sexta-feira, 29 de julho de 2016

DA DITADURA MUNDIAL CESARISTA (SCHUMPETER CUM LACAN)



“Entre todas essas civilizações regionais, a civilização egípcia faraônica em sua primeira faze denominada “Antigo Império” (± 3. 100-2.181 a.C.) distinguiu-se por sua relativa estabilidade. No período em que durou (quase mil anos), o Antigo Império foi mais estável do que qualquer regime subsequente da história do próprio Egito ou de qualquer outra região, e algumas das realizações egípcias durante o Antigo Império sobreviveram ao mesmo” (Toynbee: 101).    
I.
Capitalismo, Socialismo e democracia é o livro da década de 1940 que faz pendant com O 18 Brumário de Luís Bonaparte, pois, trata-se de um romance sobre a democracia moderna. Com efeito, trata-se de um transromance, pois, o significante romance se desloca da narrativa literária para a narrativa cultural política econômica do século XX.

Em 23 de julho de 1921, Schumpeter foi eleito presidente do M. I. Biedermann, o mais antigo banco de investimento de Viena. Ele tinha 29 anos. Ele deixou as operações bancárias nas mãos daquela pessoa capacitada, que fora muito tempo diretor do Biedermann e tornou-se um administrador financeiro e especulador. Nosso herói combinava ciência econômica e crítica da economia política com a prática biográfica capitalista em um processo de subjetivação/trans-subjetivação do capital com muito sofrimento e incerteza sobre o seu futuro.

A combinação de insolvência pessoal com um consórcio comercial suspeito foi demais para os investidores britânicos do Banco Biedermann, que insistiram na demissão de Schumpeter. Ele foi demitido em 1924, em meio a acusações, por parte da mídia, de que ele tinha usado suas conexões bancárias para prestar favores a um ministro do governo.              

Talvez o fracasso de sua vida de capitalista o tenha fixado na vida universitária americana. Em 1927, ele aceitou um convite para lecionar em Harvard e foi para a América pela segunda vez. A primeira havia sido em 1912. Na universidade, ele se debruçou na pesquisa sobre a sociedade capitalista com a certeza de que apenas o sucesso econômico não era suficiente para garantir a sobrevivência de tal sociedade. Assim, a ciência econômica iria fazer pendant com uma nova ciência da política que tem no O 18 Brumário de Luís Bonaparte seu ponto de partida na investigação sobre autocracia (especialmente a ditadura) e democracia. Em seu pensamento econômico, a articulação necessária entre economia capitalista e política tornou-se um axioma da cultura política econômica mundial após a I Guerra Mundial. No entanto, a vida burguesa de Schumpeter não impediu que, durante dois anos, ele fosse investigado e monitorado pelo FBI (Nasar: 400).

O FBI é uma máquina de guerra psicopática paranóica (criada pela máquina biográfica psicopática paranoica Edgar Hoover) que transformou os intelectuais brilhantes, ou em inimigos, ou em colaboradores, similar à prática da KGB, que teve como modelo organizacional a Okhrana tzarista.

Qualquer Okhrana é um artefato cultural político econômico (instituição estatal) do campo de poder ditatorial, ou na Rússia tzarista, ou na URSS, ou na América. Na América, nunca se tratou do equilíbrio de antagonismo democracia e segurança interna do país. O discurso da segurança foi até o 11 de setembro de 2001, essencialmente, um delírio psicopático do Estado americano tendo com objeto o intelectual crítico. O macarthismo foi o apogeu de tal discurso político!  

II.

No ensaio, No tempo das catástrofes. Resistir à catástrofe que se aproxima (2008), a física Isabelle Stengers fala do capital mundial como uma máquina de guerra econômica trans-subjetivada pelas massas ao redor do planeta: “a guerra econômica exige a presença de todos nós, essa guerra cujas vítimas não têm sequer o direito às honras, mas são intimadas a voltar por todos os meios à frente da batalha”.
Tal enunciado não é uma metáfora da economia real capitalista. Isabelle diz: “ Ao escrever este livro eu me colocava entre aqueles e aquelas, que se dizem herdeiros de uma história de lutas contra o estado de guerra perpétua que o capitalismo faz reinar” (Stengers).
Desde Einstein, a ideologia cultural política econômica do capital articula-se à física da relatividade. Este fato tornou possível a redefinição do capital como máquina de guerra econômica após a II Guerra Mundial. Inquestionavelmente, o desenvolvimento do complexo industrial militar na América e na URSS se deve à Guerra Fria e seu equilíbrio mundial do terror atômico.
A segunda metade do século XX é a era de uma sociedade burguesa que perdeu a sua aura de pacifismo e antimilitarismo. Trata-se da passagem do mito (sociedade burguesa pacífica schumpteriana) para a história: sociedade capitalista guerreira. Este é um ponto de inflexão capital que articula a ciência da política mundial em Schumpeter e a história da cultura política econômica mundial associada à physis política do capital. Sei que isso não é mais uma novidade para os leitores contumazes da física geopolítica hobbesiana.

