NOVA GAZETA RENANA DIGITAL 16/06/2016
A Nova Gazeta Renana é uma página
do Facebook que faz jornalismo digital artesanal. Os textos são publicados
agora no blog. Ela sofreu uma intervenção punitiva de uma maquina psicopática partidária, que tem livre acesso ao Facebook.
EPISTEMOLOGIA POLÍTICA DOS 5
LEITORES MACHADIANOS
No “Memórias Póstumas de Brás
Cubas”, no Ao Leitor, Machado diz que seu romance foi escrito para 5 leitores.
A forma livre de um Sterne (ou de um Xavier de Maistre) adotada e mais o
pessimismo rabugento em uma obra difusa seria a causa do livro ser obra para 5
leitores? Trata-se de uma obra de um espectro-narrador, de um finado, esmerada
na galhofa (cultura literária witz universal) banhada na tinta da melancolia,
um conúbio convexo-côncavo. O século XXI se anuncia como um novo tempo barroco
naufragado na melancolia!
O leitor grave verá a obra como
semblância de romance e o leitor frívolo a estranhara como um romance inusual.
Então o romance fica privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, que
constituem as duas colunas máximas da opinião. O romance é a tela gramatical
literária em um conúbio com a doxa da crítica jornalística. Sem a estima dos
graves e o amor dos frívolos, ele tem apenas 5 leitores. Quem são esses
leitores? São os leitores machadianos!
O que é um leitor machadiano? Ele
não é o leitor das simpatias da opinião pública (da) sobre o romance. Ele é o
leitor da obra que em si mesma é tudo: “se te agradar, fino leitor, pago-me a
tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus”.
O leitor fino é o leitor
machadiano, ou adeus! Trata-se do leitor aguçado, afiado para metabolizar a
filosofia política econômica machadiana. Pois, isso significa as 5 etapas da
LEITURA: crer; metabolizar como sublimação, como simbolização, como trans-subjetivação,
e, finalmente, o leitor como uma nova percepção machadiana do mundo sensível. A
ABL (Academia Brasileira de Letras) não é do reino do leitor machadiano.
E o leitor da física geopolítica
lacaniana?
O que significa vivenciar
intencionalmente as cinco etapas supracitadas?
A física é uma linguagem que abre
a percepção para ver e ouvir o governo das máquinas de guerra na cultura
política mundial. O leitor que entra em um processo de trans-subjetivação permanente
da física tem instalado em seu cérebro/subjetividade a percepção física
geopolítica da cultura política das máquinas de guerra. Ele passa a ver e ouvir
qualquer espécie de máquina de guerra. Ele passa a ver e ouvir tal ser
convexo-côncavo.
Trata-se de uma percepção que se
torna fina e se desenvolve no conúbio do campo de pensamento supracitado com a
tela digital.
5 LEITORES
Os 5 leitores da física
geopolítica sabem que há uma crise mundial. Que há um desenvolvimento desigual
da crise nos países e diferentes respostas para sair dela. Infelizmente, o
campo da física não conta com uma equipe para investigar os países centrais que
estão ensaiando um novo modelo cultural político mundial no território
trans-subjetivo das massas sem sujeito ditatorial.
Os economistas (e a classe
política mundial) continuam trabalhando com um conceito de capital
economicista. Para eles, o capital ou é uma coisa ou um fenômeno econômico como
tal. Eles não aceitam que o capital é uma relação cultural política de força -
relação de força trans-subjetiva entre o capital e as massas sujeito zero
econômico. Se metabolizar isso, muda tudo, pois, se trata da física do século
XXI.
Já mostrei, que a física se
condensa em filosofia política econômica que articula a Ordem Mundial como
cultura política universal. Mostrei que o planeta é capitalcêntrico. O
insensato é aquele cujo desejo faz pendant com o desejo niilista de
desarticulação da Ordem Mundial. O insensato é também aquele que crê na
articulação de uma Nova Ordem Mundial sem que um pensamento político a faça!
A crise mundial é a crise da
falta de pensamento político nos quatro cantos do planeta. Há aqueles que
acreditam que o planeta pode ex-istir funcionando pela lógica fática da
economia e da política mundiais, e das relações internacionais fácticas. Eles
não metabolizam Hegel/Gramsci que define a política (a economia e as relações
internacionais) como cultura política através do significante/conceitual
hegemonia. O mundo como lógica fática é a barbárie da dominação como tal –
interesse e relação de força.
A América e a Europa ocidental
continuam se agarrando à semblância civilizatória (hegemonia) de um sistema
mundial que parece tomar o rumo da cultura política bárbara mundial. Quanto
tempo o planeta vai continuar existindo com uma Ordem Mundial Bárbara? Ordem sem
pensamento político que é o signo da civilização ocidental. O arsenal atômico
em uma Ordem Mundial Bárbara (nas mãos da Índia e do Paquistão) se constitui
como a "gota d'água de Bohr/Caxemira".
Como simples fenômeno econômico,
o capital não governa o planeta. Só os insensatos economistas (e a velha
ciência política da FGV do Rio de Janeiro) acreditam nesse delírio psicótico de
que o único capital sério é o capital econômico. Eles pensam o mundo como
dominação do capital mundial que, como fenômeno econômico, existe para 70
milhões de consumidores. É tedioso, se não fosse perigoso!
Foucault mostrou que a Ordem
Mundial Moderna existia e funcionava por dispositivo de poder/saber. Mas sua
conceituação ainda era naturalista. Pois, o dispositivo poder/saber é da ordem
de uma physis cultural política. Termino com o caso brasileiro.
O bolivarianismo se constitui
como um dispositivo saber/poder que governou o pais no século XXI. Já mostrei
como tal dispositivo foi criado historicamente e como cultura política. Qual é
o nosso problema real? Trata-se da autodissolução do dispositivo bolivariano
que na percepção sensível significa a desintegração da famigerada narrativa
petista. A transição do governo Dilma para o governo Temer tem como causa a
autodissolução do dispositivo em tela. Logo, não faz sentido Dilma voltar para
o governo nacional.
Com Temer, a envelhecida classe
política velha diz que sabe qual é a solução para a crise brasileira. Ela
acredita que se trata de uma crise da lógica fáctica da economia e da política.
Por não saber o que é pensamento político, ela não sabe que se trata de uma
crise cultural política que significa o fim de um dispositivo saber/poder e a
falta de um outro dispositivo que substitua o dispositivo bolivariano.
Sem pensamento político, um
governo é apenas uma máquina de guerra fática cuja prática é ações de
destruição das massas, das instituições democráticas, da trans-subjetivação
democrática, das regras formais democráticas. Trate-se, portanto, de um governo
bárbaro que conduz o país para o caminho da barbárie: DITADURA.
Tais significantes-peixes estão
no fundo do mar prestes a emergirem no território nacional. O governo/máquina
temerário é o transporte atual de tais peixes!
“A tensa campanha pela saída ou permanência do Reino Unido na União Europeia teve nesta quinta-feira um episódio chocante, com a morte da deputada trabalhista britânica Jo Cox, 41 anos. A parlamentar morreu após ser baleada e esfaqueada quando deixava um ato político na biblioteca de Birstall, na Inglaterra. Um homem de 52 anos, cuja identidade não foi revelada, foi detido, apontado como autor do ataque, cujas circunstâncias ainda são bastante confusas. Não se conhece a motivação do assassino, mas algumas testemunhas dizem tê-lo ouvido gritar “A Grã-Bretanha em primeiro lugar!” antes de avançar sobre a vítima — em inglês, "Britain first", que pode ser uma referência a um partido de extrema direita que defende a saída do bloco europeu. A polícia, no entanto, ainda não confirmou nem negou detalhes como esse”.
“Rosemary's Baby é um filme estadunidense de 1968, do gênero terror, dirigido por Roman Polanski. O roteiro, escrito por Roman Polanski, é baseado no romance homônimo de Ira Levin, publicado em 1967. Em 1965, Rosemary Woodhouse (Mia Farrow), uma jovem dona de casa brilhante, mas um tanto ingênua, e Guy (John Cassavetes), o marido e um ator em busca de emprego, se mudam para Bramford, um opulento, mas antiquada edifício de apartamentos em New York City. O leitor pode ver o filme elegendo Bramford como personagem principal. O edifício é a casa do diabo da lenda medieval do Fausto. Bramdford precisa de uma mulher para parir o filho do diabo.
O essencial é que o edifício é dominado por uma seita satanista, adoradores do diabo. Se você já teve a impressão que mora em um edifício assim, a impressão pode não ser fruto da sua imaginação. Se o seu médico mora no edifício, ele pode pertencer à seita.
Se o leitor conhece a teoria da máquina psicopática, então, a seita pode ser simplesmente uma seita de máquinas psicopáticas. A ideologia dominante na cultura política mundial tem como significante-diabólico - o significante pessoa. Hobbes estabeleceu a diferença entre pessoa e máquina. Trata-se de uma diferença complexa que tratarei em um outro texto mais extenso. A ideologia diz que a pessoa (tomada como semelhante ao homem livre e normal) é a espécie comum no Ocidente.
Qualquer pessoa (e a contramáquina de guerra mestiça que é uma aliada das pessoas) sabe que um fascista não é uma pessoa. Ao contrário, ele é uma máquina de guerra psicopática. Mas a imprensa europeia o trata como uma pessoa agenciada por uma ideologia satânica.
Adorno mostrou que a ideologia fascista alemã era oca de significações ideológicas como tal. Pois, ela não se dirigia às pessoas, e sim às máquinas. Trata-se de uma montagem industrial do povo alemão como máquina de guerra psicopática. Não é este o centro motor ficcional do Doutor Fausto de Thomas Mann?
Adorno mostrou que a ideologia fascista alemã era oca de significações ideológicas como tal. Pois, ela não se dirigia às pessoas, e sim às máquinas. Trata-se de uma montagem industrial do povo alemão como máquina de guerra psicopática. Não é este o centro motor ficcional do Doutor Fausto de Thomas Mann?
O significante ideologia deslizou da superfície ideológica em si (visão de mundo articulada por signos, representações, imagens) para a superfície da cultura política do significante máquina psicopática. Trata-se da produção industrial cultural política da máquina psicopática!
Os jornais europeus continuam tratando a máquina psicopática como pessoa. A parlamentar Jo Cox foi assassinada, sem piedade, por uma "Britain first". Isso é a ideologia cultural política que agencia a montagem da máquina em escala industrial. "Britain first" é uma prática (ação estratégica com suas táticas fatais para atingir o objeto externo) articulada por ideias psicopáticas de destruição do inimigo. "Britain first" é, de fato, o psicopata inglês!
