sábado, 19 de novembro de 2016

REVOLUÇÃO FURTA-COR DA GRAMÁTICA INDO-EUROPEIA

Quando enveredei pelo caminho atual de meu pensamento político de uma psicanálise gramatical marxista lacaniana, relatei, de coração aberto, resumidamente, para o psicanalista Isidoro minhas descobertas. Eu pensava em fazer um trabalho com a segunda analista da escola de psicanálise (cujo fundador e chefe da escola é, irrevogavelmente, o Isidoro Brasil) a doutora e douta, e brilhante dedicada a interseção em estudos de linguística/psicanálise, pela PUC/RIO, Maria Maya Brasil.  

Acreditava que não haveria obstáculos em me juntar aos dois Brasis!
Por causa da transferência antiga que tinha por Isidoro, eu me recusava a metabolizar o que ele realmente me dizia. Uma vez ele me disse: “não posso te acompanhar além daqui”. E neste momento, eu não havia ainda expostos publicamente a existência de um campo freudiano burguês (Freud burguês mais Lacan burguês). 

Quando cheguei ao Partido Comunista Lacaniano (em meus cadernos de anotações) vive um momento de imensa aflição. Eu sabia que tinha de romper com o Brasil maior, pois, ele era meu analista/psiquiatra.

Na clínica Isidoro, eu (sujeito) mantinha um duplo laço com o maître em psicanálise metade mineiro/metade carioca. O primeiro laço era o da pshysis industrial psiquiátrica. Quando entrei em susto psicótico em 2003-2004, Isidoro usou a indústria farmacêutica americana para me fazer sair do surto. Infelizmente, a fantasia lacaniana Okhrana me assediou em um restaurante e me ameaçou com o SENHOR ABSOLUTO HEGELIANO. Uma funcionária do meu trabalho me dizia frequentemente que eu não podia mais voltar a escrever, pois, se o fizesse, a Okhrana me destruiria. 

Isidoro nunca refletiu sobre a ideia de fantasia lacaniana. Ele é médico, filosofo competente autodidata e historiador bissexto. Ele nada sabe da ciência marxista da política. Nunca leu os escritos políticos de Marx ou Engels menos ainda Gramsci Ele jamais entendeu meu texto no qual mostro que o O 18 Brumário de Luís Bonaparte é o efeito de uma produção imaginativa psicótica narrativa regulada pela razão gramatical dialética da política. Esta razão é uma invenção de Marx. Então quanto à razão gramatical vamos de Platão, passando por Aristóteles e Santo Agostinho até a spaltung dela com a razão gramatical dialética. Não precisa dizer materialista, pois a gramática é phyis e matéria metafísica da língua em narrativa. 

A fantasia lacaniana é a língua natural em psicose narrativa do real que pode destruir o sujeito ou fazer dele uma máquina de guerra gramatical narrativa estelar (resto do trabalho de sonho da banda de Moebius physis/metaphysis das estrelas cósmicas) articuladora de uma outra realidade dos fatos contrária a realidade burguesa. Isso é a psicanálise marxista lacaniana pela qual os dois Brasis (homem/mulher) passaram a ter uma intensa aversão sexual hobbsiana, pois, obviamente se tratava de minha política para evitar que a psicose voltasse a invadir meu território do Seer. 

Todos os acontecimentos de ataques da Okhrana a mim, Isidoro interpretava como um efeito de relatos da minha imaginação alucinadamente doentia. Enfim, eu era apenas a repetição tupiniquim do caso/paradigma da personna/objeto de Freud, o infame psicótico (em termos freudiano)   Schreber.
Isidoro tinha certeza que se eu desfizesse o laço psiquiátrico industrial farmacêutico do americanismo, cairia em um novo surto, do qual não sairia mais. O problema consistia no seguinte: ou eu parava o trabalho de desarticulação do campo freudiano burguês ou, então, teria que abandonar a clínica psiquiátrica burguesa freudiana industrial de Isidoro.