III
A democracia moderna europeia é um produto artefatual de uma elaboração cultural política intelectual econômica de séculos. De um modo simples, ela pode ser vista como a trans-subjetivação pelas massas intelectuais e manuais de determinadas instituições básicas: eleições gerais, partidos políticos, parlamentos, gabinetes e primeiros-ministros. Tais instituições articulam-se à esfera política como uma superfície sempre em choque entre interesses privados e a necessidade de regulá-los.
A democracia entra em crise histórica se sua reprodução ampliada trans-subjetiva pelas massas da sociedade dos significantes de classes começa a falhar. Trata-se do choque entre a reprodução da ideologia cultural política econômica e a physis política da sociedade de classes. Nas palavras de Schumpeter:
“Já enfatizei que não se pode esperar que a democracia funcione satisfatoriamente a não ser que a vasta maioria da população em todas as classes esteja resolvida a ater-se às regras do jogo democrático; isso, por sua vez, implica que todos estejam substancialmente de acordo quanto ao fundamental de sua estrutura institucional. No presente momento, a última condição não é satisfeita. Tantas pessoas renunciaram e tantas mais vão renunciar a seu compromisso com os padrões da sociedade capitalista que, nesse terreno, a democracia está fadada a funcionar com crescente fricção. Entretanto, no estágio visualizado, o socialismo pode tapar a brecha. Pode restabelecer a concordância quantos aos princípios estruturais do tecido social. Se o fizer, os antagonismos remanescentes serão exatamente do tipo que o método democrático é perfeitamente capaz de enfrentar” (Schumpeter: 374-375).

No ano de 1942, a questão democrática não significava uma ligação necessária com o capitalismo e um antagonismo óbvio com o socialismo e, portanto, com a sociedade socialista realmente existente. Ainda não havia sido concebido o antagonismo ideológico cultural político econômico democracia versus totalitarismo.

Schumpeter via o socialismo como capaz de resolver a crise da democracia no capitalismo, pois, ele poderia se estabelecer como uma sociedade socialista democrática. Franklin Delano Roosevelt também partilhava dessa crença. No século XXI, tal descrição da política mundial do início da década de 1940 é apenas fumos machadianos: fantasia cultural política de uma época!

A democracia representativa está indissoluvelmente ligada às nações modernas e à cultura política intelectual econômica nacional em interseção com a physis liberal do capital moderno civil. A democracia se articula como liame burguês pacifista e antimilitarista. O bloco-no-poder democrático nacional tem o capital civil privado como narrativa hegemônica (pax burguesa) em relação à narrativa geopolítica da guerra dos Estados nacionais:
“Se, além disso, considerarmos as tendências pacifistas, (pelo menos, antimilitaristas) e livre-cambistas que descobrimos serem inerentes à sociedade burguesa, veremos que a importância do papel da decisão política no Estado burguês pode, ao menos em princípio, ser reduzida a quase qualquer extensão a que obriguem as incapacidades do setor político” (Shumpeter: 369-370).

Tal fato significa o transromance Guerra e Paz do século XX com dois personagens principais: o burguês prosaico e o general (burocrata militar autoiludido com a poesia militar) - a sociedade burguesa e a burocracia militar. Tal transromance significa duas grandes guerras mundiais e dois tempos históricos da democracia ocidental: antes e depois da II Guerra Mundial.

Depois da II Guerra, a militarização da sociedade burguesa pelo capital militar só se constitui em uma totalidade completa na segunda década do século XXI. Trata-se da narrativa hegemônica do capital militar mundial no bloco-no-poder mundial. Os heróis do transromance do século XXI não são o general e o burguês. Ao contrário, são o diretor da CIA (do FBI) e o anti-herói terrorista islâmico que pertencem ao mundo do homo informacionalis eletrônico e digital.

Agora, a physis política do capital significa uma infraestrutura montada pela ciência do real e a técnica tele eletrônica se superpondo à técnica digital. A ciência moderna não é mais somente a força produtiva do capital, como física, ela é o fenômeno que faz do capital um ser objetivo econômico transusbjetivado pelas massas como interseção de homo simulacrum e homo digitalishomo informacionalis.

IV

Na Europa, o problema maior da democracia era a luta de classes:
“Não obstante, é excessivo afirmar que ‘não pode’ haver verdadeira democracia na ordem capitalista.
Entretanto, em ambos os aspectos o capitalismo está perdendo rapidamente as vantagens que costumava assumir. A democracia burguesa casada àquele ideal do Estado já há algum tempo vem mostrando um funcionamento de fricção crescente. Em parte, isso se deve ao fato de que, como vimos antes, o método democrático nunca funciona da melhor forma quando as nações estão divididas quanto a questões fundamentais de estrutura social” (Shumpeter: 371).

