Há 6 meses fiz um texto falando
do desenvolvimento da implosão da gramática de sentido de 3 discursos sobre a
política brasileira: discurso do político, discurso do universitário e discurso
do jornalista.
Trata-se da gramática de sentido Cazuza:
“A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos
fatos
O tempo não pára”
Lamento tal fato.
Acabamos de passar para o segundo
turno das eleições municipais de 2016. Trata-se de uma eleição organizada
segunda uma legislação eleitoral que proibiu o financiamento empresarial da
campanha dos partidos e candidatos, e restringiu o uso da televisão. Assim,
campanha foi feita gastando sola de sapato e muita saliva para conquistar o
eleitor. Os candidatos ficaram tête-à-tête
com as massas populares em carne, osso, sangue e a sujeira das ruas da periferia dos grandes centros urbanos.
Da velha ciência política,
cientistas políticos profetizaram o fim da política (milenarismo político do
discurso do universitário).
O discurso do jornalista agia
sobre mentes e coração do eleitorado com a mensagem da corrupção alargada da
política nacional. A Lava-Jato fornecia os fatos diários que corroboravam tal
verdade jornalística que é a gramática de sentido de um niilismo patológico agramatical rotundo. Tal niilismo é a vontade de potência agramatical patológica de destruição da
política nacional.
Terminado o primeiro turno, o
presidente Temer fala em uma rejeição global da classe política pelo eleitor.
38% de abstenções, votos nulos e votos em branco. A classe política como o
“rejeitado” (Nietzsche) faz dela uma classe lumpesinal - os desterrados do
território do trans-sujeito esquizo nacional regular.
Deputados na Câmara nacional
profetizam o dia do “juízo final” do Estado brasileiro ck(e da economia realmente
ex-sistente) realmente ex-sistente.
Contra tal discurso
milenarista/niilista/ do rejeitado, a eleição elegeu um candidato rico da
sociedade dos ricos associados paulista (PSDB). Ele se apresenta como self-made
man (Self-made man é como os norte-americanos chamam as pessoas que conseguem
subir na vida com o próprio esforço. É o indivíduo que "se fez
sozinho", que "fez o próprio caminho". O primeiro self-made man
da história foi o norte-americano John Davison Rockefeller (1839 - 1937), mais
conhecido como Rockefeller).
A campanha de João Dória Rockefeller defendeu uma plataforma neoliberal extremistas, pregando a privatização do Estado brasileiro relmente existente na cidade de São Paulo. Foi eleito no primeiro turno prefeito de São Paulo. Ele fez questão de dizer que não tem ligação com a sociedade dos ricos associados paulista, sociedade filiada (pela memória cultural política econômica do modo de produção escravagista) às familias aristocráticas escravagistas do café.
A campanha de João Dória Rockefeller defendeu uma plataforma neoliberal extremistas, pregando a privatização do Estado brasileiro relmente existente na cidade de São Paulo. Foi eleito no primeiro turno prefeito de São Paulo. Ele fez questão de dizer que não tem ligação com a sociedade dos ricos associados paulista, sociedade filiada (pela memória cultural política econômica do modo de produção escravagista) às familias aristocráticas escravagistas do café.
Não é um segredo que o prefeito
atual do PT (da corrente marxista letrada da USP do desenvolvimento
estatizante) fez um excelente governo.
Mesmo com todo o bombardeio, noite
e dia, do jornalismo industrial (GloboNews e jornais de papel paulistas),
Fernando Haddad ficou em segundo lugar derrotando a experiente Marta Suplicy e também
a celebridade da mídia o evangélico Celso Russomano, que começou a campanha em
primeiro lugar. Tratou-se de campanha na qual as forças nacionais da política
laica e evangélica se enfrentaram em uma luta política com baixa taxa de
violência simbólica. Princípio da esperança!
