Este conjunto de textos já havia sido publicado no blog com um outro título. Uma rede de poder capaz de interferir na web está atacando meu Facebook e agora meu blog. Acrescentei o texto Fascismo Judeu!
FASCISMO JUDEU
O progresso da cultura política totalitária
mundial não se dá apenas com o Islã Político no Oriente Médio. O PCPT vai
também tratar do fascismo judeu em todos os cantos do planeta. Mas a matriz
histórica-epistêmica do totalitarismo judeu encontra-se em Israel. Claro que o
totalitarismo judeu não abarca toda a comunidade judaica mundial. Mas ele tem
sido eleito como a melhor forma de governar Israel há mais de uma década. A
cultura totalitária judaica construiu um Urstaat israelense com fortes
características bíblicas (do velho testamento), com a mesma voz de um Deus
(seer judeu) que elegeu os judeus como o povo escolhido por ELE na terra para
governar a política mundial em seu nome e com a mesma disposição do uso da
violência física (e simbólica) sem limite contra o INIMIGO do povo eleito. O
Deus da cultura judaica totalitária é uma máquina de guerra apocalíptica que
despeja sua violência física abjeta sobre os palestinos, desde que estes foram
expulsos de sua terra sagrada, tradicional, histórica, mitológica. No Oriente
Médio, o Islã Político e o Fascismo Judeu constituem um ser político xifópago:
cultura política nazista sagrada, religiosa. Este texto é apenas a introdução
ao tratamento que o PCPT vai dar ao totalitarismo fascista: judeu e islâmico
político! Agora, o fascismo judeu está se voltando contra a própria população
de Israel deixando o primeiro-ministro fascista Benjamin Netanyahu em uma
situação delicada. As declarações cínicas de Benjamin defendendo a democracia
israelense são a prova e que o fascismo judeu constitui uma máquina de guerra
bíblica apenas contra o povo palestina e os países inimigos do oriente Médio? “Um
judeu ultraortodoxo causou pânico nesta quinta-feira durante a parada do
orgulho gay de Jerusalém ao esfaquear seis pessoas em pleno centro da cidade. O
agressor, que foi imediatamente detido, havia saído da cadeia há duas semanas
depois de cumprir uma pena de dez anos por uma agressão semelhante em 2005,
informou a polícia israelense”. O Judeu ultraortodoxo que atacou a parada do
orgulho gay não é um criminoso comum. Ele não representa a cultura política
judaica bíblica fascista a qual Benjamin Netanyahu está ligado por fios
religiosos invisíveis? A BBC
diz que: “No entanto, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que
controla a Cisjordânia, afirmou que o governo de Israel é "totalmente
responsável pelo assassinato brutal" do menino.
CAPITAL/TRABALHO/CAPITALISMO/SOCIALISMO
Há uma homologia entre a máquina
de guerra freudiana (MGF) e o capital? A MGF não é um corpo produtivo como
Sujeito de produção da história. No entanto, ela é o dominus da história
universal. O capital moderno não é a máquina de guerra econômica de produção da
riqueza nacional ou mundial, e, todavia, é o dominus da história mundial. Na
feitura da episteme capitalista, Marx demonstra que o trabalho assalariado é o
corpo produtivo de produção da riqueza capitalista e, neste sentido, o capital é
somente um corpo improdutivo que se alimenta, para sua reprodução ampliada, do
excedente do trabalho produtivo, trabalho vivo. No discurso do capitalista, o
capital é a entidade que aliena a verdade de tal discurso, a verdade como
lógica do verdadeiro sentido do capitalismo: o trabalho assalariado livre
produz a riqueza capitalista mundial. Isso é um processo de eliminação do
sentido no discurso do capitalista que funciona pela reprodução ampliada deste
discurso através da soberania da cultura política do dinheiro na história
mundial. Mas a soberania de tal cultura capitalista não é suficiente para a
reprodução da dominação capitalista. Nesta, a episteme capitalista faz pendant
com a episteme sexualis. Esta é o lugar do axioma de que o desejo existe. De que
o operário é uma máquina de desejo (Deleuze e Guattari), de que existe uma
economia de desejo articulada a uma ética protestante do trabalho, uma ética de
desejo do trabalho. Assim, o desejo é uma energia que deve ser desviado do sexo
para um investimento no processo de trabalho. O estudo moderno de Gramsci sobre
o fordismo mostra com clareza a verdade desse enunciado. Tornar o desejo um
mecanismo da economia capitalista, é sujeitar o trabalho à lógica do capital.
Trata-se de um processo de alienação do desejo sexual, do sentido do desejo
sexual, mesmo que este apenas consiga fazer o laço sócia prosaico, definir a
realidade como prosaica. Então se trata de uma dupla alienação. A primeira é a
eliminação da verdade de que o capital não é o sujeito que produz a riqueza; ao
contrário, o trabalho produz a riqueza. A segunda é a eliminação do sentido do
desejo como energia mítica (instinto de morte/narcisismo) que se condensa no
sexo e articula a realidade prosaica. O capital é o mito (do Sujeito que produz
riqueza) que guarda o segredo de que ele é a gestão do desvio de energia mítica
sexual - condensada no trabalho - para a produção da riqueza capitalista
mundial. Ele faz do trabalho um artefato mítico de uma totalidade abstrata
(vazio de sentido), de uma cultura abstrata: a cultura política do dinheiro.
Marx definiu a totalidade concreta como uma cultura política articulada
plenamente por determinações de sentido. Se o desejo é a totalidade mítica do
sentido, e o capital a totalidade abstrata (vazia de sentido), talvez valha a
pena começar a pensar em uma cultura política concreta na qual o trabalho
articule a realidade como passagem do não-sentido para a lógica plena de
sentido sem necessidade e ressexualização da história. E também faça a passagem
do mito para a história. Nesta, o trabalho não será mais uma máquina de desejo
funcional para a produção da riqueza capitalista e para a reprodução desta como
sociedade de consumo. O socialismo realmente existente não rompeu radicalmente
com a episteme sexualis e – nele - o economicismo stalinista é a continuação da
episteme capitalista por meios socialistas! Isso é para não dizerem que não
falei de uma parte considerável da história mundial do século XX!
DO PRÍNCIPE RENASCENTISTA
(MAQUIAVEL) AO PRÍNCIPE FASCISTA
Não é incomum no Brasil
associá-lo à história da Idade Média europeia. Oliveira Vianna o fez em sua
ciência política heterodoxa, e Guimarães Rosa no “Grande Sertão Veredas”. No
início da idade Média, Eric Voegelin pesca três significantes básicos da
cultura política feudal: o Sacro Império Romano (sacrum imperium), o corpo
místico (corpus mysticum) da Igreja e o reino de Cristo (regnun Chisti).
Norbert Elias teceu a sua sociologia histórica a partir de outros dois
significantes: a sociedade de guerreiros feudais e a sociedade de corte. (Falta
acrescentar as universidades criadas no século XIII). Na primeira, reina a
grande máquina de guerra em si feudal e freudiana (o guerreiro feudal se
caracteriza pelo uso da violência física sem limite). Na segunda, esta é substituída
por uma combinação de grande máquina (uso sem limite de violência simbólica) e
de pequena máquina de guerra cortês (uso inibido de violência simbólica). A
pequena máquina cortês talvez seja o modelo do partido político definido como
instituição no século XIX europeu. É uma hipótese que precisa ser provada. No
Brasil, a grande máquina de guerra em si (entradas e bandeiras) fundou o pais.