A criação do modelo oligarquia política híbrida foi o compromisso entre socialismo europeu e partidos burgueses para evitar que a luta de classes implodisse a democracia europeia. Hoje, tal modelo fazendo água por todos os poros abre uma era de tempestades políticas sobre a Europa. Uma terceira força histórica é o fantasma do futuro que ronda a Europa: o fascismo do século XXI (lobo em pele de cordeiro).

Na América, a periodização da democracia se faz com a desconexão causal necessária entre sociedade de classes e luta de classes. Uma sociedade de significantes americana sem luta de classes não é o fenômeno que caracterizou a longa era cultural política econômica Franklin Roosevelt?

Na década de 1930, a trans-subjetivação das massas americanas da economia real em crise (tal acontecimento não se desdobrou em crise da cultura política econômica do capital) cedeu ao desejo sexual da ditadura bondosa de rooseveltiana. Roosevelt foi o magister populi americano cesarista. A democracia cuja superfície é regulada pelo princípio da livre competição de lideranças (segundo o modelo do capital liberal do século XIX) foi destituída através da tela gramatical econômica do capital monopolista do século XX. Como Marcuse, Poulantzas não se deixou iludir pela semblância liberal da democracia (ou francesa) americana:
"Isso  não quer dizer, no entanto, longe disso, que as possibilidades de um Estado de exceção, quer seja sob uma forma fascista, sob uma forma de ditadura militar ou de um neo-bonapartismo acirrado, estejam daqui por diante excluídas da Europa.  Dada a atual situação política, muito particularmente na França, essa é, em menor ou maior prazo, uma eventualidade com a qual é preciso contar. O que leva à minha segunda consideração da questão: ela  concerne não simplesmente aos limites da democracia representativa e das liberdades que o Estado atual  comporta em sua regularidade 'democrática', mas precisamente aos elementos das fascistização de todo o Estado capitalista. Indo de encontro desta vez àqueles  que defendem uma diferença de essência entre as diversas formas democráticas (ou 'Estado liberal') e os totalitarismos, todos os dois apresentam, sob seu aspecto capitalista, certos traços comuns. Esses traços, além da eventual dependência desses Estados a uma mesma fase do capitalismo (fortalecimento do executivo no 'New Deal' rooseveltiano e o Estado fascista de então), contém as raízes do totalitarismo. Toda forma democrática de Estado capitalista comporta tendências totalitárias". (Poulantzas: 232). Nesta citação, o leitor pode anotar a similaridade do pensamento de Gramsci com o pós-estruturalismo marxista francês                
    

Schumpeter estabeleceu a ligação entre economia e política evitando o economicismo dos economistas e da crítica da economia política. Há uma autonomia relativa entre esfera econômica e esfera política pelo método da nova ciência da política, pois, a associação entre elas se faz a partir da tela gramatical econômica:
“Isso pode ser generalizado de maneira a dar entender que o método democrático fica em desvantagem em tempos conturbados (tempos catastrófico). Na verdade, democracias de todos os tipos são praticamente unânimes em reconhecer a existência de situações em que é razoável abandonar a liderança competitiva e adotar a monopolística. Na Roma antiga, a constituição previa que, nas emergências, tal monopólio de liderança seria conferido a um cargo não-eletivo. O titular era chamado de magister populi ou dictator. Dispositivos semelhantes estão presentes em praticamente todas as constituições, inclusive a norte-americana: o Presidente dos Estados Unidos adquire, em certas condições um poder que, para todos os propósitos, faz dele um ditador no sentido romano, por maiores que sejam as diferenças na construção jurídica e nos detalhes práticos. Se o monopólio for efetivamente, seja a um tempo definido (como ocorria originalmente em Roma) ou à duração de uma emergência definida e de curto prazo, o princípio democrático da liderança competitiva fica meramente suspenso. Se o monopólio, seja por lei ou de fato, não for limitado quanto ao tempo – e nesse caso, naturalmente, tenderá a ser ilimitado quanto a tudo mais -, o princípio democrático ficará revogado e teremos o caso da ditadura no sentido dos dias de hoje” (Schumpeter: 368).

Com efeito, a forma objetiva ditatorial cesarista está associada ao poder do magister populi ilimitado, pela primeira vez, de César: cesarismo. Na modernidade, o bonapartismo surgiu como o cesarismo moderno do século XIX.  Como magister populi das massas americanas, o cadeirante Franklin Roosevelt foi o Luís Bonaparte americano não-lumpesinal.          

