José Paulo
No Brasil, as eleições 2018 foram
uma resposta da população a destruição
da moralidade no espaço político? No escuro, o eleitorado renovou o Congresso
nacional com parcelas significativas, na Câmara de deputados e no Senado, de
novos políticos. Aliás, uma parcela do eleitorado permaneceu fiel à velha
oligarquia política que até, então, dominava o Congresso.
Ainda é cedo para saber se o novo
Congresso será um palco de fabricação de uma nova gramática da nossa política.
A
nova gramatica da política pode
ser um aprofundamento da democracia?
A gramática da democracia se
define pela dialética entre oposição e situação. Assim, a oposição articula-se
como centro moral-político. A era petista se caracterizou pela dissolução da
oposição como centro-moral da política. A formação do governo de coalizão no
Congresso para formar maioria eventual governamental se fez através da
cooptação fisiológica e da corrupção público-privada. Trata-se de uma história
viva na memória da população.
O gramático petista sem gramática
moral fundou uma época de grande confusão, desordem no terreno das ideologias,
bloqueando o agir das formas de consciência do povo (classes sociais dos de
baixo e médias) e das elites em relação dialética com o inconsciente
oligárquico da política brasileira.
A era petista (do bolivariano) é
aquela da crise global do capitalismo dependente e associado. Tal crise
encontra-se em processo na destruição do velho modelo industrial FHC e na
desarticulação de São Paulo como centro político do país.
Na eleição 2018, há o
deslocamento do centro político para o Rio que cria os fundamentos
,geopoliticamente, de uma nova gramática da política na terceira década do
século XXI?
O Rio é o lugar: a) da Petrobrás
ou regime econômico fóssil do desenvolvimento nacional; b) do Exército como
instituição estratégica no problema da segurança pública e capitalista; c) da
hegemonia dos mass media seculares
sobre as massas da civilização tropicalista; d) casa do saber ideologia dominante multiculturalista
(mulher, negro, LGBT, favela etc.); do marxismo brasileiro gramatical.
Messias Bolsonaro e seu partido
(PSL) têm a preferência do Mercado Financeiro e da sociedade do rico ariano
carioca e paulista, da classe média e dos de baixo em revolta contra a política
da era do bolivariano. Haddad acena para a velha grande indústria paulista do
capitalismo dependente e associado. O messianismo ciberfascista ou neofascismo tropicalista tem ligação
tática com a facção cultural dos mass
media carioca e paulista, secular e evangélico fundamentalista. Haddad
conta, somente, com a boa vontade do liberalismo da revista VEJA.
A ligação do messianismo
ciberfascista com os mass media do
Rio anda claudicante, pois, a ideologia formal multiculturalista destes
(mulher, negro, LFBTI) encontra-se em um permanente estado de contradições com
a ideologia de rua neofascista do
messianismo de massa. Crimes são cometidos contra negros, mulheres e LGBTs
pelos bandos fascistas de rua.
Retomando o fio da meada,
messianismo e petismo não enfrentam a crise econômica e cultural estrutural do
capitalismo no Brasil. Esta se caracteriza pela dissolução do modelo industrial
paulista e pela perda na cultura letrada
da hegemonia das universidades paulistas: USP E UNICAMP. O aliança tácita da
facção cultural dos mass media com o ciberfascismo messiânico altera o
espaço geral da cultura brasileira?
Facções da universidade privada
flertam com a formação deste bloco de poder virtual e atual da direita brasileira;
cientistas políticos empolgam-se com a virada da esquerda para a direita no
poder brasileiro via eleições; o governo Temer foi o começo de uma era com a
direita no poder de Estado com perspectiva de se perpetuar; uma parte da nação
assiste aturdida a ascensão da extrema-direita na política nacional e local, no
espaço público e privado; a esquerda caminha para o enfraquecimento, para o desmilinguir-se, permanente caso continue sob o domínio do
Partido dos Trabalhadores.
O PT é um partido da velha
sociedade salarial industrial. Seus intelectuais são reféns da velha cultura industrial paulista.