E o partido político não se constituiu como modelo para os diferentes sistemas
partidários desde o século XIX. A grande máquina de guerra cortês se constitui
como modelo para os partidos, inclusive, no período da história da República
Democrática articulada com a Constituição de 1988.
Maquiavel antecipou o
estabelecimento na cultura política moderna de um contrasignificante = (junção
de estrutura e prática): o Príncipe renascentista. Ele é a combinação de grande
máquina de guerra em si com a grande máquina de guerra cortês: força e
consenso. Este se define pela ação estratégica de comunicação (mentir,
manipular, enganar, usar máscara para ocultar sua essência) que é um modo de
violência simbólica sem limite na política. O condottiere pode ser a expressão
concreta desse Príncipe italiano. Tal Príncipe significa também sexualização selvagem
da história. O Príncipe moderno de Gramsci tem como expressão histórica o
partido político marxista em uma cadeia de significantes que inclui, entre
outros, o bloco ideológico e o bloco histórico epistêmico. Tal Príncipe é a
combinação da pequena máquina cortês com a contramáquina de guerra
revolucionária (uso da violência física legítima como parteira da história). Remando
contra a corrente do domínio da episteme sexualis moderna, O Príncipe moderno
implica uma certa dessexualização da história. A intervenção de Lenin para
fazer cessar o estado de anarquia sexual (amor livre) existente no Partido Bolchevique
após a revolução é um caso de tentativa bem-sucedida de dessexualização da
ressexualização lúdica da história.
A Europa da década de 1930 vê
nascer o Príncipe fascista. A sua forma mais acabada aparece na Alemanha. O
Príncipe fascista pode ser entendido a partir de uma leitura do “Diário de um
sedutor”. Ele substitui a episteme sexualis pela episteme da sedução. Ele é uma
forma de máquina de guerra (máquina de guerra kierkegaardiana) que redefine o
conceito de poder moderno. O poder sedutor é um suprapoder, suprasubjetivo e
suprasensual. Ele é parte de uma dramaturgia sem sujeito. Ele é o cenário de um
crime perfeito: o da substituição da lei moderna pela lei definida como regra
ritualizada advindo da política. Se nos Príncipes de Maquiavel e Gramsci ainda
há sujeito (filosofia do sujeito), o Príncipe fascista (Príncipe totalitário) não
é uma figura da filosofia do sujeito. Ele sucumbiu no abismo da Segunda Guerra
Mundial? Ou ele se tornou um contrasignificante da cultura política, inclusive,
nos sistemas representativos modernos? Octávio Ianni concebeu a existência do
Príncipe eletrônico: partido da cultura política eletrônica. O Príncipe moderno
tem que ser pensado na relação da política com a cultura intelectual. A
hegemonia existe a partir dessa junção e ela alcança o mundo-da-vida na
metamorfose dela em cultura política. O Príncipe eletrônico é uma articulação política
totalitária da Corporação de Ofício industrial da comunicação. OS USA é o país
modelo desse fenômeno e o Brasil parece seguir, em linhas gerais, tal modelo. Tal
Príncipe articula a política a partir da cultura política totalitária
eletrônica. Finalmente, o Príncipe fascista é a articulação do partido totalitário
(esquerda = direta) com o Príncipe eletrônico tendo como dominus a episteme da
sedução. Acreditamos que a política do século XXI lança mão desses três
recursos evolutivos da história pós-feudal: Príncipes renascentista, moderno e
fascista.
FIM DA EPISTEME
ANTROPOLÓGICA/PRODUÇÃO DO CONTEMPORÂNEO
Um historiador americano concebeu
um ponto de inflexão na história intelectual (Europa/USA) no final do século
XIX com a emergência do relativismo cultural tendo como carro chefe a
antropologia servida em porções de cinquenta minutos (aula) em muitas
universidades. Herbert Spencer já havia apresentado no livro “A Estática
Social” (1850) um dos ataques mais vigorosos a favor do relativismo moral.
Nessa conjuntura cultural, começa a fuga da episteme metafísica em direção às
ciências; o homem mesmo torna-se e esclarece-se “psicologicamente”; a moral
torna-se “política”, sociologia e biologia. “A visão de mundo fixa-se e impele
a metafísica para o interior da antropologia” (Heidegger). Em essência, o relativismo
cultural rezava que nunca existiu significante universal. Em 1962, foi
publicado o “Pensamento Selvagem” de Claude Lévi-Strauss. O livro traça uma
linha de força evolutiva (onde já havia uma acumulação de força considerável)
que iria alterar a história intelectual. A física antropológica de Lévi-Strauss
estabelece a existência de uma continuação entre o pensamento mágico e o
pensamento científico salvaguardada a autonomia relativa dos dois domínios: “o
pensamento mágico e as práticas rituais, como traduzindo uma apreensão
inconsciente da verdade do determinismo como modo de existência dos fenômenos
científicos”. Não há uma autonomia absoluta entre pensamento mágico (ciência do
concreto) e discurso científico. O pensamento mágico: “forma um sistema bem
articulado; independente, neste ponto, desse outro sistema que, constituirá a
ciência, exceto quanto à analogia formal que os aproxima e que faz do primeiro
uma espécie de expressão metafórica do segundo”. Assim como não há autonomia
absoluta ente ciência do concreto e ciência em si, não há autonomia absoluta
entre sociedade primitiva e história mundial (universal). Há um universal
presente numa e noutra. Trata-se da episteme política! Esta não surgiu na
fundação do Ocidente com a junção da metafísica (filosofia) com o discurso do
mestre. Mas esta fundação grega vai
permitir pensar a episteme política na história mundial. A episteme política surgiu
formalmente na civilização arcaica com a junção do discurso do mestre divino
com o saber hidráulico, a ciência da gestão da água. Mas a sociedade primitiva
tem sua episteme selvagem com a junção de pensamento mágico e práticas tribais
(rituais). Maffesoli designou tal episteme como o estar-junto antropológico (tribalismo):
“Pode ser a massa, a comunidade, a tribo ou o clã, pouco importa o termo
empregado, pois a realidade designada é intangível; trata-se de um estar-junto
grupal que privilegia o todo em relação aos seus diversos componentes”. A
episteme tribal significa uma presença da episteme política na sociedade
selvagem e na história mundial. A episteme política é o significante universal
que encerra a longa polêmica do relativismo cultural que teve um momento
sublime com os bombardeios da antropologia à Freud (a psicanálise trabalha com
universais) na primeira metade do século XX. O fim do relativismo cultural
significa que está em curso (ainda em um estágio molecular) a produção do
contemporâneo na cultura intelectual com seus efeitos na cultura em si e na
cultura política. A produção do contemporâneo pode ser concebida na medida em
que o interprete (assim como o tradutor) tem que captar o sentido de um
material em e mediante a articulação do mesmo em um marco simbólico de
referência distinta daquele em que o texto se constituiu originalmente como
significativo. Gadamer diz que “Cada época terá que entender a tradição escrita
a seu modo... Basta dizer que se entender sempre de um modo distinto se é que
se entende”. Não sei o que está acontecendo nos USA e Europa, mas no Brasil, a
física da história é o começo molecular na história intelectual mundial que
descortina a produção do contemporâneo!
