sexta-feira, 7 de julho de 2017

DO BONAPARTISMO NEO-AMERICANO HOJE

José Paulo

O DO BONAPARTISMO NEO-AMERICANO HOJE

O psicanalista de Copacabana José Carlos me interrogou sobre o efeito de realidade do significante bonapartismo neo-americano. Eis um fragmento de um texto em composição sobre a sociedade pós-capitalista. Considero que ele tem uma vida autônoma urgente devido aos fatos que destroem a cidade gramatical democrática na atualidade agora.   

Três livros se estabelecem por sobredeterminação freudiana do passado como os evangelhos do século XXI. O De Paul Virilio, Vitesse e politique forneceu o significante gramatical técnico do século XXI: KRIMINOSTAT (Virilio. 1977: 55). No entanto, a gramática da sociedade do kriminostat encontra-se no Vigiar e Punir, de Michel Foucault (1975). Trata-se do fenômeno das ilegalidades dos dominantes (Foucault: 267, 269) nas quais a prisão faz pendant com a sociedade de polícia e a dominância do discurso do político do policial na cultura de massas penetrando na cultura em geral nos EUA, Na Europa e nos grandes países da América Latina. (Bandeira da Silveira: 139, 137).

Em meu livro Revolução Política (2001) remeto o leitor para o fenômeno do bonapartismo neoamericano que hoje sei que é a junção das ilegalidades dos dominantes e dos dominados na sociedade de polícia e seu Estado pós-capitalista (Idem: 124, 130-140). Trata-se do Criminostat como laço social do lumpenrrepublicanismo da sociedade de polícia, da sociedade do discurso do policial como articulação da hegemonia da cidade gramatical lumpenrrepublicana. (Idem: 126).

Meu livro Revolução política diz que havia dois caminhos para o século XXI latino-americano: O bonapartismo neoamericano (sob controle da democracia da América) e sem recursos suficientes e necessários para controlá-lo:  institucionais e de cultura política público/privado na América-Latina. Estamos em 2001, e o Revolução Política acaba assim:
“No Brasil, há uma saída para modificar a instalação desta anatomia política (gramática em narração cultural política da sociedade foucaultiana gramatical ou ilegalidades dominantes e dos dominados = kriminostat). Este é o único país das Américas que a esquerda existe efetivamente como alternativa ao dispositivo de poder policial. Todavia, só quando a esquerda reconhecer a centralidade das ilegalidades dominantes como causa da conjuntura política, ela tornar-se-á o discurso do Outro que articulará, como revolução política, os inúmeros pontos, em desenvolvimento, de resistência. A esquerda brasileira é uma vontade de revolução política? (Bandeira da Silveira: 140).

Hoje sabemos o caminho bolivariano que a esquerda tomou fazendo corpo mole frente à (e até participando) da sociedade gramatical foucaultiana das ilegalidades generalizadas na sociedade dos significantes de polícia. Agora, Inês é morta?

O efeito do caminho bonapartista neoamericano sobre o Brasil é a CRISE DA NOSSA DEMOCRACIA 1988. Hoje, o país necessita de um governo de salvação da cidade gramatical democrática espalhada em todo o continente nacional. Este é o ponto de partida para o imbróglio político no qual o país está mergulhado.   

Sobre a natureza do kriminostat, o Mille Plateaux o define como anarco-capitalista: “L’Etat totalitaire n’est pas un maximum d’Etat, mais bien plutôt, suivant la formule de Virilio, l’Etat minimum de l’anarcho-capitalisme”. (Deleuze: 578). Tal Estado minimum criminostat é o Estado da sociedade de polícia do bonapartismo neoamericano. São fenômenos de composição genealógica da paisagem da sociedade pós-capitalista.

BANDEIRA DA SILVEIRA, José Paulo. Revolução Política. Cultura brasileira, indústria de comunicação, instituições. RJ: Papel e Virtual, 2001
DELEUZE E GUATTARI, Gilles e Felix, Mille Plateaux. Capitalisme et Schizophrénie 2. Paris: Les Éditions de Minuit, 1980
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. RJ: VOZES, 1977 [Gallimard: 1975]
VIRILO, Paul. Vitesse et Politique. Paris: Galilée, 1977

                    
           

        

Nenhum comentário:

Postar um comentário