O ato que devorou a vida de Jo Cox não é o ato mais brilhante que anuncia a ditadura fascista europeia das máquinas de guerras psicopáticas?
MORADORES DE RUA EM SÃO PAULO
http://brasil.elpais.com/…/…/politica/1466018275_327623.html
“Para Lancellotti, a resistência
vem do desenho institucional dos albergues, no qual enxerga autoritarismo,
regras excessivamente rígidas e falta de humanização no tratamento dos
moradores de rua. ‘Eles tratam essas pessoas como números. E elas percebem isso’,
diz. ‘Os moradores de rua são um grupo de refugiados urbanos. E o problema é
que a Prefeitura recolhe, mas não acolhe’. Ele defende que locais pequenos,
autogestionados pelos próprios moradores, sem a verticalização imposta pelos
modelos tradicionais, podem ser um modelo de maior sucesso”.
Os moradores de rua são pessoas -
o povo de Canudos redivivo. Os jagunços eram as máquinas de guerra que foram
para Canudos para a autodesmontagem pelas mãos do Bom Jesus: contramáquina de
guerra mestiça divina.Canudos era uma comunidade de pessoas livres e normais em
um antagonismo ideológico com os bispos (máquina de guerra psicopata cristã) e
os senhores de terras (máquina de guerra psicopata oligárquica) como
condensação do antagonismo cultural político universal pessoa versus máquina.
Uma comunidade de pessoas livres
e normais no sertão era uma afronta que a República não podia suportar. Mas o
que era a República? Era a ditadura do albergue da máquina de guerra
republicana psicopática industrial. Esta se articulou como uma prática
(estratégia de destruir o objeto Canudos por inúmeras táticas) que se renova na
prática da GCM em destruir a comunidade de rua das pessoas de uma Canudos
paulista a céu aberta Tal máquina de guerra psicopática municipal teria uma
autonomia quase absoluta em relação ao poder político municipal, segundo o
prefeito Haddad: “Há anos a Guarda Municipal age para retirar papelão, colchão,
sofás, barracas, armários — tudo que pode ser utilizado pelo morador de rua
para, segundo o comandante da GCM, inspetor Gilson Menezes,
"privatizar" o espaço público. O baiano e seus companheiros —
estima-se oficialmente que haja 16.000 moradores de rua em São Paulo —
enfrentavam as ações praticamente invisíveis, até que a situação ganhou
contornos de crise nas últimas semanas, em meio a maior onda de frio na maior
cidade do Brasil em duas década”.
A GCM é o exército psicopático
floreanista e os moradores de rua paulistas pessoas do Bom Jesus. Trata-se de
uma memória cultural política que não para de não se inscrever no campo
simbólico da cultura política brasileira. Assim, ela não se inscreve na tela
gramatical cultural como deve ser.
Euclides da Cunha foi a
contramáquina de guerra mestiça que transformou em narrativa épica sertaneja o
antagonismo máquina psicopática versus pessoa livres e normais. Os bispos e os
senhores de terras também acusaram o povo de Canudos de querer privatizar o
Sertão. Eles acreditavam piamente (com uma certa razão) que Canudos era uma
revolução trans-subjetiva das pessoas livres e normais mestiças: revolução
sertaneja!
O marxista Haddad é um artefato
do marxismo da USP que não sabe nada sobre a história universal
máquina/pessoa/contramáquina mestiça. Não vai ser fácil pintar Haddad como o
chefe das máquinas de guerra anticanudos?
NANOFÍSICA POLÍTICA
http://brasil.elpais.com/…/…/politica/1465940373_917533.html
“Os aliados de Cunha contavam com
10 votos certos. Os que pediam a cassação, com nove. O vigésimo e decisivo voto
caberia à Tia Eron, uma deputada do PRB até então pouco conhecida, vista como
aliada de Cunha, mas que havia elogiado o parecer do relator pela cassação.
Era, portanto, uma incógnita. Caso ela votasse a favor do parecer, haveria um
empate. E o desempate caberia ao presidente do Conselho, José Carlos Araújo
(PR-BA), que votaria contra o presidente afastado da Câmara. Se ela votasse
contra o parecer, Cunha venceria na comissão por 11 votos a 9”.
A deputada baiana Tia Eron
começou o desligamento da máquina de guerra Eduardo Cunha. Velha história
universal mulher versus máquina. Mas o nanoagir de Tia é o início da alteração
do equilíbrio de força na política nas mãos das máquinas de guerra da ciência
política do Estado. Só tal ciência sabe quais são as nanotáticas necessárias
para alterar estrategicamente o equilíbrio de poder no Congresso. Por ter
consciência da nanopolítica, Tia Eron só revelou seu ato de desmontagem de
Cunha na hora do ato. Tia é física geopolítica sem saber que sabe?
Equivocadamente e por ciúme
narcísico, a editora de política da GloboNews atribui a enérgica, corajosa,
irrevogável atitude de Tia às pressões do eleitor nas redes digitais, na rua
etc. O ataque da editora também pode ser lido – segundo rumores jornalísticos –
como um gesto de contrariedade do Grupo Globo. Tal grupo maneja a ciência político
do Estado e sabe que o fim da máquina de guerra psicopática Cunha é um golpe na
sua máquina de guerra jornalística. A intimidade jornalística de Cunha com
Andreia Sadi é um fato altamente elucidativo da política brasileira.
Querida Andreia, desculpe-me!
Ao contrário da visão mesquinha
da editora, Tia Eron agiu como um herói da política brasileira! Ela merece
entrar para os anais da política do regime 1988!
CIÊNCIA POLÍTICA DE ESTADO
“En méxico, acabamos de pasar 14
procesos electorales locales que están recomponiendo el mapa de gobiernos en
algunos estados y en la Ciudad de México, donde la elección de una Asamblea
Constituyente para la segunda ciudad más grande del mundo, sufrió una
abstención de 70 por ciento”. (Jaime Preciado Coronado. Cientista político
mexicano).
No México, a política se encontra
em um divórcio abissal com as massas eleitorais (homem comum). O México é,
talvez, o maior laboratório cultural política natural da política mundial. A
abstenção de 70% pode ser o sintoma de toda a política latino-americana em sua
atual conjuntura cultural política.
No Brasil, o olhar do homem comum
do objeto política vê a política como escândalo (corrupção e falta de
governo/governabilidade). Contudo, o impeachment pôs o Congresso para trabalhar
no julgamento da presidente Dilma Rousseff e do governo Temer. Pela televisão,
o homem comum começou a se relacionar com a política como ciência política de
Estado. Esta é a atividade da Comissão senatorial do impeachment ou de Dilma ou
de Temer. O não-impeachment de Dilma significa o impeachment de Temer, e
vice-versa! Não se está julgando governantes, e sim governos!
A ciência política de Estado tem
na fração bolivariana da Comissão do impeachment sua ação mais brilhante.
Interrogar as 40 testemunhas (de defesa e de ataque) significa elaborar uma
epistemologia política articulada pela construção de uma narrativa dramática
entre sujeito (conhecimento senatorial produzido na Comissão) e objeto
(definição da realidade dos fatos que vão expurgar ou Dilma ou Temer).
Sou professor de ciência política
há quase 40 anos. Estou no fim da minha vida universitária. Saio dela
assistindo espantado, maravilhado, a construção de uma ciência política de
Estado fática dialética. Caro leitor, se atine com o fato que isso não existe
na Venezuela mergulhada em uma barbárie sexual gramatical política cujo gozo é
a luta sem quartel (luta bárbara), e sem fim, amigo versus inimigo. Luta que é
a condensação da memória cultural política colonial da transdialética
colonizado (povo venezuelano libertário) versus império espanhol ditatorial.
Há forças cultural políticas no
Brasil trabalhando para a instalação de uma ditadura que rasgue a Constituição
1988?
Tais forças complexas são
máquinas de guerra psicopáticas com suas estratégias invisíveis para o homem
comum. Um dia este dorme no regime 1988 e acorda em uma ditadura das máquinas
de guerra psicopáticas.
O que se pode dizer do
impeachment?
O impeachment se transformou em
um fenômeno político eleitoral sobre eleição de 2018 como fantasma do futuro.
Este fantasma é um actrator que pode deixar de ex-istir? A questão principal da
política brasileira não é a autodissolução do sistema industrial paulista. O
sistema industrial pode ser reconstruído se houver política (Estado nacional)
para fazê-lo. A questão principal da política brasileira é a própria
possibilidade da política continuar ex-sistindo ou se autodissolver.
Infelizmente a visão prosaica da classe política foraclui tal questão!
A ciência política de Estado
senatorial é um modo de evitar a autodissolução da nossa política? Todavia, se
o princípio do real comandar a ciência política senatorial mergulharemos no
buraco negro de autodissolução da política nacional. Ao contrário, se a ciência
política de Estado for comandada pelo princípio da cultura política, talvez,
seja possível evitar o buraco negro que se avizinha.
Nas mãos de poucos repousa o
futuro do país!
ORLANDO/AMÉRICA - PESSOA OU
MÁQUINA?
http://brasil.elpais.com/…/internaci…/1465717811_688793.html
“Um atirador abriu fogo dentro de
uma conhecida boate gay em Orlando, na Flórida (EUA) na madrugada deste domingo
(por volta das 3h, no horário de Brasília), matando ao menos 50 pessoas e
deixando outros 53 feridos, muitos em estado grave, segundo as últimas
informações das autoridades locais (polícia, FBI, prefeitura de Orlando e
hospital local), que realizaram uma coletiva de imprensa no final da manhã. O
ataque ocorreu na Pulse, uma conhecida casa noturna voltada ao público LGBT,
onde o agressor se entrincheirou durante mais de três horas. O autor dos
disparos foi identificado pelos veículos locais como Omar Mateen, um
norte-americano de 29 anos que foi morto pela polícia após uma troca de tiros.
Número de mortos pode subir”. (El Pais).
O noticiário saturado da
GloboNews diz que uma pessoa é o sujeito responsável do ataque aos gays. Onde
está o problema dessa afirmação? A estratégia do atentado é destruir o objeto
externo gay. Isso é o mundo atacado. E quanto ao sujeito do ataque? O que é
esse sujeito? O jornalismo eletrônico jura de pés junto (fé islâmica
eletrônica) de que se trata de uma pessoa.
Existe na América uma cultura da
máquina de guerra psicopática no cinema, na literatura e na televisão? O Rambo
de Stallone não é uma máquina de guerra psicótica (psicopata em ação)? O
BRADDOCK de Chuck Norris não é uma máquina psicopática assim como The
Terminator de Arnold Schwarzenegger?
