terça-feira, 1 de novembro de 2016

TELA GRAMATICAL VERDADEIRA DA VIDA BRASILEIRA


PCL (31/10/2016)

José Paulo Bandeira 

Jamais existiu no Brasil uma sociedade de mercado capitalista industrial. O capitalismo brasileiro sempre teve a gramática do capitalismo colonial estudada por Caio Prado Júnior. Tal capitalismo é o subcapitalismo da escravidão das redes de engenho-de-cana-de-açúcar do Vale do Paraíba. Depois, esse subcapitalismo tornou-se o do café paulista do trabalho quase livre. Na década de 1950, um ersatz de sociedade capitalista industrial começou a ser montada. Tal fato originou uma tela de sociedade burguesa agramatical subcaptalista industrial (ersatz ou cópia de capitalismo industrial) sem a atmosfera capitalista, que só pode ser gerada pela sociedade de mercado capitalista realmente ex-sistente.      

Um subcapitalismo manufatureiro foi instalado na cidade de São Paulo (e um pouco no Rio). Nas duas primeiras décadas dos anos 1900, aí um movimento anarquista italiano operário se confrontou com a burguesia paulista. 

Havia em São Paulo uma sociedade burguesa dos ricos associados sem capitalismo industrial realmente existente. São Paulo continua sendo uma cidade caipira sob domínio do trans-sujeito colonial oligárquico. A tela gramatical paulista só podia sonhar, desejar e invejar a modernidade daquela atmosfera capitalista da tela gramatical da sociedade de mercado industrial realmente ex-sistente da Inglaterra e dos EUA.     

A Revolução Russa produziu um efeito na vida proletária paulista. Um fractal anarquista saiu para cria o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Assim, a gramática comunista no Brasil começou a ser gerada na sociedade dos de cima pelos de baixo, na política brasileira. Assim, a tela gramatical brasileira oligárquica foi invadida por uma atmosfera comunista. A história da década de 1930 não pode ser narrada sem as lutas políticas comunistas. Nesta década, a atmosfera comunista passou a ser uma parte considerável da tela gramatical brasileira política.

A tela gramatical musical brasileira comunista foi criada na história carioca. Há uma raiz do comunismo musical que começa com Cartola e a Mangueira. Depois, a atmosfera da tela gramatical musical comunista se expande através da atividade musical da classe média simbólica com a bossa nova. É preciso conferir se João Gilberto era comunista (como afirma Sérgio Ricardo), e se a bossa nova, então, nasceu de um cérebro comunista. Mas, sem sombra de dúvidas, a bossa nova possuía um fractal comunista com Carlos Lyra e seus amigos. 

Falar do samba sem falar na sua gramática musical comunista significa tornar impossível narrar a história do samba de raiz e da gramática da tela do comunismo musical da comunidade afro-brasileira até a família MartinhodaVila. E a verdade comunista musical de uma Beth Carvalho comunista jamais será revelada. O samba e a bossa nova fazem uma junção do comunismo musical cidade/favela, asfalto/morro. Na era do Estado Militar anticomunismo patológico, o samba e o morro eram problemas de Segurança nacional. 

O fato mais extraordinário da gramática historial do comunismo não é o comunismo do bolivariano no poder nacional durante quase duas décadas. O fato mais inacreditável foi a feitura da Constituição comunista brasileira. Trata-se da Constituição 1988. 

Como todo fenômeno jurídico/político, a Constituição é língua jurídico-política. A nossa de 1988, é uma Constituição em língua portuguesa em uma tela jurídico/política formada por uma junção gramatica analítica dialética/lógico formal. 

A Constituição 1988 é uma banda de Moebius com o lado direito lógico liberal/democrático (tradição europeia/norte-americana) e o lado anverso com a gramática comunista brasileira. Um fractal comunista movido pelo poder racional do Partido em filosofia comunista USP (criado por Caio Prado Júnior), sob o comando de Florestan Fernandes, inventou a gramática analítica dialética constitucional da nossa Constituição 1988. Esta história ainda tem que ser investigada e transformada na Língua portuguesa constitucional em narrativa comunista brasileira. 

                                                                      II

O efeito da narrativa política comunista paulista gerou o Estado gramatical integral das massas simbólicas. Getúlio Vargas havia inventado o Estado integral populista dos trabalhadores.

Após o comunismo bolivariano ser responsabilizado pela derrocada da sociedade da economia brasileira burguesa sem capitalismo industrial, o último presidente bolivariano Dilma Rousseff foi afastado do cargo. No, lugar dela assumiu o poder nacional o PMDB de Michel Temer e Henrique Meirelles.

O PMDB é uma máquina de guerra oligárquica negra vindo dos confins da tela do trans-sujeito Diabo cristão da fazenda de cana-de-açúcar/café do mundo colonial brasileiro. Ele lembra o partido/máquina de guerra do Império do século XIX, que é a continuação das máquinas de guerra entradas e bandeiras (engenho-de-cana-de-açúcar que anda, fazenda oligárquica do Diabo em movimento para fazer guerra à sociedade tribal) do mundo colonial por outros meios.

Hoje, a CRISE BRASILEIRA adquiriu a forma agramatical de um choque dialético irreversível entre a máquina do Diabo cristão encarnado no PMDB (tendo como força sobressalente o PSDB negro [um efeito do Diabo industrial do americanismo] da sociedade dos ricos associados paulista/mineira e mais o DEM negro das famílias da sociedade dos ricos associados do Rio, Centro Oeste e Nordeste) e o Estado constitucionalmente comunista das massas nacional. 

Toda pessoa minimamente informada sabe que o SUS foi uma ideia do velho Partido Comunista dos médicos brasileiros. Sem a tela gramatical científica comunista brasileira, torna-se impossível conhecer a história da sociedade da medicina nacional. 

O Brasil jamais foi capitalista! Ele é um pais dominado por algumas famílias da sociedade burguesa dos ricos associados comandada pela família RobertoMarinho. Há apenas a sociedade burguesa sem capitalismo urbano industrial realmente ex-sistente. E jamais houve na tela agramatical burguesa uma atmosfera capitalista fazendo pendant com a sociedade de mercado capitalista. 

O capitalismo nada tem a ver com a CRISE BRASILEIRA ou com o governo Temer/Meirelles, ou com a família RobertoMarinho.

O discurso capitalista é a semblância criada e recriada pelo discurso dos economistas universitários nacionais em conluio com seus “compadriotas” jornalistas econômicos do papel, do rádio, da televisão e da internet. 
         


                  

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