Ontem recebi a visita da Okhrana
na minha sala de aula. Ela é uma velha conhecida minha desde a época da política
clandestina na qual me envolvi para combater o Estado Militar. Para os leitores
que não acompanham meus estudos sobre a Okhrana, ela se chamava eufemisticamente
comunidade de informação. Fernando
Collor desmontou o SNI (centro de inteligência da Okhrana), mas Fernando
Henrique Cardoso o recriou em 1999 e o PT aprimorou a arquitetura dele como
instrumento do poder bolivariano.
O General Sílvio Frota foi o maior líder da
Okhrana militar. Entre 1969 e 1972
comandou a 1ª Região Militar, no Rio de Janeiro, assumindo, em seguida, o
comando do I Exército. Com a posse de Ernesto Geisel, foi nomeado chefe do
Estado-Maior do Exército. Assumiu o Ministério do Exército em 27 de maio de
1974, após a morte do titular da pasta, general Vicente de Paulo Dale Coutinho
(segundo fontes seguras foi assassinado pela Okhrana).
Por ser um anticomunista extremo,
Sílvio representou a linha-dura (Okhrana) do regime militar brasileiro.
Tencionava candidatar-se à presidência, contra os desejos de Geisel, que
escolhera o general João Baptista de Oliveira Figueiredo como seu sucessor.
Após uma grave crise na cúpula do governo, o presidente Geisel o exonerou em 12
de outubro de 1977, substituindo-o pelo general Fernando Belfort Bethlem, então
comandante do III Exército.
O que a narrativa historiográfica esconde de
si própria é que Sílvio Frota esteve envolvido com o golpe de Estado okhraniano
e a tentativa de instalar uma ditadura okhraniana militar/civil.
Sílvio Frota era a personificação
do campo de poder okhraniano, que era constituído por redes de informação, contrainformação
e desinformação extensiva no continente americano. Com ele, a Okhrana esteve à beira
de instalar a ditadura da sociedade de significantes da informação. Como o Grupo
Globo sempre fez parte da Okhrana, tal ditadura seria aquela ditadura tele
eletrônica do capital corporativo eletrônico transnacional. Porém, nesta
conjuntura a Okhrana estava longe de sua forma atual.
Hoje ela é um vasto e invisível campo
de poder mundial. Seu centro real é os EUA. Por isso, o governo americano sabe
tudo que se passa de importante nos países estratégicos ou táticos para sua
política mundial imperial do século XXI. O governo Obama sabe que um ramo da Okhrana
está prestes a tomar o governo brasileiro.
Michel Temer é o homem que ri do
país. O PT que parecia ter o comando da Okhrana com o ministro Ricardo Berzoini
não detectou que o agir de Temer era o golpe de Estado que condensava o campo
de poder ditatorial okhraniano. Interpretou como ambição e um certo autismo
político um agir que finalmente vai instala a ditadura okhraniana no Brasil.
O baixo clero do PMDB da Câmara
nada sabe disso. Mas e o alto clero do PMDB do Senado? A esperta, sagaz e brilhante
senadora Simone Tabet é uma inocente útil do poder okhraniano de Temer no
Senado? Como o Congresso jamais se referiu a tal poder, acredito que é por que
a classe política oligárquica o vê como um exército de reserva no combate às
massas revoltadas. Para a classe política, a Okhrana é apenas a defesa estratégica
da Ordem Colonial Oligárquica Eletrônica. Sei que é uma questão de percepção
dos sentidos da vida política brasileira!
O Okhrana escolheu Henrique
Meirelles para ser o ditador econômico já que Temer nada sabe de economia. Com
a Okhrana no governo nacional, finalmente, a família Marinho fará parte do
poder nacional, ao invés de apenas servi-lo. Mas Temer será monocraticamente o
único comandante da gestão das máquinas de guerra da Okhrana, como por exemplo
a Stasi. Ele se tornou um mestre gestor como Secretário de Segurança de dois
governos estaduais paulistas.
A Okhrana começo seu trabalho de toupeira
degolando Eduardo Cunha – com a ajuda da Rede – e tomará o poder nacional com o
afastamento de Dilma Rousseff. Teoria da conspiração? Roteiro para um filme
brasileiro de um cinema que teria alcançado a maioridade?
A conjuntura da Okhrana será um
quadro global de forças com uma presidente afastada lutando para voltar ao
poder nacional. Isso não impressiona Temer, não tira o sono ou o apetite sexual
dele, pois, ele é o magister das máquinas de guerra okhranianas.