Por que o cinema americano
transformou em herói a máquina psicopática? A resposta é óbvia. Ela é um
significante literário-cinematográfico do processo de trans-subjetivação das
pessoas da cultura política americana. A América não oculta que o cinema
americano é uma máquina de guerra industrial cinematográfica de conquista
(colonização) das mentes e corações das massas cinemáticas dentro e fora do
território existencial dos EUA. A cultura do cinema americano é o espelho da
realidade dos fatos; os fatos são as inúmeras espécies de máquina psicopática.
Porém, o jornalismo americano não
apresenta a máquina psicopática como responsável pelo atentado em Orlando ou em
Paris. Existe a ideologia cultural política da máquina no cinema etc., mas, por
sua vez, o jornalismo diz que a máquina de guerra é uma ficção, ou
cinematográfica, ou literária, ou eletrônica (televisão).
O jornalismo brasileiro também
foraclui a máquina de guerra psicopática como um personagem (que é a fusão de
ficção com realidade) da tela eletrônica. Tanto o jornalismo eletrônico
americano quanto o brasileiro são máquinas de guerra eletrônica contra as
massas. A estratégia deles é fazer a gestão transideológica (ideologia cultural
política) das massas eletrônicas para que elas fiquem no escuro, para que elas
não saibam o que estão enfrentando. Apresentar a máquina psicopática na tela
eletrônica significa que o poder judiciário teria que diferenciar pessoa e
máquina (como faz Hobbes) e, assim, criar um direito para a máquina psicopática
distinto do direito moderno da pessoa.
Tratar-se-ia de uma revolução na
vida americana e na cultura política jurídica mundial. É só isso!
IDEOLOGIA DO ESTUPRO E
IMPEACHMENT
A GloboNews está criando a
ideologia eletrônica do estupro: “cultura do estupro”. Por quê?
Um grupo bolivariano de deputadas
e senadoras criaram a lei do estupro coletivo, com penas severíssimas. A lei
criminaliza o sexo grupal como corolário prático. Os clubes de sexo grupal de São
Paulo ficaram às moscas. As bolivarianas se aproveitaram do circo eletrônico
que a GloboNews armou em torno de um episódio de sexo grupal de uma menor de
idade com o seu namorado e os amigos traficantes deste. A cena sexual foi
filmada pelo namorado e amigos e foi postada na internet.
Quando a GloboNews (GN) entrou em
ação e transformou a cena digital em cena eletrônica, o país ficou aturdido e
envolvido afetivamente. A partir daí a GN passou a dar um tratamento ideológico
cultural política ao assunto. Ela quer convencer as mulheres jovens a
denunciarem estupros reais ou fantasias sexuais histéricas de estupro,que
possam ser transformadas em narrativa eletrônica. A GN já está trabalhando com
uma fantasia sexual histérica de um estupro narrado por uma estudante
universitária do interior de São Paulo.
No Norte do país, prefeituras
loucas para aparecer através de um golpe publicitário na GN falam em combater a
cultura do estupro.
Qual é o conteúdo político do
movimento ideologia/cultura do estupro?
De mãos dadas, as jornalistas
eletrônicas e as políticas bolivarianas definiram a estratégia de usar a
ideologia do estupro (criada por um conluio entre elas) para mudar o equilíbrio
de força – favoravelmente a Dilma Rousseff – na Comissão senatorial do
impeachment.
A gramática sexual eletrônica é
simples. O governo Dilma Rousseff enquanto foi um governo de mulheres foi
vencedor. Depois que se tornou um governo de homens (um governo fálico)
conduziu o país para a miséria política/econômica atual.
O Senado quer substituir o
governo Dilma Rousseff - que pode retornar como um governo de mulheres – por um
governo de homens brancos e estupradores. Antes não se tratava de um governo
petista de estupradores, pois o axioma da ideologia eletrônica do estupro é –
excetuando o homem bolivariano (e os jornalistas homens do Grupo Globo) todo
homem é um estuprador.
Pela ideologia multiculturalista
bolivariana eletrônica do estupro nas entrelinhas da tela eletrônica GloboNews,
o presidente atual é a imagem-eletrônica estuprador que quer usurpar o lugar de
uma mulher inocente. O Grupo Globo rompeu com Temer, pois, este não é
multiculturalista eletrônico, e não começou seu governo com um neoliberalismo
radical. O Grupo Globo que mostrar que é o 4° poder do regime 1988. Primeiro,
ele ajudou a derrubar Dilma, agora quer derrubar Temer.
As armas eletrônicas do Grupo
Globo (família robertomarinho) são armas - ignóbeis, repugnantes, obscenas - de
uma prática ditatorial estratégica constituída por uma programação diária de
inúmeros atos e ações táticos repetitivos (Argumentum ad nauseam refere-se à
argumentação por repetição, ou seja, a mesma afirmação é repetida
insistentemente até o ponto de causar "náusea" ou aversão ao
interlocutor objetor, fazendo-o desistir da discussão, mesmo que não esteja
persuadido ou não concorde com a afirmação do seu oponente) sexualmente pornô
de um estupro coletivo trans-subjetivo das massas eletrônicas imbecilizadas.
Trata-se de uma máquina de guerra
psicopática eletrônica que não para de não se inscrever moralmente - como
civilização - na cultura política brasileira.
CULTURA DO ESTUPRO OU IDEOLOGIA
DO ESTUPRO?
O deputado Chico Alencar diz que
ex-iste uma cultura do estupro. Até ele dizer isso eu não sabia que o
significante artificial estava sendo inventado pela esquerda bolivariana
multiculturalista.
Alencar conceitua cultura como
costume ou hábito em uma linha antropológica vulgarmente bolivariana. Notem que
os antropólogos permanecem em silêncio sobre esta questão, que foi transformada
em um fenômeno das telas gramaticais digital e eletrônica. Foi a partir do
momento que a Globonews começou a irradiar a “ideia” da “cultura do estupro”
como um fenômeno da tela eletrônica que o significante eletrônico cultura do
estupro emocionou o país.
Afinal, o que é cultura?
Não confundindo cultura com
costume e habitus, creio que a cultura é a autointerpretação prática da
realidade dos fatos em uma tela gramatical. Deste Platô, não existe cultura do
estupro, mas a Globonews está tentando criar uma cultura política do estupro
eletrônica com seus significantes sonoros e visuais da tela gramatical
eletrônica. A Globonews é uma empresa-elo do capital corporativo eletrônico
mundial. Mas a caraterística especial dela é ser um dispositivo de poder
cultural político de um multiculturalismo eletrônico bolivariano. Ela vai
ganhar mais um prêmio por este meu enunciado?
Entramos em uma era
transideológica. Isso significa que a ideologia não ex-siste mais? Ao contrário
significa que a ideologia é um significante que se deslocou para a superfície
da cultura política (Bakhitin). O multiculturalismo eletrônico quer criar uma
contradição ideológica cultura política entre homem e mulher. Tal contradição
ideológica se articula a partir de um axioma multiculturalista, a saber:
excetuando o homem bolivariano, todo homem é um estuprador!
Tal axioma sexual multiculturalista
bolivariano remete o século XXI para a vida arcaica animal da espécie humana.
Nesse estágio, o macho estuprava a fêmea quando o sexo tomava conta de seu
cérebro. Acredito que a história da espécie humana deixou de ser uma história
natural do animal despótico com a cultura (Freud). Mas isso não significa a
soberania do discurso multiculturalista sexual de gênero. Os gregos e os
romanos da antiguidade não sabiam nada sobe esse discurso, pois, eles eram
bissexuais: “O ditador romano César é o homem de todas as mulheres e a mulher
de todos os homens”. Inúmeras culturas políticas eram bissexuais. Freud no seu
livro “Análise terminável e interminável” define a trans-subjetividade do homem
como bissexual.
“É bem sabido que em todas os
períodos houve, como ainda há, pessoas que podem tomar como objetos sexuais
membros do seu próprio sexo, bem como do sexo oposto, sem que uma das
inclinações interfira na outra. Chamamos tais pessoas de bissexuais e aceitamos
sua existência sem sentir muita surpresa sobre ela. Viemos a saber, contudo,
que todo ser humano é bissexual nesse sentido e que sua libido se distribui, de
maneira manifesta, quer de maneira latente, por objetos de ambos os sexos”.
(Freud. Obras Completas. v. XXIII: 277).
Se trans-subjetivarmos o discurso
freudiano não vai ficar manifesto que o discurso sexual multiculturalista
bolivariano de gênero é um dispositivo de poder ideológico cultural político
antagônico à physis do homem? "Vade retro Satana"
Afinal, o que querem as mulheres
multiculturalistas bolivarianas eletrônicas? Elas acham que todos no país são
imbecis? Que vão instalar sem resistência alguma uma ditadura sexual
multiculturalista bolivariana eletrônica? Será isso a forma política oligarquia
bolivariana mundial da mulher de Hillary X (não-todo lacaniano)
ECONOMIA E SEMBLÂNCIA
Na o “A ideologia alemã”, Marx
dialoga e ataca Stirner mostrando que há apenas uma contradição aparente entre
o interesse pessoal e o interesse geral. A contradição aparente é a semblância
da economia em geral. Marx queria mostrar que o burguês não se encontrava em
uma contradição real com a burguesia. Não há autonomia absoluta do interesse
particular em relação ao capital. Tal contradição aparente se autodissolve na
prática.
A prática é o capital e a
biografia do capitalista como personificação do capital. Mas a semblância
econômica é mantida pela ciência econômica universitária egoísta que fala em
empresário e vaticina que este não existe como prática de massas. Existe o
burguês, mas as massas burguesas não existem.
O capital não é a ditadura direta
da religião cujo princípio de funcionamento é: “Um só e único bem esta para
Todos” e, portanto, o mesmo bem-estar geral para cada um”. Isso é o princípio
de funcionamento da máquina de guerra cristã. A economia capitalista não é essa
espécie de máquina de guerra de felicidade para todos e para cada um. A máquina
cristã exige o desprendimento, o desapego dos bens materiais, o altruísmo para
que se estabeleça o bem-estar geral para cada um e para todos. O bem-estar é
trans-subjetivamente espiritual. Para o capital o bem-estar é o da civilização
material.
O capital articula o homo egoísta
como máquina de guerra econômica: “O egoísta que está de acordo consigo próprio
quer, no fundo, tornar cada homem num ‘estado policial secreto’. O espião, no
esconderijo que é a ‘reflexão’, vigia toda a movimentação do espírito e do
corpo, todos os atos, todos os pensamentos; toda e qualquer manifestação de
vida é, para ele, matéria de reflexão, isto é assunto de polícia. O egoísta
convicto consiste, precisamente, neste desmembramento do homem em ‘instinto
natural’ e em ‘reflexão’ (a plebe interior, a criatura e, de outro lado, a
polícia interior, o criador) ”. Isso é a máquina de guerra capitalista
personificada no empresário enquanto massas burguesas.
