José Paulo
O campo político cesarista é associado ao nome de Júlio
César. O cesarismo faz assurgir a grande ratazana perversa da história mundial;
é um campo hiperbólico de gosto (Bloom: 682), isto é, da estética do discurso
político do perverso. Júlio César é um efeito do campo cesarista do perverso
hiperbólico? Júlio é um homem doente,
fraco em seu corpo real> isto não quer dizer nada para uma Roma dramática
que o toma como um deus cheio de vida, exuberantemente nietzschiano?
Cássio salva Júlio desmaiado de se afogar no Tibre. E mais
ainda:
Cássio. - “e o homem se tornou agora um deus e Cássio não
passa de um miserável criatura que deve inclinar-se humildemente, quando César
se digna fazer-lhe uma ligeira saudação! Quando esteve na Espanha, teve febres
e quando o acesso o acometia, notei como ele tremia. É verdade, esse deus
tremia! A cor lhe fugira dos lábios covardes e os mesmos olhos, cujo domínio
atemorizava o mundo, tinham perdido o brilho. Eu o ouvi gemer, sim, e essa
mesma língua que ordena aos romanos que o observam e escrevam em livros os
discursos que pronuncia, ai! Gritava: ‘Daime alguma coisa para beber.
Titínio’!’. Do mesmo modo que uma menina doente. Pelos deuses! Não posso
compreender como um homem de constituição tão fraca possa ter em suas mãos o
frêmito do mundo majestoso e sozinho carregar a palma! (clamores. Fanfarras)”.
(Shakespeare. “Júlio...”: 423).
Em qual filosofia encontra a gramática de sentido do mundo
cesarista?
Gramsci fala do cesarismo progressivo e regressivo. César e
napoleão Bonaparte são progressivo e Bismark e Napoleão III regressivo
(Gramsci. V. 3: 1619). O regressivo é o sentido imaginário:
“No cristianismo, nem a moral nem a religião se acham em
contato com um ponto sequer da realidade. Só causas imaginárias [<Deus>,
<alma> , <eu. <espirito>, <o livre arbítrio> - ou também o
<não livre>]; são efeitos imaginários [<pecado> <salvação> ,
<graça>, < castigo>, <perdão dos pecados>. Uma relação entre
seres imaginários [<Deus>, <espíritos>, <almas>; uma ciência
natural imaginária [antropocêntrica; uma falta absoluta de conceito das causas
naturais]; uma psicologia imaginária [só erros próprios, interpretações de
sentimentos agradáveis, por exemplo dos estados do nervus sympathicus com o
auxílio da linguagem figurada da idiossincrasia religiosa-moral, -
<arrependimento>, <remorso> < tentação do diabo>, <a presença
de Deus>; uma teologia imaginária [o reino de Deus>; <o juízo
final>, <a vida eterna>]. Este mundo de ficções puras distingue-se,
com muita desvantagem para ele, do mundo dos sonhos, em que este reflete a
realidade, ao passo que o outro não faz mais do que falseá-la, desprezá-la e
negá-la”. (Nietzche. 1974:26).
Não sentido imaginário a percepção do campo cesarista vem do
sentido imaginário como progressivo e regressivo. Porém, na gramática de
sentido progressivo é homem político e regressivo ratazana perversa.
2
A suspeita de que o grande homem quer desintegrar a forma de
governo republicana e pôr no lugar a ditadura do Um é o sentido imaginário
<ovo da serpente>:
“Bruto. – O mesmo pode acontecer com César. Logo, antes que
ele assim faça, precisamos agir para que isso não aconteça. E como os motivos
de queixa que temos contra ele não oferecem cor plausível, visto de quem se
trata, vamos dar-lhe esta forma, dizendo que se for aumentado o que já é,
surgirão estas e aquelas tiranias; e assim deve ser considerado como o ovo da
serpente que, incubado, poderia tornar-se perigoso, como todos os de sua
espécie. Logo, é preciso que o matemos ainda na casca”. (Shakespeare. Júlio...:
431)
Cícero é uma personagem do “Júlio César”. Para ele a ratazana
perversa política não existe, portanto, Júlio não é uma ratazana perversa de
desintegração da República, pois ele é o maître do sentido imaginário do campo
político romano:
“V. Com efeito, não devemos ouvir os subterfúgios que
empregam os que pretendem gozar facilmente de uma vida ociosa, embora digam que
acarreta miséria e perigo auxiliar a República., rodeada de pessoas incapazes
de realizar o bem, com as quais a comparação ´humilhante, em cujo combate há
risco, principalmente diante da multidão revoltada, pelo que não é prudente
toma as rédeas quando não se podem conter os ímpetos desordenados do populacho,
nem é generoso expor-se, na luta com adversários impuros; a injúrias ou
ultrajes que a sensatez não tolera: como se os homens de grande virtude,
animosos e dotados de espírito vigoroso, pudessem ambicionar o poder com o
objetivo mais legítimo que o de sacudir o jugo dos maus, evitando que estes
despedacem a República, que um dia os homens honestos poderiam desejar, mas
então inutilmente, erguer de suas ruínas”. (Cícero: 148-149).
