sábado, 13 de outubro de 2018

ÉTICA, POLÍTICA, IDEOLOGIA DE RUA


José Paulo



No Brasil, as eleições 2018 foram uma  resposta da população a destruição da moralidade no espaço político? No escuro, o eleitorado renovou o Congresso nacional com parcelas significativas, na Câmara de deputados e no Senado, de novos políticos. Aliás, uma parcela do eleitorado permaneceu fiel à velha oligarquia política que até, então, dominava o Congresso.



Ainda é cedo para saber se o novo Congresso será um palco de fabricação de uma nova gramática da nossa política.



A  nova gramatica  da política pode ser um aprofundamento da democracia?



A gramática da democracia se define pela dialética entre oposição e situação. Assim, a oposição articula-se como centro moral-político. A era petista se caracterizou pela dissolução da oposição como centro-moral da política. A formação do governo de coalizão no Congresso para formar maioria eventual governamental se fez através da cooptação fisiológica e da corrupção público-privada. Trata-se de uma história viva na memória da população.



O gramático petista sem gramática moral fundou uma época de grande confusão, desordem no terreno das ideologias, bloqueando o agir das formas de consciência do povo (classes sociais dos de baixo e médias) e das elites em relação dialética com o inconsciente oligárquico da política brasileira.



A era petista (do bolivariano) é aquela da crise global do capitalismo dependente e associado. Tal crise encontra-se em processo na destruição do velho modelo industrial FHC e na desarticulação de São Paulo como centro político do país.



Na eleição 2018, há o deslocamento do centro político para o Rio que cria os fundamentos ,geopoliticamente, de uma nova gramática da política na terceira década do século XXI?



                                                                                        

O Rio é o lugar: a) da Petrobrás ou regime econômico fóssil do desenvolvimento nacional; b) do Exército como instituição estratégica no problema da segurança pública e capitalista; c) da hegemonia dos mass media seculares sobre as massas da civilização tropicalista; d) casa do  saber ideologia dominante multiculturalista (mulher, negro, LGBT, favela etc.); do marxismo brasileiro gramatical.  

Messias Bolsonaro e seu partido (PSL) têm a preferência do Mercado Financeiro e da sociedade do rico ariano carioca e paulista, da classe média e dos de baixo em revolta contra a política da era do bolivariano. Haddad acena para a velha grande indústria paulista do capitalismo dependente e associado. O messianismo ciberfascista ou neofascismo tropicalista tem ligação tática com a facção cultural dos mass media carioca e paulista, secular e evangélico fundamentalista. Haddad conta, somente, com a boa vontade do liberalismo da  revista VEJA. 



A ligação do messianismo ciberfascista com os mass media do Rio anda claudicante, pois, a ideologia formal multiculturalista destes (mulher, negro, LFBTI) encontra-se em um permanente estado de contradições com a ideologia de rua neofascista do messianismo de massa. Crimes são cometidos contra negros, mulheres e LGBTs pelos bandos fascistas de rua.  



Retomando o fio da meada, messianismo e petismo não enfrentam a crise econômica e cultural estrutural do capitalismo no Brasil. Esta se caracteriza pela dissolução do modelo industrial paulista e pela perda na  cultura letrada da hegemonia das universidades paulistas: USP E UNICAMP. O aliança tácita da facção cultural dos mass media  com o ciberfascismo messiânico altera o espaço geral  da cultura brasileira?



Facções da universidade privada flertam com a formação deste bloco de poder virtual e atual da direita brasileira; cientistas políticos empolgam-se com a virada da esquerda para a direita no poder brasileiro via eleições; o governo Temer foi o começo de uma era com a direita  no poder de Estado com perspectiva de se perpetuar; uma parte da nação assiste aturdida a ascensão da extrema-direita na política nacional e local, no espaço público e privado; a esquerda caminha para o  enfraquecimento, para o desmilinguir-se,  permanente caso continue sob o domínio do Partido dos Trabalhadores.  



