José Paulo
A gramática de sentido do campo da prática política dos
paradoxos, aporias e contradições regem a história:
“O paradoxo deste puro devir, com a sua capacidade de
furtar-se ao presente, é a identidade infinita: identidade infinita dos dois
sentidos ao mesmo tempo, do futuro e do passado, da véspera e do amanhã, do
mais e do menos, do demasiado e do insuficiente, do ativo e do passivo, da
causa e do efeito. (Deleuze. 1974: 2).
Das inversões de sentido do crescer e do diminuir e “da causa
e do efeito: ser punido antes de ter cometido a falta, gritar antes de
machucar, servir antes de repartir”. Crescer e diminuir é uma constante da
prática política, pois, o jogo gramatical e ideológico delas age sobre o
crescimento e diminuição da potentia do aparelho de Estado na prática política.
A não inversão de sentido do aparelho de Estado de causa e efeito é um
pressuposto básico da concepção política de mundo do aparelho de Estado penal
constitucional. Ser punido antes de ter cometido o crime é uma sublógica de
sentido do aparelho de Estado de países subdesenvolvidos em relação à população
dos de baixo. Assim:
“O paradoxo é, em primeiro lugar, o que destrói o bom senso
como sentido único, mas, em seguida, o que destrói o senso comum como
designação de identidades fixas”. (Deleuze. 1974: 3).
O campo dá prática política pode ter inversões dos dois
sentidos da civilização/barbárie, sistema/revolução. O novo fascismo mundial
faz essa inversão ao procurar criar um sistema do revolucionar, um governo do
revolucionar o Estado. Assim, ele destrói o bom senso do aparelho de Estado
como sentido único constitucional e
desintegra o senso comum da prática política como designação de identidades
fixadas dos efeitos <incorporais> na prática política constitucional e
leis ordinárias.
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Na inversão do modo de ser psíquico hiberbato da tela
gramatical de sentido da prática política, a anástrofe articula e faz funcionar
a pratica política como inversão da ordem gramatical do sintagma no fenômeno
político. Assim, altera-se a sintaxe da tela gramatical e, portanto, da prática
política. Por exemplo, a barbárie toma o lugar da civilização assim como a
anarquia toma o lugar do aparelho de Estado constitucional. No
subdesenvolvimento, a ordem na tela gramatical tem a barbárie, isto é, a
anarquia do aparelho de Estado como direito natural do mais forte; inversão
entre o direito constitucional e o direito natural.
Bem:
“Esta maneira de ser se encontra de alguma forma no limite,
na superfície de ser e não pode mudar sua natureza; ela não é a bem dizer nem
ativa nem passiva, pois passividade suporia uma natureza corporal que sofre uma
ação. Ela é pura e simplesmente um resultado, um efeito não classificável entre
os seres...(Os Estoicos distinguem) radicalmente, o que ninguém tinha feito
antes deles, dois planos de ser: de um lado, o ser profundo e real, a força; de
outro, o plano dos fatos, que se produzem na superfície do ser e instituem uma
plurivocidade infinita de seres incorporais”. (Deleuze. 1974: 6).
Os fenômenos da tela gramatical narrativa da prática política
podem ser seres incorporais, como a
multidão disponível para a política. Sem corpo, eles não participam da prática
política dos corpos:
“No entanto, o que há de mais íntimo, de mais essencial ao
corpo do que acontecimentos como crescer, diminuir, ser cortado? O que querem
dizer os Estoicos quando opõem à espessura dos corpos estes acontecimentos
incorporais que se dariam somente na superfície, como um vapor nos campos
(menos até que um vapor, pois um vapor ´é um corpo)? O que há nos corpos, na
profundidade dos corpos, são mistura: um corpo penetra outro e coexiste com ele
em todas as partes, como a gota de vinho no mar ou o fogo no ferro”. (Deleuze.
1974: 6).
Os corpos políticos se misturam na prática política da
democracia constitucional. A teologia amigo versus inimigo não estrutura a
prática política:
‘Toda contraposição religiosa, moral, econômica, étnica ou
outra transforma-se numa contraposição política, se tiver força suficiente para
agrupar objetivamente os homens em amigos e inimigos”. (Schmitt;63).