As massas burguesas constituem o
homo egoísta, a trans-subjetividade do capital personificada no capitalista na
semblância da contradição aparente entre a pessoa do capitalista e as massas
burguesas. Tal semblância gera na consciência (e no inconsciente) da classe
burguesa a aparência de que o capitalista é o empresário cujo movimento na
prática econômica é um a um em relação aos fenômenos econômicos. O empresário
não existe como máquina de guerra econômica enquanto massas de burgueses.
Vejamos um exemplo da realidade brasileira.
O governo Dilma Rousseff não é
capaz de mover a economia para fora da crise industrial. Por quê? Por que os
empresários um a um não vislumbram um horizonte econômico de saída da crise
econômica? Então, eles não investem seu “capital” na expansão da economia. Ao
contrário, o problema consiste em um outro fato econômico, a saber: as massas
burguesas egoístas (máquina de guerra econômica) não creem no governo
bolivariano. O poder bolivariano não é capaz de afetar (mover), fazer funcionar
a máquina de guerra econômica, ou em uma linguagem consagrada afetar as massas
empresariais positivamente.
Troca-se o governo Dilma pelo
governo regencial Temer. O que mudou exatamente? As massas empresariais se
deixam afetar pelo governo regencial precisamente em qual sentido? O governo
regencial cria a semblância econômica de que o sistema industrial pode sair da
crise alavancado pelo funcionamento da lógica fática econômica que já teria
realizado toda a destruição econômica criativa. Agenciando as massas
empresariais, o discurso dos economistas e jornalistas econômicos faz da
semblância econômica uma suplementação necessária para sepultar a lógica da
destruição criativa.
O governo regencial se enfia em
uma camisa de 11 mil varas com táticas econômicas (aumento para o funcionalismo
público, aumento das despesas estatais, criação de mais cargos comissionados,
não demissão dos bolivarianos) para evitar o cerco bolivariano ao impeachment.
O bolivarianismo é a máquina de guerra compulsiva de possessão do poder
nacional até a redução da política ao seu grau zero, como na Venezuela atual.
Assim, para o Senado, Dilma não pode retornar e Temer não fica no governo do
país. Os senadores estão aturdidos com o fim da semblância econômica
desbaratada pelo governo Temer. Logo tal governo deixa de ser o governo
regencial do século XXI necessário para a autodissolução do xifópago - crise
política mais crise econômica. A separação do xifópago é uma cirurgia política
de alta complexidade.
Todo o peso como chumbo da
solução da crise brasileira está no cérebro senatorial. Então, é preciso ajudar
os senadores a refletir não como a máquina de guerra egoísta stirniana de Marx
supracitada, o “estado policial secreto” da reflexão política. A máquina de
guerra cristã é “ o igual bem-estar de todos (na classe senatorial) em cada um
dos senadores deve significar “o não Nos sentimos bem, senão através dos
desprendimentos”. Isso não é o caminho!
O Senado está diante de uma
situação na qual o egoísmo do estado policial secreto deve ser mandado para as
calendas gregas. Porém, o Senado encontra-se entre Cila e Caríbdis. O Senado
deve se deixar conduzir pela trans-subjetivação do herói grego Ulisses? Mas o
que o espera na volta à CASA?
A ELEIÇÃO AMERICANA DE 2016
A Piauí traduziu o texto de
Andrew Sullivan sobre a eleição americana jogando a discussão para um patamar
extrauniversitário. Andrew Sullivan é um jornalista e escritor inglês radicado
nos Estados Unidos, célebre por seu trabalho como editor do jornal The New
Republic e em seu blog pessoal, onde manifesta sua identidade politico-pessoal
heterodoxa. O texto de Andrew parte da caracterização da democracia americana
atual como hiperdemocracia. Andrew tem como certo que o leitor é pós-modernista
e sabe o que é a hiperdemocracia. Quando ele fala da democracia platônica no
seu estágio final, ele está falando da hiperdemocracia. A característica central
desta é a liberdade excessiva, incluindo à sexual.
A era atual americana (e quase
mundial) é definida pelo excesso de liberdade sexual condensado no fenômeno
multiculturalismo. Donald Trump seria o remédio branco (da classe trabalhadora
branca, inclusive) para a decadência da democracia. A hiperdemocracia é a etapa
superior e, portanto, final da democracia política dos Pais Fundadores. No a
“República” de Platão, o tirano é a resposta do real à decadência da politeia
transformada em ditadura igualitária das massas. Na hiperdemocracia americana
Trump é a resposta do real americano.
Trump não é um fascista alemão,
ele é um fascista americano do século XXI. Ele é um herói das massas fascistas
eletrônicas americanas. Estamos vendo na televisão a violência de rua das
massas trumpistas espontâneas. Isso é a violência das massas eletrônicas,
agenciadas pela tela eletrônica.
Há uma autointerpretação
vivenciada intencionalmente das massas de trabalhadores brancos de que o
multiculturalismo é um fenômeno de dominação que articula o mundo americano
como injustiça para os brancos. O multiculturalismo é a ditadura da mulher
bolivariana (hegemonia sobre negros, gays, latinos) sobre os trabalhadores
brancos. A resposta à ditadura multiculturalista será a ditadura fascista
eletrônica branca.
Claro que esta é a minha leitura
da eleição americana e uma sugestão para o leitor digital integrar Andrew
Sullivan no debate brasileiro sobre os EUA.
Não vou dar uma de espertinho e
desmontar peça por peça o discurso de Andrew. Por mais que considere a revista
Piauí uma revista colonialista à esquerda (pois, ela reprime o debate feito por
brasileiros sobre os EUA para não perder o domínio de seu público leitor), não
é possível ignorar o texto brilhante de Andrew. Resta ao leitor conferir!
ENSINO – CIVILIZAÇÃO ou BARBÁRIE
O que é o ensino?
Tal interrogação é respondida de
um modo diferente nas diferentes culturas políticas intelectuais. Se não existe
cultura política intelectual efetivamente a não ser como ficção, a resposta é
um besteirol que torna as massas intelectuais cínicas e bestializadas.
Há certamente o problema da
relação da linguagem com a realidade dos fatos. Porém, e se a linguagem é um
mero embuste e a realidade uma coleção de fatos inconsistentes ou caóticos? A
televisão usa a dialética civilização versus barbárie para negar a existência
da barbárie. Ela apresenta programas sobre jovens pobres e negros das favelas
que se tornam músicos nos EUA e Europa: fatos inconsistentemente caóticos.
Segundo a tela eletrônica, as
massas eletrônicas devem receber isso como sinal de civilização e de que o país
não está mergulhado na barbárie das multidões do linchamento, da polícia
assassina de crianças, do sistema de saúde aos pedaços, da educação que é
ensino sem ensino.
O que é necessário para ensinar
crianças e adolescente? Não é a existência de linguagens como da física, da
química, da biologia, da historiografia, da ciência política moderna (Hobbes)?
A escola não precisa de professores que tenham o domínio mínimo de tais
linguagens? Onde os professores são conduzidos a dominarem tais linguagens? Um
pais onde nada disso faz sentido é apenas um pais de faz de conta do Grupo
Globo.
O professor aprende as linguagens
científicas na universidade enquanto é aluno. Aluno significa sem luz. Mas qual
luz? A luz de uma determinada linguagem! Na escola de física, o aluno é levado
a ter o domínio da linguagem da física (seus conceitos e problemas antes de
qualquer coisa). A escola de física é parte da civilização, pois, a barbárie é
a ausência (falta) de linguagem. Como paradigma, a linguagem da física é uma
produção e recriação da Europa Ocidental (e dos EUA). A linguagem da
historiografia e da ciência política também. Deixo para os físicos a discussão
sobre a linguagem da física no século XXI. E me atenho ao problema da linguagem
na historiografia e na ciência política.
Estas últimas linguagens não
ficaram velhas? Seus conceitos e problemas não são extemporâneos? Na
historiografia brasileira, a linguagem marxista é de uma extemporaneidade
imbecilizante para as massas estudantis. Na ciência política, não há linguagem,
pois, a ciência política americana só existe como uma velha ladainha e
tagarelice institucional ligada à Okhrana: complexo industrial-militar mais
sistema de segurança (CIA, FBI, NSA).
Os estudantes universitários de
história podem ser avaliados pelo Estado, pois eles possuem a linguagem
marxista anacrônica. Mas os estudantes de ciência política (sociologia,
antropologia e comunicação) - ao não serem treinados nos problemas e conceitos
de uma linguagem científica – não tem como serem avaliados. Ao contrário, a linguagem
do direito permite que o Estado avalie, rigorosamente, os estudantes do
direito. Por isso, o direito deve ser uma disciplina das escolas para o jovens
ainda não-universitários.
O Ensino é a transmissão de uma
linguagem. O ensino lacaniano foi a transmissão da linguagem freudiana
revolucionada pelo paradigma estrutural/linguístico. Mas o ensino precisa de um
magister ludi (Lacan, por exemplo) que Gramsci chamou de intelectual hegemônico.
Essa figura cultural política só existe onde existe civilização, ou então, a
política como civilização cultural política. O ENSINO é uma obra civilizatória.
Esse fenômeno existe no Brasil?
Entre nós (latino-americanos), a
espécie de cultura política é oligárquica histérica. Isso significa a
destituição do magister ludi na universidade (fatal para as ciências humanas),
a impossibilidade de civilização universitária no campo supracitado. Vejam a
farsa da FLip = GloboNews todo ano em Paraty.
Tal festa literária vai comemorar
Euclides da Cunha. Tem um programa desse canal de televisão fazendo propaganda
da FLip euclidiana. O apresentador é um romancista que já ganhou o prêmio Juca
Pato. Mas se trata de um sujeito sem um pingo de ética cultural política. Pois
seu programa seleciona universitários que não deram contribuição alguma para
uma releitura de Euclides da Cunha. E a leitura da física geopolítica lacaniana
das máquinas de guerra do “Os Sertões” é submetida uma odiosa repressão
(dominação) na tela eletrônica. Há uma colusão nessa repressão entre o Grupo
Globo e a comunidade das letras. Tal conluio não é a prova mais cabal de que o
mundo intelectual brasileiro é, essencialmente, barbárie?
