualidade) depende de um solo técnico, sendo ela própria uma técnica de simbolização do real da physis e da metaphyis da língua como laço sgrammaticatura do inconsciente da sociedade da fala, dos falantes, da sociedade SGRAMMATICATURA. Na gramática em narração teológica materialista racional se trata da sociedade do Diabo, significante-mestre parcelar gramatical, pois, é parcela do Além (Simbólico) que cria o mal e faz o bem.  
                                                                                           V
O discurso do arquiteto já é a passagem do mito para a história?
Repito aqui o que já disse em outro lugar, Marx foi lacaniano antes de Lacan:
“Toda mitologia supera, governa e modela as forças da natureza e da imaginação e pela imaginação, portanto, desaparece quando essas forças são dominadas efetivamente. O que seria da Fama ao lado de Printing House Square? A arte grega supõe a mitologia grega, isto é, a elaboração artística mais inconsciente da natureza e das próprias formas sociais pela imaginação popular. É esse o seu material. O que não significa qualquer mitologia, ou seja, qualquer elaboração artística inconsciente da natureza (subtendendo esta palavra tudo o que é objetivo, incluindo, portanto, a sociedade). Jamais a mitologia egípcia teria podido proporcionar o terreno ou o seio materno para a arte grega. Mas de qualquer modo é necessária uma mitologia. Portanto, nunca uma sociedade num estágio de desenvolvimento que exclua qualquer relação mitológica com a natureza, qualquer relação geradora de mitos, exigindo assim do artista uma fantasia independente da mitologia”. (Marx. 1974: 130).  

O lugar da expansão criativa da imaginação do artista moderno (fazendo pendant com a técnica moderna) pressupõe a falta de soberania da mitologia na cultura da sociedade. O artista moderno é parcela do Além como o Diabo?     

A arquitetura é a fantasia lacaniana do futuro dos povos como criação de espaço da língua arquitetônico para os atores hobbesianos, ou kantianos, ou marxistas, ou freudianos, ou lacanianos vivenciarem intencionalmente a política como espaço público em uma dialética com o espaço privado. Por exemplo, a dialética palácio versus casa. Claro que este acontecimento articula a tela gramatical em narrativa teológica arquitetural. A teologia materialista racional da arquitetura pensa a política como um sujeito esquizo – no lado direito Deus; no lado avesso Diabo. Segredo que povoa ou os mais prazerosos sonhos ou os mais macabros pesadelos do Partido em teologia da arquitetura. Sei que eles dizem: José Paulo, isso não ajuda! É pura heresia!
Marx foi freudiano antes de Freud:
“O homem não pode voltar a ser criança sem cair na puerilidade. Mas não acha prazer na inocência da criança e, tendo alcançado um nível superior, não deve aspirar ele próprio a reproduzir sua verdade? Em todas as épocas, o seu próprio caráter não revive na verdade natural da natureza infantil? Por que então a infância histórica da humanidade, precisamente naquilo em que atingiu seu mais belo florescimento, por que esta etapa para sempre perdida não há de exercer um eterno encanto? (Marx. 1974: 131).  

Não quero subtrair o desenvolvimento social do discurso do político Marx. Mas depois da revolução saussuriana fazendo pendant com a revolução semiótica de um Greimas só consigo subjetivar o desenvolvimento social como estética na tela gramatical em narrativa teológica estética. Na tela gramatical em narrativa teológica modernidade moderna, a arte grega e a epopeia adquire vida em determinadas conjunturas gramaticais estéticas da política nacional. O leitor pode estudar esse fenômeno no opus Magnum da ciência da política marxista, o livro de Marx O 18 Brumário de Luís Bonaparte.   

O lugar na tela gramatical em tela da estética da antiguidade é aquele da infância dos povos da história universal do Ocidente:
“Há crianças mal-educadas e crianças precoces. Muitos povos da Antiguidade pertencem a esta categoria. Crianças normais foram os gregos. O encanto que a sua arte exerce sobre nós não está em contradição com o caráter primitivo da sociedade em que ela se desenvolveu. Pelo contrário, está indissoluvelmente ligado ao fato de as condições sociais insuficientemente maduras em que esta arte nasceu, e somente sob as quais poderia nascer, não poderão retornar jamais” (Idem: 131).

