sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A SOCIEDADE CAMPONESA LUMPEN/URBANA (ELETRÔNICO/MUNDIAL)


Os Pais Fundadores da América são os mais notáveis grandes caipiras brilhantes da história do continente americano. 


 Talvez o, leitor queria saber quem inventou o aparelho de televisão. E saber dos processos técnico-científicos envolvidos na invenção da telinha eletrônica. Vou ter que frustrá-lo. Sinto muito!

A história da TV que nos interessa começa quando os EUA a transforma em uma mercadoria da sociedade de consumo de massas do americanismo. Tal “lógica da mercadoria eletrônica” faz pendant como o capital corporativo eletrônico transnacional (do Império EUA) como um fenômeno cultural político econômico de uma complexidade que deixa de joelhos até hoje as teorias universitárias norte-americanas e europeias da sociedade de comunicação. A televisão só articula processos de trans-subjetivação como tela gramatical industrial. Estudei em uma escola universitária pública carioca voltada para o estudo do objeto em tela. Ali nada aprendi, a não ser Freud e Lacan.  

Nessas teorias ingenuamente apaixonadas pelo objeto comunicação se ensina que a televisão é um fenômeno da grande sociedade urbana americana, voltada para um expectador/receptor urbano. Realmente, no início da TV o caipira americano estranhou a telinha. Mas depois, ele foi conquistado por ela. Por quê?

O modelo de programação da tela eletrônica americana domina a televisão ao redor do planeta. Onde ela consegue se fazer conhecida ela seduz os países e os povos. Inclusive, a Cuba comunista adora a TV americana assim como a União Europeia e os países da Escandinávia. 

O capital corporativo transnacional eletrônico agora é capital corporativo eletrônico mundial em uma competição agônica com o capital corporativo digital mundial pela construção da narrativa hegemônica do bloco-no-poder mundial. Tal narrativa é aquela narrativa militar épica da guerra que não é mais a da guerra entre nações (pólemos).

A guerra contra o semelhante e o próximo é um desejo sexual da espécie humana que sofreu uma metamorfose épica no século XXI. Freud fala desse desejo sexual quando ele roça no significante máquina psicopática como trans-sujeito de um apocalipse de violência sem limite psicótico planetário. Trata-se da máquina de guerra psicótica que Freud não conseguiu ver como ela realmente é, ou seja, máquina de guerra psicopática.

Vejo a guerra de todos contra todos de Plauto e Hobbes, o homo homini lupus como desejo sexual da história da physis da espécie humana, no século XXI, como o atractor, ou seja, fantasma do futuro freudiano no horizonte da vida do século XXI. Trata-se de uma ironia da história em um século em que o fantasma demográfico malthusiano faz sua dança macabra teatral como um atractor no horizonte do século XXI.       
.    

O capital eletrônico mundial aboliu a separação campo/cidade. O capital mundial digital continua esse trabalho do sonho apagando a diferença tradicional da modernidade entre vida rural e vida urbana na superfície da trans-subjetividade dos povos e nações.

A teoria universitária e extra universitária da comunicação ensina para os jovens: viramos todos urbanos; não ex-siste mais o camponês tradicional do mundo moderno. Não seria isso vanissis idolis em escala industrial?

A universidade compartilha com o capital eletrônico mundial a ilusão (e delusão) de que a TV é modernização dos costumes caipiras na casa da Urbis e no sítio da pequena propriedade rural. O leitor deve estar preocupado, pois, provavelmente é um consumidor/receptor dessa visão-de-mundo que o capital fez de si próprio com a ajuda de Harvard, Stanford e Colúmbia. As universidades latino-americanas são meras repetidoras deslumbradas desse discurso do americanismo.

Humberto Eco usou o americanismo da TV para ganhar o Prémio Nobel. Mas ele merecia de qualquer jeito tal prêmio! Baudrillard fez uma filosofia sociológica da sociedade pós-modernista no pós-Segunda Guerra Mundial, usando os materiais da tela eletrônica do americanismo. O Leitor já pescou o peixe nessas águas turvas? Não? Então, leia os livros América e Da sedução de Baudrillard. Sobre a filosofia política econômica lúmpen-caipira eletrônica o leitor pode se socorrer no A sociedade do espetáculo, de Guy Debord.    