O pensamento político do PT é a decadência da dominação da velha sociedade
fóssil brasileira. Na era lula, o PT fez
aliança com o capital financeiro mundial (e Bancos locais) tendo como elo de ligação o pagamento de uma dívida financeira externa que não parou de
crescer. Com Lula, o lucro do capital fictício chegou ao apogeu de um
capitalismo ora em acuado pela realidade capitalista dos fatos. .
Com o desaparecimento da
dominação econômica da velha sociedade industrial, toda a sua superestrutura
ideológica e política se inclina, lentamente, para o colapso irrevogável. No
vácuo da dominação econômica e da articulação da hegemonia que fazem pendant
com o velho modelo da sociedade industrial do automóvel, emerge o capitalismo
neocolonial do terceiro mundo.
O neofascismo tropicalista e o
bloco de poder da direita oligárquica neófita se apresentam como fenômenos
(subjetivo e objetivo) superestruturais do capitalismo neocolonial do
terceiro-mundo. O que os define é não ter como actrator, como fantasia
lacaniana do futuro, um novo modelo industrial tendo como carro-chefe o Estado-cientista capaz de
articular o sistema universitário estatal
e instituições de pesquisa à cibercultura. O novo Brasil industrial só se
fará com mil Embrapas.
II
O marxismo de Marx e Engels
reduziu o Estado a um instrumento (aparelho de Estado) fazendo pendant com o
poder do Estado exercido por classes sociais. (Balibar: 94). O Estado é a
realidade conceituada como um fenômeno objetivo no campo político das classes
sociais. A lógica dos interesses econômico de classe atua como um determinismo
economicista.
O conceito supracitado não foi o
guia da prática política do PT? A política não foi vivida intencionalmente como
relação do uso do poder de Estado pelo
partido político na lógica do domínio das classes sociais? Não há algo faltando
na prática política petista? A falta em questão não levou a política petista
para o caminho da corrupção da política nacional em uma escala que ultrapassou
a corrupção tradicional da política oligárquica?
O leitor já deve ter percebido
que faltou ao PT no poder de Estado uma relação entre ética e política:
“El Estado es la realidad de la
idea ética, el espíritu ético encuanto voluntad patente, ostensible a sí
misma, sustancial, que se piensa y sabe y cumple aquello que sabe y en la
medida en que lo sabe. En la costumbre
tiene su existência inmediata, y en la autoconciencia del indivíduo, en su
saber y actividad, tiene su existencia mediada, así como esta autoconciencia
–por el caráter – tiene en él cual
esencia suya, finalidad y productos de su
actividad, su libertad sustancial.
(Hegel. 1993: 678).
Afinal como pensar a ética na sua
relação com a prática política? E como pensar a ética em relação ao partido
político?
A cultura pode ser concebida como
domínio do relativo que dá existência ao pensamento, como consciência do
indivíduo na forma do universal, pessoa
universal: homem:
“Deste modo, o homem vale porque
é homem, não porque seja judeu, católico, protestante, alemão ou italiano. Tal
consciencialização do valor do pensamento universal tem uma importância
infinita, e só se torna um erro quando cristaliza na forma do cosmopolitismo
para se opor `vida concreta do Estado”. (Hegel. 1990:195).
A política se faz com ideias e
homens. As ideias precisam encontrar a sua força prática: “Hablando en términos
generales, las ideas no pueden ejecutar
nada. Para la ejecución de las ideas hacen falta hombres que dispongan de cierta
fuerza práctica”. (Lenin.1974:29). Assim, as ideias precisam encontrar a sua
força prática no domínio relativo da cultura que dá existência ao pensamento
político de uma conjuntura gramatical. As ideias são aquelas de uma gramática
que necessita fazer junção com seu
gramático como força prática. A gramática é uma lógica normativa que pode fazer
junção com um condottiere maquiavélico
ou com um gramático democrático.
A prática política democrática
pode ser constituída de homens que disponham de certa força prática que
dispensa a ética democrática? Uma democracia sobrevive sem partido político como
uma força prática de homens e mulheres? A democracia representativa pode funcionar sem ética democrática? O que
significa uma democracia sem democratas tout
court?
A ética democrática tem como
fundamentos a igualdade e a liberdade. Ela
tem que ser o avesso da ética oligárquica: “ajudar o amigo, prejudicar
os outros”. A igualdade e a liberdade articulam uma ética que significa “não
prejudicar”?