A EPISTEME POLÍTICA EM SI/ECOLOGIA
Para não perder o último fio de
coerência, isto é, a lógico do sentido = (verdade) de um modo absoluto e
irreversível, a comunidade jurídica “ocidental” bebe na mesma fonte do liberalismo
político dos antigos da era moderna: o contratualismo. O contrato social acabou
sendo apropriado pela historiografia como um artefato sociológico. Mas ele
também pode ser visto como o artefato simbólico que articula episteme política
em si e cultura política em muitas épocas e civilizações da história mundial.
Disso deriva um conceito de poder político (autoridade legítima) como algo
articulando a relação governante-governado: o detentor da autoridade e os que
estão sujeitos a ela. Pelo contrato, ambos têm obrigações com a sociedade. O
governante tem a obrigação de garantir a segurança material (isso não é igual a
prosperidade econômica com acumulação de riqueza dos súditos, ou seja, a versão
laica de uma vida sem necessidades do Jardim do Éden bíblico) e a paz no
território de tal sociedade. Entretanto, a definição arquetípica do poder
político remete para a figura paternal freudiana. O poder deve ser
providencial, autoritário e benevolente para com os súditos. Provê segurança,
ditar e aplicar a lei e fazer o bem, em geral. E completando, o poder deve ser
despótico com o inimigo externo: máquina de guerra freudiana. Este poder é um
axioma da episteme política em si desde a história da civilização arcaica. Em
algumas épocas ele foi mais simples em outras mais complexo. O súdito deve
obediência ao poder político freudiano (portanto, ao contrato social freudiano).
Este poder é um significante do inconsciente político, ele não é simplesmente
um fenômeno da consciência, ou seja, algo ligado ao desenvolvimento de
Bewusstsein na história mundial. Mas quando o poder não provê segurança
material ou paz no território o CONTRATO foi rasgado. A quebra do contrato pode
agenciar a ira moral associada à lógica do sentido de injustiça como fenômenos
da cultura política articulada ao inconsciente político. A ira moral é a
articulação do campo dos afetos com o campo da ética na cultura política. A
lógica do sentido de injustiça (ser prejudicado de um modo Real, ou seja, como
algo que é impossível de ser suportado) é também algo que associa cultura
política e inconsciente político.
Nas revoluções, a ira moral e o
sentido de injustiça podem estar articulados à Bewusstesein da necessidade de
fabricar um novo contrato. Gramsci define o axioma elementar da episteme
política em si, assim: “Primeiro elemento é a existência real de governados e
governantes, dirigentes e dirigidos. Toda a ciência e arte política baseiam-se
neste fato primordial, irreduzível (em certas condições gerais)”. Trata-se de
um fato irreversível para a história mundial. Ir além da história mundial
significa rasgar a episteme política em si, a política epistêmica, o contrato social arquetípico. A
contraepisteme significa a constituição do mundo por um axioma: não há
necessidade de representantes e representados. Tal concepção anarquista troca o
poder social (todo poder político é um poder social) pelo poder comunal. Troca
a sociedade pela comuna. O contrapoder comunal
estabelece uma relação com o cérebro humano que tende para um funcionamento
anarquista. A física trabalha com uma concepção de contrasociedade dividida em
três dimensões superpostas: a biológica (Deleuze-Freud); a estrutural (Marx);
superestrutural ou espiritual (Marx/Hegel). É claro que eles mantem uma
autonomia relativa estrutural e de funcionamento na história em si. As ciências
da natureza costumam traçar um mapa do fim da história humana (concepção
abraçada pelo Papa Francisco) tendo como causa a destruição ambiental do
planeta. Trata-se da história da natureza em si e da história da espécie humana
em uma identidade absoluta: fim da autonomia relativa desses dois domínios.
Nesta visão apocalíptica da versão ambientalista do “Apocalipse Segundo São
João”, o determinismo ecológico deve ser transformar na bússola da política
mundial. O perigo de tal visão milenarista da política é ela servir como instrumento
da cultura política capitalista capaz de bloquear a produção do contemporâneo
na direção da substituição da história como luta pela soberania entre epistemes
por uma concepção da vida articulada por contraepistemes comunais. Esta parece
ser a melhor via para reverter, inclusive, a destruição ecológica do planeta.
BARRINGTON MOORE JR/VIAGEM ATLÂNTICA
A viagem atlântica do velho
continente para o novo continente (América) tem que ser uma viagem da poética
de Fernando Pessoa: “viajar é preciso, viver não é preciso”. Barrington Moore
Jr faz uma história social precisa sobre o significante injustiça partindo de
Platão. Injustiça é prejudicar o outro sem possibilidade de ser punido até
aportar no continente freudiano. Trata-se da física mooreana. Para este autor,
todas as sociedades humanas convivem com um mínimo de injustiça. A sociedade
humana é o significante-universal da história deste pensador. Tal sociedade se
articula a partir da segurança material para os súditos. O avesso dessa
situação é a privação miséria material que significa que o real (a miséria
impossível de ser suportada) subsumiu tal sociedade. Do ponto de vista dos
governados, a lógica da injustiça é o ser prejudicado como real impossível de
ser suportado (física freudo-lacaniano da história). Na injustiça, tem a lógica
do Céu (superiores) e a lógica da Terra (inferiores) que é a lógica do
desmoronamento da sociedade humana. A corrupção é um significante que é parte
da estrutura do mundo como injustiça. Ela em geral é realizada por redes
oligárquicas de amigos que fazem parte de um poder político que faz o bem para
os amigos e prejudica os inimigos. Barrington diz que a corrupção na China
gerava rebeliões seculares. Um outro aspecto da sociedade humana é a paz.
Lei e punição são também
significantes da sociedade humana. Mas quando o encarceramento dos indivíduos
chega ao campo de concentração a sociedade deixa de ser humana. Isso é um nível
de crueldade (magnitude de crueldade) que agencia o sofrimento do prisioneiro
antes da morte física, algo muito popular no imaginário popular brasileiro, por
exemplo. A morte no campo de concentração é a morte simbólica máxima (a
destruição completa da subjetividade humana) em um contraponto com a morte
simbólica mínima. Esta é a morte simbólica do sujeito após a morte física dele
através do esquecimento. Fazer esquecer é um recurso (técnica) da cultura política
(assim como a técnica de fazer lembrar) que se estrutura como a ideologia
dominante de Marx. A classe dirigente tem o monopólio da ideologia - produção e
seleção das ideias que circulam na cultura política. As ideias e interpretações
da cultura política são aquelas da classe dirigente. A prisão brasileira (e a
prisão no Texas) não é a continuação do campo de concentração por outros meios?
E não há uma técnica na cultura política brasileira de fazer esquecer tal fato.
A sociedade humana se define também
pela existência da indignação moral e pela lógica do sentido de injustiça. Há
um limite para tratar como aquele que é definido como inferior e como inimigo.