O PT é um partido da velha sociedade salarial industrial. Seus intelectuais são  reféns da velha cultura industrial paulista. O pensamento político do PT é a decadência da dominação da velha sociedade fóssil brasileira. Na era lula, o PT  fez aliança com o capital financeiro mundial (e Bancos locais) tendo  como elo de ligação o pagamento de uma  dívida financeira externa que não parou de crescer. Com Lula, o lucro do capital fictício chegou ao apogeu de um capitalismo ora em acuado pela realidade capitalista dos fatos. .



Com o desaparecimento da dominação econômica da velha sociedade industrial, toda a sua superestrutura ideológica e política se inclina, lentamente, para o colapso irrevogável. No vácuo da dominação econômica e da articulação da hegemonia que fazem pendant com o velho modelo da sociedade industrial do automóvel, emerge o capitalismo neocolonial do terceiro mundo.



O neofascismo tropicalista  e o bloco de poder da direita oligárquica neófita se apresentam como fenômenos (subjetivo e objetivo) superestruturais do capitalismo neocolonial do terceiro-mundo. O que os define é não ter como actrator, como fantasia lacaniana do futuro, um novo modelo industrial tendo  como carro-chefe o Estado-cientista capaz de articular o sistema universitário estatal  e instituições de pesquisa à cibercultura. O novo Brasil industrial só se fará com mil Embrapas.      



                                                                                     II



O marxismo de Marx e Engels reduziu o Estado a um instrumento (aparelho de Estado) fazendo pendant com o poder do Estado exercido por classes sociais. (Balibar: 94). O Estado é a realidade conceituada como um fenômeno objetivo no campo político das classes sociais. A lógica dos interesses econômico de classe atua como um determinismo economicista.



O conceito supracitado não foi o guia da prática política do PT? A política não foi vivida intencionalmente como relação do uso do poder de Estado  pelo partido político na lógica do domínio das classes sociais? Não há algo faltando na prática política petista? A falta em questão não levou a política petista para o caminho da corrupção da política nacional em uma escala que ultrapassou a corrupção tradicional da política oligárquica?

O leitor já deve ter percebido que faltou ao PT no poder de Estado uma relação entre ética e política:

“El Estado es la realidad de la idea ética, el espíritu ético encuanto voluntad patente, ostensible  a sí misma, sustancial, que se piensa y sabe y cumple aquello que sabe y en la medida en que lo sabe. En la costumbre tiene su existência inmediata, y en  la autoconciencia del indivíduo, en su saber y actividad, tiene su existencia mediada, así como esta autoconciencia –por el caráter – tiene     en él cual esencia suya, finalidad  y productos de su actividad, su libertad sustancial. (Hegel. 1993: 678).



Afinal como pensar a ética na sua relação com a prática política? E como pensar a ética em relação ao partido político?



A cultura pode ser concebida como domínio do relativo que dá existência ao pensamento, como consciência do indivíduo na forma do  universal, pessoa universal: homem:

“Deste modo, o homem vale porque é homem, não porque seja judeu, católico, protestante, alemão ou italiano. Tal consciencialização do valor do pensamento universal tem uma importância infinita, e só se torna um erro quando cristaliza na forma do cosmopolitismo para se opor `vida concreta do Estado”. (Hegel. 1990:195).



A política se faz com ideias e homens. As ideias precisam encontrar a sua força prática: “Hablando en términos generales, las ideas no pueden ejecutar nada. Para la ejecución de las ideas hacen falta hombres que dispongan de cierta fuerza práctica”. (Lenin.1974:29). Assim, as ideias precisam encontrar a sua força prática no domínio relativo da cultura que dá existência ao pensamento político de uma conjuntura gramatical. As ideias são aquelas de uma gramática que necessita fazer junção  com seu gramático como força prática. A gramática é uma lógica normativa que pode fazer junção com um condottiere maquiavélico  ou com um gramático democrático.



A prática política democrática pode ser constituída de homens que disponham de certa força prática que dispensa a ética democrática? Uma democracia sobrevive sem partido político como uma força prática de homens e mulheres? A democracia representativa  pode funcionar sem ética democrática? O que significa uma democracia sem democratas tout court?    



A ética democrática tem como fundamentos a igualdade e a liberdade. Ela  tem que ser o avesso da ética oligárquica: “ajudar o amigo, prejudicar os outros”. A igualdade e a liberdade articulam uma ética que significa “não prejudicar”?  