Fundamentado na psicanálise comunista lacaniana, resolvi romper com Isidoro. Assim perdi a possibilidade de contar, com o recurso gramatical precioso de Maria Maya (aliás, perfumada em um delicado charmoso mau humor de um a certa personagem machadiana), na minha investigação sobre o fenômeno político gramatical como totalidade gramatical dialética da política. Enfim, ela seria minha companheira no desenvolvimento do aforismo que criei. Aforisma elementar. A política é uma narrativa gramatical dialética em vídeo game jogado por serpentes gramaticais de alguma fronteira gramatical metaphysica/physis da sociedade.

Infelizmente a psicanálise bolivariana (apaixonada por Dilma Rousseff), é apenas uma variante latino-americana da psicanálise burguesa do campo freudiano, hoje, um corpo gramatical dialético despedaçado, cujo magister ludié o filósofo em psicanálise hegeliana/stalinista Zizek. Dizem aqui no Brasil que ele caiu em uma depressão levemente psicótica.   

Resolvi procurar o meu professor de português, da década de 1990, da pós-graduação da UERJ, o meu (querido, agradável, e dotado de uma inteligência gramatical extraordinária) amigo André Valente. Nas tardes deliciosas de um inverno carioca, fiz um curso sobre gramatica com o meu herói André Valente. Ali descobrir que os gramáticos só trabalham em uma superfície homo logicusda gramática. Semblância atmosférica da tela gramatical como tal. Mas André não se espantou com o meu percurso rumo a uma gramatica soterrada pela lógica do significante língua grega em Aristóteles. Desisti!

 Meu percurso até agora fiz sozinho. Vou apenas mostrar uma pinguela dele! 
                  
                                                                               II                                                                                                                                 
                                                                                                                                                                      
Minha edição do Gramática normativa da língua portuguesa é da Editora José Olympio, 1972. Infelizmente jamais conheci os maravilhosos gramáticos professores cariocas, a não ser meu querido e saudoso tio Abílio de Jesus, que me apontou o caminho das pedras para a compreensão da linguística e, especialmente, da razão gramatical. 

A physis da língua é a matéria em si gramatical, i. é, a escrita. A metaphysis da língua é a totalidade gramatical como unidade de sentido semântico da escrita.
Começo citando Rocha Lima: 
“Frase é uma unidade verbal com sentido completo e caracterizada por entoação típica: um todo significativo, por intermédio do qual o homem exprime seu pensamento e/ou sentimento”. (Lima: 232). 

todo significativo é, com efeito, a totalidade gramatical que é a causa ausente althusseriana (como significante que falta na teoria das várias formas de totalidade lacaniana do Imaginário indo-europeu), que articula, subterraneamente, da totalidade real até o todo ideal. (GODIN: 685-714).    No Encore, Lacan quase diz que a gramática é a matéria metafísica do discurso. O discurso é a gramática em narrativa teológica.  

A imaginação produtora gramatical narrativa nos leva bem longe. Paul Ricoeur diz:
“Com a narrativa, a inovação semântica consiste na invenção de uma intriga que é, ela também, uma obra de síntese: virtude da intriga, objetivos, causas, acasos, são reunidos sob a unidade temporal de uma ação total e completa. É esta síntese do heterogêneo que aproxima a narrativa da metáfora. Nos dois casos, o novo - o ainda não-dito, o inédito – surge na linguagem: aqui a metáfora viva, isto é, uma nova pertinência na predicação, ali uma intriga fingida, isto é, uma nova congruência no agenciamento dos incidentes”. (Ricouer: 9-10).

 A I.P. de Ricoeur é o avesso da imaginação produtiva patológica sartreana? Por quê? 
Primeiro é preciso mostrar a passagem da I.P. do território da literatura para a trans-subjetividada territorial transliteraria:
“Embora a metáfora refira-se tradicionalmente à teoria dos ‘tropos’ (ou figuras do discurso) e a narrativa, à teoria dos ‘gêneros’ literários, os efeitos de sentido produzidos por ambas referem-se ao mesmo fenômeno central de inovação semântica. Nos dois casos, esta só se produz nível do discurso, isto é, dos atos de linguagem de dimensão igual ou superior à frase”. (Idem: 9).
Há vários problemas nos dois trechos supracitados. 