A democracia representativa é
habitada por uma variedade de partidos que vai, virtualmente, do partido
oligárquico ao partido democrático. No Brasil,
partidos totalitários ocupam o proscênio da cena política. E os partidos
democráticos existem de modo latente. A rigor, temos uma democracia sem
democratas.
A democracia 1988 criou um Estado
getulista 1988. Estado feito pela
leitura da ideologia getulista na Assembleia Constituinte Nacional. Duas
facções se chocaram com a criação do Estado getulista 1988. O Centrão e o
presidente da República, por acidente de percurso, José Sarney. O Centrão
aparece como uma panóplia de facções da direita oligárquica. José Sarney
representava as forças política e ideológica da velha indústria capitalista
dependente e do capital financeiro.
A democracia 1988 criou também um
centro ético da política. A prova é a derrubada do presidente Collor de Mello
em 1993, por corrupção. Nesta conjuntura, o PT se apresentava como o Partido da
ética republicana. Ele se apresentava também como o partido do Estado getulista
1988.
A crise econômica da era Sarney
foi vencida pelo governo FHC sem precisar desestabilizar o Estado getulista
1988. Nesta época de PSDB no poder nacional, tal partido tinha a aparência de
semblância de um partido democrático e o PT na oposição aparecia como o centro
ético republicano da política nacional.
A era Lula não desestabilizou a
dialética situação versus oposição? Os governos petistas fizeram da corrupção
da coisa pública (corrupção da res pública) moeda de troca para obter maioria
oligárquica no Congresso. A governabilidade petista destruiu o centro ético
republicano; também desarticulou a democracia como alternância de partidos no
governo nacional; o PSDB se tornou a sombra de um partido democrático de
oposição, pois foi tragado pelo processo de oligarquização da representação
política democrática.
III
O marxista espanhol Adolfo
Sánchez Vázquez viveu exilado no México na era fascista da Espanha. Filósofo
debruçado sobre o campo da ética, escreveu o livro “Ética”.
Ele trabalha com a diferença
capital entre moral e ética. A moral é
um campo da prática, do comportamento prático-moral. A reflexão da prática
moral se constitui como o domínio da ética. (Vázquez: 7).
A ética não cria a moral, mesmo a
moral supondo determinados princípios normas ou regras de comportamento. A
ética não estabelece a moral em uma determinada comunidade. A moral é uma
gramática criada por forças da história.
Diz Sánchez: “A ética é a teoria
ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade”. Trata-se, portanto,
da relação entre teoria e prática!
A teoria pode ser concebida como
o gramático da moral como gramática? Sigo este caminho. Aqui falo sobre o
gramático, sobretudo!
Nosso filósofo distingue entre a
ética moderna e a ética contemporânea.
A ética moderna domina do século
XVI ao século XIX. Trata-se da ética
antropocêntrica (em contraste com a ética teocêntrica e teológica da Idade
Média), que atinge seu apogeu com Kant.
A ética moderna serve à junção da ciência moderna com o capitalismo industrial.
Ela, também, é a ética da sociedade burguesa da modernidade e das revoluções
burguesas. Ela faz pendant com a substituição da religião como forma espiritual
dominante pelas ideologias seculares:
“O homem adquire um valor
pessoal, não só como ser espiritual, mas também como ser corpóreo, sensível, e
não só como ser dotado de razão, mas também de
vontade. Sua natureza não somente se revela na contemplação, mas também
na ação”. (Vázquez: 247).
O problema da moralidade exige
que se proponha a questão do fundamento da bonade dos atos, ou seja, em que
consiste o bom.
“Já conhecemos a resposta de Kant: o único bom
em si mesmo, sem restrição, é uma boa vontade. A bondade de uma ação não e deve
procurar em si mesma, mas na vontade com
que se fez. Mesmo quando é que uma vontade é boa, ou como uma boa vontade age
ou quer? É boa a vontade que age por puro respeito ao dever, em razões outras a
não ser o cumprimento do dever ou a sujeição à lei moral”. (Vázquez: 249-250).
Sujeição a qual lei moral?
Sujeição à gramatica da democracia. Não há gramática da democracia sem campo
moral democrático. Podemos aceitar que esta gramática se encontra em Kant e
Hegel.