Na infância Ocidental grega, encontra-se a verdade da política moderna, pois o sujeito gramatical infância grega da antiguidade significa infância normal da política ocidental. Assim, a política normal ocidental faz pendant com a forma politeia.

A politeia não é a democracia direta das massas, simplesmente. Ela é a tela gramatical em narração teológica da episteme política econômica (do discurso do político em filosofia) fazendo pendant com a teologia gramatical da doxa sofística: discurso do político do sofista.

A politeia do século XXI será a arte da palavra oral, no parlamento, associada à arte da escritura digitalis metabolizável pelas massas sujeito grau zero sgrammaticatura, pois, nenhum Estado ocidental dispensa a administração.  

A democracia grega direta das massas é aquela democracia com falta de gramática que lança a política para o inferno do REAL da língua. Então, ela é democracia sgrammaticatura da multidão que se define pela falta de gramática da política. Trata-se não da democracia, e sim da DEMONcracia, portanto.

     FANTASIA LACANIANA DO FUTURO –DO ARQUITETO AO POÉTICO MARXISTA

                                                                                 I
O ideólogo burguês sofisticado estudioso da estética diz que minha história da estética é economicista. Será? Ele considera que penso o fenômeno estético como um mero epifenômeno da luta de classes. Ele diz que sou um discípulo disciplinado por Plekhanov. Ele tem razão em um ponto. Eu tenho a teologia materialista racional da arte de Plekhanov em alta conta.

Não conheço na literatura ocidental melhor imagem da multidão lúmpen que a do nosso herói escritor marxista russo:
“O ‘povo frio e altivo’ de Puchkin ouve, sem compreendê-los, os cantos do poeta. Já disse que, na pena de Puchkin, esta oposição tinha seu sentido histórico. Para compreender, basta lembrar que os epítetos ‘frio e altivo’ não podiam em caso algum aplicar-se ao camponês escravizado da Rússia. Em compensação, calhavam muitíssimo bem nessa ‘multidão’ profana cuja estupidez devia, por isso mesmo, causar a perda de nosso grande poeta. Todos os que dela faziam parte podiam, sem exagero, dizer de si mesmos o que diz a ‘multidão’ no poema de Puchkin:
                                           Somos covardes e pérfidos,
                                            Imprudentes, maus e ingratos,
                                            Frios eunucos pelo coração,
                                            Caluniadores, idiotas, escravos,
                                              Em nós formigam os vícios”. (Plekhanov: 72-73).

O leitor esteta burguês está vibrando, pois, ele tem certeza que esta menção à Puchkin nada tema ver com o discurso do escritor. Coitado!

O escritor esteta burguês não pode ver que a multidão em tela não é gramatical. Ao contrário, é a multidão sgrammaticatura, multidão que se define pela falta de gramática em narração da política mundial. Não convencido, ele diz – E daí?

O nosso burguês ignora que essa é a temida multidão sgrammaticatura da democracia da antiguidade grega como avesso da multidão gramatical da politeia. Talvez, a filosofia grega fosse uma filosofia que delirava, alucinatoriamente, desbragadamente sobre a política da antiguidade. Não compartilho dessa crença ignota!

O que nosso bom burguês não sabe que sabe é que a multidão sgrammaticatura é um ator hobbesiano negro na parte invisível da tela gramatical em narração teológica mundial. Este ator negro-lúmpen tem a sua própria teologia sgrammaticatura bem desenvolvida na vida cultural do México, por exemplo.

O problema da leitura economicista do fenômeno estético é evitado por Aracy Amaral com a ideia de que a luta se dá entre um ator hobbesiano classe burguesa acadêmica (que leva a luta de classes no território da estética) e o Partido em filosofia estética comunista. Remeto tal problema para a leitura de Bourdieu.
                                                                                         II
Na França com Baudelaire e Flaubert, o discurso do escritor se opõe ao discurso do político burguês na fundação de um campo literário autônomo ao domínio iletrado da sociedade burguesa dos ricos associados arianos sobre a estética. Trata-se da passagem do romance ideológico da vida burguesa para o romance sociológico A educação sentimental (Bourdieu. 1992: 75-76).