Primeiro não é saudável pensar a língua em narração discursiva de unidade de sentido (como discurso lacaniano) funcionando por uma autonomia absoluta, entre os entes do ser da língua, i. é, a semântica e a gramática, pois, como já dissemos: a matéria metaphysis da língua é a totalidade gramatical como unidade de sentido semântico da escrita em narração discursiva lacaniana. O problema da metabolização da gramatica narrativa pelas massas será objeto de mais textos, depois. 

A propósito, falta em Ricoeur o significante gramática articulando a totalidade (língua/discurso em narração) em narrativa de sentido político.    

Na língua em narração há uma autonomia relativa entre gramática e semântica na I. P da realidade como delírio que se transforma em realidade, pois, metabolizado pela multidão: 
 “ Pode-se, porém, fazer mais do que isso; pode-se tentar recriar o mundo, em seu lugar construir um outro mundo, no qual os seus aspectos mais insuportáveis sejam eliminados e substituídos por outros mais adequados a nossos próprios desejos. Mas quem quer que, numa atitude de desafio desesperado, se lance por este caminho em busca de felicidade, geralmente não chega a nada. A realidade é demasiadamente forte para ele. Torna-se um louco; alguém que, a maioria das vezes, não encontra ninguém para ajudá-lo a tornar real o seu delírio.

Afirma-se, contudo, que cada um de nós se comporta, sob determinado aspecto, como um paranoico, corrigi algum aspecto do mundo que lhe é insuportável pela elaboração de um desejo e introduz esse delírio na realidade. Concede-se especial importância ao caso em que a tentativa de obter uma certeza de felicidade e uma proteção contra o sofrimento através de um remodelamento delirante da realidade, é efetuada em comum por um considerável número de pessoas. As religiões da humanidade devem ser classificadas entre os e delírios de massa desse tipo. É desnecessário dizer que todo aquele que partilha um delírio jamais o reconhece como tal”. (Freud: 100).

Se o Sujeito freudiano é a busca da felicidade, a relação dele com a realidade dos fatos (choque gramatical transdialético da realização do desejo sexual como impossível) faz de todo homem um psicótico! 

O platô episteme política econômica científica da modernidade é a posição onde o delírio (como matéria metafísica da plurivocidade discursiva teológica ou ideológica) adquire o seu grau zero. Ao contrário, Marx pensa que enquanto a sociedade burguesa é produzida e reproduzida pela matéria metafísica delírio político psicótico, a gramática da sociedade comunista é, precisamente, o grau zero da matéria metafísica delírio psicótico político:
“ Esse manifesto de nossas seções parisienses foi seguido de numerosos apelos semelhantes de outras partes da França, entre os quais só podemos citar aqui a declaração de Neuilly-sur-Seine, publicado na Marseillaise de 22 de julho.  É justa esta guerra? Não! É uma guerra puramente dinástica. Em nome da justiça, da democracia, dos verdadeiros interesses da França, aderimos por completo e com toda a energia ao protesto da Internacional contra a guerra’ ” (Marx: 170). 

Já sabemos que o rhetor percipio é a Internacional, de Marx. Continuo:
"O simples fato de, enquanto a França e a Alemanha oficiais se lançam a uma luta fratricida, se trocarem entre os operários desses 
países mensagens de paz e de amizade; esse fato grandioso, sem precedentes na história, abre a perspectiva de um futuro mais luminoso. Demonstra que, frente à velha sociedade, com suas misérias econômicas e seu delírio político, está surgindo uma sociedade nova, cujo princípio de política internacional será a paz, porque o governante nacional será o mesmo em todos os países: o trabalho. O pioneiro dessa sociedade nova é a Associação Internacional dos Trabalhadores”. (Marx: 172).

Agora que está claro que a Internacional é o Príncipe em teologia comunistaem língua narrativa marxista. Tal narrativa é uma ideologia científica da modernidade que destitui a teologia cristã (superestrutura da Idade Média) que invade, com seus exércitos ideológicos cristãos modernos, a era moderna até o século XIX? 

