José Paulo
Um pequeno feudo do capital feudal/IA chinês, a empresa
deepseek criou algoritmo de IA com pouco capital e que gasta menos energia para
funcionar. As empreses de tecnologia americanas perderam um trilhão de dólares.
As relações técnicas de produção algoritmica
IA já anunciam o fim da época cibernética. Como a China está à frente da
técnica robótica humanoide, e o algoritmo IA será o cérebro do robô, abre-se as
comportas para o capital algoritmo se tornar o senhor da prática política da
terceira década do século 21. Em tela, a decadência dos EUA e Ocidente e
ascensão da China na hegemonia da Ásia.
A IA aparece como condição de possibilidade de uma
reestruturação do mundo planetário? A lógica da gramática de sentido (desenvolvido,
dependente subdesenvolvido) será desintegrada? No fim dessa história pode
acontecer, mas não no século 21.
A questão que a deepseek põe e repõe é a transição da
hegemonia/dominação sobre o planeta do Ocidente para a Ásia. Porém, a
decadência do Ocidente já aparece na década de 1980 no campo da arte. O alemão Benedikt
Taschen fez uma história da arte como prática política, gramática e, sobretudo,
pôs e repôs o velho paradigma da sensibilidade na estética em segundo plano:
“Se fizermos o inventário do que a imaginação artística
produziu na passagem dos anos 70 aos anos 80, tanto na Europa, como nos EUA,
destacam-se imediatamente algumas características bem distintas: <Gosto pela
livre utilização da cor e da forma, riqueza imaginativa, sentido de efeito
decorativo, indiferença perante as regras ortodoxas da arte, principalmente as
da Vanguarda; uma refrescante ausência de sistema, indiferença perante o
tratamento de meios estilísticos
aparentemente inconciliáveis – suscitando, assim, a impressão de uma
<confusão> de estilos -, uma livre combinação de elementos da arte
<elevada> e da arte <inferior>,uma patente exibição do Eu artístico;
um erotismo radioso que, tal como as formas de expressão artísticas utilizadas,
se desvincularam das convenções; uma elaboração e uma tendência para o
supérfluo, por vezes lado a lado com um estridente cinismo, uma ira destruidora
e um sentido anárquico da vida, onde existe, porém, um desespero subjacente
semi-inconsciente, manifestando-se por atitudes, desde a ironia até um amargo
sarcasmo. Surge um romantismo oculto que, ocasionalmente, toca as raias do
sentimentalismo, do gosto pela contradição, e mesmo uma aberta agressividade,
uma falta de perspectivas utópicas. Pode-se por ventura considerar como
<cínica> a atitude que ressalta de toda essa descrição, segundo o
espírito do <patriarca Diógenes de Sinope>, como a <irreverência canina>
de uma <teoria inferior, aliada à pobreza, à sátira e a insolência>,
teoria esta que – contra as abstrações idealistas, a insipidez do saber teórico
e de toda a aparência pomposa – teria, pela arte, <mijar contra o vento do
idealismo> (Jörg Drew). (Taschen: 34-35).
Trump mija contra o vento da globalização liberal. Donald é a
prática política com afecções à flor da péle. Com Trump2025, os EUA têm um
governo que usa a anarquia como estratégia e táticas de competição no campo
internacional das grandes potências; que aboli a gramática de sentido lógico do
Bem nas relações internacionais. Trump é a imagem do falso perverso cínico que desenvolve
da anarquia da lógica da gramática de sentido do mal. Trump aboliu na prática
política o princípio da não-contradição:
“Que tout chose doit nécessairement être affirmée ou niée, et
qu’il est impossible qu’une chose soit et ne soit pas, en même temps, ainsi que toutes autres premisses de ce
genre”. (Aristote: 129).
A anarquia trumpista paraconsistente
é um recurso evolutivo na guerra feudal entre as grandes potências? Ou será o
general intellect /IA que decidirá quem será hegemônico na terceira década do
século 21?
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A lógica da gramática de sentido do bem comum da democracia
do dominado, do general intellect, abriu o código algoritmo do IA da deepseek.
Trata-se de substituir através da técnica a estrutura de dominação por uma
estrutura da articulação hegemônica do general intellect gramatical:
“O general intelect existe na junção do trabalho geral com o
trabalho em comum, ou seja, em situações específicas. Ele depende da divisão do
trabalho científico espalhado em redes pelas nações, multinacionais, Estados
etc. (Bandeira da Silveira. 2022: cap. 14, parte 3).
O capital feudal/IA transforma a natureza do general
intellect, pois, este se torna parte do capital/IA:
“O Estado mercantilista do [capital] chinês é o Estado mais
desenvolvido do planeta. Ele se tornou o modelo político a ser seguido pelos
povos, ao redor do mundo. ele reúne a multinacional estrangeira, a
multinacional chinesa, a economia mista, capitalismo político e Estado
cientista natural, burocracia pública cibernética e burocracia privada da
multinacional, soberania econômica e general intelecto mercantilista”.