A polis é o lugar da invenção da memória cultural política econômica historial. A erradicação deste fenômeno pelo americanismo urbano ainda não encontrou sua explicação. O desejo sexual do capital transnacional eletrônico é autodissolução, inclusive, da mais comezinha memória política da sociedade de significantes urbana.  Tal desejo sexual quer substituir a memória política pela memória econômica do capital como narrativa da guerra econômica. Não se trata de um desejo sexual urbano, mas de um desejo sexual caipira do capital mundial. Em algum momento falarei do desejo sexual caipira da guerra contra todos como homo lumpesinalis!

A propósito, o desejo de possuir armas de guerra do povo americano não é um desejo sexual urbano, e sim um desejo sexual caipira. A Segunda Emenda se sustenta hoje pelo poder político/militar do complexo industrial militar que faz pendant com o desejo sexual do caipira/urbano por armas.   

O urbano é o lugar da luta política e da luta de classes. A luta política se definia como luta pelo poder na polis, no Estado moderno. Toda luta de classes é uma luta política (Marx). Vocês acreditam que o fim da luta de classes como centro da política mundial vem de graça? É uma graça capitalista abençoada pela Igreja de Roma? Ela significa a substituição da luta de classes por uma paz instalada pelo capital mundial? Submergir na narrativa guerreira da tela gramatical do capital militar mundial significa fazer do desejo sexual do capital militar mundial (homo homini lupus) o desejo da multidão mundial.

A invenção do mundo prosaico pacífico burguês do século XIX se esvai com o desejo sexual épico. A poesia épica surge associando desejo sexual, a mais bela mulher do planeta e a Guerra de Tróia. O século XXI não parece inclinado a gozar – no cotidiano do mundo-da-vida do homem comum e do novo homem político com o desejo sexual épico?

No Brasil, a operação policial-jurídica Lava Jato (sob o comando militar/jurídico do juiz Sérgio Moro) não é a realização da satisfação nas massas do desejo sexual épico? Esse desejo sexual épico não é também uma guerra para retirar das garras troiana a bela mulher?

A hegemonia do capital militar mundial não seria possível (passível, palpável) na sociedade urbana da polis. Hoje, vivemos após milênios de ex-sistência o fim da polis como sociedade de significantes urbana. Isso não significa o vazio da existência como urbis. Porém significa que o urbano está sendo articulado por uma nova sociedade de significantes, tal como a sociedade de significantes camponesa lumpesinal eletrônica.

Os significantes de tal sociedade são a guerra aberta contra a mulher (Brasil), a guerra aberta contra o negro (EUA) ou camuflada (Brasil), a guerra aberta contra a criança (EUA/Brasil/Europa) movida pelo desejo sexual pedófilo, o linchamento (guerra lumpesinal caipira de todos contra todos), e a guerra animal econômica neoliberal do globalismo contra o velho, contra a velhice. A guerra suicida do capital neoliberal do globalismo contra a NAÇÃO ECONÔMICA.  

É provável que o leitor imagine que este texto é obra de um sujeito mal-humorado, de espírito mesquinho e infeliz e que odeia e nutre um ódio patológico carnal historial pela televisão. Asseguro-lhe leitor que esse desejo sexual não é o meu desejo textual ou na vida cotidiano. Por isso prossigo!

A sociedade camponesa lumpesinal eletrônica é aquela do homo lumpesinalis, da trans-subjetivação lumpesinalis das massas do homem comum e do velho homem político em processo de autodissolução: “tudo que é sólido se autodissolve no ar”.

Marx criou o significante lumpesinal urbano de Paris no transromance O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Aí o lúmpen significa uma classe que se autodissolve como classe na prática política lumpesinal. No século XXI, assiste-se a metamorfose do lúmpen como luta política em guerra lumpesinal camponesa urbana. Note-se que a sociedade camponesa francesa de Marx ou é conservadora e contrarrevolucionária ou revolucionária pró revolução proletária. Ela não é lumpesinal. O século XXI é a fusão da sociedade camponesa conservadora e contrarrevolucionária com a sociedade lumpesinal.

