José Paulo
A lógica do perverso aparece como o real do mundo romano,
foraclusão da comunidade psíquica de significante (CPS) religioso do dominante-
em Lucrécio pela primeira vez na filosofia ocidental:
“Ora, é preciso que afugentem este temor e estas trevas do
espírito, não os raios do Sol nem os dardos lúcidos do dia, mas o espetáculo da
natureza e as suas leis. E, para início, tomaremos como base que não há coisa
alguma que tenha jamais surgido do nada por qualquer ação divina. De fato,
o terror oprime todos os mortais, apenas porque veem operar-se no céu e na
terra muitas coisas de que não podem de nenhum modo perceber as causas, e cuja
origem atribuem a um poder dos deuses. Assim, logo que assentemos em que nada
se pode criar do nada, veremos mais claramente o nosso objetivo, e donde podem
nascer as coisas e de que modo pode tudo acontecer sem a intervenção dos
deuses”. (Lucrécio: 41).
Em sua obra sobre Maquiavel, Claude Lefort esquece que o
Príncipe é da CPS do perverso. (Lefort; 1972). Lucrécia Borgia é a filha do
Papa e irmã de César Bórgia. Ela é retratada como falsa perversa, isto é, como
aparências de semblância inautêntica. (Arendt: 31). Lucrécia não é o cinismo
como brutalismo. (Souriau: 281). Este aparece na narrativa do Livro “O
Principe”, onde a lógica perversa de que nada se pode criar do nada, da lógica
dos deuses, da tela gramatical metafísica:
“Há duas maneiras de tornar-se príncipe e que não podem
atribuir-se totalmente à fortuna ou ao mérito. Não me parece bem, portanto,
deixar de falar nestes casos, se bem que deles se pudesse falar mais
detidamente onde se trata das repúblicas. Estas maneiras são duas: chegar ao
principado pela maldade, por vias celeradas, contrárias a todas as leis humanas
e divinas; e tornar-se príncipe por mercê do favor de seus conterrâneos. Para
nos referirmos ao primeiro destes modos, sem entrar, contudo, no mérito desta
parte, pois julgo que bastaria a alguém imitá-lo se estivesse em condição de
devê-lo fazer”. (Maquiavel. 1973: 41).
Aí temos a filosofia política escarrada da CPS do perverso da
fortuna como acaso e como verdade cínica do assassino:
“Agátocles Siciliano tornou-se rei d Siracusa, sendo não só
de impura origem mas também de condição abjeta. Filho de um oleiro, teve sempre
vida criminosa na sua mocidade. Acompanhava as suas maldades de tanto vigor de
ânimo e de corpo que, ingressando na milícia, chegou a ser pretor de Siracusa,
por força daquela maldade. Neste posto, deliberou tornar-se príncipe e manter,
pela violência e sem favor dos outros, aquele poder que lhe fora concedido por
acordo entre todos”. (Maquiavel. 1973: 40).
A concepção política de mundo do perverso do brutalismo é a
ideologia como vontade de poder (Heidegger: 133) gozar com o corpo década um e de
todos, da multidão. (Miller: 174). A prática política de Agátocles é esse
mais-gozar com o corpo político (Zizek: 2024) da multidão:
“Acerca deste seu desígnio, entendeu-se com Amílcar,
cartaginês, que estava com seus exércitos na Sicília, e, certa manhã, reuniu o
povo e o Senado de Siracusa, como se ele
tivesse de consultá-lo sobre os negócios públicos. E a um sinal combinado fez
que seus soldados matassem todos os senadores e os homens mais ricos da cidade.
Mortos estes, apoderou-se do governo daquela cidade e o conservou sem nenhuma
hostilidade por parte dos cidadãos”. (Maquiavel. 1973: 40).
Na atualidade, a gramática de sentido cínico/brutalista de
Agátocles tem no condottiere o rico Donal Trump uma paródia nada risível -para
a vida americana – do Príncipe maquiavélico. A gramática segue a lógica do
perverso que nada se cria do nada, mas do ocaso do poder político da soberania
popular.