A GloboNews não é a máquina de
guerra eletrônica informacionalis bárbara de produção da nossa barbárie
cultural eletrônica cotidiana para as massas intelectuais? Ela não simula que
exerce um ENSINO multiculturalista para tais massas eletrônicas? O nosso
queridíssimo Ziraldo crê sinceramente que o Grupo Globo é civilizatório! Ao
contrário, Jorge Pontual não é a simulação trans-subjetiva grotesca vulgar
bárbara de que somos eletronicamente civilizados como cópia da civilização
americana do Norte?
LABIRINTO POLÍTICO BARROCO
No labirinto político barroco, a
menor distância entre dois pontos não é a estratégia da linha reta. 14.0000
cargos novos, aumento substantivo para o funcionalismo público, a nova DRU da
Educação e Saúde (Desvinculação das Receitas da União) e o déficit parlamentar
de 170 bilhões são táticas apropriadas para manter o equilíbrio de força no Senado
favoravelmente à continuidade de Michel Temer? O governo regencial do século
XXI não se estabelece em contradição com o MERCADO?
Na semblância da política global
brasileira, o governo Dilma não pode retornar e o governo Temer morre na praia
como o time de futebol da Ilha do Governador da minha adolescência, o América.
“Dilma não retorna, Temer não
fica” significa um fenômeno de aprofundamento da crise política. Para evitar a
greve geral do funcionalismo público, para frear a guerra molecular digital bolivariana
no Estado brasileiro digital, o governo não vai mexer com os cargos
comissionados nas mãos dos bolivarianos.
Se trata do retorno da luta de
classes burguesia paulista versus trabalhadores? Tarso Jereissati é um
empresário nordestino da classe burguesa (PSDB) que é a exceção que confirma a
regra. A burguesia brasileira é paulista.
Não se trata da dialética social
(luta de classes), e sim da dialética cultural política (transdialética). Na
dialética cultural política, a crise política é a autodissolução do fantasma do
futuro “eleição geral nacional” 2018. “Dizem que sou louco por pensar assim,
gostar de quem não gosta de mim". A propósito, dizem que na política
brasileira atual o futuro pertence a Deus!
O antagonismo cultural político
está estabelecido entre as forças cultural políticas lumpesinais e a revolução
digitalis no Estado para transformá-lo em um Estado Nacional Digital do século
XXI.
O pessimismo é justificável, pois
as forças lumpesinais parlamentares querem destruir a possibilidade de um
processo de trans-subjetivação digitalis nacional do século XXI. Fazendo
pendant com as forças lumpesinais da classe política (os 300 picaretas de
Marcelo Odebrecht) forças lumpesinais internautas estabelecem o estado de
guerra lumpesinal molecular no mundo trans-subjetivo digital (homo digitalis).
Trata-se da realização da satisfação do instinto de morte fazendo pendant com o
narcisismo de baixa intensidade na tela digital das massas lumpesinais
niilistas.
Estamos no mato sem cachorro?
Quem não tem cão, caça com gato
ou gata!
OLIGARQUIA MUNDIAL DA MULHER?
Mário Sergio Conti e Tata Amaral
desejam a formação de uma oligarquia da mulher no Brasil. Os paulistas dizem
que no Brasil tudo acaba em pizza. De fato, o desejo brasileiro é que tudo
acabe em oligarquia.
O tropicalismo acabou em uma
oligarquia artística bolivariana multiculturalista com os chefes oligarcas
deslumbrantes Caetano Veloso, Chico e Gil. Como a cultura tropicalista é
multiculturalista bolivariana, Chico Buarque foi integrado a ela por sua face
bolivariana. Como cultura política, o tropicalismo é a privatização nacional
não-todo da cultura musical brasileira.
Vejam, que agora o tropicalismo
(Gil e Caetano) quer se integrar ao governo Temer, e o governo de Dilma
Rousseff ainda está no modo político stand by! A essência do tropicalismo é o
privatismo da nossa cultura política musical: oligarquia da tela musical. A
propósito, Gil e Caetano (Bethânia) têm um instinto de sobrevivência cultural
político animal.
O governo Dilma foi a primeira
experiência de um governo oligárquico multiculturalista da mulher. Fracassou!
Nos EUA, o governo
multiculturalista bolivariano (definido como bolivariano pela integração das
massas latino-americanas ao partido democrata) de Hillary será a experiência de
formação de uma oligarquia feminina americana?
Através do significante universal
mulher (não-todo), a história americana se constituiria em uma linha de força
cultural política universal? Seria um choque traumático para a cultura política
mundial. Choque traumática significa a fundação de uma nova espécie de cultura
política mundial oligárquica: oligarquia mundial da mulher.
Como seria o privatismo
oligárquico da mulher bolivariana multiculturalista (não-todo) da política
mundial?
MIGUEL REALE E O PODER JURÍDICO
“Em termos psicológicos, o
bovarismo consiste em uma alteração do sentido da realidade, na qual uma pessoa
possui uma deturpada autoimagem, na qual se considera outra (de características
grandiosas e admiráveis), que não é. Em termos mais gerais, o bovarismo faz
referência ao estado de insatisfação crônica de um ser humano, produzido pelo
contraste entre suas ilusões e aspirações (que geralmente são desproporcionadas
tendo em conta suas próprias possibilidades) e a realidade frustrante”.
O bovarismo cultural político
significa uma trans-subjetividade narcísica que distorce a lógica de sentido de
uma determinada realidade dos fatos. O livro de Miguel Reale “Paradigmas da
cultura política contemporânea” é um bem cultural bovarista?
Ao definir a cultura como poder
nomotético do espírito (“capacidade imaginativa e sintetizadora que permite ao
homem inovar, instaurando, algo de novo no processo histórico, visando fins
éticos, econômicos, estéticos etc.”) ele está definindo o poder jurídico
bovarianamente? Ou tal poder faz a representação antecipada do futuro, pois,
ele imagina algo que não existe, para logo passar dessa possibilidade à
realidade, da potência ao ato?
Ou o poder jurídico é um poder
animal da physis, de uma natureza que sempre se repeti, no sentido de que toda
a transformação se subordina às suas leis imanentes, ainda que em certos casos
opere o “princípio da indeterminação” de Heisenberg. Há indeterminação
galopante no poder da nossa comunidade jurídica? Calafrio!
O poder nomotético de Reale está
dizendo que a representação antecipada do futuro é lógica da máquina de guerra
jurídica Lavajato de uma prática de inúmeros atos e ações de uma estratégia
articulada através de suas táticas. A Lavajato é a prática habitada e pilotada
pelo Juiz Sérgio Moro, pelo STF, pelo MPF e a PF. Tal máquina realeana
monotética não antecipou o futuro? São estúpidos, então? Ou tratar-se-ia de uma
máquina de guerra bovarista que distorce, maquínica/naturalmente, a lógica de
sentido de sua prática? Ela imagina sua prática pelo narcisismo da
trans-subjetividade de seus componentes pessoais maquínico?
A máquina de guerra bovarista
jurídica é do processo civilizatório ou do reino soberano da barbárie? Em breve
saberemos!
MULHER E MÁQUINA
Na história universal dois
significantes universais se enfrentaram, se apaixonaram, um usou o outro, um
não existe sem ou outro. Trata-se dos significantes literários técnicos mulher
e máquina de guerra freudiana. A narrativa verdadeira universal da máquina de
guerra existe na literatura desde Homero. Não conheço a literatura da China e a
do Oriente, mas a Bíblia é povoada pela máquina de guerra e narrativa sobre a
mulher no centro da narrativa de tal livro.
A mulher e a máquina constituem a
linha de força cultural política principal da história universal. Tal linha de
força desceu a montanha na contemporaneidade. A mulher é não-todo, lógica
faccional (parte e parte), um modo de evitar a totalidade fálica.
No pós-Segunda Guerra Mundial, o
multiculturalismo (negro, gay, mulher) se tornou o motor histérico inibido em
sua finalidade da política americana. O motor histérico é o não-todo que
destitui a linguagem do mestre (todo) demandando um novo discurso do mestre. O
multiculturalismo é não-todo, ele é a lógico faccional que fez a
trans-subjetivação nacional americana (totalidade imaginária fálica) virar
propriedade da tradicional direita dos EUA. O motor histérico caiu no vazio
destituindo a esquerda americana como projeto de uma nova nação.
No Brasil, o bolivarianismo
latino-americano em essência é multiculturalista, não-todo. O bolivarianismo é
uma força antinação. Não há motor histérico, entre nós, em relação ao
bolivarianismo. As massas de 2015 paulista se apresentaram como massas
nacionais. O jornalismo multiculturalista e as ciências sociais bolivarianas
(multiculturalistas que amparam ideologicamente o jornalismo) obnubilaram o
fenômeno do afloramento do nacionalismo brasileiro do século XXI. Tais forças
multiculturalista conduziram o pais para a crise brasileira atual.
O MDB foi um partido político
trans-subjetivamente nacional, o PMDB é a sombra do MDB. O governo Temer era
para ser um governo trans-subjetivamente nacional, um discurso que não fosse
semblância nacional, que fosse um discurso nacional verdadeiro.
Nos EUA se enfrentam Hillary e
Trump. Hillary é a condensação da linha de força cultural política universal
MULHER. Trump é a condensação da linha de força MÁQUINA. No Brasil, deputadas e
senadoras fazem um direito da máquina de guerra em uma reação aos estupros
coletivos de mulheres. Trata-se de um direito inédito como direito da máquina
de guerra.
O estupro coletivo se realiza
pela montagem de máquinas de guerra de violação de mulheres – máquina sexual de
violação de mulheres. A máquina de guerra sultanesca (até hoje) mantém harém de
mulheres. A máquina sempre foi movida por desejos e paixões como cobiça do ouro
(auri sacra fames), loucura pelo sexo das mulheres e uso de droga, como
condensação cultural política no sultão, por exemplo. Violar mulheres é a
realização da satisfação do desejo de destruir o objeto de desejo em junção com
o desejo sexual maquínico.
Trump é uma máquina de guerra
fascista eletrônica em um antagonismo cultural político com a Hillary
bolivariana. Pois, com as massas latinas integradas ao multiculturalismo
antinacional, o multiculturalismo americano se tornou bolivarianismo. Há uma
linha de força cultural política na eleição americana que cria uma unidade
americana na América dividida em latina e anglo. Tal linha de força é o
bolivarianismo fazendo pendant com a cultura política do capital eletrônico
fascista mundial.
A América (e o Brasil)
apresenta-se articulada por linhas de força cultural política universais. O
discurso da universidade e o jornalismo multiculturalistas são a velha visão de
mundo de um mundo velho incapazes de ver a transdialética mulher/máquina.