A guerra política lúmpen é algo exterior à sociedade de classes, à luta política de classes e, portanto, ela autodissolve a luta política como luta ideológica no sentido de Lenin. Entramos em uma era transideológica na qual a ideologia como representação e signo empíricos da realidade dos fatos está restrita ao espaço do Facebook e do jornalismo de papel e também digital industrial. Leiam o El País na versão para o Brasil.  

Agora o significante empírico ideologia se deslocou para a superfície discursiva da cultura política econômica. Trata-se da ideologia cultural política econômica. Esta não significa uma luta, ou para conservar o poder de Estado, ou tomá-lo ou reconquistá-lo. A luta ideológica atual é aquela que se transforma em guerra eletrônica na narrativa militar mundial do capital eletrônico mundial. Há um desenvolvimento desigual ideológico entre a superfície eletrônica e a digital. Esta é o lugar da velha ideologia e a outra da era transideológica da sociedade de significantes caipira mundial.

A política lumpensinal caipira/urbana significa uma alteração radical no significante política representativa moderna? Já vimos que ela suprassumiu o significante política marxista. O lumpesinal não significa uma luta espontânea ou organizada pelo poder de Estado. Ela significa um equilíbrio (de antagonismo) transdialético entre as massas lúmpen-caipiras (dos de cima e dos de baixo) e o Estado moderno nacional. Há um Estado lumpesinal caipira no México, mas ele não é um Estado formal (uma forma objetiva constitucional), ele é um Estado da physis política do povo e da elite mexicanos.

A passagem do lúpem como forma objetiva para o homo lumpesinalis encontra-se no livro Homens livres na ordem escravocrata, da simpática paulista Maria Sylvia de Carvalho Franco. O homo lumpesinalis é constituído como forma material trans-subjetiva de infinitos atos caipiras, que tem como princípio o homo homini lupus.

Maria Sylvia pensa a guerra camponesa que não é a guerra camponesa de Engels (As guerras camponesas na Alemanha) ou Ernest Bloch (Thomas Münzer, teólogo da revolução). A guerra camponesa de Engels e Bloch foi um motor da transformação do Estado feudal em Estado pós-feudal.
A guerra de Maria Sylvia pode ser um motor de uma articulação de um Estado não-formal na tela heteróclita lúmpen-política que significa essencialmente guerra de todos contra todos.
O Brasil conheceu tal Estado no século XIX, por exemplo, com a revolução lumpesinal Cabana em Belém do Pará. A ditadura lumpesinal ex-siste em diferentes culturas política econômicas. Aristóteles fala da ditadura das massas democráticas e Roma da ditadura da plebe mais rude. Comparar e confrontar culturas pode ser um caminho para a ciência do Estado atual. Não será mais a velha ciência política do Estado!

Antes de Maria Sylvia um outro brasileiro de Niterói (como o antropólogo Roberto Damatta) viu a guerra rural da oligarquia como guerra de todos os senhores contra todos os senhores. A extensão da guerra encontrava seu limite apenas geoistoricamente pelo poder geopolítico do latifúndio. No entanto, Oliveira Vianna não viu que tal guerra era uma guerra ligada à physis brasileira de uma aristocracia da terra lumpesinal. A guerra oligárquica brasileira (e provavelmente as guerras oligárquicas latino-americanas) é um fenômeno aristocrático de guerra lumpesinal: guerra lúmpen-aristocrática.

O homo colonialis luso/brasileiro não é o homem cordial de Sérgio Buarque de Holanda. É o homo lumpesinalis de Maria Sylvia fazendo pendant com o homem aristocrático de Oliveira Vianna, na tradução livre de José Paulo Bandeira. A propósito, Freud não explica o Brasil, a física freudiana (que está além do campo freudiano) explica o Brasil pelo desejo sexual do luso/brasileiro.