(Bandeira da Silveira. 2022, cap. 15, parte 3).
As relações técnicas de produção/IA feudal transformarão o
Estado mercantilista do general intellect cibernético em um Estado
mercantilista feudal do general intellect/IA - nas grandes potências. Assim, um
nova forma de burocracia emergirá do real das relações técnicas de produção da
época do capital feudal/IA .
O capital feudal/IA é um fenômeno da linguagem nacional; ele
se dirigi aos indivíduos nas línguas nacionais deles; ele pode aperfeiçoar a
classe dirigente nacional territorial; o aperfeiçoamento da língua nacional
depende da arte, da literatura; esta desenvolve a lógica da razão linguística
da língua nacional:
“A lógica se assemelha à gramática em que para o principiante
é uma coisa, e outra distinta para o conhecedor da língua (e das línguas) e do
espírito da linguagem”. (Lenin. 1974: 88; Lenine. 1984: 96).
A expressão espírito da linguagem se refere a uma tela
gramatical narrativa que cria o ser (Narbonne: 22) da prática política da
classe dirigente, fenômeno essencial da sustentação da democracia
constitucional. Assim:
“Em determinados países subdesenvolvidos, o neoliberalismo
destruiu a classe dirigente. Uma consequência da destruição consiste em os
povos deixarem de amar sua língua nacional, deixarem de seguir a gramática
nacional. A gramática social e sua classe dirigente são fenômenos nacionais,
eles dependem da comunicação social feita em língua nacional – como artefato
falado pelos povos”. (Bandeira da Silveira. 2022: cap13, parte 3).
O general intellect gramatical existe em língua nacional
temperado pelo cosmopolitismo da língua inglesa da ciência natural; Na relação
com a classe dirigente, o nacional e o cosmopolitismo devem existir em um
equilíbrio bem temperado; a classe dirigente fala ente si e com a população em
língua nacional; desenvolver o general intellect gramatical implica em
aperfeiçoar a língua nacional; a linguagem como arte faz pendant comas relações
técnicas de produção:
“Com o general intelect, o trabalho vai além da luta de
classe em sua contradição com o capital, pois, o capital é subsumido ao
trabalho na produção de riqueza nacional: subsunção científica do capital ao
trabalho. Trata-se da derrota da burguesia pelo trabalho”. (Bandeira da
Silveira. 2022: cap. 9, parte 2).
Na democracia verdadeira americana, há a subsunção do general
intellect ao capital; já a China define sua democracia verdadeira como subsunção do capital ao general
intellect.
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A lógica de sentido da prática política existe e se
desenvolve na plurivocidade de tela gramatical e gosto e nas relações técnicas
de produção:
“As categorias da lógica são Abbreviaturen (epitomiert,
em outra passagem) de ‘infinidad’ de particularidades próprias da existência
exterior e atividade. Estas categorias dienen a sua vez aos
homens na prática (‘em a atividade espiritual de conteúdo vivo, na produção e o
intercâmbio’). (Lenin. 1974: 80; Lenine. 1984: 88)).
A democracia é um fenômeno que existe e evolui a partir da
plurivocidade de tela gramatical e de gosto e relações técnicas de produção na
medida em que ela é a forma de governo do Estado lacaniano que faz a gestão da
mais-valia fiscal ou mais-gozar, ou do dominante, ou do dominado. Os direitos
constitucionais do dominado a Mehrlust estabelece a forma de governo da lógica
da gramática de sentido da prática política chines. Esta aparece como
democracia econômica do mais-gozar.
A forma de governo chinesa é uma democracia consultiva com um
poder tutelar do PCC?
“Chez Plotin, les entités intelligibles non sont pas
seulement en acte, dans le senso où elles existeraient toujours déjà
éternellement et s’opposerant aux êtres soumis au devenir qui n’existent qu’en
puissance; elles sont également acte, en tant qu’effet ou que cristallisation
d’une puissance productrice active qui réside en elles-mêmes et qui s’identifie
en fait à elles-mêmes”. (Narbonne: 30).
A democracia se autoproduz como efeitos da plurivocidade de
tela gramatical e de gosto e das relações técnicas de produção, que existem
como capital feudal/IA na atualidade. A autoprodução da forma de governo tem
como motor o general intellect gramatical de 500 milhões de pessoas que recebem
5000 dólares por mês. A democracia chinesa é um ente inteligível ao contrário
das formas de governo dos países subdesenvolvidos e dependentes ao redor do
planeta, mas especialmente nas Américas.