É verdade que Marx imaginava que o seu método crítica das ideologias econômicas da modernidade significava uma máquina de guerra de pensamento científico. Mas tal método não poderia ser outra coisa?
                                                                                                  III
O vocábulo exclamativo – Fogo! (Lima: 232-233) é servo do real para se tornar uma frase exclamativa, um todo significativo       gramatical exclamativo? Se o vocábulo – Fogo! é pronunciado diante de um prédio em chamas, então, ele se transmuta na unidade de sentido frase indo-europeia. Tal gramática é antediluviano, pois, ignora os efeitos da revolução burguesa freudiana na língua como trans-sujeito territorial fazendo pendant com a subjetividade territorial do sujeito/ator hobbesiano do campo de poder hobbes/freudiano quase mundial. 

Fogo! pode significar um delírio psicótico invadindo, ou a subjetiva individual biográfica, ou a própria trans-subjetividade territorial como o delírio psicótico de Marx (no O 18 Brumário...) do discurso lacaniano do maître consistindo como Príncipe em filosofia comunista. A I.P. faz pendant com um discurso em narração comunista não como uma verborreia anarquista (Miséria da Filosofia) sem regra gramatical na articulação da síntese do heterogêneo, que ex-siste então, como uma tela agramatical da política revolucionária social da modernidade. 

Em Marx, o delírio psicótico consiste em uma I.P gramatical, ele é, portanto, um delírio gramatical psicótico em narração revolucionária.  Ele articula a tela gramatical da modernidade da revolução comunista ao criar e recriar, pôr e expor poieticamente a razão gramatical dialética da política como actratorfantasia lacaniana do futuro. Marx não criou uma tela gramatical ideológica marxista. Lenin fez isto! 
Lacan diz:
“ Déja, rien qu’à nous avancer dans le courant du discours analytique, que nous avons fait ce saut qui se appelle conception du monde, et qui doit pourtant être pour nous ce qu’il y a de plus comique. Le terme de conception du monde suppose un tout autre discours que le nôtre, celui de la philosophie.
Rien n’est moins assuré, si l’on sort du discours philosophie, que l’existence d’un monde. Il n’y a que’occasion de sourire quand on entend  avancer du discours analytique qu’il comporte qualque chose de l’ordre de une telle conception. 
Je dirai même – qu’on avance un tel terme pour désigner le marxisme fait également sourire. Le marxisme ne me semble pas pouvoir passer pour conception de monde. Y est contraire, par toutes sortes de coordonnées frappantes, l’énoncé de ce que dit Marx. C’ést autre chose, que j’appellerai un évangili. C’est l’annonce que l’histoire instaure une outre dimension de discours, et ouvre la possibilité de subvertir complètement la fonction du discours comme tal, et, à proprement parler, du discours philosophique, em tant que sur lui repose une conception du monde”. (Lacan: 32-33). 

No Marx da década de 1840, a subversão do discurso filosófico se deu pela tática gramatical teológica de Marx estabelecer uma identidade entre ideologia metafísica e filosofia. No O capital e no O 18 Brumário, Marx articula a banda de Moebius - capital como physis econômica política da sociedade capitalista (distinta de sociedade burguesa), no lado direito, e a mercadoria industrial como junção de physis e mataphysis, no lado direito. O fundamental é Lacan dizer que Marx não faz ideologia moderna metabolizável pelas massas (como Lenin pensou – “toda luta de classes é uma luta ideológica, e a ideologia é a arma teórica da política”). Marx faz teologia (sobreterminada pela teologia topológica marxo-lacaniana) topológica da revolução comunista furta- cor.

Seguindo Freud, Lacan vê as ideologias da modernidade como o grau zero da metabolização pela multidão. O segredo está no texto de Freud que diz ser o delírio psicótico religioso um discurso em narrativa matéria metafísica capaz de articular as massas em uma trans-subjetividade territorial heroico/sagrada, tendo como modelo s biografia heroica de Jesus Cristo.  