Ao contrário a física geopolítica
lacaniana vê, ouve e tateia tal transdialética. O velho não quer morrer e o
novo espanta e cria tremor.
JABBA E A PRINCESA LEIA
O poder das jornalistas da
GloboNews de produzir fofoca, intriga, falatório, tagarelice, maledicência,
melodrama com os políticos governamentais é infinito. Isso é um discurso
neurótico patológico. Trata-se de um caso de patologia de massas intelectuais
em um sentido trans-subjetivo cultural político. Um desejo psicopático de
destruição do objeto de desejo é o motor de tal discurso neurótico/psicopático!
Isso é o mais próximo que as mulheres podem chegar do sexo tântrico. Sexo com a
máquina de guerra governamental.
É a cena do Star Wars na qual
Jabba (políticos governamentais) possui a princesa Leia (jornalistas)
acorrentada no seu colo para seu prazer grotesco: gozo alien. Quando o
equilíbrio de força muda, Leia enforca Jabba com as correntes que a
aprisionavam sexualmente à máquina de guerra grotesca alien.
O capital eletrônico é uma
máquina de guerra sexual a céu aberto. Ela é a continuação dos canais de sexo
pornô para as famílias. Todos fazem de conta que isso não é sexo pornô!
Trata-se da cultura política da sedução sexual. A tela eletrônica faz sexo com
as máquinas de guerra (governo, natureza catastrófica, terrorismo, veículos
motorizados, criminosos etc.) diariamente como um espetáculo de sedução do tele
espectador.
Hoje, assistimos à colonização do
mundo digital (internet) pelo capital eletrônico. A formação de opinião pública
digital na internet a favor da pena de morte é uma indução da tela eletrônica
que repeti compulsivamente imagens visuais e sonoras de situações violentas
contra pessoas que afetam (emocionam) o campo de afeto do tele espectador e o
estado de animus dele.
A imagem eletrônica do governador
do Rio de Janeiro pedindo aplicação da pena de morte em estupradores é algo
inconstitucional e um fato legitimado pela televisão. É quase uma sugestão de
linchamento eletrônico dirigido às massas tele eletrônicas.
Vindo do governador se constitui
em um ato oportunista para desviar a energia acumulada das massas contra o
governo do estado fluminense, em plena desintegração. Trata-se de uma manobra
tática para eleger o candidato do PMDB ao governo municipal em 2016. A política
está mergulhando na barbárie dos instintos mais baixos, das paixões mais
destrutivas de qualquer coisa que se pareça com civilização. Uma força
determinante da instalação da barbárie política é o Grupo Globo.
O advogado da OAB (e da PUC)
habitué da GloboNews não tem razão. Não existe o direito à barbárie que quer
beber sangue!
1992→2016 – da oligarquia
constitucional à oligarquia lumpesinal.
Há um padrão cultural político no
impeachment ligando 1992 e 2016? Em ambos há uma conspiração da classe política
(envolvendo o STF) para golpear ambos os presidentes do regime 1988. Há
diferenças que parecem confundir a percepção das massas intelectuais,
principalmente das massas jornalísticas.
Em 1992, a conspiração da classe
política se realizou em uma superfície latente, até onde se sabe. Foi uma
conspiração tácita. O motivo de ser tácita se deve a posição de Itamar Franco
(vice de Collor) ser inteligível como ruptura com o governo de Fernando Collor
muito antes do impeachment.
Havia uma disposição pombalina
apaixonada (paixão pelo golpe de Estado pombalino) natural em Itamar que
consistia em tomar o lugar de Collor em uma superposição com a paixão pombalina
da classe política que manipulou a paixão das massas sujeito zero ditatorial
contra Fernando de Mello. Fernando (Henrique Cardoso) ocupou o lugar da razão
do golpe pombalino contra Fernando (collorido). Veja o axioma FHC: “sem as
massas na rua, não há impeachment”.
Esses são os elementos do
impeachment: conspiração da classe política que tem como motor a paixão
pombalina; integração à conspiração ditatorial do STF; massas manipuladas e
manietadas. A diferença cavernal é que a conspiração de 2016 ocorreu a céu
aberto na classe política transformando abertamente o STF no apêndice ruim
(mauvaise queue) da classe política.
Outra diferença escandalosa se
apresenta na transformação da oligarquia constitucional tradicional/1992 em uma
oligarquia lumpesinal/2016. A corrupção articula tal oligarquia como cultura
política lumpesinal. Ela significa o grau zero do significante público; domínio
absoluto do público pelo privado: privatismo lumpesinal oligárquico. Em nenhum
momento da história brasileira, a oligarquia havia assumido de um modo tão
absoluto tal atitude lúmpen.
A crise política brasileira atual
é a crise da oligarquia como classe governante lumpesinal. O governo Temer é a
condensação de tal crise oligárquica lumpesinal que instaurou um
parlamentarismo lumpesinal sob o comando do primeiro ministro Henrique
Meirelles, que ex-iste como um efeito biográfico lumpesinal de um poder
econômico de Estado lumpesinal. Claro está que tal poder lumpesinal é um
estorvo cultural político para a nação. Ele que, como uma máquina de guerra
psicopática lumpesinal, está queimando todas as caravelas capazes de levar o
país para um porto seguro.
O Estado lumpesinal instalado com
o seu apêndice ruim (STF) cria a expectativa da ditadura lumpesinal da
oligarquia sem semblância democrática, como é o caso da ditadura lumpesinal
peemedebista no Rio de Janeiro. No Rio, a comunidade jurídica é dominada pelo
lúmpen/peemedebismo. Para o carioca, se ficar o bicho pega, se correr o bicho
come! Por isso, tal ditadura peemedebista se vê questionada quanta a sua
capacidade e sinceridade na garantia de Olimpíadas com segurança no Rio.
Caros 5 leitores, essa é a
situação infeliz na qual nos encontramos. O passo mais obsceno é o envolvimento
da Forças Armadas na conspiração da classe política. Esse não é o momento de
nossos generais publicarem uma carta em defesa do regime democrático da Carta
1988? Isso, ao menos, tranquilizaria a nação. Nas intrigas da classe política
parece que até as cúpulas do exército nacional estão enredadas na conspiração
pombalina peemedebista/PSDB/DEM/partidos lumpesinais satélites.
Como chefe espiritual da
conspiração lumpesinal temos nada mais nada menos que Fernando Henrique Cardoso.
FHC acabou de ser laureado com uma honra espetacular tele eletronicamente
(glorificado) da universidade americana. Não há algo de podre na cultura
política intelectual americana? Trata-se de um prêmio político com semblância
acadêmica.
FHC se tornou o Príncipe
lumpesinal da sociologia da América!
Não apreciei fazer tal texto. É
um retrato trans-subjetivo da alma (almor) brasileira que é o avesso do almor
trans-subjetivo da classe governante da Ética a Nicômaco!
PARLAMENTARISMO ECONOMICISTA
A classe política e Delfim Neto
dizem ser o governo Temer um parlamentarismo de ocasião, um parlamentarismo
esdrúxulo. Isso possui realidade política?
A interrogação que nos levará a
significação do parlamentarismo brasilis é: quem é o primeiro-ministro?
O espantoso é que o
primeiro-ministro não se encontra no parlamento, ele não é um parlamentar. Ele
é uma biografia econômica da classe política. Trata-se do banqueiro Henrique
Meirelles. Ele é o chefe de governo e isso é um governo economicista,
considerando que a estatização do campo de poder se condensa no ministério da
Fazenda? É pior? Pois, o poder do Estado não se condensa nesse ramo do aparelho
de Estado, ao contrário, se condensa no indivíduo Henrique Meirelles.
O poder de Estado se tornou um
poder pessoal de Meirelles como o poder moderador do imperador Pedro II.
Trata-se de um poder capaz de afetar a vida econômica das massas pela lógica do
pior. Tal poder espera que as massas afetadas não reajam com a greve geral. Que
elas não tomem a atitude de luta sindical semelhante a luta do sindicalismo
francês contra o ditador socialista François Hollande.
Qual a diferença entre Brasil e
França?
Na França, o choque entre a
ditadura Hollande do capital fictício mundial e os trabalhadores fez nascer a
nova esquerda mundial. Não se trata, portanto, apenas de luta sindical. A luta
econômica francesa é uma luta cultural política de um confronto entre o capital
mundial e a nova esquerda mundial como motor da produção nacional do mundo
contemporâneo.
No Brasil, o poder pessoal
meirelles é o poder de um subcapital tropicalistas (ersatz de capital moderno)
estatizado na biografia subjetiva/trans-subjetiva de uma máquina de guerra de
reflexão econômica, de raciocínio econômico pouco razoável, pois, antinacional.
Trata-se de uma máquina de guerra movida por paixão subcapitalista violenta que
se move devagar para ir rápido. Então, os trabalhadores e os aposentados estão
a enfrentar uma máquina de guerra psicótica que é o chefe real de governo.
A luta das massas de
trabalhadores (na ativa ou aposentada) contra tal máquina é a luta da esquerda
bolivariana. Trata-se de um fenômeno cultural político em um processo de
autodissolução na América Latina. Todavia, a luta bolivariana pode ter como
centro tático derrubar, não o ersatz de chefe de Estado (Michel Temer), mas o
primeiro-ministro. Por quê? O chefe de Estado é a condensação do Estado
brasileiro através da classe política. Derrubá-lo significa a antecipação das
eleições gerais. Isso é um choque cultural político traumático inenarrável. O
retorno de Dilma Rousseff é o real insuportável, que não para de não se
inscrever no campo simbólico.
Na transdialética amigo/inimigo,
o inimigo é a máquina de guerra psicopática. O chefe de Estado é um ponto de
força sobre o qual se deve exercer força para mudar o real centro de poder do
Estado. Para isso acontecer, as massas precisariam estar aparelhadas com uma
percepção sensível que as permitisse ver a máquina de guerra. Primeiro, elas
teriam que crer no aparelho de linguagem que constitui nas massas o ver, o
ouvir, o tatear a máquina de guerra. Isso significa metabolização
transideológica. Não existe mais guerra ideológica na luta de classes. As massas
não lutam contra a classe dominante, elas fazem um combate transideológico
contra a máquina de guerra cultural política.
As massas ignoram tal fenômeno,
mas o primeiro-ministro tem um saber prático sobre ele. É a vantagem que
desequilibra o equilíbrio de força massas versus primeiro-ministro!
FILOSOFIA MORAL DAS MASSAS
O leitor pode ler o conceito de
cultura política intelectual no livro “História da filosofia moral” (Editora
Martins Fontes, 2005), do americano John Rawls, quando ele define a cultura
política grega, a cristã medieval (Rawls: 9) ou fala da razão moral das massas
sujeito zero artificial em Kant (Idem: 20-23).