Há a inversão do modo de ser psíquico hiperbato da prática
política, na tela verbal narrativa, por exemplo, da democracia constitucional
em anarquia política; isso é realizada pelo novo fascismo que usa a anarquia
como estratégia e táticas de tomada do poder e conservação do governo. A figura
de linguagem é da ordem do discurso político, mas, e, sobretudo, ao que me
interessa, da prática política de uma tela gramatical narrativa de conjuntura.
A inversão gramatical determina e define a mudança da gramática dos dois
sentidos sintagmáticos, da formação da oração da tela gramatical, simultâneos, de
conjuntura da história e não da retórica.
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A relação entre relações técnicas de produção e gramática da
lógica de sentido tem dois sentidos, simultâneos: Estado constitucional e
anarquia. Freud fala da gramática de sentido da anarquia instrumentalizada
pelos Estados mercantilistas e colonialistas do homem europeu civilizado - que
levou à Primeira Guerra Mundial. O homem europeu vivendo segundo o princípio de
prazer e falsa perversão é um modo de ser psíquico do homo homoni lupus:
“O elemento de verdade por trás disso tudo, elemento que as
pessoas estão dispostas a repudiar, é que os homens não são criaturas gentis
que desejam ser amadas e que, no máximo, podem defender-se quando atacadas; ao
contrário, são criaturas entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta
uma poderosa quota de agressividade. Em resultado disso, o seu próximo é, para
eles, não apenas um ajudante potencial ou um objeto de prazer carnal, mas
também alguém que os tenta a satisfazer sobre ele a sua agressividade, a
explorar sua capacidade de trabalho sem compensação, utilizá-lo sexualmente sem
o seu consentimento, apoderar-se de suas posses, humilhá-lo, causar-lhe
sofrimento, torturá-lo e matá-lo: <Homo homoni lupus>. (Freud: 133).
O estado de anarquia, no meu Freud, faz pendant como o estado
de natureza de Hobbes. A lógica é a do direito natural do mais forte – falso perverso
- que usa o outro segundo seu prazer e objeto do falso perversão. No entanto,
em Hobbes, o estado de anarquia acaba com o Estado; em Freud, o próprio
aparelho de Estado participa do estado de anarquia do europeu civilizado;
assim, dois sentidos aparecem articulando e fazendo funcionar o próprio Estado
europeu: civilização e barbárie ou pólemos: guerra entre povos europeus.
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Em Hobbes, a barbárie aparece como estado de natureza em um
contraponto com o Estado da civilização; a barbárie é o estado de natureza com
estado de anarquia do direito natural do mais forte sobre o dominado; a
civilização da justiça e injustiça requer o aparelho de Estado penal que faz
pendant com a gramática da propriedade:
“Portanto, para que as palavras <justo> e
<injusto> possam ter lugar, é necessária uma espécie de poder coercitivo,
capaz de obrigar igualmente os homens ao cumprimento de seus pactos, mediante o
terror de algum castigo que seja superior ao benefício que esperam tirar do
rompimento do pacto, e capaz de fortalecer aquela propriedade que os homens
adquirem por contrato mútuo, como recompensa do direito universal a que
renunciaram. E não pode haver tal poder antes de erigir-se um Estado. O mesmo
pode deduzir-se também da definição comum da justiça nas Escolas, pois nelas se
diz que a justiça é a vontade constante de dar a cada um o que é seu. Por tanto,
onde não há o <seu>, isto é, não há propriedade não pode haver injustiça.
E onde não foi estabelecido um poder coercitivo, isto é, onde não há Estado,
não há propriedade, pois todos os homens têm direito a todas as coisas.
Portanto, onde não há Estado nada pode ser injusto. De modo que a natureza da
justiça consiste no cumprimento dos pactos válidos, mas a validade dos pactos
só começa com a instituição de um poder civil suficiente para obrigar os homens
a cumpri-los, e é também só aí que começa a haver propriedade”. (Hobbes: 90).
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Propriedade territorial aponta para a técnica na história da
civilização; a propriedade virtual encontra-se acima do Estado territorial; na
modernidade, há a autonomia relativa da prática política em relação às relações
técnicas de produção territoriais; com as relações técnicas de produção
virtuais/IA, a mediação e reflexão que faz a passagem em ato das relações
técnicas para a prática política se torna inoperante. Heidegger pode ajudar
nesse problema:
“A técnica só é dominada de um modo tal que lhe é dado espaço
até mesmo no aparentemente não técnico (isto significa aqui maquinal); o poder
da <organização> é escravo da técnica e <domina> esta última, assim
como o escravo liga o senhor a si próprio através da plena submissão”.
