A desvinculação de receitas da
União (DRU) foi adotada em 1994, pelo governo neoliberal autárquico de Fernando
Henrique Cardoso, quando da implementação do Plano Real. O seu objetivo
principal é: aumentar a flexibilidade para que o governo use os recursos do
orçamento nas despesas que considerar de maior prioridade. A desvinculação de
receitas da União é uma ideia do PSDB de FHC. Este foi o conceito miraculoso econômico do Plano Real que salvou o capital dependente e associado paulista! Porém, chutou a crise estrutural da economia brasileira para a atual conjuntura cultural política econômica!
Artigo 212. A União aplicará,
anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultantes de
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino.
O artigo 212 condensava a vontade
cultural política dos constituintes. Tal vontade pensava e escrevia na Constituição
a relação do Estado com as massas em termos de construção do Estado Nacional
1988. Dirigindo os trabalhos da Constituinte, o PMDB se apresentava como classe
política das massas nacional-popular. Vincular receitas à previdência e à
esfera da Saúde apontava para o vínculo essencial nacional-popular com as massas
sujeito zero ditatorial em um sentido inverso ao do Estado militar retratado no
livro de Octávio Ianni “A ditadura do grande capital” dependente e associado paulista.
Tal ditadura foi também a
ditadura das altas classes médias eleitas por uma economia subcapitalista
oligárquica como a sociedade de consumo brasileira de produtos de luxo, como mostrou
Celso Furtado no seu esplendido livro “Criatividade e dependência na
civilização industrial”. Tais massas de classe média eram as massas-apoio do
Estado militar nacional. Quando elas foram atingidas pela crise econômica se
constituíram nas primeiras massas nas ruas do Rio a exigir o fim da ditadura
militar. Sua lealdade ao Estado militar Nacional era meramente economicista.
Os governos de FHC estavam
preocupados com a indústria paulista. O Plano Real foi feito para salvar tal indústria
da crise econômica destruidora da década de 1980. Em aliança com o capital
fictício financeiro mundial, a indústria paulista continuou a dominar a
economia brasileira e a nossa política nacional. O Estado nacional de FHC é um
Estado paulista industrial desligado das massas populares e que jamais se
preocupou com a Nação. Logo, é um Estado nacional fictício!
A era Lula teve a preocupação de
integrar no Estado nacional as massas lumpesinais, principalmente, do Nordeste
de onde sai a classe política federal que dirige o pais a partir do Senado
Federal, pois, tal Senado se recusa a ser um Senado Nacional. O Estado nacional
de Lula e do PT foi, essencialmente, um Estado nacional nordestino lumpesinal.
Com Lula e o PT a política se
transformou no real que significa, por definição, destruição de cultura
política intelectual (destruição econômica e biológica das massas sujeito zero morte), e, por tabela, destruição da cultura política econômica industrial
paulista, do setor de serviços e do capitalismo de commodities, que não se
mantém mais sobre as próprias pernas por causa da crise chinesa - mercado das commodities brasileiras.
A jornalista Andreia Sadi da
Globo News deu a notícia que a burguesia paulista e os oligarcas do agronegócio
esperavam ansiosamente. A desvinculação das receitas da União será geral e
irrestritas. Trata-se de uma exigência do banqueiro Henrique Meireles (que
adora tomar leite nas tetas do Estado) para assumir o comando da economia. No
comando do PSDB, Aécio Neves queria manter o partido fora do governo Temer. Isolado
no partido, FHC resolveu apoiar Temer para retomar o comando do partido mesmo
que isso signifique a destruição do Estado nacional. Assim, ele completa a obra
de 1994, cujo objetivo perseguido era a instalação do Estado mínimo neoliberal
paulista - grau zero do Estado nacional. Para isso é preciso destruir o Estado nacional e também a essência da
Constituição de 1988.
A destruição do Estado nacional parece ser um
mecanismo de autodestruição da classe política nacional. Por que, para que ela vai continuar existindo se não terá um Estado para governar e nem massas
intelectuais ou populares para gerir? O governo temer mantém a ideia do Estado
lumpesinal nordestino como representante da nação. Trata-se de uma excrecência lulo/petista que não evitará a lógica do pior! Hoje, tal Estado lumpesinal é a cultura política de gestão trans-subjetiva das massas sujeito zero democrático nordestino pela velha oligarquia dos coronéis do "Sertão" da política. O capo de tais coronéis é Renan Calheiros!
De onde Temer extrai a
legitimidade para destruir o Estado e o espírito da Constituição de 1988? Ele,
FHC, José Serra, Aloysio Nunes Ferreira, Ronaldo Caiado (antigo chefe-guerreiro
da UDR, um bandeirante do Centro-Oeste), o poeta do colégio São Vicente (Rio) Cássio Cunha Lima creem na
legitimidade adquirida junto às massas paulistas de classe média alta que
querem derrubar Dilma Rousseff. Mas elas querem também ver Temer longe do
governo nacional.
Rigorosamente, Temer e seu bando
oligárquico-burguês de políticos não tem legitimidade junto às massas
paulistas. O passo que eles querem dar pode acabar em rebelião popular e em
ditadura fascista eletrônica oligárquica-paulista. A ditadura fascista
eletrônica seria a continuação por outros meios da ditadura militar, do Estado
militar sem Estado.
A destruição do Estado nacional atual
significa que não haverá dinheiro para pagar juízes, políticos e militares,
também! É o fim das grandes carreiras públicas nacionais. A classe política
vive o tempo de Hamlet: “The times is out of joint”. O tempo da política enlouqueceu.
A classe política enlouqueceu. Temer é apenas um Hamlet verdadeiramente louco!
O país está nas mãos de uma
classe política que sofre de um delírio psicótico de grandeza, como seu mestre
FHC!
A arrogância narcísica psicótica de
FHC sempre foi conhecida. Na universidade ele se autodenominava o Príncipe da
Sociologia latino-americana. A ideia do Estado fascista eletrônico paulista
saiu da cabeça dele, não saiu dos cérebros de Serra, Aécio ou Temer. Ele faz
tudo isso com medo da velhice e da morte, com medo de morrer tendo ao seu lado
na cama apenas sua jovem mulher e os parentes. Ele só se consola com um enterro
de estadista. Seu medo faz da política uma máquina de guerra de destruição do
Estado Nacional e das massas intelectuais e populares da terceira-idade.
Com o bando de FHC/Temer o pais
mergulha na parte escura da crise brasileira que pode resultar ou na ditadura
do funcionalismo público judiciário/militar ou na ditadura das massas semelhante
à ditadura das massas da minha cidade no século XIX: CABANAGEM! Mas como vocês sabem
nada da cultura política do Norte, ignoram o que as massas cabanas fizeram com
a elite aristocrática de Belém do Pará!
A política devora seus próprios filhos!
A política devora seus próprios filhos!
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