O sentido imaginário tem na retórica de Cícero um modelo
eterno de discurso político que alcança a nossa atualidade como ersatz da
imagem do homem político em geral.
3
A gramática de sentido do cesarismo faz um contraponto com a
gramática de sentido do cristianismo:
“O que é bom? – tudo quanto aumenta no homem o sentimento de
poder, a vontade para o poder, o próprio poder”.
“O que é mau? – Tudo quanto procede da fraqueza”.
O que é felicidade? – O sentimento com que o poder se
engrandece, - com que se vence uma resistência. “
‘Não contentamento, senão mais poder,; não paz antes de tudo,
senão guerra; não virtude, senão valor, virtude (no estilo do renascimento);
virtú, virtude desprovida de impostura”.
“Pereçam os fracos e os fracassados: primeiro princípio do
nosso amor ao homem. E até cumpre ajuda-los a desaparecer”.
“O que é mais nocivo do que qualquer vício? A piedade da
acção com os fracassados e com os fracos: - o cristianismo”. (Nietzsche. 1916:
14-15).
A ratazana perversa é a política do mais-gozar, mais poder; o
homem político é o ersatz do homem cristão:
A filosofia do hiperbólico é a gramática de sentido da
ratazana perversa: “Olhemo-nos frente a frente. Somos hiperbóreos, e sabemos
muito bem como vivemos separadamente” (Nietzsche. 1916: 13) do homem comum e do
homem político dois fenômenos do homem cristão:
“Não se diz < o nada> põe-se em seu lugar <o mais
além> ou antes <Deus> ou <a vida verdadeira> ou antes o nirvana,
a salvação, a bem aventurança... Esta inocente retórica, originária do reino da
idiossincrasia religioso-moral, parecer4á depois muito menos inocente, se se
compreender que tendência se embuça neste caso na capa de palavras sublimes; a
tendência inimiga da vida. Schopenhauer era inimigo da vida, por isso a piedade
converteu-se para ele em uma virtude...Sabe-se que Aristóteles via na piedade
um estado enfermiço e perigoso, que se fazia bem em remediar de vez em quando por
meio de um purgante, e considerava a tragédia como purga. Para proteger o
instinto da vida, seria necessário com efeito procurar um meio de dar um golpe
a uma acumulação de piedade como representa o caso Schopenhauer (e
desgraçadamente também o de toda a nossa décadence literária e artística, desse
S. Petesburgo a Paris, de Tolstoi a Wagner), além de fazer arrebentar ...Nada é
tão doente, no meio de nosso modernismo doentio, como a piedade cristã. Sermos
médico, sermos implacável neste caso, dirigirmos o escalpelo, isto não cabe,
esta é a nossa espécie de amor ao homem, por ela nós somos filósofos, nós os
hiperbóreos”. (Nietzsche. 2016: 19).
4
A peça “Antônio e Cleópatra” é sobre o campo político
cesarista. As personagens principais
são os significantes universais desse campo. De início, Antônio e Cleópatra são
o homem político carismático, a fêmea política carismática; eles habitam a
dimensão da mitologia do real?
“Mesmo se a história assim o permitisse, como assimilaríamos
a noção de Antônio e Cleópatra como imperador e imperatriz, primeiro do
Oriente, mais tarde do ‘mundo’? Se assim fosse, não haveria peça, e Shakespeare
exulta com as oportunidades que lhe são oferecidas p0elos protagonistas,
titânicos, exuberantes, cheios de vida, indiferentes às consequências d seu
glamour”. (Bloom: 684).
Se o casal fosse o significante mestre do campo político
cesarista não haveria peça. O significante mestre é Otávio César, a grande
besta (Shakespeare. “Antônio...’: da
política romana, isto é, a ratazana perversa sublime/soberana do cesarismo:
‘Cleópatra. – Mas vamos escutá-las, Antônio. Quem sabe se
Fúlvia não está irritada? Ou quem sabe se o quase imberbe César não vos envia
ordens soberanas: ’Fazei isto ou aquilo; apodera-te desse reino, liberta
aquele. Obedece a nossas ordens ou terás de arrepender-te’”. (idem: 796).
A fêmea política é cínica verdadeira:
Enobarbo.- As demais mulheres saciam os apetites a que dão
pasto, ela, porém quanto mais a fome satisfaz, mais a desperta, pois infunde
nas mais vis coisas tal atrativo que os santos sacerdotes a abençoam no momento de suas devassidões”.