(Heidegger: 155).
O poder da organização
da prática política, isto é, a gramática de sentido lógico da prática política
é escrava da técnica e, ao mesmo tempo domina esta última; a inversão lógica
dos dois sentidos liga a prática política à técnica como senhor através da
plena submissão. O capital feudal_IA é a técnica como senhor da prática
política na medida em que o IA se institui como poder tutelar da classe
política do homem. A tela gramatical/IA da prática política foi antecipada por
alguma gramática do homem?
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A gramática de sentido da lógica da proposição associa-se às
imagens textuais:
“A designação opera pela associação das próprias palavras com
imagens particulares que, devem ‘representar’ o estado de coisas: entre todas
aquelas que são associadas à palavra, tal ou tal palavra `s proposição, é
preciso escolher, selecionar as que correspondem ao complexo dado”. (Deleuze:
13).
O complexo dado é o texto de Tocqueville sobre um poder
tutelar da prática política do futuro da América, visto da primeira metade do
século 19. Ora, esse pode tutelar virtual parece corresponder a realidade da
gramática de sentido lógico da proposição capital feudal/IA:
“Observei, durante minha temporada nos Estados Unidos, que uma
situação social semelhante à dos americanos poderia oferecer singulares
facilidades à implantação do despotismo e mostrei, ao regressar à Europa, como
a maior parte dos nossos príncipes já se tinham servido das ideias, dos
sentimentos e das necessidades que essa mesma situação social fazia surgir,
para estender a esfera do eu poder”. (Tocqueville: 431).
A imagem textual sobre o futuro não encontra realidade na
história do homem nos EUA ou Europa nos séculos 19 e 20. Ela encontra sua
realidade virtual no capital feudal-IA do século 21:
“Jamais se viu, nos séculos passados, soberano tão absoluto e
tão poderoso que tenha tentado administrar sozinho e sem recorrer a poderes
secundários, todas as partes de um grande império; nem sequer um tentou
submeter indistintamente todos os seus súditos aos detalhes de uma norma
uniforme, nem desceu até junto de cada um deles, para regê-lo e conduzi-lo”.
(Tocqueville: 431-32).
O poder tutelar do capital feudal/IA vai além do cesarismo do
capital feudal cibernético, fenômeno político, ainda, da civilização do homem:
“Sabemos que, na época dos Césares, os diferentes povos que
viviam no mundo romano tinham ainda conservado costumes e hábito diversos;
embora sujeitas ao mesmo monarca, a maior parte das províncias era administrada
separadamente; eram cheias de municipalidades poderosas e ativas e embora todo
o governo do império estivesse concentrado apenas nas mãos do imperador; e ele
continuasse sempre, quando necessário, árbitro de todas as coisas, os detalhes
da vida social e da existência individual fugiam ao controle dele (...); muitas
vezes , ao imperador, ocorre-lhe abusar desse poder para arbitrariamente tirar
de um cidadão os bens ou a vida; a sua tirania pesava prodigiosamente sobre
alguns,, mas não se estendia sobre um grande número; prendia-se a alguns
objetivos maiores e esquecia o resto; era violenta e contida”. (Tocqueville:
432)
Ao contrário, o domínio do capital feudal/IA seria o grau
zero da estrutura de dominação territorial sobre o homem? Como gramática do
Estado territorial, a propriedade hobbesiana daria lugar à propriedade de um
despotismo virtual:
“Parece que, se o despotismo viesse a se estabelecer nas
nações democráticas de hoje, teria outras características. Seria mais amplo e
mais brando, e degradaria os homens sem atormentá-los”. (Tocqueville: 432).
A gramática de sentido
da lógica da proposição despotismo democrático/IA faria da falsa perversão a
condição natural da espécie humana:
“Os governos democráticos, poderão tornar-se violentos e
cruéis em certos momentos de grande efervescência e grandes perigos; mas essas
crises serão passageiras (...), na austeridade em que se mantêm quase todos, no
vício como na virtude, não temo que encontrem em seus chefes tiranos, mas antes
tutores”. (Tocqueville:433).