A ética contemporânea parece ter
começado com Marx. Na ética de Marx, o sujeito soberano kantiano, ativo e livre
é substituído por um sujeito cuja liberdade é restringida pela tradição;
“Os homens fazem sua própria
história, mas não a fazem como querem;
não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se
defrontam diretamente, ligadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas
as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos”. (Marx: 335).
Encurtando o caminho. A ética da
boa vontade política cede seu lugar à gramática dialética da luta de classes e
da revolução social. Historialmente, a dialética levou a uma gramática
totalitária que desestabilizou a gramática da boa vontade política na
democracia realmente existente.
A luta contra o capitalismo criou
a fórmula: democracia representativa = autocracia capitalista. O fascismo se
legitima (negativamente em termos éticos) pela equação supracitada.
Com a crise irrevogável do
comunismo, a democracia representativa aparece como ética do capitalismo
democrático. O Estado do bem-estar social e a ideologia socialdemocrata são
parte da era do capitalismo da sociedade de mercado democrática.
A crise atual do capitalismo
mundial gerou uma gramática econômica ainda inconsciente para a elites
simbólicas. Elas não sabem que sabem que o capitalismo mundial encontrou uma
via para sua continuidade. Trata-se do capitalismo neocolonial mundial.
O capitalismo mundial neocolonial
tem vários modelos. O modelo capitalismo neocolonial do terceiro-mundo exige
formas políticas autocráticas e ideologias totalitárias. Esta via capitalista
dispensa o centro-moral da política? De fato, ele cria uma aparência de
semblância de um regime político ancorado em uma certa moralidade política para
conquistar as massas.
O fascismo se apresenta como se
constituindo a partir de um centro de moralidade da política. O Estado militar
1968 neofascista antecipou a existência da autocracia totalitária como moralidade
política. A continuação por outros meios do Estado supracitado parece ocorrer
com o messianismo neofascista. Seu opositor é o bolivariano que dispensa
moralidade como gramática de seu
exercício do poder nacional. A Venezuela de Maduro é a totalidade completa do
bolivariano.
IV
O neofascismo messiânico é uma força totalitária
agindo contra a democracia 1988. As forças ligadas a ele (Mercado financeiro e
grande elite econômica, facção cultural dos mass
media e quejandos) querem usá-lo para desestabilizar o Estado getulista 1988.
O velho capitalismo brasileiro pretende destruir o Estado getulista (contido na
Constituição 1988) mesmo que seja necessário para tal evento a dissolução da
democracia representativa brasileira.
Na conjuntura totalitária, a
defesa da democracia exige a formação de um centro ético-político democrático
de oposição. A ética da boa vontade na política deve ser assumida por partidos
democráticos de oposição na educação das massas grau zero totalitárias. A rede
de partidos democráticos deve se constituir como direção moral e intelectual da
vida política nacional.
Há muito chão ainda a percorrer
para o neofascismo tropicalista pôr um fim na democracia 1988!
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
DA FALSA CONSCIÊNCIA NEOFASCISTA
Há 12 conceitos de ideologia em Marx. O primeiro é a ideologia como falsa consciência. A falsa consciência é a ideologia funcionando em um estado de ocultação da realidade dos fatos.
O cientista da FGV-Rio Carlos Pereira e o professor de relações internacionais argentino Violla da UNB duvidam da existência do bolsonarismo. Claro que eles querem dizer que o bolsonarismo não existe como um fenômeno politico orgânico na política brasileira. Eles vão contra os fatos, pois, o bolsonarismo está na iminência de se constituir como o maior partido, em sentido amplo, da Câmara dos deputados nacional. Portanto, Pereira e Violla são dois intelectuais no trabalho de tecer a falsa consciência neofascista tropical. Por quê?
Prreira e Violla se valem do espontaneismo ideológico neofascista (ideologia de rua neofascista) para dizer que o fascismo não se enco0ntra na realidade dos fatos político e muito menos ideológica.