A democracia representativa é habitada por uma variedade de partidos que vai, virtualmente, do partido oligárquico ao partido democrático. No  Brasil, partidos totalitários ocupam o proscênio da cena política. E os partidos democráticos existem de modo latente. A rigor, temos uma democracia sem democratas.



A democracia 1988 criou um Estado getulista 1988. Estado feito  pela leitura da ideologia getulista na Assembleia Constituinte Nacional. Duas facções se chocaram com a criação do Estado getulista 1988. O Centrão e o presidente da República, por acidente de percurso, José Sarney. O Centrão aparece como uma panóplia de facções da direita oligárquica. José Sarney representava as forças política e ideológica da velha indústria capitalista dependente e do capital financeiro. 



A democracia 1988 criou também um centro ético da política. A prova é a derrubada do presidente Collor de Mello em 1993, por corrupção. Nesta conjuntura, o PT se apresentava como o Partido da ética republicana. Ele se apresentava também como o partido do Estado getulista 1988.



A crise econômica da era Sarney foi vencida pelo governo FHC sem precisar desestabilizar o Estado getulista 1988. Nesta época de PSDB no poder nacional, tal partido tinha a aparência de semblância de um partido democrático e o PT na oposição aparecia como o centro ético republicano da política nacional.



A era Lula não desestabilizou a dialética situação versus oposição? Os governos petistas fizeram da corrupção da coisa pública (corrupção da res pública) moeda de troca para obter maioria oligárquica no Congresso. A governabilidade petista destruiu o centro ético republicano; também desarticulou a democracia como alternância de partidos no governo nacional; o PSDB se tornou a sombra de um partido democrático de oposição, pois foi tragado pelo processo de oligarquização da representação política democrática.



                                                                                    III

O marxista espanhol Adolfo Sánchez Vázquez viveu exilado no México na era fascista da Espanha. Filósofo debruçado sobre o campo da ética, escreveu o livro “Ética”.



Ele trabalha com a diferença capital entre moral e ética.  A moral é um campo da prática, do comportamento prático-moral. A reflexão da prática moral se constitui como o domínio da ética. (Vázquez: 7).



A ética não cria a moral, mesmo a moral supondo determinados princípios normas ou regras de comportamento. A ética não estabelece a moral em uma determinada comunidade. A moral é uma gramática criada por forças da história.

Diz Sánchez: “A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade”. Trata-se, portanto, da relação entre teoria e prática!



A teoria pode ser concebida como o gramático da moral como gramática? Sigo este caminho. Aqui falo sobre o gramático, sobretudo!



Nosso filósofo distingue entre a ética moderna e a ética contemporânea.



A ética moderna domina do século XVI ao século XIX. Trata-se  da ética antropocêntrica (em contraste com a ética teocêntrica e teológica da Idade Média), que atinge seu apogeu com Kant.   A ética moderna serve à junção da ciência moderna com o capitalismo industrial. Ela, também, é a ética da sociedade burguesa da modernidade e das revoluções burguesas. Ela faz pendant com a substituição da religião como forma espiritual dominante pelas ideologias seculares:

“O homem adquire um valor pessoal, não só como ser espiritual, mas também como ser corpóreo, sensível, e não só como ser dotado de razão, mas também de  vontade. Sua natureza não somente se revela na contemplação, mas também na ação”. (Vázquez: 247).



O problema da moralidade exige que se proponha a questão do fundamento da bonade dos atos, ou seja, em que consiste o bom.



 “Já conhecemos a resposta de Kant: o único bom em si mesmo, sem restrição, é uma boa vontade. A bondade de uma ação não e deve procurar em si mesma, mas  na vontade com que se fez. Mesmo quando é que uma vontade é boa, ou como uma boa vontade age ou quer? É boa a vontade que age por puro respeito ao dever, em razões outras a não ser o cumprimento do dever ou a sujeição à lei moral”. (Vázquez: 249-250).



Sujeição a qual lei moral? Sujeição à gramatica da democracia. Não há gramática da democracia sem campo moral democrático. Podemos aceitar que esta gramática se encontra em Kant e Hegel.



