sexta-feira, 13 de maio de 2016

A FILOSOFIA POLÍTICA ECONÔMICA QUÂNTICA - crise mundial




Os economistas são escravos de uma filosofia política econômica economicista. Há um Marx que estabeleceu tal filosofia como epistemologia política militar. O que significa isso? O econômico (capitalista) determina militarmente a política; o econômico explica militarmente a política.
É inegável o poder do capital na articulação da Ordem Mundial, do sistema mundial. Se o capital não se reproduzir de um modo ampliado no planeta, o sistema mundial se tornará anárquico. Mas o que é a reprodução ampliada do capital?
A história da cultura política universal é aquela do governo das máquinas de guerra nietzschianas. A diferença básica entre máquinas de guerra freudiana e nietzschiana talvez se deva ao fato que a primeira ex-iste na cultura política universal atual como máquina dissipativa e a outra como máquina da governametalidade. São dois significantes literários técnicos (peixes) ainda no fundo do mar da sociedade de significantes do século XXI. Nosso século está apenas começando!
Penso uma periodização da história cultural política mundial começando no pós-II Guerra Mundial. Esta significou a autodissolução do campo de poder mundial, da Ordem Mundial guerreira da I Guerra até a II Guerra. Trata-se de uma era onde a máquina nietzschiana reinou sozinha. A máquina nietzschiana aplicou uma força extraordinária (inimaginável para os padrões de violência da cultura política universal) para criar uma Nova Ordem Mundial. O Estado-Nação moderno se transformou no Urstaat nômade fazendo a guerra no planeta. No final desta conjuntura cultural política Stalin e Hitler se enfrentaram em Moscou e Hitler foi derrotado.
No Ocidente europeu, a América se transformou no Império do capital corporativo transnacional. Tratou-se de um Império nacional como o fenômeno tardio da era do Estado-Nação moderno. Isso foi no lado direito. No avesso, a URSS estabeleceu (junto com os EUA) a Nova Ordem Mundial. O símbolo transdialético materialista desta foi (é ainda) a Guerra Fria como equilíbrio do terror atômico. A física do século XX é a filosofia política econômica dessa Ordem Mundial.
No Ocidente, o sistema se articulou com um bloco-no-poder com semblância economicista. Parecia que o capital na posição hegemônica em tal bloco era o capital definido pelo Marx economicista: capital produtivo ou capital fictício. Isso é um ponto de discussão.
Hoje sabemos que o capital hegemônico era o capital corporativo eletrônico transnacional. Celso Furtado estabeleceu que a reprodução ampliada do capital não se reduzia a simples reprodução econômica fática. A reprodução ampliada do capital é cultural política. A reprodução da economia faz pendant com a reprodução cultural política da Ordem Mundial. A Ordem Mundial articulada na década de 1960 é a Ordem Mundial Eletrônica, Trata-se da Ordem do capital corporativo eletrônico transnacional cujo significante-mestre foi o Império Americano. No bloco-no-poder mundial, o capital eletrônico havia conquistado a hegemonia.
No século XXI, tal Ordem Mundial Eletrônica é o velho que não quer morrer para que uma nova Ordem Mundial do Capital articule um sistema político universal. Uma era só se autodissolve quando todas as suas possibilidades de ex-istência técnica se tornaram fumos machadianos (Machado de Assis).
A crise mundial é a crise do velho que não quer morrer e do jovem que não quer reinar ainda. O planeta caminha para a dominação do capital corporativo mundial digital cujo símbolo cultural político atual é o computador de bolso que todo jovem (da periferia também) o tem como se ele fosse uma prótese de seu corpo humano.
Há uma luta agônica cultural política entre o capital eletrônico e o capital digital pela hegemonia do bloco-no-pode mundial. Fenômenos estranhos fazem parte desta transdialética quântica universal.  Um dos aspectos mais estranhos da teoria quântica é que é impossível saber certas coisas simultaneamente, como o momento e a posição de uma partícula - conhecer uma dessas propriedades afeta a precisão com que você pode conhecer a outra. Isto é conhecido como o Princípio da Incerteza de Heisenberg, em homenagem ao físico alemão Werner Heisenberg, que o enunciou nos anos 1920. Outro aspecto estranho é o fenômeno da não-localidade, que se mostra no bem conhecido entrelaçamento quântico. Quando duas partículas ficam entrelaçadas, elas se comportam como se estivessem coordenadas entre si, como se estivessem "trocando informações" à distância, de uma forma totalmente estranha à intuição clássica sobre partículas fisicamente separadas. 
A lógica quântica parece ser articuladora da crise mundial do século XXI. O capital eletrônico e o capital digital parecem ser as duas partículas cultural políticas quânticas supracitadas. Estudar o capital eletrônico (sua posição e momento cultural político) afeta a precisão de conhecer o capital digital. Estou pensando o problema da hegemonia no bloco-no-poder mundial. Há também o entrelaçamento quântico cultural político dessas espécies de capital. Logo, há uma filosofia política econômica quântica articulando a crise mundial. Isso é a crise mundial enquanto crise da reprodução ampliada cultural política do capital mundial.
A crise brasileira é a condensação, parcial, da crise quântica mundial. Um fenômeno estranho dessa crise é a emergência de um espaço público procedural estranho (quântico) no qual o capital eletrônico e o capital digital se apresentam como superfícies em choque. A prática das ações da classe política tem obedecido à reação quântica do capital eletrônico que quer subtrair do espaço público procedural estranho a trans-subjetivação digitalis. A classe política chegou a aprovar uma “lei antiterrorista” para destruir o mundo político digitalis.
Hoje, a classe política se tornou o governo brasileiro. Se conseguir governar a economia fática, a classe política retoma o curso natural cultural político interrompido com o campo de poder bolivariano. Porém, tal curso não é um curso singular como quer a velha filosofia política econômica brasileira. Tal curso é aquele sobredeterminado pela linha de força da hegemonia do capital digital mundial. A solução da crise brasileira significa a integração do território existencial nacional ao processo de trans-subjetivação do capital digitalis mundial. Como isso se fará nesse início de século XXI?
O Brasil precisa se autofundar como Nação trans-subjetiva digitalis. Isso é o caminho para a solução da crise da lógica da representação que ameaça transformar em poeira bíblica a nossa classe política (e as da América- Latina). Os significantes que estão saindo do fundo do mar para a superfície da sociedade de significantes são: Nação Digital/ Estado Nacional Digital/Burocracia Digital/ Instituições digitais generalizadas. Reino da técnica digital!  
Há um esforço a ser concentrado nas transformações de instituições articuladas pelo campo de poder bolivariana. O novo campo de poder digitalis é o único que pode substituir o campo de poder bolivariano. Pensar ao contrário significa levar o país rumo ao aprofundamento da atual crise brasileira que é, em essência, o esgotamento do campo de poder governado por máquinas dissipativas bolivarianas em uma era de autodesmontagem delas.
A saída da crise é a construção de um campo de poder nacional digital trans-subjetivo democrático liberal. Trata-se, portanto, de transformar as regras da Constituição 1988 em princípios de uma filosofia política econômica digitalis que suprassuma a filosofia política econômica quântica! O mundo cultural político precisa de uma outra física!
Heidegger estabeleceu o axioma cultural político para uma era que começa no século XX sob o reinado da técnica na política mundial. Isso ocorreu com Ordem Mundial da tela eletrônica. No século XXI, o caminho técnico cultural político é a tela eletrônica tornar-se uma tela digital.  

Não vou mais cansar o leitor com minha prosa-poética!                                                   

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