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A lógica da gramática de sentido de Plotino é um passo à
frente da lógica aristotélica:
‘La seconde différence par rapport à Aritote est que l’être
intelligible à partir de là n’est plus simplement en acte chez Plotin, Comme le
Dieu d’Aristote, mais qu’il est aussi acte, c’està-dire cela qui est opposé,
mais au sein même de l’actualité, à la puissance productrice de l’acte. La
véritable actualité, explique en effet Plotin, est celle de l’être <qui
tient de lui-même le fait d’être ´eternellement ce qu’il est>, en vertu
d’une puissance qu’il tient de lui-même et qui est son acte. L’être en acte
chez Plotin est ainsi <acte> en raison d’une puissance prodructrice qu’il
posède lui-même. À la opposition traditionnele de l’être en puissance et de
l’être en acte se superpose donc l’opposition plotinienne au sein même de ce
qui existe en acte, de la puissance et de l’acte”. (Narbonne: 31).
A prática política plotiniana é o ser como potência e ato em
ato. A tela gramatical narrativa aristotélica da prática política é Deus (Causa
primeira) como potência que produz o ato, a atualidade, a conjuntura. A tela
gramatical narrativa de Plotino é a prática como potência e ato em ato, em
atualidade, na conjuntura. A potência não é exterior à conjuntura, não existe
uma causalidade exterior à conjuntura que produz a mudança da forma de governo.
Assim, o globalismo liberal é o Deus aristotélico que produz, ou estrutura, ou
faz funcionar a prática política, ou produz sua mudança enquanto forma de
governo.
Baudrillard diz que o globalismo liberal trocou o modelo da
produção da prática política pelo modelo da sedução:
“Do discurso do trabalho ao discurso do sexo, do discurso da
força produtiva ao discurso da pulsão corre o mesmo ultimato de
<pro-dução>, no sentido literal do termo. A acepção original, com efeito,
é não a da fabricação, mas a de tornar visível, de fazer aparecer e comparecer.
O sexo é produzido como se produz um documento ou como se diz de um ator que
ele se produz em cena”.
“Produzir é materializar à força o que é de uma outra ordem:
da ordem do segredo e da sedução. A sedução é sempre e em todo lugar o que se
opõe à produção. a sedução retira alguma coisa da ordem do visível (...).
(Baudrillard. 1991: 43)
A democracia Plotino/lacaniana chinesa é a potência e ato em
ato na atualidade, o Deus não como causalidade exterior, mas como causalidade
barroca interna à conjuntura da formação social territorial. A prática política
é autoprodução. Assim, a democracia chine torna-se o paradigma da história da
atualidade na ciência política materialista. (Bandeira da Silveira.
Julho/2024). A subsunção da prática política como sedução e simulacro de
simulação corresponde à passagem de paradigma do Estado ocidental da
globalização liberal [Estado nacional em desintegração] para o Estado
mercantilista, nacional, territorial asiático. A prática política da atualidade
chinesa nunca obedeceu à causalidade do simulacro de simulação baudrillardiano;
ela ignorou o modelo de prática política da globalização liberal ocidental:
“- simulacros de simulação, baseados na informação, no
modelo, no jogo cibernético, - operacionalidade total, hiper-realidade,
objetivo de controle total”. (Baudrillard. 1981: 1’77).
A época atual do capital feudal/IA chinês torna o paradigma
da autoprodução da prática política da atualidade um fenômeno mais universal
que a própria gramática de sentido lógico do universal criado na Europa.
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A filosofia moderna (Spinoza, Marx) procurou desintegrar a
lógica da gramática de sentido metafísico na prática política do homem europeu.
Nietzche queria uma outra metafísica que substituísse a metafísica do homem na
época do Estado mercantilista europeu do fim do século 19. Ora, a democracia
plotiniana/lacaniana é a lógica da gramática de sentido do fim de Deus como
potência que cria em ato a conjuntura. Ela é potência e ato em ato, em
atualidade. O globalismo liberal foi o Deus de uma causalidade que produziu a
prática política pós-moderna. Hoje, o capital feudal/IA é ser em potência e ato
em ato, ser do modo psíquico da lógica da gramática de sentido da prática
política como autofabricação.
A lógica da gramática de sentido do capital capitalista é:
“A produção capitalista, vista em seu conjunto, ou como
processo de reprodução, produz não só mercadoria, não só mais-valia; mas produz
a relação capitalista: de um lado, o capitalista e de outro, o assalariado”.
(Marx: 411).
O Um é a relação capitalista [sociedade capitalista] na
lógica da gramática de sentido da prática política da época do capital
capitalista. É isso que existe na atualidade?
A sociedade capitalista não é autofabricação da tela gramatical
narrativa da prática política capitalista. Ela é um ser potência [um Deus, uma
causalidade metafísica] que produz do exterior a gramática em ato da prática da
relação capitalista. A revolução russa procurou ser potência e ato em ato, mas
fracassou. A revolução chinesa continua a revolução chinesa e tem êxito,
autofabricando a causalidade do ser em potência e ato em atualidade como
paradigma da uma possível ordem mundial da segunda metade do século 21.