A ideia de igualdade moderna (sociedade sem inferiores ou onde não há
superiores acima da lei) é um axioma simbólico adorado pela sociedade ariana
americana. Nela, o negro (já que todo mestiço que tem uma gota de sangue negro
é negro) é inferior e O INIMIGO INTERNO. Uma cultura política que reparte o
mundo entre amigos/inimigo tende a se transformar em uma cultura política
totalitária. A sociedade americana definida a partir do negro é a “sociedade”
articulada por uma cultura política totalitária como expressão do inconsciente
político ariano.
Barrington Moore Jr. acredita que
uma sociedade que não garante segurança material e paz - e é corrupta em um
grau insuportável - é uma sociedade que estrutura seu mundo pelo funcionamento
de uma cultura política que tem como significante-motor a injustiça. Trata-se
de uma sociedade que é, inevitavelmente, hipercruel (a crueldade mais cruel que
apropria crueldade), uma sociedade que já não é uma sociedade humana e/ou para
humanos. A injustiça social tem como ponto de partida a concepção do que é um
ser humano. O leitor brasileiro pode estranhar tais ideias, mas elas orientam o
pensamento e o agir da comunidade jurídica brasileira! Moore Jr. pesca inúmera
rebeliões e revoluções geradas pela crueldade (a soma de todas as injustiças
supracitadas) dos senhores (poder político, autoridade) e carimba tais fenômenos
como aquilo que restaura a sociedade em desmoronamento como sociedade humana. A
cultura política totalitária não é um artefato (expressão) da sociedade humana.
Na física de Barrington Moore Jr, a história mundial seria um confronto pela
soberania entre a sociedade humana e a cultura política totalitária. O que ele
ignora é que a história mundial tem como dominus a máquina de guerra freudiana (tipos
e espécies ainda por serem investigados) e outras formas de máquinas de guerra.
A história não é feita por homens, mulheres e crianças; ela é feita por
máquinas de guerra e é a história de tais máquinas em lutas (batalhas) para ser
o dominus dos homens, das mulheres e as crianças. A cultura política
totalitária articula as máquinas e é articulada por tais máquinas. A sociedade
das máquinas de guerra não se inscreve no conceito sociológico de sociedade? Pode
existir uma sociologia histórica das máquinas de guerra?
CRISE BRASILEIRA/FINAL DE
JUNHO,2015
A crise brasileira não pode ser
reduzida à uma simples crise política. Tal redução significa uma privatização
da história. A crise brasileira é a crise de um processo histórico em uma
determinada conjuntura. Esta é a síntese de múltiplas determinações políticas,
econômicas, culturais e do direito. O direito não é apenas uma forma de
consciência (forma ideológica, forma do Imaginário). Ele existe como
contrasignificante (junção de estrutura e prática) e pode se constituir na
força (motor) com potência para ditar o rumo do acontecimento político. A
ciência política universitária é uma operação privatista da política em si. Ela
é parte da cultura oligárquica-burguesa que transforma a política em uma
categoria mercantil, categoria capturada pela lógica da mercadoria, isto é, a
política como factum reificado.
Assim, a política é isolada da totalidade social e do processo histórico. No
Brasil, a ciência política é a ciência política articulada pela episteme
capitalista do Engenho de cana-de-açúcar; ela é expressão da razão burguesa do
engenho. Ao querer pensar fora dessa razão, os cientistas políticos se
transformam em artífices do medo rezando uma reza do fim dos tempos, do fim da
política como recurso para solucionar a crise brasileira. Tais cientistas
veiculam o temor de que o fantasma do fim da política não pode ser atravessado.
Ernst Bloch escreveu: pensar é atravessar (o fantasma do futuro). Para os
cientistas políticos desarmados para pensar o futuro, a lógica do fantasma
aponta para o fim da utopia do país: o Brasil fazendo parte das nações
desenvolvidas. A quem interessa este discurso derrotista?
Em um contraponto a tal forma de
“pensamento”, a dialética materialista se apresenta (se isso for permitido) como
um artefato da sociedade brasileira permitindo mediatizar este processo
histórico, se as forças da revolução política venham a ter acesso ao Novum
mediatizado e dominado pela possibilidade quebrar a Ordem política definida
pelo quadro global das forças da episteme do capitalismo de engenho. A força
dirigente da conjuntura de junho de 2015 está definida por uma articulação que
tem o Juiz Sérgio Moro como agente determinante da ação que cercou, encurralou
o governo Dilma Rousseff através da operação Lava Jato pela captura dos agentes
privados e estatais da corrupção da Petrobrás.
Juiz federal do Paraná (Curitiba), Sérgio Moro está entre os três
indicados pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) para concorrer
ao cargo de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF). A vaga é decorrente da
saída de Joaquim Barbosa, que anunciou aposentadoria em maio. De acordo com a
Associação, a lista tríplice definida pelos juízes federais foi encaminhada à
Presidência da República. Os nomes indicados pela Ajufe concorrerão com nomes
indicados por outras entidades de classes e associações, como a de advogados e
a do Ministério Público, por exemplo. Sérgio Moro é juiz titular da vara
federal especializada em lavagem de dinheiro e crime organizado de Curitiba.
A lava Jato é uma operação jurídica-policial
(e política) envolvendo também um subaparelho da Polícia Federal e um ramo do
Ministério Público Federal que ganharam autonomia prática em relação ao
governo. A posição do Ministro da Justiça tem se pautado por uma não
interferência no confronto entre esta burocracia ilustrada pombalina e o
governo Dilma Rousseff. Foi o Marquês de Pombal que inscreveu o liberalismo
político na história brasileira. Assim, Curitiba tornou-se a capital política
do pais. Pois como centro geopolítico da ação da Lava-Jato (no mundo invisível
da política para a sociedade), ela tem um objetivo tático muito claro (ao menos
para o físico da política). Ela quer alterara o quadro global das relações de
força pondo para o fundo da cena política o nosso Príncipe do sertão: Luís
Inácio Lula da Silva.
A ação de Sérgio Moro não é
orientada pela episteme do engenho? Ela visa resolver o problema da crise
brasileira fazendo uma redução dessa à crise política. Resolver a crise global
é resolvê-la extraindo a energia narcísica do PT que é a ligação do partido com
as massas. Mesmo com toda a crise do partido, ele continua sendo o de maior
preferência do eleitorado (11%, PSDB = 9%). Mas a energia narcísica petista {que
liga o partido com às massas sociais quentes da insurreição petista (concreto) e
às massas frias do eleitorado (abstrato)} depende de um fato vicário (ersatz)
para tomar o poder e mantê-lo: a relação narcísica das massas com o Príncipe do
sertão. As forças que querem se livrar do reinado petista não se fiam no Lula
volume-morto (abaixo de 10%). Lula tem a magia do Cacique Cobra Coral que é capaz
de fazer chover na seca política sertaneja. Lula é ligado à história política
mitológica; ele é um mito da nossa política. E a energia narcísica (que faz
presidentes petistas) é da ordem do mito desde a sua fundação na história
mundial na civilização arcaica.