Schumpeter subverte a velha ciência política moderna (antes e depois dele), pois, a sua ciência da política usa o método comparativo. Ele compara culturas políticas econômicas de épocas distintas e permite (uma interpretação) na qual o significante da antiguidade (por exemplo,magister populi ou dictator cesarista) pode ex-sistir como magister populi bonapartista e reger a cultura política moderna no continente americano. Trata-se de uma ciência da política que faz pendant com a cultura política intelectual econômica do Renascimento. A Argentina teve o seu magister populi em versão masculina (Peron) e versão feminina (Evita). O Brasil teve o seu também com Getúlio Vargas.

A ditadura é o monopólio do poder nacional sem limite no tempo e no uso da violência sem limite contra as massas e indivíduos capturados um a um. Na ditadura romana normal, o poder do magister populi era limitado no tempo, mas não no uso sem limite da violência real contra a plebe, e também, inclusive, contra os patrícios. Em Roma, o dictator não era eleito. Ditador eleito é uma característica da cultura política econômica moderna. Assim, a soberania popular pode ser uma trans-subjetivação ditatorial das massas sujeito zero autor democrático.

Este não é o primeiro passo para se metabolizar na razão moderna (reflexão) e simbolizar (integrar ao inconsciente nietzschiano ariano) que o campo de poder moderno é uma combinação/superposição de democracia e ditadura? 

 V

Na nova ciência da política, democracia e ditadura constituem uma Banda de Moebius lacaniana onde a democracia é o direito do avesso ditadura em um espaço sem descontinuidade, subvertendo, propriamente falando, nosso espaço comum de representação (Eidelsztein: 62, 63). Na Banda de Moebius: “o direito e o avesso desta tira de papel passam a se encontrar em continuidade. O uso comum do ‘cara ou coroa’ fica, aqui, subvertido. O direito e o avesso estão contidos um no outro. Assim, um homenzinho ou uma formiga que caminhasse sobre um dos lados desta superfície se encontraria, também, sem se aperceber da incongruência, no seu avesso, do outro lado” (Granon-Lafont: 25-26).

No espaço da representação da velha ciência política podemos falar de superposição entre democracia e ditadura na superfície política:
“Pois é ingênuo supor que o processo democrático deixa de funcionar por completo, numa autocracia ou que um autocrata nunca deseja agir de acordo com a vontade do povo, ou nunca está disposto a lhe dar espaço. Quando o fizer, poderemos concluir que uma ação semelhante também poderia ser realizada se o padrão político fosse democrático” (Schumpeter: 302). A soberania popular tanto pode servir ao campo de poder democrático quanto ao campo de poder ditatorial.

Em Aristóteles, a soberania direta das massas pode constituir a politeia (democracia dos homens livre e normais) tanto quanto a temida ditadura lumpesinal das massas democráticas. Estas democracias da antiguidade grega ex-sistem como uma Banda de Moebius na qual o direito é a politeia da cultura política intelectual grega e o avesso é a ditadura lumpesinal da physis política da antiguidade greco-romana. 

Há uma rede de autores na qual é possível ler a Banda de Moebius. Ao fazer a releitura do fenômeno bonapartista em Marx (como cultura política intelectual econômica), Michels torna possível a criação da nova ciência da política no campo da cultura política intelectual mundial:
“O bonapartismo é a teoria da dominação individual baseada na vontade coletiva e tendente a emancipar-se desta para tornar-se soberana. Ele encontra em seu passado democrático um refúgio contra os perigos que o podem ameaçar em seu presente antidemocrático.
No bonapartismo, o governo de César, como observou um espírito sagaz dos últimos anos do Império, transforma-se no órgão regulador da soberania popular. Ele é a democracia personificada, a nação feita homem. (E.Laboulaye). É a síntese de dois conceitos antagônicos: democracia e autocracia”. (Michels: 123).

Dando um passo a mais, através da Banda de Moebius bonapartismo dialético de Michels (democracia e autocracia), o cesarismo universal se articula com o antagonismo cultural político econômico de equilíbrio catastrófico, como veremos na releitura de Gramsci mais adiante. Em Gramsci, a ditadura toma, definitivamente, o lugar da autocracia, que é o referente de uma multiplicidade de significantes da cultura política universal intelectual. A Banda de Moebius gramsciniana é aquela da transdialética reversível democracia e ditadura.  

A nova ciência da política se constitui na interseção da ciência marxista da política com a teoria das elites de Michels, Pareto e Mosca na releitura do O 18 Brumário de Luís Bonaparte, consciente ou inconscientemente! Schumpeter extraiu as conclusões lógicas desse espaço público procedural com a teoria da ditadura mundial cesarista.