O Um é a tela gramatical narrativa da democracia plotino/lacaniana:
“La nature du Bien, de l’Un, selon cette thèse, existe par
hasard dans la mesure oú elle n’existe pas par elle-même (...), c’est-à-dire
n’est pas pleinement responsable, maîtresse (...), de ce qu’elle est”.
(Narbonne:35).
A lógica da gramática de sentido do Bem tem como Um a
democracia plotino/lacaniana. A gramática em tela é contra o discurso
temerário:
“Ce <discours téméraire> a ceci de particulier qu’il
conclut du caractère hasardeux de l”Un à sa non-liberté selon une opposition
qui interdit par avance tout refuge du côte de la nécessité. Ce qui se produit
par hasard, c’est-à-dire tantôt d’une manière, tantôt d’une autre, ne s’oppose
pas seulement à ce qui se produit nécessairement, c’est-à-dire toujours
invariablement, mais aussi à ce qui se produit par notre concours, ce qui
dépend de nous”.
Necessidade e liberdade do Bem é essencial na lógica de
gramática de sentido do Um da prática política da democracia Plotino/lacaniana;
a liberdade da plurivocidade de práxis individual é necessária para desenvolver
a tela gramatical narrativa da prática política:
“Opposer purement et simplement la nécessité de l”Un à son
état , hasardeux> laissait donc parfaitement intact le préjudice de as
dépendance ou de sa sujétion. Dit autrement, dès lors que l’existence de l’Un
declarée nécessairement et non plus le résultat du hasar, celui-ci quittat
l’ordre du contingent et perdait d’um même coup le privilège de la liberté qui
y est étroitment rattachè.
“Or Plotin n’état davantage intéressé par une nécessité qui
transformait l”Un en esclave, que par une liberté qui le rendait contingent,
c’est-à-dire changeant, sujet à l’indetermination. (Narbonne: 35).
““Opor simplesmente a necessidade do l”Un ao seu estado
perigoso deixou, portanto, perfeitamente intacto o preconceito de sua
dependência ou sujeição. Em outras palavras, como a existência do Um foi
declarada necessariamente e não mais fruto do acaso, ele saiu da ordem do
contingente e ao mesmo tempo perdeu o privilégio da liberdade que lhe está
intimamente ligado.
“Ora, Plotino não estava mais interessado numa necessidade
que transformasse o Um em escravo, ou de uma liberdade que o tornasse
contingente, isto é, mutável, sujeito à indeterminação”.
Exemplifico com a realidade da atualidade americana. A
liberdade do poder americano da prática política trumpista é contingente e leva
a democracia americana para o terreno da indeterminação na construção do modelo
de Estado mercantilista/liberal. As big techs são monopólios na linguagem do
capitalismo monopolista de Estado de Bukharin e Lenin. Na lógica da gramática
de sentido da ciência política materialista, elas são capital feudal
cibernético. Elas pareciam pavimentar a estrada do mercantilismo do capital
americano. O nacionalismo e protecionismo de Trump parece apontar para a
autofrabicação do Estado do mercantilismo americano. De fato, a indeterminação
no campo político faz com que estes fatos trumpistas apareçam como um pastiche
de Estado mercantilista mundial. Com Trump, uma paródia grotesca vulgar de
mundialização do capital mercantilista nos leva, ao primeiro golpe de vista, ao
engano. E achar que o trumpismo é autofabriação de mercantismo verdadeiro.
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A tela gramatical narrativa da democracia plotino/lacaniana (PL)não
é exterior à prática política. Ela é imanente, ela é um ser em potência e ato
em ato, em atualidade, na conjuntura. Qual os efeitos desse fato? Como potência
e ato, ela não é um ato de uma potência qualquer, como Deus ou cultura que a
funda, a articula, a constitui, o faz agir, faz funcionar a prática – ela é
autoprodução. Ela possuiu uma autonomia relativa em relação ao campo dos
saberes como filosofia e ciência política antiga e moderna e pós-moderna. E em
relação à tela do gosto? A arte é capaz de antecipar a gramática do futuro da
prática política, mas não a funda, não a faz funcionar. O que faz funcionar a
prática política da democracia PL é a lógica da gramática de sentido do Um, do
Bem, como o que faz funcionar a prática política da ditadura do direito do mais
forte é a lógica da gramática de sentido do mal do aparelho de Estado, do poder
do déspota, da injustiça como poder de Estado - que é um fenômeno particular na
conjuntura:
O discurso político do déspota é o <discurso temerário:
“Le <discours téméraire> amena ainsi Plotin à vouloir
fonder ce qui est et n’a pas besoin de fondament, c’est-à-dire à remonter
depuis l’existence, la réalité fondamentale et première de l’Un, à la condition
de possibilité même de cet Un”.