A ética contemporânea parece ter começado com Marx. Na ética de Marx, o sujeito soberano kantiano, ativo e livre é substituído por um sujeito cuja liberdade é restringida pela tradição;

“Os homens fazem sua própria história, mas não a  fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, ligadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos”. (Marx: 335).



Encurtando o caminho. A ética da boa vontade política cede seu lugar à gramática dialética da luta de classes e da revolução social. Historialmente, a dialética levou a uma gramática totalitária que desestabilizou a gramática da boa vontade política na democracia realmente existente.

A luta contra o capitalismo criou a fórmula: democracia representativa = autocracia capitalista. O fascismo se legitima (negativamente em termos éticos) pela equação supracitada.



Com a crise irrevogável do comunismo, a democracia representativa aparece como ética do capitalismo democrático. O Estado do bem-estar social e a ideologia socialdemocrata são parte da era do capitalismo da sociedade de mercado democrática.



A crise atual do capitalismo mundial gerou uma gramática econômica ainda inconsciente para a elites simbólicas. Elas não sabem que sabem que o capitalismo mundial encontrou uma via para sua continuidade. Trata-se do capitalismo neocolonial mundial.



O capitalismo mundial neocolonial tem vários modelos. O modelo capitalismo neocolonial do terceiro-mundo exige formas políticas autocráticas e ideologias totalitárias. Esta via capitalista dispensa o centro-moral da política? De fato, ele cria uma aparência de semblância de um regime político ancorado em uma certa moralidade política para conquistar as massas.  



O fascismo se apresenta como se constituindo a partir de um centro de moralidade da política. O Estado militar 1968 neofascista antecipou a existência da autocracia totalitária como moralidade política. A continuação por outros meios do Estado supracitado parece ocorrer com o messianismo neofascista. Seu opositor é o bolivariano que dispensa moralidade como  gramática de seu exercício do poder nacional. A Venezuela de Maduro é a totalidade completa do bolivariano.



                                                                                    IV

 O neofascismo messiânico é uma força totalitária agindo contra a democracia 1988. As forças ligadas a ele (Mercado financeiro e grande elite econômica, facção cultural dos mass media e quejandos) querem usá-lo para desestabilizar o Estado getulista 1988. O velho capitalismo brasileiro pretende destruir o Estado getulista (contido na Constituição 1988) mesmo que seja necessário para tal evento a dissolução da democracia representativa brasileira.



Na conjuntura totalitária, a defesa da democracia exige a formação de um centro ético-político democrático de oposição. A ética da boa vontade na política deve ser assumida por partidos democráticos de oposição na educação das massas grau zero totalitárias. A rede de partidos democráticos deve se constituir como direção moral e intelectual da vida política nacional.



Há muito chão ainda a percorrer para o neofascismo tropicalista pôr um fim na democracia 1988!    


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DA FALSA CONSCIÊNCIA NEOFASCISTA

Há 12 conceitos de ideologia em Marx. O primeiro é a ideologia como falsa consciência. A falsa consciência é a ideologia funcionando em um estado de ocultação da realidade dos fatos.
O cientista da FGV-Rio Carlos Pereira e o professor de relações internacionais argentino Violla da UNB duvidam da existência do bolsonarismo. Claro que eles querem dizer que o bolsonarismo não existe como um fenômeno politico orgânico na política brasileira. Eles vão contra os fatos, pois, o bolsonarismo está na iminência de se constituir como o maior partido, em sentido amplo, da Câmara dos deputados nacional. Portanto, Pereira e Violla são dois intelectuais no trabalho de tecer a falsa consciência neofascista tropical. Por quê?
Prreira e Violla se valem do espontaneismo ideológico neofascista (ideologia de rua neofascista) para dizer que o fascismo não se enco0ntra na realidade dos fatos político e muito menos ideológica.
A falsa consciência neofascista tropical é um fenômeno das massas grau zero gramaticalizadas como bolsonaristas. As massas messiânicas (de Messias Bolsonaro) não se consideram fascistas. O Brasil é um país culturalmente provinciano, ou seja, voltado para o seu próprio umbigo. O Brasil crê que não faz parte das linhas historiais de força mundiais. Assim o Brasil pode construir uma falsa consciência que oculte a sua transformação em um país neofacista tropical na América Latina – como parte da ascensão do neofascismo mundial.
O nosso problema é que na cultura ilustrada dos EUA e Da Europa ocidental o Brasil vai perdendo a imagem simbólica do país do carnaval, bossa nova, garotas de Ipanema e Pelé. Ele troca tal símbolo pela imagem de um país neofascista tropicalista. No aeroportos dos países democráticos desenvolvidos (para onde os brasileiros gostam de viajar), o brasileiro será tratado como um estranho neofascista. A falsa ideologia neofascista de Carlos Pereira e Violla não significa nada para a polícia democrática dos países desenvolvidos dos aeroportos.
Como provincianos convictos, os brasileiros não creem no que escrevi acima. Vão ter que provar a maçã para ver que ela está podre.
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NEOFASCISMO E RACIONALIDADE