A ideia de comunidade filosófica
cultural política não deve ser desprezada. Tal comunidade fazendo pendant com a
Ilustração deixou a ideia da possibilidade de uma cultura política intelectual
moderna que suprassumisse, finalmente, a cultura política cristã medieval, essa
extraordinária máquina de guerra de pensamento político como poder simbólico
europeu presente na constituição do mundo moderno.
O pensamento político da Europa
Ocidental (moderna) é aquele, talvez, da criação de uma civilização das massas
sujeito zero bárbaras. É verdade que a crítica de Marx à filosofia política
moral é aquela que diz que isso era impossível sob o capitalismo. Para o Marx
cético da modernidade, o capitalismo significava barbárie com semblância
civilizatória no sentido moderno. As massas do capitalismo (proletariado) eram
bárbaras e escravas do discurso do capital. Porém, comparando os povos europeus
ocidentais (escandinavos, principalmente) com os povos americanos, somos
levados, irrevogavelmente, a admitir que há (houve) uma civilização das massas
(baseada na razão cultural política moderna das massas) na Europa, e povos
bárbaros culturais políticos na América (Américas).
Os EUA é um fenômeno desigual e
combinado de civilização europeia das massas e barbárie, que se mostra pela
violência americana no mundo-da-vida da classe média. O resto do continente é
simplesmente bárbaro com semblância civilizatória criada pela civilização
material das grandes cidades, onde estas existem, é claro: modernização.
A moral das massas é uma moral
civilizatória nacional. A moral civilizatória é aquela das nações em um
contraponto à moral bárbara das colônias. Trata-se da moral como fenômeno
cultural político, como autointerpretação da realidade dos fatos no processo de
trans-subjetivação das massas.
Tal moral civilizatória guiou 300
bombeiros à morte tentando salvar as vidas das vítimas do islamismo no
11/setembro/2001 americano. Tal moral americana é articulada por princípios
morais anticéticos como modo de vida baseado no princípio-crença de não duvidar
do poder simbólico da nação. Na América Latina, o acontecimento 300 bombeiros é
inimaginável.
A barbárie colonial americana é o
anverso da civilização nacional moderna das massas. Tal América da barbárie é o
avesso da Nação: jamais fomos civilizados.
As duas grandes guerras mundiais
do século XX estabeleceram a crença de que as nações europeias tinham
mergulhado na barbárie através de seus Estados-nação-guerreiros. Depois da II
Guerra Mundial, os povos civilizados resolveram sobre a autodissolução do
Estado nacional (e inclusive dos povos nacionais). Todavia, assistimos, agora,
a uma retomada selvagem da utopia nacional nos EUA e na Europa da União
Europeia. A Nova Direita mundial se constitui a partir desse fenômeno cultural
político.
O século XXI (se não houver uma
quebra violenta da linha de força cultural política nacional) assistirá à
constituição de poderosos Estados nacionais digital e digitalis? Se houver uma
nova ordem mundial, ela será uma Ordem Mundial Digitalis (homo digitalis),
ordem da hegemonia do capital corporativo mundial digital no bloco histórico
mundial digitalis. Os povos bárbaros serão integrados à tal ordem como?
A integração bárbara será pela
trans-subjetivação moral colonial cultural política digitalis fazendo pendant
com a trans-subjetivação eletrônica do capital corporativo eletrônico mundial.
Penso a integração das massas da barbárie americana à nova ordem mundial como
inelutável! Então, a democracia ocidental (que é um efeito da civilização das
massas sujeito zero bárbaro) pode competir com a ditadura americana nesse
século XXI Latino Americano?
Tal situação não significa a
necessidade de criar a contramáquina de guerra poiética-cultural-política-moral
civilizatória das massas americanas para evitar a DITADURA. O cambalacho
bárbaro Nova Direita latino-americana pode ser o motor necessário de criação da
civilização das massas entre nós?
O ESTADO COLONIAL BRASILEIRO
A produção contemporânea da
cultura política mundial tem dois fenômenos transdialéticos materiais. Um é o
capital corporativo mundial digital; o outro é um peixe que está começando a
pôr a cabeça para fora do mar. Trata-se dos poderosos Estados-Nação que
reconstituirão as relações internacionais como significante cultural político.
Os EUA de Donald Trump e a China “comunista” estabelecem o domínio das relações
internacionais em relação ao domínio da Ordem Mundial Digital.
O Brasil está a caminho de se
tornar um poderoso Estado-nação?
Criador do marxismo paulista
(USP), Caio Prado Jr disse em 1977 que o Brasil continuava uma simples colônia,
um Brasil colonial. Este era o debate entre aqueles intelectuais preocupados
com a nossa questão nacional. No início da década de 1970, Fernando Henrique
Cardoso lançou a ideia do capitalismo dependente e associado. Logo, o Brasil
não era uma colônia, mas uma nação dependente. O debate Caio versus FH era um
debate economicista. Para eles, a nação era a nação econômica. Baseada nessa
filosofia política economicista, Luciano Martins publicou um livro sobre o
Estado capitalista brasileiro. FH disse ser ele o pai da ideia!
FHC e a USP criaram a semblância
de um Brasil moderno capitalista nacional. A era lulo/petista socialista-
internacionalista-latino-americana autodissolveu o mito do Brasil-nação
independente nos seus centros de poder graças ao sistema industrial paulista. A
autodissolução do significante fictício Brasil-nação deixou a céu aberto o real
problema da crise brasileira atual, que destituiu o PT do poder “nacional”.
O que substitui o PT no poder?
Revela-se uma gravação de Romero
Jucá (presidente do PMDB) conspirando para derrubar Dilma Rousseff e pôr Michel
Temer na presidência do regime 1988. Na primeira semana de governo Temer, o
Congresso aprova uma PEC, da noite para o dia, que dá poderes ilimitados para o
governo botar de ponta cabeça a vida econômica do país, aos aplausos obscenos
do mercado. O affaire Jucá não deixou um arranhão sequer na face do governo. O
poder simbólico econômico imenso do governo se deve ao quê?
A crise política virou fumos
machadianos? Há sinais do início da solução da crise econômica? O que o PT
precisa saber, afinal para se situar?
O que substituiu o PT foi o
Estado brasileiro condensado na classe política oligárquica do regime 1988. O
governo Temer é o instrumento imediatamente obsceno do Estado brasileiro no
poder “nacional”. Por isso o caso Jucá (que derrubaria qualquer governo europeu
ocidental) foi metabolizado como algo da lógica política do insignificante. Mas
o essencial é o seguinte – o que é o Estado brasileiro do bloco histórico Nova
Direita – de Michel Temer, de FHC, de Renan Calheiros, de José Serra e do
banqueiro Henrique Meirelles?
Tal Estado desencaixa as massas
(classe média e popular) de suas redes de poder/saber. Adeus sistema de Saúde,
adeus universidade estatal. Isso foi dito por Meirelles em redes de televisão e
rádio, jornais digitais empresariais e jornais de papel. Só os energúmenos não
viram e não escutaram, enfim, não metabolizaram.
O Estado Nacional digital do
século XXI é o Estado das massas digitalis (homo digitalis) economicamente
amparadas por ele. O processo de trans-subjetivação das massas será
economicamente benevolente e digitalis espiritualmente. A alma das massas
nacionais digitalis necessita de alimento material e espiritual. A oligarquia
decadente do século XXI considera tal fato uma bobagem!
A oligarquia FHC resolveu –
seguindo sua natureza ignóbil – jogar na lata do lixo cultural político a
semblância nacional, pois, ela não pode mais contar com o sucapitalismo
dependente associado já que a autodissolução do sistema industrial paulista é
irreversível. Ela pretende estabelecer um ersatz do sub sistema industrial
paulista (“para inglês ver”) e definir a política a partir da construção de um
Estado colonial brasileiro. O ersatz será usado para alimentar o discurso que
fosse uma semblância de economistas, cientistas políticos das faculdades
privadas (FGV), na GloboNews.
O Estado colonial que se avizinha
desenha no horizonte a DITADURA COLONIAL FASCISTA ELETRÔNICA?
A senadora Marta já deu a receita
para essa situação política: “relaxa e goza!
O Brasil caminha para se tornar
uma colônia de um poderoso Estado-nação do século XXI?
NEY MATOGROSSO – contramáquina de
guerra poiética
http://brasil.elpais.com/…/14/cultura/1444833284_230979.html
“Eu sempre falei o que eu acho,
se eu não me privei de dar minha opinião nem na ditadura porque eu vou me
privar agora? Agora que me engulam, não dizem que é uma democracia? Vamos ver
se é mesmo”.
Ney Matogrosso é semelhante aos
tipos humanos da ética de Aristóteles? Ele é um homem livre e normal da
politeia subjetiva que ele articula trans-subjetivamente na sua fala de homem
livre e normal e no seu canto. Mas sua subjetividade poética faz laço social
com qual trans-subjetividade? Talvez, Ney seja sexualmente (isso diz quase
tudo) o único democrata brasileiro em um sentido ético na classe artística. Em
sua luta sexual contra a ditadura militar, ele definiu o ideal ético de uma
sexualidade democrática universal do, "Análise terminável e
interminável", de Freud. Na defesa dessa posição cultural política,
Matogrosso se tornou a contramáquina de guerra democrática poiética musical,
entre nós.
A contramáquina de guerra
poiética não precisa de filosofia universitária para saber que vivemos em uma
ditadura com semblância democrática. A percepção sensível dela do mundo
político é poieticamente machadiana. Quando Machado disse poeticamente que a
diferença entre Império e República era semblância, ele estava pensando que a
essência ditatorial tornava semelhante tais formas políticas objetivas. Para
Machado, o nome da forma política é um embuste sem a articulação dele com a
trans-subjetividade da produção de significação das massas sujeito zero
objetivo. Como a trans-subjetividade da classe política é ditatorial, a forma
política objetiva será ditatorial, apesar do nome não o ser!
“Eu vinha do Mato Grosso, onde só
tinha um [gay] que passava na rua e só faltava o povo jogar pedra. Isso era de
uma maneira geral, o Brasil era mais tolerante com todas as diferenças e foi
ficando intolerante. Quem instituiu a violência no Brasil foi a ditadura
militar e o povo passou a ser violento. Existe uma violência agora embutida em
todo o mundo, você hoje em dia não pode dar uma opinião. Nas redes sociais as
pessoas caem furiosas. Eu não tenho rede social porque não me interessa o que
as pessoas estão pensando, porque as pessoas estão loucas...”