O Romance de Flaubert só é inteligível se o leitor o subjetivar como o discurso do político do escritor no território da trans-subjetividade territorial burguesa francesa. Trocando em miúdos. Trata-se da invasão gramatical em narrativa romanesca sociológica da gramática da sociedade dos ricos burgueses pelo discurso do político do escritor.

Trata-se da sociologia como arma romanesca da revolução gramatical do discurso do político do escritor:
“Flaubert, como sabe, contribuiu muito, com outros, Baudelaire especialmente, para a constituição do campo literário como um mundo à parte, sujeito as suas próprias leis”. (Bourdieu. 1996: 64; 1992: 76).

A fundação do território da comunidade de escritores é movida por uma imensa e intensa aversão sexual aos:
“novos-ricos sem cultura dispostos a fazer triunfar em toda a sociedade os poderes do dinheiro e sua visão do mundo profundamente hostil às coisas intelectuais”. (Bourdieu. 1996: 64; 1992: 76).

A revolução gramatical estética tem seu initium com a Paris Bohème?  (Bourdieu. 1992: 84-89). A revolução gramatical do discurso do escritor é contra a grande sociedade burguesa dos ricos arianos associados e o Estado burguês liberal SGRAMATICATURA em relação à sociedade das letras. (Bourdieu. 1996: 64-65).

A revolução envolta por uma atmosfera romanceada faz pendant com o ocaso da tela gramatical em narração do discurso do aristocrata e o desejo sexual do escritor de romper com as cadeias do estúpido discurso do burguês. No entanto, a revolução não chegará a fabricar um campo cultural com autonomia absoluta em relação à sociedade dos ricos burgueses franceses. O discurso do escritor será ancilar à uma subordinação estrutural sgrammaticature durante todo o século XIX:
“Estamos longe das sociedades eruditas e dos clubes da sociedade aristocrática do século XVIII ou mesmo da Restauração. A relação entre os produtores culturais dos dominantes não tem mais nada do que pôde caracterizá-la nos séculos anteriores, trata-se da dependência direta em relação ao comanditário (mais frequente entre os pintores, mas também atestada no caso dos escritores) ou mesmo da fidelidade e um mecenas ou a um protetor oficial das artes. Doravante, trata-se de uma verdadeira subordinação estrutural, que se impõe de maneira muito desigual aos diferentes autores segundo sua posição no campo, e que se institui através de duas mediações principais: de um lado o mercado, cujas sanções ou sujeições se exercem sobre as empresas literárias, seja diretamente, através das cifras da venda, do número de recebimentos etc., seja indiretamente, através dos novos postos oferecidos pelo jornalismo, a edição, a ilustração e por  toda as formas de literatura industrial; do outro lado as ligações duradoras, baseadas em afinidades de estilo de vida e de sistema de valores que, especialmente, por intermédio dos salões, unem pelo menos uma parte dos escritores a certas frações da alta sociedade, e contribuem para orientar as generosidades do mecenato do Estado”. (Bourdieu. 1996: 64-65: 1992: 78).             

A revolução do escritor estabelece o território gramatical da arte em uma autonomia relativa ao discurso do político do burguês e, dependendo da conjuntura gramatical política, ele pode oscilar ou para a teologia estética secular à esquerda ou à direita:
“Assim, nos últimos anos da monarquia de julho, quando o centro de gravidade do campo desloca-se para a esquerda, observa-se um deslizamento generalizado para a ‘arte social’ e as ideias socialistas (o próprio Baudelaire fala da ‘pueril utopia da arte pela arte’ e ergue-se violentamente contra a arte pura). Ao contrário, sob o Segundo Império, nem sempre aderindo abertamente e exibindo às vezes, como Flaubert, o maior desprezo por ‘Bandinguet’, muitos dos defensores da arte pura frequentam assiduamente um ou outro dos salões mantidos pelas grandes personagens da corte imperial”. (Bourdieu. 1996: 75; 1992: 89).   