A gramática de sentido do poder tutelar/IA não é tirania ou
despotismo, é um fenômeno inédito sem nome ainda:
“Procuro descobrir sob que traços novos o despotismo poderia
ser produzido no mundo; vejo uma multidão inumerável de homens semelhantes e
iguais, que sem descanso se voltam sobre si mesmos, à procura de pequenos e
vulgares prazeres, com os quais enchem a alma. Cada um deles, afastado dos
demais, é como que estranho ao destino de todos os outros; seus filhos e seus
amigos particulares para ele constituem toda a espécie humana; quanto ao
restante dos seus concidadãos, está ao lado deles, mas não os vê; toca-os e não
os sente; existe apenas em si e para si mesmo, e, se ainda lhe resta uma
família, pode-se ao menos dizer que não mais tem pátria”. (Tocqueville:434).
Os EUA permitiram a Tocqueville imaginar uma gramática de
sentido da lógica da proposição virtual do futuro do domínio do capital
feudal/IA - na paródia de democracia do poder tutelar do capital sobre a
prática política dos homens e mulheres:
“Acima destes, eleva-se um poder imenso e tutelar, que se
encarrega sozinho de garantir o seu prazer e velar sobre a sua sorte. É
absoluto, minucioso, regular, previdente e brando. Lembraria mesmo o pátrio
poder, se, como este, tivesse por objeto preparar os homens para a idade viril;
mas, ao contrário, só procura fixá-los irrevogavelmente na infância; agrada-lhe
que os cidadãos se rejubilem, desde que não pensem senão em rejubilar-se.
Trabalha de bom grado para a sua felicidade, mas deseja ser o seu único agente
e árbitro; provê e assegura as suas necessidades, facilita os seus prazeres,
conduz os seus principais negócios, dirige a sua indústria (...)”. (Tocqueville:434).
O novo fascismo crê que pode se tornar a prática política
territorial do poder tutelar virtual do capital feudal/IA. Daí Donald Trump e
Elon Muske falarem da verdadeira liberdade da democracia fascista na posse
presidencial de Trump em janeiro de 2025.
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Qual a relação entre sentido e gramática? A práxis de
produção de sentido é da ordem do sensível ou da linguagem?
“A questão evoluiu. Sabe-se o que é a sensação e, por
conseguinte, não se ignora o que são os dados da vista, do ouvido e sabe
distinguir-se o som e o sentido; o exemplo alegado, que prova a possibilidade
de isolar a sensação, é <a língua dos bárbaros>. Porém, talvez por
associação de ideias, se o raciocínio se inverter, se distinguirmos a língua e
a sensação, a gramática levar-nos-á ao sentido sem ensinar o que é sensação”.
(Philonenko: 150).
A tela gramatical plástica narrativa da lógica de sentido
pode ser extraída de Wittgenstein:
“E quem pinta não deveria pintar algo – e quem pinta algo,
não pinta nada real? – Sim, o que é objeto do pintar: a figura do homem (por
exemplo) ou o homem representado pela figura?”
“519. Diríamos: uma ordem é uma imagem da ação, que foi
executada segundo a ordem; mas é também uma imagem da ação, que deve ser
executada segundo ela”.
“520. “’Mesmo quando se concebe a frase como imagem de um
estado de coisas possível e se diz que ela mostra a possibilidade do estado de
coisas, então, no melhor dos casos, a frase pode fazer o que faz uma imagem
pintada ou plástica, ou um filme; e ela, em todo caso, não pode colocar o que
não se dá. Portanto, depende inteiramente de nossa gramática o que é
(logicamente) dito possível e o que não é, - a saber, o que ela autoriza?” (Wittgenstein:
148).
A tela gramatical autoriza a lógica de sentido como fé nas
imagens do estado de coisas, fé na prática política dos fenômenos. Ora, o
governo é o centro de gravidade da práxis política de criação e recriação da
lógica de sentido como fé da multidão na tela gramatical; a antítese disso é a
anarquia subpolítica
“Le philosohie
n’aurait-il pas le droit de s’élever au-dessus de la foi qui régit la gramaire?
Tous nos rspect aux governantes; mais ne serait-il pas temps pour la
philosophie d’abjurer la foi des gouvernantes? (Nietzsche: 54).
O poder tutelar do capital feudal-IA permite a filosofia
d’abjurer la foi des dirigeantes, renunciar à fé na classe dirigente?