Na prisão de Mussoline na década de 1930, Gramsci usou como alavanca a teoria das elites e a reflexão dos intelectuais fascistas para elaborar a teoria do Estado integral como articulação de ditadura (sociedade política, aparelho de coerção[ tribunais, burocracia etc.]) com democracia (sociedade civil, hegemonia, aparelhos de hegemonia [imprensa livre, universidades etc.], Estado como organizador do consenso). (Buci-Gluckmann: 114).

O Estado gramsciano é uma Banda de Moebius sociedade civil/sociedade política. A política representativa é a articulação entre ditadura e democracia. O partido político pode ser um partido de poder - aparelho político semiditatorial - (Poulantzas: 245-246), ou um partido privado da democracia representativa articulando a hegemonia burguesa a partir do parlamento.

Como Príncipe moderno, o partido é uma articulação hegemônica como desejo sexual e vontade cultural política econômica de construir um Estado não-capitalista. Na Revolução Russa, o Príncipe moderno bolchevique fez a passagem da cultura política intelectual econômica (articulação hegemônica) para a forma-partido trans-subjetiva ditatorial da physis política comunista.
Através da luta de classes, o confronto transdialético materialista entre o capital e o trabalho tomou o rumo da tela gramatical ditatorial totalitária populista. Com Stalin, a Revolução Russa aparece claramente como um fenômeno da physis política, pois, o ariano povo russo toma o lugar do proletariado de Marx, Lenin e Bukarin, sem antes aniquilar biologicamente as massas camponesas.      

Marx teceu a tela gramatical intelectual da nova ciência da política em seu transromance O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Ele pensou a situação histórica da República democrática francesa de 1848 pelo antagonismo de equilíbrio catastrófico entre democracia e ditadura, que destruiria a forma objetiva democrática. Não se trata, portanto, de uma teoria da superposição formal entre significantes técnicos literários, mas da ex-sistência deles em uma Banda de Moebius transdialética reversível:
“2. De 25 de junho a 10 de dezembro de 1848. Ditadura dos republicanos burgueses puros. Elaboração do projeto de Constituição. Proclamação do estado de sítio em Paris. A ditadura burguesa é posta à margem a 10 de dezembro com a eleição de Bonaparte para presidente” (Marx: 398).
As massas burguesas são caracterizadas como uma força ditatorial: “Massa estúpida, ignorante e grosseira era a própria massa burguesa”. (Marx: 392). O bonapartismo é conceituado como um fenômeno ditatorial condensado na forma objetiva/trans-subjetiva Sociedade de 10 de Dezembro: “A Sociedade de 10 de Dezembro deveria continuar como o exército particular de Bonaparte até que ele conseguisse transformar o exército regular em uma Sociedade de 10 de Dezembro”. (Marx: 373).
A Sociedade de 10 de Dezembro é uma forma ditatorial militarizada e o bonapartismo transforma o exército (o aparelho ditatorial de Estado) em uma forma ditatorial bonapartista. Tal fenômeno significa a expansão do campo de poder ditatorial lumpesinal trans-subjetivo que modela a forma objetiva política estatal. Assim, a República democrática se transforma no Império lumpesinal francês de Luís Bonaparte almado (alma + amor) pelas massas francesas. Na memória cultural política francesa, Luís é metabolizado como um herói político estudado nos bancos escolares pelas crianças. O 18 Brumário de Luís Bonaparte é um livro desconhecido pela cultura política intelectual francesa tanto quanto o Guerra civil em França (Marx) sobre a Comuna de Paris de 1971. Anátema do verdadeiro!

Marx se refere a Bonaparte como ditador (autocrata) em várias passagens do livro: “A linguagem respeitável, hipocritamente moderada, virtuosamente corriqueira da burguesia, revela seu significado mais profundo na boca do autocrata da Sociedade de 10 de Dezembro e no herói de piquenique de St. Maur e Satory”. (Marx: 375).

A língua literária política burguesa faz da respeitabilidade e do uso de uma hipocrisia moderada virtuosa a semblância democrática da ditadura burguesa que o autocrata Bonaparte maneja como um espadachim de escol. Trata-se do fenômeno da formiguinha ou do homenzinho na Banda de Mobius deslizando do direito ao avesso, vice-versa. Nessa passagem do direito ao avesso da política francesa, as massas burguesas rasgam o véu da semblância liberal e tornam-se trans-subjetivamente lumpesinais ditatoriais sem semblância democrática: “A burguesia industrial aclama assim com aplausos abjetos, o golpe de Estado de 2 de dezembro, a aniquilação do parlamento, a queda de seu próprio domínio, a ditadura de Bonaparte”. (Marx: 397).