A revolução da estética não é uma ruptura enlouquecida com a sociedade de mercadoria. O discurso do artista fabrica uma tela gramatical em narração teológica utópica secular de uma sociedade capitalista fazendo pendant com a sociedade dos artistas. Seria o jardim das delícias literário:
“Mas a sociedade dos artistas não é apenas o laboratório onde se inventa essa arte de viver muito particularmente que é o estilo de vida do artista, dimensão fundamental da empresa de criação artística. Uma de suas funções principais, e, no entanto, sempre ignorada, é ser para si mesma seu próprio mercado. Ela oferece às audácias e às transgressões que os escritores e os artistas introduzem, não apenas em suas obras, mas também em sua existência, ela própria concebida como uma obra de arte, a acolhida mais favorável, mais compreensível; as sanções desse mercado privilegiado, se não se manifestam em dinheiro vivo, têm pelo menos por virtude assegurar uma forma de reconhecimento social ao que de outro modo aparece (ou seja, a outros grupos) como um desafio ao senso comum. A revolução cultural nascida desse mundo às avessas que é o campo literário e artístico só pode ser bem-sucedida porque os grandes heresiarcas podiam contar, em sua vontade de subverter todos os princípios de visão e de divisão, se não com o apoio, pelo menos com a atenção de todos aqueles que, ao entrar no universo da arte em via de constituição, haviam tacitamente aceito a possibilidade de que aí tudo é possível”. (Bourdieu. 1996: 75; 1992: 89-90).   

Só se pode verdadeiramente pensar o sujeito hegel/gramsciano articulação hegemônica a partir da sociedade civili gramatical dos homens livres e normais em autonomia relativa à sociedade civil burguesa em seu traço sgrammaticatura hegeliana. O utópico Estado ético hegeliano é um efeito (no Partido em filosofia dialética idealista) da estatização da articulação da hegemonia na sociedade dos artistas fazendo pendant com a sociedade política liberal capitalista. Há um laço indissolúvel gramatical (com autonomia relativa) entre a política e a sociedade do escritor/artista.

A articulação da hegemonia na revolução da estética é a fundação do território da subjetividade territorial nacional como trans-sujeito laço gramatical estético: modernidade do político moderna. O leitor pode ver com seus próprios olhos o efeito desse laço gramatical no discurso do escritor no livro de Marx, O 18 Brumário de Luiz Bonaparte.

                                                                        III

A crise política da sociedade liberal democrática francesa 1848 é uma crise da articulação da hegemonia estética do discurso do burguês. O 18 Brumário é a revolução cultural que faz a junção em uma fantasia lacaniana do futuro da sociedade do artista com sociedade do político como Império bonapartista do sobrinho. Este fenômeno político foi o primeiro efeito da revolução gramatical do discurso do político teológico materialista racional do escritor.

A grandiosa crise do discurso do político burguês liberal que começa no final do século XIX significa uma spaltung da articulação da hegemonia da Europa ocidental burguesa fazendo pendant com a sociedade dos artistas. Um truísmo:  o poderoso desejo sexual psicótico de Hitler não se resumia a ser um membro reconhecido da sociedade dos artistas? O fracasso da realização da satisfação de tal desejo sexual não o conduz para o território do trans-sujeito territorial ENJEITADO NIETZSCHIANO com toda sua explosão do niilismo fascista contra a modernidade moderna? (Niertzcshe: 435-436).

Em relação ao Brasil (talvez, se estendendo à América Latina), Plekhanov nos forneça a chave gramatical para a compreensão do poder da sociedade do escritor (condensando a sociedade dos artistas) na nossa história da literatura
“É verdade que o sistema de relações sociais, cujo declínio é caracterizado por essa arte, isto é, o sistema de relações capitalistas de produção, está ainda longe da decadência em nosso país. Na Rússia, o capitalismo ainda não venceu definitivamente o antigo regime. Mas, desde a época de Pedro I, a literatura russa é fortemente influenciada pelas literaturas ocidentais. Eis por que não é raro que seja penetrada dessas correntes que, correspondendo inteiramente às relações sociais da Europa ocidental, correspondem muito menos às relações sociais relativamente atrasadas da Rússia. Houve um tempo em que certos aristocratas apaixonavam-se pelas teorias dos Enciclopedistas, as quais correspondem a uma das últimas fases da luta do Terceiro Estado contra a aristocracia na França. Atualmente, muitos de nossos ‘intelectuais’ apaixonam-se pelas teorias sociais, filosóficas e estéticas que correspondem à época da decadência da burguesia na Europa ocidental. Esta paixão precede o curso de nosso próprio desenvolvimento social da mesma forma que o precedia a paixão dos homens do século XVIII pelas teorias dos Enciclopedistas. Mas, se a aparição da arte decadente na Rússia pode ser suficientemente explicada por causas, digamos assim, locais, isto em nada altera a natureza desta arte. Transplantada do Ocidente, não deixa de ser entre nós o que era na origem: um produto da ‘clorose’ (esclerose?) que acompanha o declínio da classe hoje dominante na Europa ocidental”. (Plekhanov: 62-63).             