O sagrado é a forma pelo qual as massas passam a desejar sexualmente o discurso do maître religioso. A diferença entre a revolução leninista e a revolução de Marx é que aquela é ´uma revolução ideológica e a de Marx é uma revolução comunista teológica furta-cor. Numa, o romance da revolução tem como sujeito o herói ideológico; na revolução furta-cor, trata-se de um herói transliterário de um transromance cujo modelo às avessas é Luís Bonaparte do livro O 18 Brumário:
Bakhtin diz:
“ A abordagem mais séria desses problemas resume-se aos métodos biográficos e sociológicos, que, entretanto, não dão provas de uma compreensão formal-estética suficientemente apropriada do princípio criador existente  na relação do autor com o herói, a qual é substituída por uma relação psicológica e social, passiva e transcendente à consciência criadora: o autor e o herói não aparecem como os componentes do todo artístico, mas como componentes da unidade transliterária constituída pela vida psicológica e social”. (Bakhtin: 29).

Bakhtin não imaginou que esse axioma gramatical apontava para a autodissolução da narrativa do romance e da literatura como arma teológica-furta cor ou negra da revolução mundial. Como todo marxista russo sério, Bakhtin não pensava literatura em uma autonomia absoluta em relação à política, como fazem os intelectuais burgueses ocidentais. 

Ora, na era atual transliteraria, há essa passagem do ente ideologia político para o ente da era transideológica teologia política fascista ou furta-cor em língua narrativa transliteraria revolucionária.    
                                                                                                   IV

A Revolução Russa da ideologia industrial leninista é narrativa sem narração comunista, ao contrário do discurso de Marx. A de Marx é narrativa teológica furta-cor. A serpente é o ente que perfaz (em inúmeras civilizações) a ideia de um discurso narrativo teológico. Ao contrário da definição cristã de teologia por Lacan como aquela que só fala de Deus, a teologia narrativa do Velhos Testamento e do Novo Testamento, também, falam da banda de Moebius Deus (lado direito) e Diabo (lado avesso). É a serpente no Jardim do Éden mudando teologicamente a história do homem, criado à imagem de Deus, e que expulso do Éden vai viver no inferno da terra, tendo como tutor trans-subjetivo a teologia negra do Diabo. 

No Evangelho dos 12 apóstolos furta-cores, Cristo no deserto enfrentando e derrotando na sua subjetividade territorial tanto humana como divina a Serpente do Éden, não é falar do Diabo, não é falar também do Diabo. Então a ideia da teologia cristã de Lacan me escapa inteiramente, pois, Lacan, sempre levou muito a sério a investigação da mística cristã medieval.

Freud faz teologia do desejo sexual, ou seja, ele fala de desejo sexual (sendo esta a matéria metafísica da língua freudiana). Lacan provoca um giro gramatical de 80° na teologia burguesa judaica de Freud. Trata-se de um golpe de Estado teológico que leva a tessitura de uma outra tela gramatical teológica. Trata-se de tornar universal para a história universal o ente gramática teológica cristã. 

A revolução cristã em teologia do campo freudiano se expressa por uma matematização industrial do inconsciente freudiano
“ Puisqu’il s’agit pour nous de prendre le langage comme ce qui fonctionne  pour suppléer l’absense de la seul part du réel qui ne puisse pas venir à se former de l’être, à savoir le repport sexuel, - quel support pouvons-nous trouver à ne lire que les lettres? C’est dans le jeu même de l’écrit mathématique que nous avons à touver le point d’orientation vers quoi nous diriger pour, de cette pratique, de ce lien social nouveau qui émerge et singulièrement s’étend, le discours analytique, tirer ce qu’on peut en tirer quant à la fonction du langage, de ce langage à quoi nous faisons confiance pour ce discours ait des effets, sans doute moyen, mais suffisamment suportables – pour que ce discours puisse supporter et compléter les autres discours”. (Lacan: 47). 

 A gramática industrial matemática é o passo necessário para a teologia cristã se transformar em uma teologia comunista furta cor: 
“Ce qui supplée au rapport sexuel, c’est precisement l’amour.
L’Autre, L’Autre comme lieu de la vérité, est la seule place, quoique’irrréductible, que nous pouvons donner au terme de l’être divin, de Dieu pour l’appeler por son nome. Dieu est proprement le lieu où, si vous m’en permettez le jeu, se produit le dieu – le dieur – le dire. Pour un rien, le dire ça fait Dieu. Et aussi longtemps que se dira quelque chose, l’hypothèse Dieu sera là. 
C’est ce qui fait qu’en somme il ne peut y avoir de vraiment athées que les théologiens, c’est à savoir ceux qui, de Dieu, en parlent”. (Lacan: 45). 