É impossível ser especialista em sociedade camponesa eletrônica lumpesinal. A quantidade de objetos de estudos (e dos atos da forma material trans-subjetiva) é um mundo vasto e cheio de sutilezas como a mercadoria de O Capital. Porém é possível dizer que a sociedade camponesa eletrônica se define pelo lúmpen-desejo sexual da tela gramatical lumpesinal: homo homini lupus.

O serial killer, o terrorista doméstico islâmico ocidental (lobo solitário ou alcateia) e a cópia urbana do antigo cangaceiro do Sertão brasileiro (novos cangaceiros) povoam a superfície da sociedade camponesa lumpesinal urbana. Eles são impensáveis se não os forem observados como trans-sujeitos épicos da lúmpen-tela gramatical eletrônica caipira.

O primeiro livro da ciência político do Estado é o A República de Platão. Nele temos o expor, o propor, a interpretação da política do polis como um modo, por excelência, de evitar a pólemos (guerra entre povos ou nações). Se a paz da polis é perturbada pela discórdia (indo do simples distúrbio à guerra civil), a política da polis deve se concentrar na busca da homonoia (consenso como paz política na polis ou no império de Alexandre, o Grande).

A sociedade caipira eletrônica mundial erradicou a memória da filosofia política econômica ocidental. No Brasil, o multiculturalismo a quer trocar por uma memória da espécie do africanismo político. Sabem o isso significa realmente?

No livro A crise urbana: natureza e futuro, Edward C. Banfield pensa tal crise como crise da physis urbana definida como a presença das massas em excesso em um só lugar. Tal physis cria os congestionamentos das máquinas/transporte em quatro rodas ou em muitas rodas como um mal que precisa ser suportado no Rio, como um mal impossível de ser suportado na cidade de São Paulo.

Mas a physis urbana cria e destrói coisas belas articulando uma trans-subjetividade em uma dialética com a sociedade caipira eletrônica lumpesinal. Então, os paulistas se seguram no graveto urbano utópico princípio esperança (Ernest Bloch. Le Principe Esperance), que significa o desejo sexual de restaurar a polis no mar lumpesinal eletrônico caipira, que engole a cidade. A esperança paulista é o desejo sexual do futuro, pois a sociedade lumpesinal caipira é a ausência de futuro para a polis, é a vaticínio que a destinação do homo paulista lumpesinal é o nada!

A sociedade lumpesinal caipira/urbana tem a sua ideologia política econômica agindo no discurso eletrônico laico do Grupo Globo, no discurso evangélico disfarçado da Rede Record, e abertamente evangélico de inúmeros canais de TV, na televisão pública (TV Brasil) e em canais de música da TV por assinatura. Trata-se da superestrutura da sociedade lumpesinal urbana de Maria Sylvia. Uma trama discursiva folk (discurso folclórico eletrônico) invade trans-subjetivamente o cotidiano subjetivo do homem comum ao homem político, velho ou novo.

A visão do Papa Francisco de que o mundo já está mergulhado na 3° Guerra Mundial é uma miserável concepção marxo-populista latino que se ergue como mais uma semblância católica jogada sobre o estado da realidade dos fatos mundiais. Senhor, perdoe o Bispo de Roma, ele não sabe o que diz em seu sofrimento na CRUZ LUMPEN-ELETRÔNICA.

A Olimpíada do Rio (por um acaso significativo) é a primeira Olimpíada da sociedade lúmpen-mundial caipira eletrônica. O espetáculo de abertura se esclarece como lógica de sentido por propor, expor tal acontecimento. Trata-se de uma interpretação cinematográfica dramatúrgica eletrônica do momento épico que se avizinha. É a primeira obra coletiva (massas simbólicas governantes mundiais {classe política e classe simbólica} da transestética do épico lumpesinal).

Os provincianos jornais burgueses prosaicos vulgares de São Paulo desfecharam um golpe de Estado em tal obra tentando reduzi-la a uma comédia vulgar carioca. Na direção da poiética épica carioca lumpesinal encontravam-se conhecidos e reconhecidos nome brasileiros e estrangeiros da cultura política estética mundial.

Aprendi nos bancos escolares juvenis que na physis nada se ganha, nada e perde, tudo se transforma!             
                       
       
                      

 
                           

   

Nenhum comentário:

Postar um comentário