Antonio Gramsci é o  rhetor percipio originário do território da  física da sociologia gramatical da cultura da política . Ele diz sobre a banda de Moebius gramatical história nacional (direito) e história mundial (anverso):
“ – Ma è evidente che uno scrittore di grammatica normativa non può ignorare la storia della lingua di cui vuelo proporre una ‘fase esemplare’ come la ˂sola> degna di diventare, ˂organicamente> e ˂totalitariamente>, da língua ˂comune> di una nazione, in lotta e concorrenza con altre ˂fasi> e tipi o schemi che asistono già (collegati a sviluppi tradizionale o a tentative inorganici e incoerenti dele forze che, como si è visto, aperano continuamente sulle ˂grammatiche> spontanee e immanenti nel linguaggio). La grammatica storica non può non essere ˂comparativa>: espressione che, analizzata a fondo, indica la intima coscienza che il fatto linguistico, como ogni altro fatto storico, non può avere confini nazionali strettamente definiti, ma che la storia è sempre ˂storia  mondiale> e che le storie particolari vivono solo nel quadro della storia mondiale”. (Gramsci: 2343).          

A revolução gramatical furta-cor gramsciana dorme em umas poucas páginas da episteme política econômica da física gramatical do Quaderni del carcere:
“ Il problema va quindi posto in altro modo, nei termini di ˂disciplina alla storicità del linguaggio> nel caso dele ˂sgrammaticature> (che sono assenza di ˂disciplina mentale>, neolalismo, particolarismo provinciale [gergo], ecc.) o in altri termini (nel caso dato del saggio crociano l’errore è stabilito da ciò, che una tale proposizione può apparire nella reppresentazione di un ˂pazzo>, di un anormale, ecc ed acquistare valore expressivo assoluto; como rappresentare uno che non sai ˂logico> se non facendogli dire ˂cose illogiche>? ecc). In realità tutto ciò che (non) è ˂grammaticalmente esatto> può anche essere giustificato dal punto di vista estetico, logico, ecc., se lo si vede non nella particolare logica, ecc., dell’espressione imediatamente meccanica, ma como elemento di una rappresentazione più vasta e compreensiva”. (Gramsci: 2341).         

A discussão italiana sobre o que é gramática foi uma preocupação da cultura europeia que aparece desde o século XVIII. No Brasil há vestígios dela no século XIX. Falava-se da gramática da sociedade, por exemplo. 

Parece que a solução do sujeito gramatical: que é gramatica? Era a pedra filosofal para o discurso do político consistir no seer da physis e da metaphysis da sociedade ocidental como gramatica em narrativa teológica materialista racional de uma força prática estética.

Eis como pensar a gramática como força prática da sociedade:
“ la questione che il Croce vuol porre: ˂Cosa è la grammatica? > non può avere soluzione nel suo saggio. La grammatica è ˂storia> o ˂documento storico>: essa è la ˂fotografia> di una fase determinata di um linguaggio nazionale (collettivo) [formatosi storicamente e in continuo sviluppo], o i tratti fondamentali di una fotografia. La questione pratica può essere: a che fine tale fotografia? Per fare la storia di un aspetto della civiltá o per modificare un aspetto della civiltà?
La pretesa del Croce porterebbe a negare ogni valore a un quadro rappresentante [tra l’altro] una ...sirena, per esempio, cioè si devrebbe concludere che ogni proposizione deve corrispondere al vero o al verosimile, ecc.
(la proposizione può essere non logica in sé, contradditoria, ma nello stesso tempo ˂coerente> in un quadro più vasto”. (Gramsci: 2341-2342).      