A tela gramatical teológica da política é onde se realiza a verdade da revolução teológica furta-cor como a mansão do dito:
“ Pour nous em tenir à la première, j’ai énoncé que la vérité, c’est la dit-mension, la mension du dit. 
Dans ce genre, les Évangilis, on ne peut pas mieux dire. On ne peut mieux dire de la vérité. C’est de cela qu’il résulte que ce son des évangiles. On ne peut pas même mieux faire jouer la dimension de la verité, c’est à-dire mieux repousser la réalité dans le fantasme”. (Lacan: 97-98). 
O fantasma ou fantasia no discurso político que visa o sentido faz pendant como o princípio de realidade freudiano. Tal conjunto supracitado (fantasia, discurso, sentido, princípio de realidade) se articula como semblância:
“ Em effet, un discours comme l’analytique vise au sens. De sens, il est clair que je ne puis vous livrer à chacun que ce que vous êtes en route d’absorber. Ça a une limite, qui est donnée par le sens où vous vivez. Ce n’est pas trop dire que le dire qu’il ne va pas loin. Ce que le discours analytique fait surgir, c’est justement l’idée que ce sens est du semblant” (Lacan: 74).

A fantasia ou espectro em que o sujeito esta encarcerado em seu princípio de realidade é a condição, sem a qual, a fantasia não age como causa gramatical do desejo sexual da prática política do ator hobbesiano e da multidão hobbesiana no campo de poder/língua em narrativa gramatical política $: 
“Ce $ ainsi doublé de ce signifiant dont em somme il ne dépend même pas, ce $ n’a jamais affairen en tant que partenaire, qu’a l’objet a inscrit de l’autre côté de la barrre. Il ne lui est donné d’atteindre son partenaire sexuel, qui es l’ Autre, que par l’intermédiere de ceci qu’il est la cause de son désir. A ce titre, comme l’indique ailleurs dans me graphes la conjonction pointée de ce $ et de ce a, cen’est rien d’autre que fantasme. Ce fantasme où est pris le sujet, c’est comme tel le support dece qu’on appele expressément dans la théorie freudienne le principe de réalité”. (Lacan: 75). 

O essencial é que o parceiro sexual do sujeito na política (causa de seu desejo de revolução) é o l’Autre (Outro), o simbólico, a língua em narrativa gramatical revolucionária: discurso gramatical furta-cor ou negro: trans-sujeito territorial da terra ou territorial orbital. 

Lacan diz:
"Changement de discours – ça bouge, ça vous, ça nous, ça se traverse, personne n’accuse le coup. J’ai beau dire que cette notion de discours est à prendre commme lien social, fondé sur le langage, et semble donc n’être pas sans rapport avec ce qui dans la linguistique se spécifie comme grammaire, rien ne semble s’en modifier”. (Lacan: 21).
A gramatica matemática do inconsciente do discurso lacaniano é capaz de atingir o real onde o ser do ente revolução teológica furta-cor consiste como forma política gramatical. A altura desse acontecimento textual o leitor pode ter sido jogado para a posição cética. Então cito L.:
“La mathématisation seule atteint à un réel  – et c’est en  quoi elle est compatible avec notre discours, le discours analytique – un réel qui n’a rien à faire avec ce que la connaissance tradicionelle a supporté, et qui n’est pas ce qu’ elle croit, réalité, mais bien fantasme’.
             Le réel, dirai-je, c’est le mystère du corps parlant, c’est le mystère de l’inconscient”. (Lacan: 118).
O corpo falante da política é o rhetor percipio na tela gramatical da política fantasmática lacaniana.