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Quais são os efeitos prováveis da renúncia das massas à fé na
imagem da classe dirigente? Pode cair na anarquia da subpolítica? Ou o poder
tutelar do capital feudal/IA faz a subsunção da anarquia de sentido da classe
política:
“Poder-se-ia esboçar um quadro de gramática normativa que
opera espontaneamente em toda a sociedade determinada na medida em que ela
tende a unificar-se, seja como território, seja como cultura, isto é, na medida
em que exista uma classe dirigente cuja função seja reconhecida e seguida”.
(Gramsci).
A classe dirigente territorial e cultural se define como
práxis política de criação de sentido como imagem da fé no governo pelas
massas. Antes, a cultura política do senso comum e do bom senso [como tela
plástica gramatical narrativa lógica de sentido] fazia a mediação entre o
sentido da práxis governamental e as massas. Com a globalização liberal, a
cultura política das nações foi desintegrada. Hoje, a tela midiática se
apoderou da relação do governo com as massas, estas sem senso comum ou bom
senso; a anarquia de sentido impera nas massas:
“O número de ‘gramáticas espontâneas’ ou ‘imanentes’ é
incalculável: poder-se-ia dizer, teoricamente, que cada pessoa tem sua própria
gramática”. (Gramsci).
Aqui se encontra a caracterização da anarquia de sentido
gramatical; é como se existisse mil lógicas de sentido na prática política;
assim, a fé na gramática governamental é substituída pela fé na imagem das
gramáticas pessoas. A fé na imagem da classe dirigente inexiste:
“Todavia, ao lado desta desintegração fática, deve-se
sublinhar os movimentos unificadores, de maior ou menor amplitude, seja como
região territorial, seja como <volume linguístico> As ‘gramáticas
normativas’ escritas tendem a abarcar todo um território nacional unitário e
todo o volume linguístico, a fim de criar um conformismo linguístico nacional
unitário que, outrossim, coloca num plano mais elevado o <individualismo>
expressivo, já que cria um esqueleto mais robusto e homogêneo para o organismo
linguístico nacional, do qual cada indivíduo é o reflexo e o intérprete”>
(sistema Taylor e autodidatismo)”. (Gramsci: 2343).
A propósito! No Brasil, o cosmopolitismo linguístico do
inglês americano invadiu o território e cultura da língua nacional - cujo
efeito é a anarquia linguística no uso do idioma português falado, entre nós.
Retomando o fio da meada. Donald Trump destina 500 bilhões de
dólares para desenvolver a IA. Aí já se trata do capital feudal/IA de governo
do mercantilismo/liberal interno; ele fala de restaurar a nação do americano,
uma economia nacional do americano, ele quer um Estado mercantilista puro nas
relações internacionais, como grande potência, para a segunda metade do século
21; ele e Elon Musk se apresentam como
junção do territorial com o virtual-IA; eles erguem uma tela gramatical de uma
prática política que abala os alicerces da velha democracia eletiva de 200
anos; isso torna obsoleta a velha classe política do século 20? Como a
globalização liberal desintegrou a nação e o Estado nacional, o nacionalismo [e
o protecionismo] de Trump - o que é?
O que está em curso é uma etapa mais profunda, intensa, de
mundialização do mercantilismo (Bandeira da Silveira; 2021) do capital
feudal/IA?
BANDEIRA DA SILVEIRA, José Paulo. mundialização do mercantilismo
capitalista. EUA: amazon, 2021
DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. SP: Perspectiva, 1974
FREUD. Obras Completas. V. 21. Mal-estar da civilização. RJ:
Imago, 1974
GRAMSCI, António. Quderni del Carcere. v. 3. Torino: Einaudi,
1977
HEIDEGGER, Martin. Nietzsche. Metafísica e niilismo. RJ:
Relume Dumará, 2000
HOBBES, Thomas. O
Leviatã. SP: Abril Cultural, 1974
NIETZSCHE. Par-delà bien et mal. Paris: Gallimard, 1971
PHILONENKO, Alexis. Licóes platónicas. Lisboa: Instituto Piaget,
1997zx
SCHMITT, Carl. O conceito do político. Petrópolis: Vozes,
1992
WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações filosóficas. SP: Abril
Cultura, 1975
TOCQUEVILLE, Alexis de. Dela démocratie en Amérique. V. 2.
Paris: Gallimard, 1961
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