A ditadura despótica não possui tela gramatical narrativa,
pois, ela é o contrário da lógica da gramática de sentido do Bem ou Um,
condição de possibilidade de existência da forma de governo PL – como
autoprodução da prática política:
“Or, en tant que premier, l’Un ne pouvait trouver sa
possibilite en aucune entité antérieure à lui. Il fallut donc, en geste
parfaitement anti-aristotélicien, trouver em l’Un lui-même, la raison même de
ce qu’il était”. (Narbonne:36).
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A lógica da gramática de sentido do Um é a causalidade do Bem
no aparelho de Estado; é Deus como ser de potência e ato em ato, como
atualidade, como conjuntura da democracia PL:
“L’Un est un, mais dans cette unité en acte, la puissance
active de l’Un
“Est comme la cause d’un acte qui n’est pas à venir, mais est
toujours déjà pleinement réalisé. La cause de l’Un ne réside nullement dans
quelque chose d’antérieur à lui, mais en une instance qui, en lui n’est
nullement disticte de lui. Ce qui est necessite pour tout le reste se nomme dés
lors en l”Un liberté, et l’on peut maintenement répéter avec Ploitin <qu’il
ne faut pas craindre de poser un acte premier sans substance, mais qu’il faut
poser cet acte même, pour ainsi dire, comme son existence>”. (Narbonne:36).
Deus é lógica da tela gramatical narrativa que existe como
potência e ato em ato na prática política PL; A tela gramatical PL é liberdade
em relação ao Deus aristotélico [ e em relação no modo de ser psíquico
paulino]; é liberdade do Deus PL [é Jesus como Deus potência e ato em ato - enquanto
Jesus vive]; PL não é o Estado hegeliano da filosofia da história e nem o
Estado hobbesiano territorial como Deus mortal. (Hegel. 1995; Hobbes. 1974;
110). Plotino cria as condições de possibilidade para a nova metafísica que já
não é a metafísica do homem europeu?
“Comme on s’en aperçoit maintenant, l’opposition, au sein de
ce qui est en acte, de la puissance et de l’acte, permet à Plotin de replier en
quelque sorte l”Un sur lui-même pour découvrir en lui la source même de ce
qu’il est. Et puisqu’il est cause de soi, l’Un s’oppose désormais au hasard de
tous les côtes à la fois, c’est-à-dire en étant en même temps nécessaire et
libre:nécessaire, dans la mesure où il est maître de tous choses; libre, dans
la mesure où il est maître de lui-même”. (Narbonne: 36).
O modo de ser psíquico do governante PL é o do autogoverno de
sim como Xi Jinping, como Jesus. Já o modo de ser psíquico de Donald Trump é
paulinio. Trump é potência governamental exterior à prática política como
autoprodução de si. Ele é o governo do direito do mais forte. (Neschke-Henttschke:
126). O direito do mais forte é qual direito? Não é a lógica do direito da
gramática de sentido do Bem, do Um, do Deus PL. É a lógica do direito da
gramática de sentido do mal absoluto como ideologia política do trumpismo. A
gramática ideológica trumpista usa, como estratégia e táticas, a anarquia na
prática política de uma forma de governo que é e não é, ao mesmo tempo, uma
democracia americana. Os exemplos do modo de ser psíquico do direito do mais
fortes da antiguidade são a forma de governo dos 30 tiranos e o imperialismo
ateniense. Estes fenômenos possuem um aparelho de Estado cuja prática é a da
injustiça com o cidadão grego e os povos sob o domínio do imperialismo
ateniense. A lógica da gramática de sentido do Um, do Bem, requer paz e ordem
PL. Isto não significa que ela é um Deus PL que é capaz de nulificar a stásis e
a pólemos eternamente. (Philonenko: 184; Derrida: 110-111). Ela não é capaz de parar, paralisar, de tornar
fria a história da espécie humana.
8
A democracia Plotino/lacaniana é a forma de governo da
revolução barroca permanente, pois, a liberdade do Um é uma espécie de
liberdade universal para todos:
“la liberté de l’Un est bien une liberté de nécessité, et non
une liberté de contingence, ou, pour le dire autrement, elle est une liberté de
spontanéíté (libertas spontaneitatis), dans la mesure où la réalité du monde
est bien son fait, l’incarnation de son vouloir et de son activité à lui, mais
non pas une liberté d’indifférence (libertas indifferentiae), puis que son
vouloir s’exerce en-deça de toute alternative, en-deça de tout autre
<choix> possible. Ce contre quoiplus simplement. Plotin s’insurge, c’est
le fait qu’on puisse <retirer à l’Une le pouvoir de faire le bien, parce
qu’il ne pourrait pas faire le mal>. La liberté divine, par conséquent,
demeure chez lui essentiellement unidirectionelle ou unidimensionnelle”.
