quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

CAPITALISMO E CIVILIZAÇÃO INDUSTRIAL HOJE. PARTE 1


José Paulo



Devemos nos interrogar a razão do nosso capitalismo ter permanecido periférico? É o caso de todas as formações capitalistas nacionais da América Latina.

O quê os países da América Latina têm em comum para permanecer na periferia do capitalismo dominante mundial?  Podemos considerar que eles são possuídos por uma mesma ideologia econômica tradicional colonial de relação senhor/escravo?

Há uma distinção de ideologia econômica entre países colonialmente dominados pelo modo de produção escravistas e os fora desse domínio a partir do início do século XIX. O Brasil está no primeiro caso e Argentina e México no segundo caso.  Em comum todos sempre viveram na periferia do capitalismo mundial.

A distinção entre metrópole capitalista desenvolvida e periferia não depende da ideologia metropolitano em contraponto à ideologia periférica. Um país não se torna capitalista desenvolvido pela força de uma vontade ideológica de sua elite econômica (ou política ou cultural).

O capitalismo moderno desenvolvido significou a criação (descoberta e invenção) de uma sociedade moderna industrial capitalista. Em Marx, trata-se do modo de produção especificamente capitalista industrial moderno no comando da economia, cultura, política, técnica moderna. Na psicanálise em gramática marxista, dizemos que se trata da gramática da sociedade industrial capitalista da modernidade.

No fim da década de 1970, Celso Furtado tentou nacionalizar a escola de estudos europeia sobre criatividade e dependência na civilização industrial. Vivíamos sob o comando dos generais em conluio com economistas (tecnoburocratas liberais em economia, ma non troppo) como Delfim Neto, Mario Henrique Simonsen e Bulhões de Carvalho. Generais e economistas liberais no governo do Estado brasileiro mexeram nas relações capital e trabalho, mas não como o banqueiro do baixo clero da Banca internacional (ersatz de economista) Paulo  Guedes quer fazer no governo Bolsonaro.

O Estado militar pensava a economia capitalista dependente/periférica como um estágio para a criação, descoberta, invenção de uma sociedade industrial capitalista nos trópicos. Vários livros de marxistas glorificavam o governo Geisel pelo projeto de construir uma sociedade industrial capitalista brasileira. Nesta, o Estado brasileiro precisa ser dotado de um conteúdo econômico capitalista industrial. Empresas estatais como a Petrobrás dão a força do direito para o Estado em tela.  
Com o governo Bolsonaro, temos generais controlando ramos do aparelho de Estado, mas sem controle da máquina estatal da economia e, portanto, subservientes à facção de economistas da escola liberal de Pinochet: chicago boys.

Liderados pelo banqueiro Paulo Guedes, o clã econômico é a oligarquização bancária da nossa política econômica.  Uma oligarquização extensiva à sociedade de comunicação, pois conta com a máquina de propaganda (publicidade) Globo News pregando a necessidade de destruição dos direitos econômicos do trabalho (público e privado). Trata-se de um clã xifópago que age segundo o princípio  da pornografia político. Esclareço.

O clã xifópago pornográfico quer retirar os direitos econômicos do trabalhador estatal, excetuando os direitos econômicos dos generais e militares em geral. Esta proposta obscena tem o apoio de jornalistas como Gerson Camarotti, Merval Pereira e quejandos que se autoproclamam como defensores da moralidade econômica do país; eles são parte do xifópago.  

Com Guedes, vulgo posto Ypiranga, no comando da economia nacional, o governo Bolsonaro vai aparecendo como um  governo desprovido de moralidade econômica. Uma Reforma da Previdência com conteúdo de moralidade econômica precisa ser uma reforma democrática da Previdência; nesta, o objetivo é acabar com os privilégios e não bajular o Mercado Financeiro escroque brasileiro, desnacionalizado.  

Em seguida minha narrativa vai mostrar quais são os reais dilemas da nossa história econômica atual.             

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