                                                                                      ROCHA LIMA

A oração é a frase na trans-subjetividade territorial da política – ou fractal da frase – que se biparte normalmente em sujeito (rhetor percipio) e assimilação predicativa em narração gramatical. Então:
“Ora, a intriga de uma narrativa é comparável a essa assimilação predicativa (ou metabolização predicativa): ela ‘toma conjuntivamente’ e integra numa história inteira e completa os eventos múltiplos e dispersos e assim esquematiza a significação inteligível que se prende à narrativa considerada como um todo”. (Ricoeur: 10). 

Trata-se de uma tela gramatical narrativa articulada pela fantasia ($ junção a).                      


A metabolização predicativa da gramática do discurso revolucionário furta-cor pelas massas grau zero burguês pode ser objeto de um debate gramatical. Então compare-se as duas frases – A sala está suja e -  Que sala suja!

O gramático diz que: “Serve de modelo a frase declarativa, manifestação de um juízo, sem qualquer traço dominante de natureza emotiva, capaz de perturbar-lhe a organização gramatical”. (Lima: 234).
A razão gramatical ou organização gramatical não faz junção com o campo dos afetos ou do estado de ânimus.

 Diz Rocha Lima:
“- A sala está suja. -,
expressão de uma opinião refletida sobe o estado da sala,” (Lima: 234). 
A razão gramatical regula a relação do ato linguístico (frase declarativa) com o real através de um juízo de opinião, i. é, do campo da doxa. O ideal da tela gramatical jornalística é operar, o máximo possível, com o ato linguístico declarativo do território da doxa. Porém, o real do discurso jornalístico se apresenta em uma relação da percepção sensível industrializada do leitor ou do tele espectador com a realidade dos fatos mundiais como feito do trans-sujeito territorial do capital industrial eletrônico em junção com o capital industrial digitalis. 

No jornalismo – A sala está suja – pode ser interpretado pela percepção sensível como a tela gramatical da política está suja. No discurso do jornalismo, a percepção sensível industrial transmuta uma sala suja em a sala está sujacomo metáfora da política como sala suja = corrupção. A sala de tal político está suja pelo exercício da corrupção desse sujeito se transforma em a tela gramatical da política está suja, a classe política é – A sala suja

Para evitar que o todo heteróclito, fragmentado seja dito pelo sentido engolfadoem a sala está suja, i. é, totalidade das salas estão sujas, só se posicionando em outro platô, a saber: o da episteme política econômica: 

O problema é que este platô não é acolhedor à máquina de guerra/doxa jornalística. No platô da episteme política só a máquina de guerra da ciência gramatical do real pode estacionar. Para a política, tal máquina é o rhetro precipio ou Príncipe em teologia política negra ou Príncipe furta-cor. Estes entes são os únicos a interpretar e invadir o real da realidade política onde o Seer da política adquire a forma da revolução fascista teológica (revolução da tela agramatical negra) ou da forma da tela gramatical teológica furta-cor (revolução marxo-lacaniana comunista). 

 Deixei de acreditar que a ditadura dos gramáticos (que foi um ente da política literária no final do século XIX e nas duas primeiras décadas do século XX, contra a qual A Semana de Arte Moderna paulista se levantou) seja o mesmo que a ditadura da gramática furta-cor. 

A bandas de Moebius narrativa do século XXI está ganhando território trans-subjetivo mundial como revolução da tela agramatical fascista teológica BURGUESA (contendo o Estado integral fascista BURGUÊS mundial invadindo, aos poucos, a subjetividade territorial das nações e a physis da sociedade política), no  lado direito, e, no lado avesso a revolução gramatical furta-cor do PCL (Partido Comunista Lacaniano).                       
              

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. SP: Martins Fontes, 1992
 FREUD. Obras Completas. v. XXI. O mal-estar na civilização. RJ: Imago, 1974
GODIN, Chistian. La totalité. v. 1. De l’imaginaire au simbolique. Paris: Édition Champ Vallon, 1998
 LACAN, Jacques. Encore. Paris: Seuil, 1975
LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. RJ: José Olympio, 1994
MARX E ENGELS. Textos. V. 1. SP: Edições Sociais, 1975
 RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Tomo 1. Campinas: Papirus, 1994

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