(Narbonne:37-38).
“A liberdade do Um é
de fato uma liberdade de necessidade, e não uma liberdade de contingência, ou,
para colocar de outra forma, é uma liberdade de espontaneidade (libertas
spontaneitatis), na medida em que a realidade do mundo é de fato sua de fato, a
incanarção de sua vontade e de sua atividade, mas não uma liberdade de
indiferença (libertas indifferentiae), uma vez que sua vontade é exercida além
de qualquer alternativa, além de qualquer outra <escolha> possível. Isto
é simplesmente contra o que quer que seja. Plotino protesta, é o fato de que se
pode <tirar do Um o poder de fazer o bem, porque ele não poderia fazer o
mal>. A liberdade divina, portanto, permanece nele essencialmente
unidirecional ou unidimensional.”
A revolução barroca do Um não desenvolve a lógica da
gramática de sentido do mal. Como lógica da gramática de sentido do Bem, ela
pode ver capturada o aparelho de Estado para o contingente? A vontade da lógica
da revolução barroca é uma liberdade da autoprodução da democracia
Plotino/lacaniana:
“Jean Pierre Faye fala da tela gramatical narrativa de Marx;
‘De te fabula narratur! (O relato aqui é sobre ti!’). (Faye: 150). A tela
narrativa barroca histórica da atualidade é uma [autofabricação) da China. Mao
Zedung teceu a dialética da conciliação barroca de capitalismo e socialismo
como mercantilismo do capital asiático continuada por Xi Jinping. Tal
capitalismo chinês é o mercantilismo do capital barroco”. (Bandeira da
Silveira. Outubro/2023: Cap3, parte 3).
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Há o problema da lógica da gramática de sentido da ciência
política materialista da relação do modo de ser psíquico com a prática
política. Trata-se da emancipação da prática política do ser como ato do Um
falso [por exemplo, simulacro de simulação de Um], como o Deus mortal
hobbesiano. A prática política PL abre as comportas para a sua autoprodução a
partir da lógica da gramática de sentido das práxis individuais do Bem, do Um,
que é o laço social da verdade da atualidade, da conjuntura:
“Nous avons vu précédemment qu’une certaine puissance, de
type active, <s’émancipait> de l’être chez Plotin, que l’être en acte de
l’Un s’ouvrait en quelque sorte de l’intérieur sur une puissance interne
fondatrice. Il s’agit maintenant de voir comment une certaine puissance, de
type négatif cette foi, peut chez lui ne déboucher sur aucun acte, c’est-à-dire
sur aucune espèce de présence”. (Narbonne: 38-39).
“Vimos anteriormente que uma determinada potência do tipo
ativo, <emancipou-se> do ser em Plotino; esse ser em ação do Um abriu-se
de alguma forma de dentro para um poder fundador interno. Trata-se agora de ver
como uma determinada potência, desta vez de tipo negativo, não pode nele
conduzir a nenhum ato, isto é, a nenhum tipo de presença”.
Agora, trata-se de pensar a matéria da prática política na
lógica da gramática de sentido da democracia plotino/lacaniana do Um
verdadeiro:
“De la stérilité ou de l’improductivité de la matérie à son
impassibilité, autre nouveauté plotinienne, il n’y a qu’um pas, vite Franchi
par Plotin dans as tentative dé-réalisation de la matière, c’est-à-dire dans
son effort pour rappoter tout trait positive du monde sensible à une
détermination intelligible”. (Narbonne: 41).
A matéria da prática política é as relações técnicas de
produção. Plotino vê que não há determinação sensível da matéria sobre a lógica
da gramática de sentido da prática política como diz um filósofo. (Philonenko.
1997: 150):
“La matière, dans cette perspective, n’est plus seulement
docile, ductile, elle est également impassible [...], c’est-à-dire nullement
affecté par ce qui advient en elle même. Écoutons Plotin un instant: <il
faut revenir à la matiére, substrato des corps, puis aux propriétés qu’on dit
existir dans la matière. Nous connaîtrons par cet examen qu’elle est un
non-être et qu’elle est impassible. Elle est incorporelle, puisque le corps lui
est postérieur, qu’il est un composé, et qu’elle produit un corps en s’unissant
à autre chose. Si elle a ainsi, comme l’être, le nom d’incorporel, c’est
seulement que la matière, comme l’être, est différente des corps. Elle n’est ni
âme, ni intelligence, ni vie, ni forme, ni raison, ni limite (car elle est
absence de limite), ni puissance (que produit-elle en effet?), mais, déchue de
touts ces caractères elle ne peut correctement recevoir le nom d’être (...);
dès lors, les choses qui semblent advenir en elle se jouent de nous, et ne sont
en vérité qu’un fantõme dans un fantõme, exactemet comme dans un miroir, oú
l’objet apparaît ailleurs qu’a l’endroit où il est situe; en apparence le
miroir est plein d’objets”. (Norbonne: 41-42).