A trans-subjetivação lumpesinal é a força motriz da ditadura cesarista bonapartista. O lumpen-proletariado é a classe que já não é uma classe na sociedade de significantes de classes moderna:
“Nessas excursões, que o grande Moniteur oficial e os pequenos Moniteurs privados de Bonaparte tinham naturalmente que celebrar como triunfais, o presidente era constantemente acompanhado por elementos filiados à Sociedade de 10 de Dezembro. Essa sociedade originou-se em 1849. A pretexto de fundar uma sociedade beneficente, o lumpen-proletariado de Paris fora organizado em facções secretas, dirigidas por agentes bonapartistas e sob a chefia geral de um general bonapartista. Lado a lado com roués decadentes, de fortuna duvidosa e de origem duvidosa, lado a lado com arruinados e aventureiros rebentos da burguesia, havia vagabundos, soldados desligados do exército, prisioneiros libertos, forçados foragidos das galés, chantagistas, saltimbancos, lazzaroni, punguistas, trapaceiros, jogadores, maquereaus, donos de bordéis, carregadores, literati, tocadores de realejos, trapaceiros, amoladores de faca, soldados, mendigos – em suma, toda essa massa indefinida e desintegrada, atirada de ceca em meca, que os franceses chamam la bohème; com esses afins, Bonaparte formou o núcleo da Sociedade 10 de Dezembro. ‘Sociedade beneficente’ no sentido de que todos os seus membros, como Bonaparte, sentiam necessidade de se beneficiar às expensas da nação laboriosa; esse Bonaparte, que se erige em chefe do lumpen-proletariado, que só aqui reencontra, em massa, os interesses que ele pessoalmente persegue, que reconhece nessa escória, nesse refugo, nesse rebotalho de todas as classes a única classe em que pode apoiar-se incondicionalmente, é o verdadeiro Bonaparte, o Bonaparte sans phrase. Velho e astuto roué, concebe a vida histórica das nações e os grandes feitos do Estado como comédia em seu sentido mais vulgar, como uma mascarada onde as fantasias, frases e gestos servem apenas para disfarçar a mais tacanha vilania”. (Marx: 372).

A trans-subjetividade lumpesinal significa a corrupção da política democrática e do Estado republicano (apropriação privatista da riqueza pública) fazendo da vida dos países uma narrativa povoada de personagens grotescos vulgares, clowns de uma história das nações como uma comédia histórica vulgar com semblância de cultura política do sério. O processo mundial de trans-subjetivação lumpesinal é a causa da corrupção da classe governante do capital mundial cesarista militar nas nações capitalista, incluindo a China continental.  

Bonaparte ex-siste na memória cultural política intelectual francesa (e mundial) como um herói de uma história séria. A trans-subjetividade lumpesinal é um fenômeno da transestética de Marx na qual a estética desliza da superfície literária para a superfície transliteraria da cultura política econômica ditatorial cesarista.

O campo democrático é o avesso do campo ditatorial se aquele não é articulado pela lógica do simulacro ou do simulacro de simulação. O que é a democracia moderna para Marx?
“Enquanto o domínio da classe burguesa não se tivesse organizado completamente, enquanto não tivesse adquirido sua pura expressão política, o antagonismo das outras classes não podia, igualmente, mostrar-se em sua forma pura, e onde aparecia não podia assumir o aspecto perigoso que converte toda luta contra o poder de Estado em uma luta contra o capital. Se em cada vibração de vida na sociedade ela via a ‘tranquilidade’ ameaçada, como podia aspirar a manter à frente da sociedade um regime de desassossego, seu próprio regime, o regime parlamentar, esse regime que, segundo a expressão de um de seus porta-vozes, vive em luta e pela luta? O regime parlamentar vive do debate; como pode proibir o debate? Cada interesse, cada instituição social, é transformado aqui em ideias gerais, debatido como ideias; como pode qualquer interesse, qualquer instituição, afirmar-se acima do pensamento e impor-se como artigo de fé? A luta dos oradores na tribuna evoca a luta dos escribas na imprensa; o clube dos debates do Parlamento é necessariamente suplementado pelos clubes de debates dos salões e das tabernas; os representantes, que apelam constantemente para a opinião pública, dão à opinião pública o direito de expressar sua verdadeira opinião nas petições. O regime parlamentar deixa tudo à decisão das maiorias; como, então, as grandes maiorias fora do Parlamento não hão de querer decidir? Quando se toca música nas altas esferas do Estado, que se pode esperar dos que estão embaixo, senão que dancem? ” (Marx: 366).

Nenhum liberal ou democrata (burguês) foi capaz de escrever sobre a democracia parlamentar de um modo belo e verdadeiro como Marx no trecho supracitado. Por quê? Por que a ciência política universitária americana da segunda década do século XX foracluiu da cultura política intelectual ocidental o campo da nova ciência da política de Marx, de Michels, de Gramsci e Schumpeter? A nova ciência da política é um campo de pensamento que se coloca ao lado da democracia moderna contra o cesarismo, de qualquer espécie, inclusive o cesarismo meio asiático meio ocidental da URSS e o puramente asiático da China continental.