Se com Dilma Rousseff, o poder
bolivariano possuía uma semblância democrática sustentada como verdadeira
democracia pela comunidade jurídica nacional (que jamais se referiu
publicamente à Okhrana), com Michel Temer, o poder okhraniano (que é a
articulação de um campo de poder ditatorial informacional) terá no Grupo Globo
a fabricação da semblância (discurso eletrônico) cotidiana para jogar um véu diáfano
que atrapalhe a percepção dos sentidos das massas sobre tal objeto.
Por quê FHC faz parte da
instalação da ditadura okhraniana que é uma criatura sua? Como criador de tal
criatura, ele sua família e seu partido (em um ocaso deprimente) poderão se
beneficiar de tal ditadura?
Por que a comunidade jurídica
finge que a Okhrana não existe? Isso se saberá na conjuntura que começa com as
férias de Dilma Rousseff. Definitivamente, o Brasil não é o Paraguai, que nosso
exército destruiu na Guerra do Paraguai sem perdão ou piedade, de acordo com o
desejo de nosso d. Pedro II.
Creio que a próxima visita que receberei
da Stasi não será apenas para papear!
Memórias da Okhrana.
As circunstâncias da sua morte
são idênticas as do estudante Alexandre Vannucchi Leme, do 1º Tenente PM - José
Ferreira de Almeida e do jornalista Vladimir Herzog. Como ocorreu nesses casos,
a morte de Manuel foi registrada, na época, como suicídio, mas abalou
significativamente a estrutura do regime militar, provocando o afastamento do
general Ednardo D'Ávila Mello, ocorrido três dias após a divulgação da morte de
Manuel.
A Okhrana sempre foi chamada eufemisticamente
de linha dura como no texto abaixo:
“Três
meses depois da morte do jornalista Wladimir Herzog, a linha dura - que
praticamente instalara um poder paralelo no Doi-Codi de São Paulo, sob a vista
grossa ou o endosso do comando do II Exército - prende e assassina, em
circunstâncias muito parecidas, o operário Manuel Fiel Filho. De novo, a mesma
versão de suicídio por enforcamento é oficialmente divulgada.
Geisel já vinha manifestando seu
desconforto com a linha dura e reafirmando a intenção de prosseguir a abertura
"lenta, gradual e segura". Seu projeto, porém, é posto sob risco com
a ofensiva repressora. Embora fazendo uso frequente de instrumentos de
arbítrio, como a cassação de deputados oposicionistas - em janeiro de 1976, por
exemplo, mesmo mês da morte de Fiel Filho, dois deles, do MDB paulista, são
cassados e têm seus direitos políticos suspensos por dez anos pelo próprio
Geisel -, o presidente resolve agir e enfrenta seus adversários internos”.
A interpretação jornalística fantasiosa
acima esconde que as lutas de Geisel (e Golbery do Couto e Silva) contra a Okhrana
é uma luta no interior do campo de poder okhraniano civil-militar.
“O Comandante do II Exército,
Ednardo D´Ávila Melo, é afastado e substituído pelo general Dilermando Gomes
Monteiro, da confiança pessoal do presidente e incentivador de relações de
diálogo com a sociedade. O general afastado recusa o cargo de chefe do
Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército que lhe é oferecido e pede
transferência para a reserva. Cessam as torturas no Doi-Codi de São Paulo, e
Geisel ganha força na batalha interna do poder.
A linha dura perde um pouco do
fôlego, mas não desiste. Manterá ofensivas como a invasão da Pontifícia
Universidade Católica (PUC) de SP, em 1977, sob comando do coronel Erasmo Dias,
com lançamento de bombas e espancamentos de estudantes. De todo modo, o aparato
paralelo da tortura se esvazia e Geisel dá à sociedade e ao núcleo de Estado
sinais de que sua convicção rumo à abertura (controlada pelo regime) é verdadeira”.
Tal interpretação é completamente
imaginária, pois, Geisel lutava, por um lado, com a Okhrana para conservar seu
poder pessoal monocrático no campo de poder ditatorial. Por outro, a estratégia
era perpetuar o campo de poder militar nacional ao máximo possível nas mãos da facção
Geisel. A tal de abertura democrática era a semblância Geisel/Golbery para usar
a sociedade civil amordaçada na luta contra a Okhrana e, portanto, a favor da
facção Geisel.
O leitor entendeu que Temer não é
da facção Geisel?
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