As relações técnicas de produção na prática política são
incorporais, isto é, lógica da gramática de sentido do Um, do Bem? elas podem
ser fantasma no modo de ser psíquico do gramático soberano, como o presidente
Donald Trump. O mundo se olha no espelho heteróclito [fantasma dentro da
espiral fantasmática] do fantasma/objeto do trumpismo. Essa espiral
fantasmática é sublógica que estabelece uma stásis [rebelião, insurreição,
guerra civil), a anarquia das forças produtivas no campo da matéria da prática
política, isto é, nas relações técnicas de produção virtual/territorial
mundial.
“Segue Narbonne:
“il ne contient rien et paraît tout avoir. <Ce qui entre
dans la matière et en sorte, ce sont des imitations des êtres>, des fantômes
qui pénètrent dans un fantôme sans forme et qui sont rendus visibles du fait de
son absence de forme; ils semblent agir sans consistence, frêles et sans
résistance; comme la matière n’ent a pas non plus, ils la traversent sans
fragmenter, comme si ils pénétraient dans l’eau, ou comme si quelqu’un, pour
ainsi dire, envoyant des formes dans ce qu’on apelle le vide>”. (Narbonne: 42).
“Não contém nada e parece ter tudo. <O que entra nas
relações técnicas de produção e sai delas são imitações de seres, fantasmas que
entram em um fantasma sem forma e se tornam visíveis por causa de sua ausência
de forma; parecem agir sem consistência, frágeis e sem resistência; como a
matéria também não o tem, passam por ele sem se fragmentarem, como se
penetrassem na água, ou como se alguém, por assim dizer, enviasse formas para o
que se chama o vazio>”.
Um fantasma assombra o mundo vazio de ordem planetária - o
trumpismo.
9
A relação entre matéria e prática política passa pela relação
entre capital (como relações técnicas de produção industrial) e lógica da
gramática de sentido do campo político da conjuntura industrial:
“A característica geral da subsunção formal continua sendo a
direta subordinação do trabalho – qualquer que seja, tecnicamente falando, a
forma que se efetue – ao capital. Nessa base, todavia, se ergue um modo de
´produção tecnicamente específico que metamorfoseia a natureza real do processo
de trabalho e suas condições reais: o modo capitalista de produção. somente
quando este entra em cena, se dá a subsunção real do trabalho ao capital”.
(Marx. 1978: 66).
Com a época atual, assistisse a inexistencia da matéria do
capital capitalista na conjuntura da história econômica:
“Pour Plotin, l’essence de la matière est de ne pas pouvoir
existir, c’est une essence sans existence, une représentation sans réalisation
possible, une puissance sans efficience, bref, un <en-deçà> de l’être”.
(Narbonne: 56-57).
O capital capitalista foi substituído por uma outra forma de
capital, isto é, das relações técnicas de produção feudal barroca. O problema a
ser decifrado é o capital sem alteridade, sem Outro:
“Une telle conception conduit en droit ligne, on le comprend
sans peine, à ce que nous avons nommé la dé-réalisation du monde sensible,
lequel ne représente plus rien de distinct désormais en regard du monde
intelligible. Em une formule lapidaire, on pourrait dire que la métaphysique de
Plotin ignore l’altérité, la différence, qu’elle ne reencontre Autre tout au
long de son édification”. (Narbonne: 57).
Há contradição entre as forças produtivas e as relações
sociais de produção. Todavia, não há diferença na matéria, não há alteridade,
ela não busca um Outro, um campo simbólico de significantes [da lógica da
gramática de sentido do Bem ou do mal] fora da sua relação com a prática
política da democracia Plotino/lacaniana do mais-gozar.
O capital capitalista se tornou um objekt nihil privativum:
“à savoir quelque chose de non-actualité et cepandant de possible (...)
L’objekt, en son état déterminé (actuale), puis indetérminé (mere possible,
nihil privativum), reproduit en effet, jusque dans son vocabulaire même,
l’opposition traditionnellement aristotélicienne de l’être en puisaance et de
l’être en acte”. (Narbonne:46).
O capital capitalista é um fenômeno aristotélico, ele é um
ser em potência separada do ser em ato. O capital feudal barroco/IA (como
matéria) vai além da matéria aristotélica, ele aparece como uma matéria virtual
como modo de ser psíquico/técnico da potência e do ato em ato. Ele possui uma lógica de gramática de sentido
virtual que faz a subsunção da lógica da gramática de sentido do
territorial.
