domingo, 23 de outubro de 2016

DA TEOLOGIA CRISTÃ À TEOLOGIA GRAMATICAL DA POLÍTICA


1. Aristóteles chama de "teólogos" os criadores dos mitos (Hesíodo, Homero, poetas que narraram os feitos dos deuses e heróis, suas origens, suas virtudes e também seus vícios e erros), e de "teologia" o estudo metafísico do ente em seu ser (considerando a metafísica ou "filosofia primeira", a mais elevada de todas as pseudociências)

Começo com essa lenda digital supracitada.

Teólogos criadores dos mitos remetem para a gênese da narrativa poiética grega da antiguidade. Trata-se do primeiro trans-sujeito narrativo ocidental. Assim, o teólogo/poiético é o sujeito que cria o trans-sujeito. Não é o sujeito homem que cria o trans-sujeito narrativo, mas o sujeito/poeta individual (Hesíodo, Homero). Isto está de acordo com a ideia exposta no livro de Aristóteles La Métaphysique. Tomo I, p. 6, Editora Librairie  Philosophique J. Vrin.

2. Teologia é o estudo metafísico do ente em seu ser (considerando a metafísica ou "filosofia primeira", a mais elevada de todas as pseudociências).

Na página 1, temos a frase: “La Philosophie première (ou Métaphysique) étant la science des premières causes sera la science de Dieu lui-même”.

3. A incorporação do termo "teologia" pelo cristianismo teve lugar na Idade Média, entre os séculos IV e V, com o significado de conhecimento e saber cristão acerca de Deus”. Trata-se da teologia em si medieval como tela gramatical teológica cristã do ser encantado, encantadoramente divino. E se teologia em si cristã medieval resvalar daí para se tornar a forma da tela  gramatical teológica  do território trans-subjetivo de qualquer fenômeno encantado?

4. Aristóteles digital. “Objeto próprio da teologia é o primeiro motor imóvel, ato puro, o pensamento do pensamento, isto é, Deus. Deus, o real puro, é aquilo que move sem ser movido; a matéria, o possível puro, é aquilo que é movido, sem se mover a si mesmo”.

No Tomo 2, página 496, Aristóteles define potência racional como a capacidade de poder mover racionalmente algo. Aristóteles também pode estar pensando na democracia direta grega como poder racional de mover a política na direção da ética politeia: viver bem, agir bem. Tal poder racional político faz pendant com λóγος [logos].

Heidegger mostrou que não se trata do homo logicus. Pensei, então, com λóγος [logos] fazendo pendant com o homo gramaticalis. Isto nos remete para a gramática como estrutura primordial de sentido da língua. A potência racional de mover algo faz pendant com a língua como real gramatical puro. O real como poder de mover a matéria não ex-siste fora da língua.  

A matéria, o possível puro, é aquilo que é movido, sem se mover a si mesmo. Marx mostrou que a mercadoria é physis e metaphysis. Ela é, respectivamente, matéria que é movida pela sociedade de mercadorias (sociedade de consumo produtivo ou improdutivo), sem se mover a si mesmo; e é matéria como poder de mover o planeta. Trata-se da gramática metafísica do fetichismo da mercadoria na fórmula a mercadoria tem vida própria para articular a política como metafísica capitalista: a sociedade capitalista é para todos!

Santo Agostinho definiu a existência de Deus como matéria metafísica. Trata-se de teologia gramatical política cristã eclética. O Deus do ecletismo cristão é homólogo à mercadoria/matéria metafísica de Marx com o narrativa trans-subjetiva.   

Encarnação (do latim in carnare, "fazer-se carne") é um conceito religioso presente no cristianismo. O Novo Testamento fala da encarnação do Verbo para enfatizar que Deus fez-se homem, pois nele Jesus é descrito como vindo em carne. O Verbo é a língua de Deus como narrativa cristã.

Cristo é o fazer-se carne da Língua cristã. Jesus Cristo é o sujeito-individual que ao transformar a Língua de Deus em carne torna-se o trans-sujeito cristão. (Não é o sujeito homem que cria o trans-sujeito narrativo, mas o sujeito/poeta individual (Hesíodo, Homero). Isso está de acordo com a ideia exposta no La Métaphysique. Tomo I, p. 6, Editora Librairie  Philosophique J. Vrin).

Cristo é a condição de possibilidade individual de existência do trans-sujeito narrativo cristão, ou seja, a narrativa que atende pelo nome O Novo Testamento. Neste sentido, há e não há ruptura entre a metafísica cristã e a aristotélica. A metafísica cristã é um efeito da transdialética gramatical do trans-sujeito cristão sobre o sujeito cristão, vice-versa!

Como Weber poderia ter pensado, o homo ideologicus (falso homo teologicus) cristão articula-se como SEITA e o homo gramaticalis/teológico como Igreja. A ideologia teológica articula a ´tela política agramatical faccional, e a tela gramatical política/teológica articula o partido político nacional. Ao contrário do cristão, o judeu não se articula como Igreja.  

A tela gramatical teológica (Igreja  partido político nacional) é movida por uma narrativa nacional ou trans-sujeito nacional análogo ao trans-sujeito cristão/Igreja. A tela agramatical teológica é a política como agramaticalidade faccional ou política articulada pelo homo ideologicus da teologia de seita. Nesta política, o sujeito político torna-se vontade de potência niilista de aniquilação da política/Igreja nacional.  O sujeito político é abduzido pelo desejo sexual niilista de destruição do mundo nacional.           

Hoje, o sujeito político niilista é o sujeito/ator hobbesiano da sociedade dos ricos associados agindo na tela agramatical homo teologicus mundial. A agramaticalidade de seita da sociedade dos ricos associados não faz pendant com a gramaticalidade cristã do capital mundial. Os ricos é um ator hobbesiano heteróclito cujo agir político teologicus nada tem a ver com o funcionamento do capital ou da sociedade capitalista como trans-sujeito cristão.

A agramaticalidade da sobrevivência, a qualquer custo, da sociedade dos ricos é capaz de pôr o cristo/capital mundial na cruz novamente em cada território objetivo/subjetivo nacional.

O antagonismo teologicus sociedade dos ricos associados versus capital mundial é o enigma fatal para o capital mundial como articulação de matéria metafísica (gramática fetichista da mercadoria) e matéria da physis do capital (desenvolvimento das forças produtivas técnico/científicas).

Não é a sociedade dos ricos associados o ator hobbesiano do desenvolvimento da physis do capital, e sim uma classe média simbólica mundial agindo como ator hobbesiano científico no espaço contínuo território nacional/território mundial.

Hoje o espetáculo da autodissolução da classe média simbólica nos territórios nacionais significa a inscrição da agramaticalidade do desmoronamento de sentido gramatical cristão do capital mundial na sociedade capitalista mundial!   


A capacidade de aprendizado no campo de poder mundial gramatical pertence ao ser gramatical (ator hobbesiano, multidão hobbesiana), que além de possuir memória gramatical cultural poiética econômica territorial, é provido da percepção sensível do sentído do ouvir, ou seja, percepção sensível auditiva da língua/trans-sujeito gramatical narrativo cristão. 

A sociedade dos ricos associados é um ser de uma tela agramatical negra do campo de poder mundial. O Estado agramatical negro integral mundial faz pendant com tal sociedade como efeito do trans-sujeito Diabo alemão industrial do americanismo. Eles articulam o planeta como narrativa negra de uma lingua industrial, ou  seja, narrativa sem narrativa.  Trata-se do inglês industrial da teologia heteróclita negra do americanismo.       

Para o território nacional e a sociedade capitalista em geral The time is out of joint.

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