A ação jurídico-política de Moro
é a tentativa de resolver a crise brasileira sem rasgar a Constituição de 1988
a partir de uma alteração molecular na política: a morte simbólica de Luís
Inácio da Silva. A melhor solução é Dilma Rousseff conduzir o país (sangrando)
até a eleição de 2018. Se o juiz Sérgio Moro quisesse alterar globalmente o
quadro das relações de forças, ele levaria a investigação até o envolvimento
orgânico de Dilma e do PMDB na Lava-Jato. Ele daria um cheque mate na dupla
Dilma/Temer não deixando outro caminho para eles senão a renúncia coletiva. A
convocação de eleição para presidente da república poderia fazer pendant com a
convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. Mas isso já é a revolução
política. Pela lógica do futuro de Sérgio Moro, o PSDB e o PMDB serão os
protagonistas da eleição presidencial de 2018, com Lula desossado
politicamente. Esse futuro é o futuro da continuação do capitalismo do engenho
e um futuro sem futuro para a sociedade brasileira. Isso é a lógica do futuro
como lógica da mercadoria. Um futuro isolado da possibilidade de uma solução
pela dialética materialista da história. Nesse caminho, a crise brasileira tem
que se tornar uma crise pública, isto é, a lógica publica subsumindo a lógica
privatista da crise. Oliveira Vianna gostava de dizer: “não existe espírito
público entre nós”
A indústria cultural (eletrônica
e de papel) tem sua lógica ditada pela episteme do engenho que a transforma em
um aparelho ideológica da razão burguesa do engenho. Isso é o que a faz
funcionar como Corporação de Ofício industrial-cultural do engenho contra a
vontade de uma parcela minúscula dos intelectuais que nela trabalham. No
entanto, como centro estratégico da cultura política brasileira, ela poderia
vir a funcionar como Bewusstsein.Trata-se
de consciência usada lato sensu
abrangendo autoconsciência e razão. Como Bewusstsein, ela seria um agir
hegemônico (articulando política e cultura) capaz de alterar o objetivo tático
de Sérgio Moro. É improvável que ela siga por este caminho que já tragou um
Príncipe econômico do engenho urbano (Marcelo Odebrecht) dono de uma das
maiores empreiteiras do Brasil. A lógica da mercadoria que faz funcionar a
Corporação de Ofício da cultura política eletrônica põe e repõe limites claros
para uma ação hegemônica determinada pela lógica dialética materialistas. Isso
explica porque a indústria de comunicação (e o jornalismo impresso) faz de
conta que não conhece os textos do PCPT e da Comunidade da Física Freudiana. É
improvável que os jornalistas da Globo News desconheçam o nosso material sobre
a crise brasileira. O fim do Brasil tal como o conhecemos é irreversível, mas
isso não significa o fim da história do Brasil. Isso é reversível! É possível
retomar a nossa história em um outro patamar, uma história que não terá como
dominus as máquinas de guerras partidária, cultural, econômica e do direito
brasileiro. Esse futuro está inscrito na lógica do fantasma do futuro que
precisa ser atravessado. O futuro pode ser o que se teme ou o que se espera; no
plano da intenção humana que recusa o fracasso, l’avenir é aquilo que é esperado. A função e o conteúdo da
ESPERANÇA são constantemente experimentados e, no século XXI, ils ont été mis en oeuvre et développés. As
multidões quentes da Espanha (15-M/Indignados) e do Brasil (2013/2015) são
aprova disso! Que forças podem fazer isso no Brasil? As forças da própria
sociedade em um processo histórico dominado por uma revolução política. A
esperança é a travessia do fantasma dos derrotados (derrotistas) , dos que já
ensarilharam as armas da ciência da política.
Só quero saber o que pode dar certo
Não tenho tempo a perder
REALIDADE FASCISTA/USA
Há uma distância estrutural entre
sociedades cujo funcionamento está articulado às estruturas de pensamentos e
aquelas que funcionam pela lógica fáctica. Não se trata da diferença entre
sociedade complexas e sociedade simples, mas da diferença entre sociedade
desenvolvida e sociedade perto do grau zero do desenvolvimento cultural. A
sociedade desenvolvida é aquela na qual estruturas de pensamento articulam
cultura política complexas como a cultura política do dinheiro, a cultura do liberalismo
político, a cultura política burocrática, a cultura política populista e a
cultura política fascista. Essas são as culturas políticas identificadas como
fenômenos, na literatura, que articulam cultura, política e economia. Por
exemplo, Marx fez o retrato literário-econômico da cultura política do
dinheiro. Max Weber concebeu o conceito sociológico de cultura burocrática. Encontra-se
em Karl Schmitt um esboço, literário-político, da cultura política fascista? Não
seria também produtivo buscar tal cultura na ontologia histórica de Heidegger?
Um outro caminho para essa busca vai do “Diário de um Sedutor” ao livro “Da
Sedução” de Baudrillard. O pós-modernismo não produziu apenas lixo literário!
Há uma articulação entre fascismo
e sedução (a forma acabada encontra-se no totalitarismo alemão) que implode a
estrutura de interpretação ideológica. Adorno e Horkheimer mostraram que o
nazismo é uma estrutura de pensamento oca de sentido ideológico. Trata-se de
uma estrutura de pensamento que faz da sedução um ersatz da razão ideológica.
Como uma estrutura de pensamento pode articular a política como ausência de
sentido ideológico no século XX? A ideologia é um artefato da estrutura de
pensamento moderna. Ela é um conceito elaborado no livro “A Ideologia Alemã”,
de Marx. O fascismo ultrapassa tal estrutura de pensamento moderna e,
vicariamente, a substitui pela cultura política da sedução. Os estudos sobre a
cultura política fascista podem iluminar a história mundial (universal)? A
cultura da sedução não tomou a forma mais desenvolvida (acabada) - na política
em si - no fascismo alemão? Um truísmo do vídeo cultura americana é o seguinte.
Um personagem diz para o outro amigavelmente: “pode deixar você não vai virar
um nazista”. Esse temor norte-americano pode ser o signo latente da realidade
americana? No texto “Diário do Sedutor/Kierkegaard”, tentei mostrar a
existência do Príncipe fascista como um lugar estrutural da cultura política do
século XXI. Trata-se de uma desterritorialização do fascismo como fenômeno concreto
ligado à história europeia do século XX e reterritorialização dele no século
XXI. Para além da leitura de Baudrillard
do “Diário de um Sedutor”, a física da história concebeu o contraconceito de
fascismo no século XXI. Trata-se do contrasignificante fascismo como estrutura
de pensamento que faz a junção da política em si com a cultura política
eletrônica como cultura da sedução. Por exemplo, isso marca a diferença capital
da cultura eletrônica (como Corporação de Ofício Industrial/cultural) com a cultura-web.
Mas tal característica não é irreversível para a cultura eletrônico. Já me
referi a isso em outro texto da CFF (Comunidade da Física Freudiana). O
problema central da política mundial não é a realidade americana estar se
constituindo em uma realidade fascista em si? Ela não é a sociedade onde
encontra-se a forma mais desenvolvida da cultura política da sedução no século
XXI. Esta não articula o mundo-da-vida a partir do fundamentalismo cristão? O
Tea Party é um fenômeno político que faz a junção da política em si com o
fundamentalismo cristão. Trata-se da junção da política em si republicana
radical com a sedução do fascismo cristão. A física concebeu a estrutura de
pensamento que faz a junção do fundamentalismo cristão (no Brasil evangélico)
com a política em si como cultura política da sedução.