As massas eleitorais paulistas
derrubaram o milenarismo do discurso do universitário, o niilismo patológico do
discurso do jornalista e a imaginação delirante do presidente da República
realmente existente. Em São Paulo, a classe política não é o “enjeitado”.
O Rio viveu um fenômeno político
extraordinário. Trata-se da nacionalização natural da política da politeia. A
elaboração da política municipal significou (significa) a metabolização pelas
massas eleitorais das correntes políticas nacionais. O bloco político parlamentar nacional B.B.B (bala,
boi, bíblia) concorreu com dois candidatos: o filho civilizado do deputado
nacional capitão Bolsonaro (candidato à eleição presidencial de 2018); o
candidato evangélico do terrível tio paulista Bispo Macedo – o Marcelo ministro
bolivariano do Governo Dilma. Refiro-me ao pastor brilhante da Igreja Universal
do Reino de Deus Marcelo Crivella.
O PMDB fez um excelente governo
na cidade e seu o governo estadual, finalmente, construiu o metrô até a Barra
da Tijuca em meio à uma tempestade política que inclui o colapso das finanças
do estado do Rio de Janeiro. Para completar o quadro sinistro e contrariando a
deusa política Fortuna, o governador parece ter derrotado a physis biológica
que dita seu destino: o governador saiu ileso de um câncer com alto poder de
destruição.
O PMDB da cidade fez da Olimpíada
de 2016 um sucesso internacional. O PMDB tem, provavelmente, o mais notável
Secretário de Segurança Pública da história dessa profissão, nacionalmente. Ás vezes, imagino que o RIO não sabe que sabe a dívida imensa que acumulou com José Mariano Benincá Beltrame, ao longo de mais de uma década. Mas o pemedebismo
não foi para o segundo turno.
O candidato do pemedebismo ficou
em segundo lugar por ser, talvez, o candidato apresentado, na televisão mulher,
sem perdão, como um espancador de mulher. Em uma era marcada pelo poderoso
movimento da mulher na política do mundo-da-vida, os 16% de Pedro Paulo
destituem o discurso do fim da política. Além disso, o Rio é uma cidade
bolivariana. E o atual governo nacional do PMDB (na mente do eleitor
bolivariano) é um usurpador do governo bolivariano de Dilma Rousseff. Trata-se
de uma óbvia nacionalização, altamente positiva, da política da cidade.
Um partido linha auxiliar da
esquerda petista bolivariana passou para o 2°Turno. O PSOL derrotou o PT/PCdoB
da antiga e experiente política profissional das lutas comunistas, liberais e
multiculturalistas bolivariana Jandira Feghali. Derrotou também a Rede de
Marina Silva e seu candidato tarimbado na guerrilha parlamentar, combativo
multiculturalista, o homem da Câmara dos deputados que destruiu Eduardo Cunha,
abertamente.
Marcelo Freixo é o candidato
bolivariano do PSOL no 2°Turno enfrentando Marcelo Crivella. Marcelo versus
Marcelo. Mas ele é o candidato bolivariano após o dilúvio que mandou para as
calendas gregas o bolivarianismo. Assim, ele é um candidato bolivariano sem o
bolivarianismo. Talvez, ele personifique, no Rio, o surgimento nacional da
esquerda legal após o fim do bolivariano.
É verdade que se trata de um
candidato ideológico. Em uma era transideológica mundial, a ideologia política implodida
como gramatica de sentido da realidade dos fatos políticos não é uma boa companheira. Marcelo (o
evangélico) já deu sinais que vai explorar tal ponto fraco da possível futura esquerda
legal.
Senhores, onde está, afinal, o
fim da política?
O fim da política é um fato
ficcional barato, chifrim milenarista, niilista patológico, derrotista que só anuncia a
implosão da gramática de sentido do discurso do cientista, do discurso do
jornalista e do discurso do PRESIDENTE do REGIME 1988.
"Os cães ladram, a caravana passa!"
"Os cães ladram, a caravana passa!"
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