“A violência embutida em todo
mundo” define o estado de barbárie” que começa com a DITADURA MILITAR”. Essa é
uma ideia sobre a história de nossa cultura política recente. A ditadura tornou
o povo violento trans-sub-jetivamente. A violência faz o enunciado “as pessoas
estão loucas”. “As pessoas loucas” é a máquina de guerra psicótica ditatorial.
“P. Você é a favor do impeachment
da presidenta?
R. Sou. Se se demonstrar sua
culpabilidade, ela deve sair”.
É impressionante (e louvável e
nobilitante) a ex-istência no Brasil de uma pessoa justa que faz do palco a
arte da existência poiética - criação e produção de cultura política liberal
clássica musical de um platô biográfico poético maravilhoso. Trata-se de uma poiética
da obra antropofágica andradiana?
Ney faz o laço simbólico poético
entre a música popular brasileira e a aristocrática poiética modernista
revolucionária da Semana de 22. Como Ney, A Semana de 22 é uma contramáquina de
guerra poiética da cultura política intelectual brasileira sem expressão
contínua trans-subjetiva nas massas sujeito zero ditatorial.
CAUBY PEIXOTO (1931-2016)
“Quando não canto por dinheiro, canto de graça”
Tenho tentado mostrar que a música popular brasileira é o princípio do prazer em tela música cultural política para as massas. Deve-se distinguir duas eras da nossa cultura política musical popular: a da tela sonora eletrônica (rádio) e a da tela tele eletrônica (televisão). Cauby atravessou ambas!
Cauby foi um interprete das massas populares (e da alta classe média do Rio e São Paulo). Líder carismático na classe artística, sua voz estará para sempre associada à era do populismo aristocrático e da democracia populista (1946-1964). A condensação de energia narcísica em sua voz criava uma re-ligação biográfica dele com as massas sujeito zero vulgar musical eternizado na cultura política mitológica musical nacional. A voz de Cauby é a voz da Nação, das massas nacionais.Um tempo belo e agradável associado ao princípio da esperança nacional.
Cauby sabia que sua música não era uma atividade ética na tela gramatical cultural política. A temperança deve relacionar-se com os prazeres do corpo, assim como a concupiscência, mas não com todos eles. As pessoas que se comprazem com o objeto de desejo auditivo não são chamadas de temperantes (prazer moderado) ou concupiscente (prazer excessivo). A tela gramatical musical possui uma autonomia absoluta em relação ao campo da ética cultural política.
Então, o seu axioma “canto por dinheiro e de graça” é o princípio do prazer suprassumindo a sociedade do espetáculo eletrônico como articulação entre dinheiro e princípio do prazer das massas que pagam para ouvir Cauby interpretar. Era utópica a visão de mundo de Cauby de cantar de graça para as massas sujeito zero capitalista? O valor da música para nosso interprete se resumia ao fato de que ela é uma ação de sedução das massas, sem ser pathos!
A sexualidade de Cauby já estava para além do prosaico homem/Mulher/homossexual. Com ele, a sexualidade se articula como sexualidade musical, sexualidade narcísica mitológica. Infelizmente, o Brasil não teve um Baudrillard para mostrar a posição de Cauby na cultura política musical mundial.
“O Brasil não conhece o Brasil”
MULHER E POLÍTICA
Lacan definiu a mulher como
não-todo. Certamente, ele estava pensando no gozo feminino em relação ao gozo
fálico. Não sei por que as feministas pós-modernistas odiaram a ideia de
não-todo.
Na física geopolítica lacaniana,
a equação mulher=não-todo é algo capaz de impressionar qualquer filosofia
política econômica do gozo. Trata-se de uma economia do gozo no qual há a
soberania da facção. Na cultura política, o fenômeno mulher significa falta de
totalidade, falta de nação, por exemplo. O feminino significa parte (facção) no
lugar da Nação, e o masculino totalidade nacional.
A mulhercracia não é algo da
cultura política da antiguidade, da cultura política medieval ou da era moderna
até há pouco tempo. Gregos, romanos e medievais faziam da política algo
masculino. A cultura política liberal clássica moderna se caracteriza pela
falta da mulher. Talvez, a Revolução Francesa seja um momento onde as mulheres
passaram a fazer parte da política como parte das massas masculinas.
A ética de Aristóteles não é uma
escritura para a mulher, mas para o homem livre e normal. A mulher é pathos,
ela é regida, ou pelo campo dos afetos, ou pelo estado de animus necandi! Na
Idade Média, a mulher se torna bruxa. Ela tem pacto com o demônio. De que isso
tudo é sintoma? Trata-se de definir a cultura política universal pela falta da
mulher. Assim, a mulher deveria ficar fora da política, se esta é regulada pela
razão política. Se a mulher é não-todo, a política é todo, mesmo que seja uma
totalidade imaginária. O não-todo é o avesso do todo. Se este é ordem,
conservar a ordem, aquele significa anarquia, anarquismo feminino, destruição
permanente do todo. Isso é o gozo feminino.
Observem que a Globo News é uma
mulhercracia. Trata-se do governo da tela eletrônica das mulheres jornalistas.
Eu jamais vi ou ouvi uma jornalista dessa televisão falar em Nação com sinceridade,
com emoção. Para as jornalistas a Nação não faz sentido como gozo, pois é um
gozo fálico, não é fração do gozo = não-todo. Quando as mulheres governam, a
Nação desaparece do horizonte da política. Foi o que aconteceu com o governo
Dilma Rousseff.
Isso não quer dizer que o governo
das mulheres seja incapaz. Veja o eficiente governo das jornalistas da Globo em
fazer pendant com a autodissolução da Nação. O não-todo é um gozo que quer
desintegrar o Todo como o Estado Nacional.
Antes do governo Dilma isso não
fazia sentido. Hoje, isso é a lógica de sentido da política brasileira.
DA DITADURA BRASILEIRA
Três espécies de ditadura devem
ser tomadas como objeto de investigação (e de desejo da elite ditatorial
brasileira). A primeira é a ditadura republicana do militar Floriano Peixoto. A
segunda, a ditadura populista latente de 1937; a última espécie é as ditaduras
do Estado militar de 1964.
Os historiadores não têm se
aventurado até agora na investigação nem da forma política objetiva da ditadura
brasileira. Quanto ao campo trans-subjetivo ditatorial da elite e das massas, a
formação epistemológica política excessivamente crítica tem paralisado o
trabalho historiográfico brasileiro de tal campo. Mas acredito que isso pode
mudar com a nova geração de historiadores que vejo na rede Linkedin.
Nesse curto texto quero só
mostrar como o campo da pesquisa sobre a ditadura brasileira pode se
desenvolver.
Para começar, os livros do
jornalista Elio Gaspari sobre a ditadura militar tratam de fenômenos ditatoriais
que podem virar objeto de uma séria pesquisa historial de cultura política.
Vejam o exemplo Ernesto Geisel.
O volume 3 “A ditadura derrotada”
trata também da biografia do general-presidente Geisel. Há a luz de um
jornalismo perdido, entre nós, que mostra uma história cultural política da
biografia subjetiva/trans-subjetiva ditatorial de Geisel? Tal fenômeno
ditatorial Geisel começa no Colégio Militar de Porto Alegre, continua na Escola
Militar de Realengo (Rio) e se estabelece definitivamente quando a pessoa
Ernesto se transforma na máquina de guerra o Alemão a partir de 1931 na
ditadura Vargas de 1930.
É preciso retomar os livros que
estudaram o exército (e o tenentismo) de um ponto de vista de Elio Gaspari.
Para esse jornalista, o exército é uma escola de cultura política militar
ditatorial. O estudo da máquina o Alemão pode esclarecer - de um ponto de vista
biográfico individual subjetivo/trans-subjetivo - o desenvolvimento da ditadura
brasileira (no Estado militar). O Alemão é a máquina de guerra político/militar
que invadiu o espaço político governando-o, exitosamente. Hoje, a elite
econômica e os economistas sinceros reverenciam (glorificam entre eles) a era
“capitalista” Médice/Geisel. Porém a sedução que essa era exerceu sobre o PT
não é por causa dela ser o Jardim do Éden capitalista, sobretudo.
A (re) ligação da era Geisel com
o PT sempre passou pelo desejo desse partido de estabelecer uma ditadura
bolivariana latino-americana entre nós. O PT queria continuar a ditadura
brasileira por outros meios e por uma forma latino-americana. A propósito, tal
desejo ditatorial parece ser o desejo da classe política condensada no bloco
histórico Nova Direita Latino-Americana. O jornal Folha de São Paulo é parte
desse desejo ditatorial ao tentar cortar pela raiz o debate sobre esse fenômeno
cultural político Nova Direita, cujo líder intelectual é o sociólogo festejado
pela comunidade intelectual norte-americana Fernando Henrique Cardoso.
O Alemão é a máquina de guerra
político-militar que deu certo. Tal máquina governou a cultura política
econômica brasileira vitoriosamente. Gaspari diz sobre a ditadura militar que “
Geisel decidiu administrá-la de maneira que ela acabasse. Não fez isso para
substituí-la por uma democracia (...). Queria mudar porque tinha a convicção de
que faltavam ao regime (militar) verdadeira estrutura e força para se
perpetuar”.
Na estratégia de Geisel, a
escolha do general João Figueiredo para sucedê-lo na presidência revelou o
segredo do Estado militar. Este era uma estatização de um campo de poder/saber
cultural político ditatorial okhraniano. Não é uma mera coincidência João ser o
comandante do SNI (Serviço Nacional de Informação criado pelo general Golbery
do Couto e Silva). A estratégia Geisel/Golbery fracassou por que Figueiredo deveria
passar o poder para um mineiro civil da oligarquia liberal mineira (Aureliano
Chaves), seu vice-presidente que não pertencia à Okhrana.
Com Aureliano, Geisel/Golbery
imaginou uma ditadura civil com semblância liberal, em consonância com o desejo
do general Castelo Branco. Ele chamava tal ditadura civil/liberal de democracia
forte e relativa com máquinas de guerra partidárias oligárquicas no controle do
Congresso Nacional. Tais máquinas ele as vislumbrou no período no qual
participou do poder estadual da Paraíba durante a primeira ditadura populista
Vargas (1930).
Geisel foi uma máquina cética
que, no entanto, governou o país articulada pelo processo trans-subjetivação
nacional. A Nação era a força trans-subjetiva que impedia Geisel de mergulhar
na depressão psicótica cética que seria sua ruína subjetiva.
Ele disse: “ É muita pretensão do
homem inventar que Deus o criou à sua imagem e semelhança. Será possível que
Deus seja tão ruim assim? ”
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