O “Assim falou Zaratustra” não é
a bíblia da física nietzschiana (ersatz da Bíblia) que guarda os axiomas da
estrutura de pensamento da cultura da sedução? Esta não é articulada pela lógica
do sentido ideológico ou pelo nonsense como ausência de sentido ideológico. Ela
é articulada pelo sentido rápido, instantâneo, da cultura eletrônica da
sedução: subjetividade eletrônica. A cultura-web não está sendo colonizada por
esta estrutura de pensamento? A subjetividade eletrônica é o motor de tal
colonização! A subjetividade-web encontra-se “em conceituação”, lentamente! A
cultura eletrônica da sedução é a cultura do clown (clownina). Nietzsche deixou
uma estrutura de pensamento que desvenda tal realidade clowniana:
“Tem espírito, o comediante, mas
escassa consciência do espírito. Sempre acredita naquilo com que mais
firmemente faz os outros acreditarem – acreditarem nele!
Amanhã, terá uma nova crença e,
depois de amanhã, outra, também nova. Possui sentidos rápidos, tal como o povo,
e faro caminheiro.
Derrubar – isto, para ele
significa: demonstrar. Fazer delirar – isto, para ele, significa persuadir. E
sangue é, para ele, o melhor de todas as razões.
A uma verdade que penetre somente
em ouvidos finos chama mentira e nada. Na realidade, ele só acredita nos deuses
que fazem grande estardalhaço no mundo”
O Tea Party (e os
fundamentalistas evangélicos brasileiros) não é um clown político cuja
possibilidade de existência e funcionamento tem uma dependência
orgânica da cultura política eletrônica da sedução?
EDITORIAL DO PCPT
GLOBO NEWS PAINEL (28/06/2015)
W. W. coordenou um programa com o
meu professor da PUC/SP Bolívar Lamounier, José Álvaro Moisés e Murilo de
Aragão. Eles transformaram tal programa em um platô deleuziano capaz de ter
vozes que falem da crise brasileira na linha que o PCPT vem fazendo. Bolívar
usou inclusive o contraconceito de buraco negro epistêmico aplicando-o como
muita imaginação à política brasileira. No entanto, eles consideram que os agentes
políticos parecem baratas tontas frente à crise brasileira e isso faz com que
não haja solução para ela vindo da política atual. Bolívar fala que os
políticos se tornaram prosaicos, vulgares, medíocres. Eles fizeram da política
brasileira um valhacouto que leva a população (principalmente os jovens) a se perder
em um labirinto niilista em relação ao sistema político. O PCPT vem dizendo que
a política brasileira da República da Constituição de 1988 encontra-se em um
lugar histórico homólogo à República Velha. A solução para tal crise histórica
virar de qualquer modo! O populismo totalitário não pode seduzir a elite mais
uma vez? Bolívar não acredita nisso, pois ele só acredita na Lógica Fáctica
(encadeamento factual da política). Isso é um mito da sociologia política. A
política não é fáctica, é artefáctica! Por isso tais participantes do Painel
não assimilaram a revolução política dentro da ordem capitalista mundial do
mestre da sociologia paulista Florestan Fernandes? Eles só entendem a revolução
como o encadeamento de fatos impossíveis na atual conjuntura. Eles não
conseguem entender que ela é um encadeamento artefáctico (contrasignificante),
isto é, como praxis histórica que é a unidade entre significante e prática? Ou é
simplesmente por que o pensamento de F. F. está em anátema por ser marxista? A
revolução política é o único caminho para a redenção verdadeira da política
brasileira. Bolívar chamou tal solução de cerebrina, pois não existem –segundo
ele – sujeitos políticos (atores, agentes) capazes de começar a revolução
política liberal de esquerda dentro da ordem.
O PCPT tem mostrado que estes
sujeitos existem. Só é preciso que a estrutura da dominação política atual (a
realidade política realmente existente) se dissolva na subjetividade deles
segundo a lógica “tudo que é sólido se desmancha no ar” condensada em uma frente
liberal política de esquerda. Lula,
Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff podem articular o SUJEITO POLÍTICO
como motor da fundação da Primeira República Liberal. As outras foram
simulacros de simulação de República Liberal. As outras eram Repúblicas Pombalinas,
pois o Marquês introduziu o liberalismo político entre nós como simulacro de
simulação no século XVIII. A própria República da Constituição de 1988 acabou
se transformando na prática de seu funcionamento em República Ilustrada Pombalina.
O caminho para a redenção da crise brasileira é o buraco negro epistêmico (do
discurso do físico) se tornar Bewusstein realmente existente da nação e liberar
energia (matéria) que dissolva todos os partidos, que leve à renúncia coletiva
do governo e dos chefes do congresso na transição (convocação de uma Assembleia
nacional Constituinte sem partidos) para a verdadeira República Liberal
Brasileira. Retórica ou física da história, eis os dois caminhos do liberalismo
de esquerda entre nós!
DEMOCRACIA POMBALINA/BRAZIL
No século XVIII, o Marquês de
Pombal (unidade do significante com o sujeito que constitui a realidade
política pombalina) inscreveu no Brasil (a partir da história portuguesa) o
liberalismo político como simulacro de simulação. Não podemos mais ignorar a
história política de nosso país como realidade pombalina. Qual a distinção
entre a ditadura militar e a atual democracia pombalina que é uma forma de
democracia despótica (Aristóteles) em sistemas representativos. A ditadura
militar funcionava também associada ao sistema representativo partidário como
simulacro de simulação. Contudo, o MDB criado como um simulacro de partido
político se transformou em um partido político (verdadeiro) realmente existente
como força dirigente da sociedade que abalou os alicerces da ditadura militar.
A ditadura não aboliu os direitos trabalhistas, mas inibiu até o nojo o direito
natural à luta sindical. Se não aboliu completamente os direitos civis,
transformou estes direitos em simulacro de simulação de esfera de direito. A
ditadura pode ser concebida como uma tirania moderna (a modernidade brasileira
é também abjeta), pois o poder governamental era ilegítimo e funcionava como um
poder ilegítimo, poder fáctico: Urstaat militar.
A democracia pombalina atual (forma
concreta política da constituição de 1988) funciona baseada em um sistema de
representação política que retira sua legitimidade das eleições gerais. Mas o
voto é obrigatório quebrando um princípio elementar (do liberalismo político
clássico) do cidadão quanto a escolha de participar ou não da política: lógica
da liberdade política desde a polis antiga grega. Uma certa ciência política
ortodoxa (totalitária) defende a obrigação do voto sem saber que sabe que este
é um axioma da democracia pombalina brasileira que foi criado pelo populismo
totalitário na década de 1930. Uma boa parte do Congresso atual defende tal
mecanismo pombalista não por convicção na ideologia pombalina, mas por puro
interesse eleitoral: canalhice, oportunismo, modo de manietar/manipular o povo
mais miserável materialmente e espiritualmente em termos de cultura política.