2
Pelo realismo do marxismo atual, as novas gerações creem em
realidade objetiva independente do pensamento? Clement Rosset diz que este
pensamento é um conhecimento delirantemente psicótico (Rosset: 27). Marx seria
da comunidade psíquica de significante do psicótico? Freud é um especialista em
delírio, psicose e loucura:
“Torna-se um louco alguém que, a maioria das vezes, não
encontra ninguém para ajudá-lo a tornar real o seu delírio. Afirma-se, contudo
que cada um de nós se comporta, sob determinado aspecto, como um paranoico,
corrigi algum aspecto do mundo que lhe é insuportável pela elaboração de um
desejo e introduz esse delírio na realidade. Concede-se especial importância ao
caso em que a tentativa de obter uma certeza de felicidade e uma proteção
contra o sofrimento através de um remodelamento delirante da realidade, é
efetuada em comum por uma multidão. As religiões da humanidade devem ser
classificadas entre os delírios de massa desse tipo. É desnecessário dizer que
todo aquele que partilha um delírio jamais o reconhece como tal”. (Freud: 100).
Os marxistas do realismo soviético fazem de Marx um
psicótico? Ao se dirigir ao operariado alemão, Marx fala da tela gramatical
narrativa do capital capitalista:
De te fabula narratur! (Sur toi c’est ici rapporté!}. (Faye:
150). A realidade só existe na tela gramatical de um campo político do capital
ou do Estado. Assim, o problema do método da crítica da economia política do
capital é exposto assim:
“O concreto é concreto porque é a síntese de múltiplas
determinações, portanto, unidade do diverso. Aparece no pensamento como
processo de síntese, como resultado, não como ponto de partida, embora seja o
verdadeiro ponto de partida, e, em consequência, o ponto de partida também da
intuição e da representação”. (Marx. 1982:21). O conceito concreto é uma tela
gramatical narrativa na qual há a existência da realidade diferente da
realidade objetiva do realismo marxista soviético. O delírio de introduzir o conhecimento
na realidade – como psicose – não resiste a existência da realidade na tela de
gramática narrativa. Se o delírio psicótico caracteriza a comunidade psíquica
de significante do psicótico, então, Marx nunca habitou essa comunidade em
tela. Outrossim, o desejo do psicótico de delirar com a realidade não é o
desejo do perverso. Sade entendia um pouquinho do desejo do perverso:
“Mme de Saint-Ange: Soit; mais qu’Eugénie y prenne garde;
l’imagination ne nous sert que quand notre esprit est absolument dégagé de
préjugés: un seul suffit á la refroidir. Cette capricieuse portion de notre
esprit est d’un libertinagem que rien ne peut contenir; son plus grand
triomphe, ses délices les plus éminentes consistente á briser tous le freins
qu’on lui oppose; elle est ennemie de la régle, idolâtre du désordre et de tout
ce qui porte les couleurs du crime; voilà d’où vient la singulalière réponse
d’une fmme á imagination, qui foutait froidement avec son mari”. (Sade: 101).
O desejo do perverso é o grau zero da gramática de sentido do
desejo de ordem? Ele é criminoso? Ele quer se opor à lógica das coisas da ordem
do mundo?
3
A tela gramatical de Hegel é os Estados hegelianos, é o campo
político simbólico. Marx parte por revelar o grande Outro perverso, o capital.
Nietzsche tem como objeto da realidade o aparelho de hegemonia religioso de
Estado em uma gramática de sentido hiperbólica (Nietzsche. 1974: 15)). A lógica
hiperbólica é aquela da comunidade psíquica de significante do perverso, do
mundo como teatro do perverso:
“No cristianismo, nem a moral nem a religião se acham em
contacto com um ponto sequer da realidade. Só causas imaginárias (<Deus>,
<alma>, <eu>, <espírito>, <o livre arbítrio> - ou
também o <não livre>); só efeitos imaginários (<pecado.,
<salvação>, <graça>, <castigo>, <perdão dos pecados>).