10
A lógica da gramática de sentido da democracia americana tem
com suporte um modo de se psíquico meio administrativo, meio jurisdicional:
“412. Administrative law. Os métodos de interpretação em voga
levaram, nos Estados Unidos como na Inglaterra, ao desenvolvimento, no seio de
um novo direito administrativo, de uma grande variedade de repartições
públicas, comissões, tribunais administrativos. Não se quis somente, através
deles, aliviar os tribunais estabelecidos; pretendeu-se também assegurar o
funcionamento, no seu próprio sentido, das novas leis, especialmente nos
domínios econômico e social, excluindo os métodos comumente utilizados nos tribunais.
Este desenvolvimento produziu-se quer no plano do direito federal, quer no
direito dos diferentes estados. Tomou, especialmente no plano federal, uma
extensão considerável”. (David: 402).
A democracia americana aparece como plotiniana pura, do
capital, do dominante; ela é potência e ato em ato do dominante:
“o poder regulamentar não era atributo, em teoria, nos
Estados Unidos, do poder Executivo. A doutrina moderna considera que se
desenvolveu na sociedade um quarto poder – administrative power – distinto dos
três poderes tradicionais. Como o Poder Executivo, este poder foi confiado ao
Presidente dos Estados Unidos. Mas, diferentemente do Poder Executivo, é
exercido em colaboração e sob o controle de um certo número de comissões
instituídas pelo congresso (...) Estes organismos federais permanentes estão
habilitados a estabelecer e resolver os litígios. O direito americano não pode
ser compreendido, em múltiplos domínios, sem se estudar a obra destas
comissões, as quais podem ser consideradas como desenvolvendo os princípios de
uma nova <equity>.O novo corpo de direito (administrative law) é de
caráter meio administrativo, meio jurisdicional, como a antiga <equity>,
mas é elaborado e administrado por organismos que funcionam sob o controle dos
tribunais de justiça tradicionais”. (David: 402-403).
A lógica da gramática de sentido da prática política
americana tem no tribunal um fator determinante da gestão do Estado em geral
combinado com o cesarismo americano:
“O cesarismo americano-presidencialista faz aliança com o
general intellect gramatical do poder administrativo; o campo político
cesarista se caracteriza por uma tela moderno/administrativa. Donald Trump é a
insurreição contra a modernidade do general intellect; ele quer desintegrar o
campo político cesarista-general intellect; o que vai pôr no lugar? O cesarismo
de um homem só do César sem governo do general intellect? Parece o futuro de
uma ilusão”.
“O general intellect do poder administrativo governa a
administração e a sociedade civil; ele exaure o SUJEITO soberania popular: a
relação representante/representado se baseia no amor ao cesarismo americano”.
(Bandeira da Silveira. Julho/2024: 530).
O trumpismo volta em 2025 prometendo diminuir em número o
general intellect gramatical do poder administrativo da prática política. Trump
encarregou Elon Musk dessa tarefa inglória, e que cheira a anarquia política.
Musk considera o Estado nacional territorial seu inimigo figadal. Trump e Musk
começam a guerra feudal contra a lógica da gramática de sentido da prática
política da democracia plotiniana americana...
ARISTOTE. La métaphyque. Tomo 1. Paris: J. Vrin, 1991
BANDEIRA DA SILVEIRA, José Paulo. Gramática do general
intelecto. EUA: amazon, 2022
BANDEIRA DA SILVEIRA, José Paulo. Revolução barroca dentro da
ordem. EUA: amazon, 2023
BANDEIRA DA SILVEIRA, José Paulo. Ciência política materialista.
EUA: amazon, 2024
BAUDRILLARD, Jean. Simulacres et simulation. Paris: Galilée,
1981
BAUDRILLARD, Jean. Da sedução. Campinas: Papirus, 1991
DAVID, René. Os grandes sistemas do direito contemporâneo.
SP: Martins Fontes, 1996
DERRIDA, Jacques. Politiques de l’amitié. Paris: Galilée, 1994
HEGEL. Filosofia da história. Brasília: UNB, 1995
HOBBES, Thomas. Os Pensadores. Leviatã. SP: Abril Cultural,
1974
LENIN, V. I. Cuadernos filosóficos. Madrid: Ayuso, 1974
LENINE. Oeuvres. Tome 38. Cahiers philosophique. Paris:
Éditions Sociales, 1984
MARX. Le capital. Livre premier. Paris: Editions Sociales,
1977
MARX. O CAPITAL, Livro 1, capítulo VI (Inédito). SP: Editora
Ciências Humanas, 1978
NARBONNE, Jean-Marc. La métaphysique de Plotin. Paris: J.
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droit naturel. Paris: Peeters, 1995
PHILONENKO, Alexis. Essais sur la philosohie de la guerre.
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TASCHEN, Benedikt.
Arte contemporânea. Colônia: 1992
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