O poder da democracia pombalina é
um poder legítimo? Tal poder é conquistado em um espaço político sob o julgo da
lógica do simulacro tendo como mediação o poder simbólico da cultura política
eletrônica. Esta é estratégica para a manutenção da realidade política como
realidade pombalina, isto e, para reproduzir a política como simulacro e
simulação contra a vontade de um punhado de jornalista ilustrados! Tal poder pombalino/simbólico
não é o poder tradicional-moderno. Ele é um hiperpoder realmente existente através
da cultura política do simulacro. Trata-se de um poder que é mais poderoso que
o próprio poder. Ele é um monopólio das máquinas de guerra partidária, judicial
e da cultura industrial eletrônica.
Finalmente, tal hiperpoder é
sustentado pelas linguagens privadas (ciência política ortodoxa, jornalismo
político privatista etc.) que privatizam a interpretação do mundo (realidade
política) em uma competição agônica com as culturas política que funcionam como
interpretação da realidade. A realidade pombalina é uma realidade cuja
legitimidade depende desse privatismo ideológico do mundo. Tal linguagem
privatista do mundo se instala como um ersatz das linguagens comuns da era pré-moderna.
Estas linguagens funcionavam como lógica pública do inconsciente político. Este
é estruturado como uma linguagem funcionando pela lógica pública e pela lógica
privada na história mundial (universal). Na era moderna, a estrutura da
linguagem do inconsciente político (nietzschiano) tornou-se a subsunção da
linguagem pública à linguagem privada. Entre nós, Oliveira Vianna estudou este
fenômeno – na década de 1920- como cultura política.
A física da história é a vontade
de saber capaz de restaurar a linguagem política como subsunção da linguagem privatista
à linguagem pública abolindo a realidade política articulada pelos sentidos
rápidos ou como realidade desprovida de sentido. O Congresso nacional - que é
obrigado a articular seu funcionamento prático associada a uma
significatividade inquestionável - e a comunidade jurídica (que depende de
sentidos estáveis para o direto articular a realidade) funcionam na contramão
(minimamente também liberados da lógica do simulacro de simulação) do
hiperpoder pombalino. A física da política não fala da realidade política como
se remetesse ao vácuo da ausência de referente. Isso é uma crença de sociólogos
políticos e cientista políticos ligado (capturados) consciente ou
inconscientemente pela ORDEM POMBALINA!
DILMA MÜNCHAUSEN?
O Barão de Münchausen vinha em um
coche por uma estrada estreita e encontrou outro coche, “e ambos ficamos
impedidos de passar dali; eu saltei contudo fora do coche, e tendo alguma força
peguei nele, rodas e tudo, pu-lo na cabeça, saltei então por cima do muro, que
tinha nove pés de altura (o que considerando o peso do coche achei um pouco
difícil) e passando o outro coche que ficava na estrada tornei a saltar; fui
então buscar os cavalos e pondo um na cabeça meti o outro debaixo do braço
esquerdo, tornei a saltar e levei-os à estrada; continuei então minha jornada
para a estalagem onde havia de fazer a muda”. Dilma Rousseff não parece estar
possuída pelo “complexo do Barão de Münchausen” lulista? Lula não se livrou do
“mensalão” se reelegeu a elegeu? Ela acredita na jornada política mágica da
solução da crise brasileira (reduzida a uma crise política) e que vai fazer a
muda do cavalo em 2018. Mas para ela outro cavaleiro petista vai continuar sua
viagem. Isso é a contribuição de Dilma às aventuras políticas münchausenianas
lulistas? Ela crê que a história mitológica é feita por milagres; ela crê em
uma identidade absoluta entre mito e milagre; crê na política como uma epopeia
narcísica mágica permanente e irreversível!
Eu posso estar completamente
engando. Talvez Dilma Rousseff se veja e se sinta como uma heroína trágica da
luta armada (terrorismo urbano) que definiu sua subjetividade até hoje. Ela se
vê na linhagem dos trágicos brasileiros? Getúlio fez da tragédia populista
(suicídio político em 1954) um modo do populismo entrar para a história mesmo
sem sua cabeça original (máster). Tal fato histórico só acabou com o golpe de
Estado militar de 1964 quando as cabeças populistas existentes foram decepadas
na política, simbólica e presencialmente. Fernando Collor foi o primeiro
presidente brasileiro que teve a cabeça decepada por um impeachment em 1992.
Isso é o equivalente metafórico da cabeça cortada do último rei que chegou até
a Revolução Francesa. Lula driblou a tragédia do mensalão pela sabedoria
popular do “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, samba do paulista-zoólogo
Paulo Vanzoline. Hegel escreveu: “O verdadeiro conteúdo da acção trágica e dos
fins perseguidos pelos autores destas acções é fornecido pelas forças
universais que regem a vontade humana e se justificam por si mesma: (...) o
direito natural (...), a autoridade dos reis”, e dos presidentes da República.
A autoridade trágica de Rousseff está sendo posta em questão. Ela acredita que
se livrou do destino collorido! Talvez ela pense que em último caso possa ser
escolhida pelo destino getulista e prolongar o petismo no poder por mais dez
anos. Ela pode ir para o sacrifício: Dilma “guerreira”. Ou talvez ela não
queira largar o osso com medo do que possa acontecer com ela e os amigos depois
que descer do Trono. Possuída pela estética do trágico histórico, a elite
esquece o modus operandi tradicional da política brasileira: o pacto
oligárquico. Esquece que a ética oligárquica é fazer o bem para os amigos
(todos que pertencem à elite) e prejudicar o inimigo: povo. Esses destinos
estão contemplados na realidade do encadeamento fatual da realidade brasileira.
O “Editorial do PCPT” sinalizou com a saída capaz e evitar o determinismo da
realidade trágica brasileira.