Uma relação entre seres imaginários (<Deus., <espíritos>,
<almas>); uma ciência natural imaginária (antropocêntrica; uma falta
absoluta do conceito das causas naturais); uma psicologia imaginária (só erros
próprios, interpretações de sentimentos gerais agradáveis, por exemplo dos
estados de nervus sympathicus com o auxílio da linguagem figurada da
idiossincrasia religiosa-moral, - <arrependimento>, <remorso>,
<tentação do diabo>, <a presença de Deus>); uma teologia imaginária
(,o reino de Deus>;<,o juízo final>, <a vida eterna>). Este
mundo de ficções puras distingue- se, com muita desvantagem para ele, do mundo
dos sonhos, em que este reflete a realidade, ao passo que o outro não faz mais
do que fakseá-la, desprezá-la e negá-la”. (Nietzsche. 1974:26).
A concepção política de mundo cristã é do partido do
idealismo. (Lenin.1975: 267-268). A prática política cristã é regulada por uma
gramática de sentido idealista. Há quem fala do cristianismo como comunidade
psíquica de significante do neurótico. Nietzsche quer desintegrar a CPS do
neurótico como aparelho de hegemonia de Estado?
A tela gramatical narrativa metafísica/religiosa pode ser
diferente da cristã e continuar a existir como gravidade do aparelho de
hegemonia religioso?:
“Que importaria um Deus que não conhecesse nem a ira, nem a
vingança, nem a inveja, nem o engano, nem a astúcia, nem a violência, que
ignorasse até as maravilhas ordens da vitória e da destruição? Um tal Deus, não
se compreenderia; então para que o ter? – Sem dúvida, quando um povo perece;
quando sente desaparecer para sempre a sua fé no futuro, a sua esperança na
liberdade; quando o assujeitamento lhe parece ser de primeira necessidade;
quando as virtudes dos assujeitados entram na sua consciência, como condições
de conservação, aí é preciso também que o seu Deus se transforme. Tornar-se
então santarrão, medroso, humilde, aconselha a <paz da alma>, a ausência
de ódio, as considerações, até o <amor> tanto aos amigos como aos
inimigos. Não faz mais d que moralizar, esconder-se na cova de toas as virtudes
privadas, faz-se o deus de toda a gente, retira-se à vida particular, torna-se
cosmopolita... Noutro tempo representava um povo, a força de um povo, todo
agressivo e ávido de poder, precedente da alma de um povo, agora já não passa
do bom deus...Efetivamente não há alternativa para os deuses: ou bem são a
vontade de poder – e todo esse tempo serão deuses populares – ou bem são a impotência
do poder – e aí se tornam bons necessariamente”. (Nietzsche. 1974: 27-28).
A tela narrativa deísta deveria possuir afecções [ira,
astúcia etc.], ela deveria ser um artefato de gramática de sentido da lógica da
CPS-do perverso. A tela deísta nietzschiana tem ethos e páthos? Ela é uma tela
da formação social de um povo nacional em uma aporia com o cristianismo
cosmopolita? O aparelho de hegemonia de
Estado tem que ser potentia do verdadeiro perverso, isto é, como concepção
política de mundo do perverso com o significante-semblante hiperbólico. (Nietzsche. 1974: 19).
Donald Trump seria um efeito da tela da gramática de sentido
do verdadeiro perverso, dos deuses nietzschianos? A tela dos deuses nietzschianos destitui uma
outra tela, a tela niilista do falso perverso diabólico do romantismo alemão:
“Mefistófeles
Eu sou aquele gênio que nega e que destrói!
E o faço com razão; a obra da Criação
Caminha com vagar para a destruição.
Seria bem melhor se nada fosse criado.
Por isso, tudo aquilo a que chamas pecado,
Ou também ‘destruição’, ou simplesmente ‘o mal’
Constitui meu elemento eleito e natural”. (Goethe: 59-60).
Nietzsche:
“Mas não se deve esquecer que isso era considerado debaixo do
ponto de vista de uma filosofia que era niilista, que usava como divisa no seu
escudo a negação da vida”. (Nietzche. 1974:19).
O niilismo da natureza é a tela da gramática de sentido do
romantismo alemão que quer destituir o niilismo idealista cristão. Donald Trump
não é um ente nietzschiano, ele é um niilista da tela heteróclita do romantismo
alemão? Se eleito, a prática política governamental de Trump se revelará por
inteiro como falso perverso (Lacan. S. 18: 147) do pathos da lógica lacaniano? Isso é um problema da história americana e
mundial da terceira década do século XXI.