(idem: 814-815).
Cleópatra não é o amor cortes de Antônio; ela é o fetiche
perverso, ela traz Antônio para o campo das paixões do grande homem político
perverso; o casal é o significante da comunidade psíquica do significante do
perverso Oriente/Ocidente:
“Antônio. – Que se apresente. Preciso partir estes poderosos
laços egípcios, para que esta paixão extravagante não me perca”.
[...]
Antônio. – Partindo, ela me fez um bem; esta mão, que a
repelia, gostaria de reconquistá-la...É preciso romper com esta rainha
fascinadora. Dez mil calamidades, mais do que os males que conheço, estão sendo
incubados por minha indolência”. (Idem; 800).
: Antônio não sente dor física? Ele é um falso perverso? Antônio
não chora a morte de sua esposa romana Fúlvia. Verdadeira perversa do teatro
mundo, Cleópatra fica perplexa:
Cleópatra. – Oh! falsíssimo amor! Onde estão os vasos
sagrados que devíeis encher com as lágrimas da vossa dor? Estou vendo agora,
pela morte de Fúlvia, como será recebido a minha”. (Idem: 803).
5
A relação entre comunidade psíquica de significante perverso
e o mundo cesarista remete para modos de ser psíquicos:
‘Enobarbo. – Elogiarei qualquer homem que me elogia, embora
não possa ser negado o que fiz na terra.
Menas. – Nem o que eu fiz no mar.
Enobarbo. – Para vossa própria segurança podeis negar alguma
coisa, estou certo. Fostes um grande ladrão no mar.
Menas.- E vós da terra. (Shakespeare. (“Antônio...”: 822).
Enobarbo e Menas são os pequenos homens políticos falsos
cínicos, pois, desconsideram máscaras ideológicas na definição do cinismo.
Enobarbo. – Renego semelhante serviço em terr. Apertai minha
mão, Menas. Se nossos olhos tivessem autoridade, prenderiam aqui dois ladrões
que se abraçam.
Menas. – Os rostos de todos os homens são sinceros, sejam o
que forem suas mãos.
Enobarbo. – Porém a mulher bela nunca tem o rosto sincero.
Menas. – Sem querer ser maledicente, elas roubam corações.
(idem: 822).
A fêmea bela não é sincera, não deixa transparecer sentidos
no rosto. Ela é a verdadeira perversa na qual o rosto é o mundo como teatro de
comédia.
6
Marco Antônio, Octávio César e Lépido são os triúnviros
proprietários militares do mundo. Lépido é um significante interessante pois
ele ´o pequeno grande homem político comum em uma posição de poder soberano:
“Segundo Servidor. – Lépido já está muito vermelho.
Primeiro Servidor. – Fizeram que ele bebesse todos os restos
das garrafas.
Segundo Servidor. – Assim que a discussão piora, grita logo:
’Basta!’, Reconcilia-os com suas exortações, enquanto ele se reconcilia com a
bebida.
Primeiro Servidor. -
Mas uma guerra ainda se levanta entre ele e sua prudência.
Segundo Servidor. – Ora, aí está o que é ter o nome metido na
sociedade dos grandes homens. Preferiria ter uma vara que me prestasse algum
serviço, a uma partazana que não conseguisse levantar.
Primeiro Servidor. – Ser convidado para as altas esferas, e
não ser visato nela mover-se, seria o mesmo que ter buracos no lugar onde
deveriam estar os olhos, o que é um lamentável desastre para as faces”. (Idem:
823).
O que é Pompeu? Uma máquina de guerra romana? Ele poderia ser
uma grande ratazana perversa militar capaz de se tornar o senhor do campo
cesarista? Ele se encontra com os
triúnviros:
Menas. – Vou repetir. Quereis ser senhor de todo o universo?
[...]
Pompeu.- De que maneira?
Menas. – Esses três pilares do mundo, esses competidores,
estão em vosso navio. Deixai-me cortar o cabo e, quando estivermos em alto mar,
saltemos em cima deles e o mundo vos pertencerá.
Pompeu. – Ah! Devias ter feito isto e não falado. De minha
parte, seria uma vilania; da tua, teria sido um bom serviço. Deves saber que
não é meu interesse que serve de guia à minha honra, porém a honra serve de
guia ao meu interesse. Arrepende-te por haver deixado tua língua atraiçoar-te a
intenção. Se essa coisa tivesse sido feita sem que eu soubesse, achá-la-ia
bem-feita quando soubesse, porém, agora, devo condená-la. Desiste e vamos
beber”. (Shakespeare. ‘Antônio...”: 824-825).
Pompeu vive sob aparências de semblância Ele é o grande homem
político ideológico que vê no cinismo do amigo um instrumento secreto para ele
se tornar o senhor do universo, sem que o mundo saiba que ele não é um homem
honrado, que ele é um grande patife romano maquiavélico.