CRISE GREGA/XERXES
Para o meu amigo do PCPT Almir
Rogério Pereira
A crise Grega não parece evocar o
conceito de imperialismo de Lenin em um sentido trágico da antiguidade? O
imperialismo se define pela cadeia política mundial sobredeterminada pelo
capitalismo mundial sob a hegemonia do capital financeiro mundial, capital
fictício, ou melhor, oligarquia financeira mundial. Hoje, a União Europeia Alemã
em conceituação não é um ersatz do conceito de imperialismo leninista olhado
com o olhar da antiguidade grega? A Grécia é o elo mais fraco dessa cadeia do
Império europeu persa pós-moderno? A pergunta que está sendo feita pela classe
dirigente capitalista mundial ao Oráculo de Delfos é a seguinte: o que vai
acontecer com a União Europeia com a quebra da cadeia no elo mais fraco? Eles
não consultam o Oráculo para saber o que vai acontecer com a Grécia. Na cultura
capitalista totalitária (Marcuse concebeu este conceito na década de 1960) não
há lugar para a compaixão e para um agir que afrouxe a natureza calculista que
é própria da forma-capital. O capital é uma máquina de guerra econômica e o
cálculo consiste em fazer a máquina calcular: determinar um valor por meio de
operações matemáticas; abstração das relações sociais concretas. A classe dirigente europeia que personifica o
capital é um cálculo da lógica de reprodução ampliada do capital que esta
subsumida na conjuntura atual ao funcionamento do capital fictício como
abstração da lógica concreta da reprodução ampliada. O capital fictício e sua classe
dirigente não são Xerxes comandando o exército Persa de cinco milhões de soldados,
segundo Heródoto? Um exército imperial mitológico bárbaro comandado por um deus
(Xerxes) enfrenta em um lugar chamado Termópilas, pela maioria dos helenos, o
exército grego (civilização) comandado por Leônidas e seus trezentos de
Esparta. Por que será que a cultura política eletrônica (cinema) considera a
batalha das termópilas um significante universal trágico? Não será porque ela
entende que a história mundial é também uma história mitológica (a partir do
mundo greco/romano antigo) entre civilização e barbárie? O capital é a máquina
de guerra que usou o conceito de civilização como ideologia para esconder sua
lógica bárbara, enganando o próprio Marx. Marx não se deixou seduzir por essa
máquina de guerra moderna que parece ter saído das páginas do Apocalipse
Segundo São João? A União Europeia é o Império Persa comandada por um deus
abstrato: a forma capital fictício. O capital é o mais brilhante mito moderno. Os
gregos do século XXI não são os portugueses e espanhóis que esqueceram a sua
história no início da era moderna. Eles ergueram impérios marinhos (WilliamTurner
é, com efeito, o seu pintor com a pintura marinha romântica que desmaterializa
a lógica da pintura figurativa como um mito que funda esteticamente a era
moderna) que estão na origem da modernidade (Marx). Os gregos não esqueceram a
sua infância que é a infância da história mitológica de fundação do Ocidente
como civilização, e eles ouvem Heródoto dizendo: “pois a Hélade não estava
sendo atacada por um deus, e sim por um homem; nunca houve e jamais haverá um
mortal a quem desde a hora de seu nascimento não acontecessem desventuras, e
quanto maiores os homens, maiores as desventuras” (cap. 7, 203). A física da
história de Platão concebeu o tirano como “o lobo com face humana”. Esse lobo é
o animal despótico freudiano, a máquina de guerra arquetípica da história da
espécie humana na horda primitiva: um mito antropológico freudiano. Xerxes era
o lobo com face humana assim como a personificação da forma capital fictício: a
União Europeia. Mas os gregos querem (orientados pela historiografia de
Heródoto) fazer a passagem da história mitológica para a história em si, a
história que se define pela dialética materialista das batalhas dos homens,
mulheres e crianças contra as máquinas de guerra. No entanto, a cultura
intelectual do capital fictício recorre ao argumentum
ad nauseam - na cultura política eletrônica mundial - para embriagar todos
com a ideia de que a crise grega é apenas uma crise econômica. Trata-se da
redução economicista da história, ou melhor, da interpretação totalitária
intelectual da história do século XXI. Os gregos resolveram ir para o
sacrifício para pôr em questão esse totalitarismo intelectual?
FÍSICA DE HANNAH ARENDT/BURACO
NEGRO POLÍTICO
No livro “Entre o passado e
futuro” (Editora Perspectiva), Hannah Arendt põe em conceituação o buraco negro
epistêmico como um fenômeno da existência e funcionamento das culturas
políticas realmente existentes. Vejamos um exemplo. Quando uma cultura política
se torna uma vontade de saber/poder de transformar seu significante-mestre no
significante universal da história mundial, ela vira um estado permanente de
dissolução dos significantes das outras culturas. Isso aconteceu com a relação
complexa entre o significante autoritarismo (da cultura conservadora moderna) e
outros significantes: tirania, despotismo, totalitarismo, ditadura. Tudo virou
sinônimo de autoritarismo (pg181) no dicionário político da ciência política
ortodoxa, da sociologia disciplinar e da historiografia, em geral. Isso é o
buraco negro político. Uma outra operação técnica do buraco negro é a função do
ersatz. Se um significante é similar a um outro significante ocorre na teoria e
na ideologia a eliminação da distinção das culturas políticas distintas (as
quais pertences esses significantes) e da destruição dos significados políticos
de ambos os significantes. Por exemplo, quando no século XX, fala-se que o
comunismo é uma religião, deixa-se de distinguir o comunismo da cultura
política cristã. Isso é diferente quando
se diz que o capital ocupa o lugar de Deus, se este é tomado como lugar do
Grande Outro, do campo simbólico. Interessante que essa lógica do buraco negro
é a dissolução dos significados políticos como significados públicos. Trata-se
da desintegração da política como objeto-público (pg. 139). Tal trabalho do
inconsciente político (impossível pensar a cultura política dissociada do
inconsciente político) pode ser uma operação também da cultura intelectual: “A
segunda e mais recente teoria que implicitamente contesta a importância de
fazer distinções é, especialmente nas Ciências Sociais, a quase universal
funcionalização de todos os conceitos e ideais”. Esse funcionalismo epistêmico
opera pela destruição do espaço político/público e a privatização dos
significados políticos nas disciplinas universitárias: privatismo oligárquico científico.
A física da história é o avesso
das Ciências Sociais. Ela é um trabalho de reconstrução (produção de contrasignificantes)
dos significados públicos dos significantes sempre realmente existentes em
alguma cultura política. Um exemplo. A reconstrução do conceito de golpe de
Estado dos historiadores brasileiros. Na física da história, tal conceito
historiográfico tradicional está em contraconceituação como golpe de Estado
pombalino. Não foi o Marquês de Pombal que gerou o golpe pombalino, mas ele
articulou a lógica na cultura política pombalina que é um amalgama de cultura
política liberal e cultura conservadora absolutista. A lógica consiste em trabalhar
como uma ideia de autoridade substantiva e com a ideia de liberdade como
simulacro de simulação. Pedro I desfechou o primeiro um golpe de Estado do
Brasil independente (na Assembleia constituinte de 1823) e estabeleceu a primeira
Constituição brasileira absolutista como simulacro de simulação liberal, em
1824. Ele produziu um choque traumático na história da cultura política
brasileira com este golpe de Estado pombalino que estabelece a lógica do
simulacro de simulação para os golpes quentes e frios. Tal golpe de Estado
pombalino (pelo choque político traumático) ex-iste como uma compulsão (eterno
retorno do mesmo reeditado) de repetição do inconsciente político brasileiro.
Há um mais-gozar de toda a nação com a repetição compulsiva do golpe de Estado,
cotidianamente, na cultura política eletrônica, quando o jornalismo da Globo
News tentar derrubar o prefeito de Brumadinho de Minas Gerais: lógica do golpe
de Estado como insignificante (Hegel). Hannah Arendt escreve: “Além disso,
resultada natureza da própria imagem em que a história é usualmente concebida –
como processo, fluxo ou desenvolvimento – que todas as coisas por ela
compreendidas podem se transformar em quaisquer outras, que as distinções se
tornam sem sentido por ficarem obsoletas e, como que submersas no fluxo
histórico no momento de sua aparição” (pg 139). Afinal, ela estava se referindo
concretamente a tal concepção da história marxo/hegeliana ou a concepção da
história da cultura política eletrônica?
Nenhum comentário:
Postar um comentário