A falsa consciência neofascista tropical é um fenômeno das massas grau zero gramaticalizadas como bolsonaristas. As massas messiânicas (de Messias Bolsonaro) não se consideram fascistas. O Brasil é um país culturalmente provinciano, ou seja, voltado para o seu próprio umbigo. O Brasil crê que não faz parte das linhas historiais de força mundiais. Assim o Brasil pode construir uma falsa consciência que oculte a sua transformação em um país neofacista tropical na América Latina – como parte da ascensão do neofascismo mundial.
O nosso problema é que na cultura ilustrada dos EUA e Da Europa ocidental o Brasil vai perdendo a imagem simbólica do país do carnaval, bossa nova, garotas de Ipanema e Pelé. Ele troca tal símbolo pela imagem de um país neofascista tropicalista. No aeroportos dos países democráticos desenvolvidos (para onde os brasileiros gostam de viajar), o brasileiro será tratado como um estranho neofascista. A falsa ideologia neofascista de Carlos Pereira e Violla não significa nada para a polícia democrática dos países desenvolvidos dos aeroportos.
Como provincianos convictos, os brasileiros não creem no que escrevi acima. Vão ter que provar a maçã para ver que ela está podre.
NEOFASCISMO E RACIONALIDADE
Um fato consumado na política
brasileira é a sua aparência de
semblância de irracionalidade. No
entanto, tal semblância não engana a soberania popular.
A eleição presidencial 2018 segue
linhas de força ideológicas bem
racionais para o eleitor. Este vota majoritariamente contra duas ideologias:
ideologia bolivariana e ideologia
multiculturalista da mulher, negro e LGBT. Jair Messias Bolsonaro se tornou
o símbolo do antagonismo às ideologias supracitadas.
A campanha de Messias (ou o do messianismo) tem suas contradições no terreno ideológico econômico. . Uma ideologia nacionalista (da
burguesia de Estado) entra em choque com
a ideologia ultraliberal do Mercado
Financeiro e do grande capital. Este conflito diz respeito às contradições
do bloco-no-poder: bloco das frações e classes gramaticais dominantes.
A crise ideológica generalizada
poderá ser resolvida pacificamente?
A fabricação de uma ideologia do capitalismo neocolonial
do terceiro-mundo significa a ofensiva da grande burguesia fazendo pendant com
o Mercado Financeiro na luta pela
hegemonia no bloco-no-poder. O governo-partido neofascista pode ser o instrumento da ofensiva em questão. Ela
se desenvolve como parlamentarização do neofascismo em confronto com a
ideologia bolivariana. A contradição PSL versus PT na Câmara de deputados
nacional será o lugar para o desenvolvimento
do neofascismo tropicalista.
A gramática do neofascismo
encontra-se em formação. Tal gramática
requer um processo de fascização do aparelho
de Estado, principalmente do poder
judiciário e do Estado policial criado a partir da LavaJato, e também do
Exército. Se isto não for suficiente para a criação da gramática, o desenvolvimento da contradição ideológica neofascismo versus
bolivariano pode chegar a guerra do Brasil com a Venezuela. A guerra do neofascismo contra a Venezuela não pode render ao Estado-partido neofascista , tropicalista, o elo político que faltava para uma aliança formal com os EUA, de Donald Trump?
A criação do Estado-partido
neofascista é a fantasia lacaniana do futuro da terceira década do século XXI.
Claro que estou falando de uma linha
de força gramatical que para se
tornar hegemônica precisa que o neofascismo se torne a política hegemônica e a ideologia
dominante da grande burguesia e de sua
hegemonia no bloco-no-poder. Esta exige que o
capitalismo neocolonial do terceiro-mundo acabe no comando da economia brasileira,
da política nacional; e se transforme em
ideologia dominante neofascista.
Como o leitor pode entrever, há
uma caminho racional para o domínio do neofascismo tropicalista. Porém,
ele não será pacífico!
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
HEGEL. Princípios da filosofia do
direito. Lisboa: Guimarães Editores, 1990
HEGEL. Fundamentos de la
filosofia del derecho. Madri: Libertarias/Prodhufi, 1993
LENIN. Cuadernos filosóficos.
Madrid: Ayuso, 1974
MARX. Os Pensadores. O 18
Brumário de Luís Bonaparte. SP: Abril Cultural, 1974
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética.
RJ: Civilização Brasileira, 1982
Nenhum comentário:
Postar um comentário