Gramsci não estabeleceu (capinou) o terreno para o uso do significante gramática da sociedade histórica nas ciências da física gramatical da cultura da política no século XXI? 

No Século XIX brasileiro falava-se em gramática da sociedade (Freyre: 420). Gilberto pensa a gramática em um campo de força de lutas bastante complexo envolvendo atores gramaticais como crianças (meninos e meninas), jesuítas donos da gramática portuguesa imperial, Mães negras, mucamas, moças brancas da Casa-Grande... (Freyre: 332). A gramática da sociedade luso-brasileira foi, parcialmente, um efeito dessas lutas fonética do clima dos ss e rr e dos diminutivos como tratamento sinhozinho, sinhazinha e do nome próprio como Joãozinho, Pedrinho, Manoelzinho etc.:

A gramática da nossa língua pátria surge desse significante-mestre gramatical língua formada por um campo de poder inscrito no modo de produção escravista Casa-Grande e Senzala:
“ E não só a língua infantil se abrandou desse jeito, mas a linguagem em geral, a fala séria, solene, da gente grande, toda ela sofreu no Brasil, ao contato do senhor com o escravo, um amolecimento de resultados às vezes delicioso para o ouvido” (Freyre: 332).

Freire descobre o início da estrada para se pensar, entre nós, a associação do escritor com a gramática como força prática estética mestiça na cultura da política nacional tendo sua origem nas trocas econômicas culturais (diálogo e luta) entre a mulher e a criança da Casa-Grande, o império jesuítico lusitano e a Senzala da mulher escrava.

Tal início cultural nada tem a ver com o multiculturalismo do bolivariano, força prática estética da articulação da hegemonia da mulher jornalista na cultura da política brasileira até o colapso do governo Dilma Rousseff?

Fecho com o texto seminal de Freyre que faz pendant com multiculturalismo do bolivariano:
“Quando os negros foram maiores inimigos que o clima dos ss e dos rr, maiores corruptores da língua no sentido da lassidão e do langor. Mães negras, e mucamas, aliadas aos meninos, às meninas, às moças brancas das casas-grandes, criaram um português diverso (uma outra gramática da língua da sociedade luso-brasileira falada no Brasil) do hirto e gramatical que os jesuítas tentaram ensinar aos meninos, índios e semibrancos, alunos de seus colégios; do português reinol que os padres tiveram o sonho vão de conservar no Brasil”. (Freyre: 332).

Não aparecem dois Dois Brasis neste trecho encantador de Gilberto: a gramática da sociedade jesuítica reinol do luso-brasileiro Império colonial em contraponto à gramática de uma verdadeira sociedade nacional brasileira?        

AMARAL, Aracy A. Arte para quê? A preocupação social na arte brasileira (1930-1970). SP: Nobel, 1987
BOURDIEU, Pierre. Les règles de l’art. Genèse et structure du chamap littéraire. Paris: Seul: 1992
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FERRY, Luc. Homo Aestheticus. A invenção do gosto na era democrática. SP: Editora Ensaio, 1994
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GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. RJ: José Olympio, 2001
HEGEL. Estética. Lisboa: Guimarães Editores, 1952
LACAN, Jacques. O Seminário. Livro 18. De um discurso que não fosse semblante. RJ: Zahar, 2009
LUKÁCS. Georg. Estética 1. La peculiaridad de lo estético. V. 4. Cuestiones liminares de lo estético. Madrid: Barcelona, 1965
MARX, Karl. Os Pensadores. SP: Abril Cultural, 1974
MEIER, Chistian. De la tragedie grecque comme art politique. Hsitoire. Paris: Les Belles Lettres, 1991
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PLEKHANOV, G. A arte e a vida social. RJ: Editora Lux, 1955
UNTERSTEINER, Mario. Les Sophistes. Tomo I. Paris: J. VRIN., 1993


  

               

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