7
Amigo de Sexto Pompeu, Menas queria transformar Pompeu na
grande ratazana perversa do cesarismo. Pompeu pertenceria a comunidade psíquica
do significante ratazana cesarista. O princípio de prazer da festa assinala a
diferença entre Pompeu e César:
“Pompeu. - Esta festa ainda não é igual a uma de Alexandria.
Antônio. – Começa a assemelhar-se. Toquemos nossas taças. À
saúde de César.
César. – Poderia perfeitamente passar sem ela. É um trabalho
monstruoso. Quanto mais lavo meu cérebro, tanto mais ele se turva”. (Idem:
825).
Pompeu seria uma ratazana perversa grotesca do princípio de
prazer e César aparece como a ratazana perversa sublime pelo princípio do
mais-gozar, do cesarismo, como excedente do Estado, que rege a mais-valia
pública, fiscal, do Estado lacaniano romano. (Bandeira da Silveira. 2022: cap.
16).
César. – Já basta, não é? Boa noite, Pompeu. Permiti que Bom
irmão, permiti que vos leve. Esta frivolidade causa vergonha a nossas graves
preocupações. Amáveis senhores, separemo-nos. Estais vendo como nossas faces
estão incendiadas? O vigoroso Eno barbo é mais fraco do que o vinho e minha
própria língua se embaraça naquilo que fala. Esta mascarada selvagem quase
transformou todos nós em seres grotescos. Que necessidade temos de mais
palavras?”. (Shakespeare; “Antônio...”: 826).
5
O sonho de Cleópatra com Antônio morto abre as comportas da
gramática de sentido da comunidade psíquica de significante cesarista sublime
Ocidente/Oriente, Roma/Alexandria:
“Cleópatra. – Suas pernas abarcavam o oceano. Seu braço,
levantado, servia de cimeira para o mundo. Dirigindo-se aos amigos, sua voz era
harmoniosa como a música das esferas, mas quando queria dominar e fazer tremer
o globo, era como o estrondo do trovão. Quanto à generosidade, não conhecia o
inverno: era um perpétuo outono, sempre mais fértil à medida que era mais
colhido. Seus deleites pareciam os do delfim, mostrando o dorso acima do
elemento em que vive. Em sua comitiva, iam reis portadores de diademas e de
coroas. Reinos e ilhas caíam de seus bolsos como moedas de prata”.
(Shakespeare. “Antônio...”: 864).
Com Antônio morto, a peça se desenvolve a partir do agir
estratégico (Mccarthy:333) de Cleópatra contra César. Cesar quer fazer a
entrada triunfal em Roma com Cleópatra como súdita do império romano
Ocidente/Oriente. Cleópatra quer simular, dissimular, mentir, enganar César (Bloom:
694). Cleópatra tem a retórica histriônica, hiperbólica da grande fêmea
verdadeiramente perversa em vida. (Bloom: 692,696). Com o suicídio triunfal de
Cleópatra o cesarismo deixaria de ser a gramática de sentido do modo de ser psíquico
Roma/Alexandria. O Estado lacaniano cesarista deixa de ser a obra de arte que
seria com Antônio:
“Cleópatra. – Porém, se existiu ou7 possa ter existido algum
dia semelhante pessoa, esse homem está além do que possam imaginar os sonhos.
Falta à natureza matéria para competir, em formas estranhas, com a imaginação.
Entretanto, imaginar que um Antônio era uma obra-prima em que a natureza
superava a imaginação, reduz a nada as criações do pensamento”. (Shakespeare.
“Antônio...”: 864).
A imagem da crueldade de César se estabelece na relação da
resistência do mundo ao poder cesarista dele:
“César. – Ficai sabendo, Cleópatra, que estamos muito mais
dispostos a desculpar vossas faltas do que as castigá-las. Se vós conformardes
com nossas intenções, que são quanto a vós das mais benévolas, encontrareis
neste caminho um benefício; porém, se tratais, continuando a conduta de
Antônio, de fazer que me acusem de crueldade, vós mesma vos privareis de minha
benevolência e estregareis vossos filhos à ruína, de que vós preservarei se vos
apoiardes em mim. Despeço-me de vós”. (Shakespeare. “Antônio...”: 865).
A real ratazana perversa é relação social do indivíduo
soberano cesarista com o mundo. O cesarismo é o significante mestre que cria e
recria a história mundial Oriente e Ocidente.
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BOURDIEU, Pierre. Les régles de l’art. Paris: Seuil, 1992
BOURDIEU, Pierre. As regras da arte. SP: Companhia das
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CASSIN, Barbara. Ensaios sofísticos. SP: Siciliano, 1990
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