A velha ciência política americana foi, simplesmente, um cavalo de batalha geopolítico da Guerra Fria da ditadura cesarista do capital transnacional contra o comunismo ditatorial totalitário cesarista. A URSS também teve seu cavalo de batalha de pensamento Guerra Fria com uma certa sociologia soviética.

Trata-se de uma era na qual o choque entre o trabalho e o capital articulou o cesarismo moderno no Ocidente e na Ásia, pois para Heidegger, a URSS é parte de uma cultura política intelectual econômica ligada à physis política asiática. A ditadura da técnica define uma era de escravidão das massas ao capital em uma interseção de cultura política econômica ocidental e physis política da máquina de guerra:
“A técnica só é dominada de um modo tal que lhe é dado espaço até mesmo no aparentemente não técnico (isto significa aqui maquinal); o poder da ‘organização’ é escravo da técnica e ‘domina’ esta última, assim como o escravo liga o senhor a si próprio através da plena submissão”. (Heidegger: 155). Ao abordar a ditadura totalitária do capital do sistema industrial, Marcuse se alinha com Heidegger. Marcuse estava certo em apresentar a América da década de 1960 como uma sociedade totalitária ditatorial como efeito da era da soberania das máquinas (Marcuse: 42, 43, 45, 46, 60, 77, 18-19)

Porém, Heidegger diz sobre a máquina de guerra: “A maquinação é o acabamento incondicionado do ser enquanto vontade de poder. Mas mesmo a maquinação enquanto essência do ser tem ainda um inessência.
A inessência da maquinação exige uma humanidade que não desertifique toda a tradição, mas propague para além da desertificação, isto é, para o interior de sua inessência, justamente uma tradição desertificada de metafísica (e, isto é, da história ocidental), essencialmente sem raízes. Esta instauração da inessência da maquinação está reservada ao americanismo.
Mas tenebroso do que toda e qualquer selvageria asiática é esta ‘moralidade’ desenraizada e alastrada até o engodo incondicionado.
Somente aqui o abandono do ser alcança a condição extrema de uma constância.
Será que reconhecemos suficientemente que tudo o que há de tenebroso reside no americanismo e de modo algum no mundo russo? ” (Heidegger; 156-157).

O americanismo é o mundo onde reina a máquina de guerra psicopática como a tradição desertificada da metafisica. Não é um acaso que a cultura política intelectual americana fez desaparecer o significante alma na maquinação incondicionada do ser como vontade de poder. A máquina de guerra psicopática americana é o ser como vontade de poder sem almor (alma + amor). Sua expressão fenomenológica, por excelência, é o serial killer americano. Trata-se de uma invenção da vida americana que faz pendant, primeiro, com a tela gramatical cinematográfica, depois, com a tela gramatical eletrônica. O terrorista doméstico americano é a continuação do serial killer por outros meios, inclusive islâmico. O policial capitão-do-mato caçador do homem negro é um serial killer amparado pelo Estado ariano sem almor pela comunidade negra ou latino-americana. 

A tela gramatical totalitária da América pode ser notada pelo choque permanente (com banho de sangue) entre a ditadura do Estado ariano (polícia e judiciário) e o homem negro. A máquina de guerra psicopática heideggeriana (americanismo) não é uma autoilusão do filósofo alemão.

O americanismo é algo da physis política americana que se tornou hegemônico mundialmente com a dominação da narrativa do capital militar sobre a narrativa do capital civil no bloco-no-poder mundial. A tela gramatical eletrônica (e a tela gramatica digital) é um dispositivo cultural político econômico de uma trans-subjetivação (americanismo) ancilar da narrativa do capital militar mundial com dominação americana. Tal narrativa militar do americanismo sustenta que os EUA é uma democracia sob ataque da ditadura islâmica, hoje, representada pela máquina psicopática oriental Estado Islâmico.

A velha ciência política do americanismo continua sustentando que regime político se define apenas pela forma política objetiva constitucional. A política é algo objetivo, a prática política é um fenômeno objetivo, perturbada pela subjetividade do eleitor, ou, pior, sem a trans-subjetividade das massas. OS EUA são uma democracia pura em uma luta contra a ditadura terrorista islâmica. A ditadura continua sendo um fenômeno exterior (que vem de fora, ALIEN) à vida americana. O jornalismo ocidental segue essa velha cartilha da velha ciência política do americanismo.

Para não finalizar.

O cesarismo é lido no campo de pensamento da física historial lacaniana na transdialética materialista gramsciana: “Pode-se afirmar que o cesarismo exprime uma situação em que forças em luta se equilibram de modo catastrófico, isto é, equilibram-se de tal forma que a continuação da luta só pode levar a destruição reciproca.