Um fato consumado na política brasileira é a sua  aparência de semblância  de irracionalidade. No entanto, tal semblância não engana a soberania popular.



A eleição presidencial 2018 segue linhas de força  ideológicas bem racionais para o eleitor. Este vota majoritariamente contra duas ideologias: ideologia bolivariana  e ideologia multiculturalista  da mulher,  negro e LGBT. Jair Messias Bolsonaro se tornou o símbolo do antagonismo às ideologias supracitadas. 



A campanha  de Messias (ou o do messianismo) tem  suas contradições no terreno ideológico  econômico. . Uma ideologia nacionalista (da burguesia de Estado) entra em  choque com a ideologia  ultraliberal  do Mercado  Financeiro e do grande capital. Este conflito diz respeito às contradições do  bloco-no-poder:  bloco das frações e  classes gramaticais dominantes.



A crise ideológica generalizada poderá  ser resolvida pacificamente?



A fabricação  de uma ideologia do capitalismo neocolonial do terceiro-mundo significa a ofensiva da grande burguesia fazendo pendant com o Mercado Financeiro na  luta pela hegemonia no bloco-no-poder. O governo-partido neofascista pode  ser o instrumento da ofensiva em questão. Ela se desenvolve como parlamentarização do neofascismo em confronto com a ideologia bolivariana. A contradição PSL versus PT na Câmara de deputados nacional  será o lugar para o desenvolvimento do neofascismo tropicalista.



A gramática do neofascismo encontra-se em formação. Tal  gramática requer um processo  de fascização do aparelho  de Estado, principalmente do poder judiciário e do Estado policial criado a partir da LavaJato, e também do Exército. Se isto não for suficiente para a criação  da gramática, o desenvolvimento  da contradição ideológica neofascismo versus bolivariano pode chegar a guerra do Brasil com a Venezuela. A guerra do neofascismo contra a Venezuela não pode render ao Estado-partido neofascista , tropicalista, o elo político que faltava para uma aliança formal com os EUA, de Donald Trump? 



A criação do Estado-partido neofascista é a fantasia  lacaniana  do futuro da terceira década do século XXI. Claro que estou  falando  de uma linha  de força  gramatical que para se tornar hegemônica precisa que o neofascismo se torne a política hegemônica e a ideologia dominante da grande burguesia e de  sua hegemonia no bloco-no-poder. Esta exige que o  capitalismo neocolonial do terceiro-mundo acabe no comando da economia brasileira, da política nacional;  e se transforme em ideologia  dominante neofascista.  



Como o leitor pode entrever, há uma  caminho racional para o  domínio do neofascismo tropicalista. Porém, ele não será pacífico!   

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BALIBAR, Étienne. Cinq études du matéralisme historique. Paris: Maspero, 1974

HEGEL. Princípios da filosofia do direito. Lisboa: Guimarães Editores, 1990

HEGEL. Fundamentos de la filosofia del derecho. Madri: Libertarias/Prodhufi, 1993

LENIN. Cuadernos filosóficos. Madrid: Ayuso, 1974

MARX. Os Pensadores. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. SP: Abril Cultural, 1974

VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. RJ: Civilização Brasileira, 1982 



       



   







  




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