Mas o cesarismo, se exprime sempre a solução “arbitral”, confiada a uma grande personalidade, de uma situação histórico-política caracterizada por um equilíbrio de forças de perspectiva catastrófica, não tem sempre o mesmo sentido”. (Gramsci: 1619).

Observe leitor que com o cesarismo entra na cena histórica uma personagem de uma narrativa heroica. Com o cesarismo nasceu o transromance da cultura política universal na Roma da antiguidade. Tal romance é universal, pois, a própria revolução chinesa comunista se faz a partir de uma narrativa cultural política econômica asiática em torno de uma personagem heroica: Mao Tse Tung ou Deng Xiaoping.

O cesarismo é uma totalidade RSIcp (Real/Simbólico/Imaginário/ cultura política) que se articula pelo real, ou melhor, pela physis política. Deste ângulo, o cesarismo é o equilíbrio de antagonismo entre a cultura política e a physis, entre o campo de poder democrático e o campo de poder ditatorial.

A trans-subjetivação cesarista catastrófica é uma linha de força historial (flecha do tempo) que significa, inicialmente, mudança trágica do tipo de Estado. (Depois, ele ex-siste como mudança do Estado como comédia histórica vulgar). César foi o motor necessário da mudança trágica da República para o Império de César Augusto. Napoleão Bonaparte foi o motor trágico da mudança historial da República revolucionária para o Império trágico. Luís Bonaparte é a mudança da República democrática para o Império lumpesinal, que não é um outro tipo de Estado, mas uma evolução do Estado francês burguês, agora ditadura lumpesinal . Luís Bonaparte é o motor que completa a totalidade cesarista, pois, ela se torna um RSIcp lumpesinal - o transromance como comédia histórica vulgar:
“O cesarismo de César e de Napoleão I foi, por assim dizer, de caráter quantitativo-qualitativo, representou a fase histórica da passagem de um tipo de Estado para outro, uma passagem em que as inovações foram tantas e de tal ordem que representaram uma transformação completa. O cesarismo de Napoleão III foi só e limitadamente quantitativo, não se verificou a passagem de um tipo de Estado para outro, mas só ‘evolução’ do mesmo tipo, segundo uma linha ininterrupta”. (Gramsci: 1622).

A modernidade tem como motor a luta de classes burguesia/proletariado. Tal trans-subjetivação das massas faz do cesarismo um artefato arbitral mais policial que militar. O Estado policial cesarista ex-siste como hegemonia da narrativa do capital civil no bloco-no-poder mundial. Pois, o cesarismo é um significante técnico literário da cultura política universal, ou mundial, ou, mais modestamente ocidental no século XIX até as revoluções comunistas do século XX:
“No mundo moderno, os fenômenos de cesarismo são inteiramente diversos, tanto daqueles do tipo progressista César-Napoleão I, como também daqueles do tipo Napoleão III, embora se aproximem deste último. No mundo moderno, o equilíbrio com perspectiva catastrófica não se verifica entre forças que, em última análise, poderiam fundir-se e unificar-se, mesmo despois de um processo fatigante e sangrento, mas entre forças cujo contraste é insanável historicamente, e que se aprofunda como o advento de formas de cesarismo. Todavia, o cesarismo no mundo moderno ainda encontra uma margem, maior ou menor, de acordo com os países e o seu peso relativo na estrutura mundial, já que uma forma social ‘sempre’ tem possibilidades marginais de desenvolvimento ulterior e de sistematização organizativa. Ela pode contar especialmente com a fraqueza relativa da força progressista antagonista, devido à sua natureza e ao seu modo de vida particular, fraqueza que deve ser mantida: por isso afirmou-se que o cesarismo moderno mais do que militar é policial”. (Gramsci: 1622).

Com a hegemonia do capital militar do americanismo no bloco-no-poder mundial, o cesarismo do século XXI não se suporta mais como um Estado policial foucaultiano. (Foucault: 823). É possível fazer futurologia sociológica política sobre o tipo de Estado cesarista do século XXI? “Pode haver um cesarismo progressista e um cesarismo reacionário; mas em última análise, o significado exato de cada forma de cesarismo só pode ser reconstruído pela história concreta, e não por um esquema sociológico”. (Gramsci: 1699).

A ditadura cesarista mundial progride com o globalismo do capital mundial que eliminou a luta de classes como centro tático da história universal. No século XXI, uma nova transdialética materialista das forças em desequilíbrio catastrófico para a democracia (capital e trabalho) desenham um horizonte no qual o atractor é o trabalho como escravo do capital, como no século XIX. Todavia, a produção do contemporâneo é o confronto das massas com o capital não- articulado como luta de classes.

Spartacus é o signo brilhante na constelação da luta das massas ancilares como contramáquina de guerra poiética épica na luta com o capital militarista escravagista.

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