4
O diabólico e o Deus bem em si fazem pendant na tela
metafísica niilista contra a vida e a natureza:
“Onde quer que, por qualquer modo, diminua a vontade de
potentia, há sempre também um retrocesso fisiológico, uma decadência. A
divindade da decadência, castrada nas suas virtudes e instintos mais viris,
converte-se aí necessariamente no deus dos que se acham em um estado de
retrocesso fisiológico, no Deus dos fracos. Eles mesmos não se chamam fracos,
chamam-se <bons...>. Compreende-se, sem necessidade de outra coisa, em
que momentos da história se torna possível a ficção dualista de um Deus bom e
um Deus mau. Com o mesmo instinto de que se servem os submissos para rebaixar o
seu Deus até convertê-lo no ,bem em si>, apagam as boas qualidades do Deus
dos seus vencedores; vigam-se dos seus dominadores diabolizando o Deus destes.
O bom Deus, assim como o diabo, ambos são produções da decadência. (Nietzsche.
1974: 28).
A tela niilista é o significante-semblante da comunidade
psíquica de significante falso perverso do páthos:
“Mas o Deus do <grande número, o democrata entre os
deuses, não se faz, entretanto, um orgulhoso Deus pagão; continuou sendo judeu,
continuou sendo o Deus dos recantos clandestinos, o Deus de todas as esquinas e
lugares escuros, de todos os bairros doentios do mundo inteiro. O seu reino
universal é, agora como antes, um reino subterrâneo, um hospital, um reino
souterrain, um reino de judiaria. E ele próprio tão pálido tão fraco, tão
decadente ...Os mais sem cor, entre os sem cores fizeram-se senhores dele; os
senhores metafísicos {...}, ele próprio
se converteu em aranha, ele próprio um metafísico [...] A ruina de um Deus:
Deus converteu-se em <coisa em si...>”. (Nietzsche. 1974: 29).
A tela de gramática de sentido cosmopolita pode ser o modelo
de uma forma de governo metafísica democrática para todos e não uma tela teia
de aranha [com o poder governamental nas mãos de poucos] de um campo político
heteróclito autotélico, como o campo dos EUA. que funciona sem a determinação
do voto popular. A tela metafísica coisa em si é a secularização da tela
religiosa, ela joga o Deus do falso perverso do páthos para a escuridão sem
luzes barrocas do campo heteróclito da contemporaneidade.
5
A perversão da imaginação é o cinismo inautêntico do <olho
do mal> popular lançado sobre todas
as coisas, é o acaso que perdeu a inocência para o homem comum:
“Quando por meio da recompensa e do castigo se tirou do mundo
o acaso natural, há necessidade de um acaso contra a natureza [...] - a moral,
como perversão sistemática da imaginação, como o olho do mal para todas as
coisas. O que é a moral judaica, o que é a moral cristã? O acaso que perdeu a
sua inocência; a infelicidade manchada pela ideia do <pecado>; o
bem-estar como perigo, como <tentação>; o mal-estar fisiológico
envenenado pelo verme roedor da consciência”. (Nietzsche. 1916: 44).
O mal do olho é o acaso como infralógica ou supralógica? “Assim, as inferências feitas pelo método de
redução ao absurdo, da forma” (Newton da Costa. 2019:20), voando abaixo do
radar da lógica clássica. Um caso de infralógica foi explorada por Freud:
“Acho que agora posso ouvir uma voz solene me reprendendo: ‘É
precisamente porque teu próximo não ´digno de amor, ao contrário, é teu
inimigo, que deves amá-lo como a ti mesmo. Compreendo então que se trata de um
caso semelhante ao do <Credo quia absurdum>. (Freud: 132).
A supralógica do <Credo...> é esclarecida por Freud:
A primeira é o <Credo quia absurdum> [atribuído a
Tertuliano], do primeiro Padre da Igreja. Sustenta que as ideologias
religiosas, estão fora da jurisdição da razão – acima dela. Sua verdade deve
ser sentida interiormente, e não precisam se compreendidas. [...] se a verdade
das doutrinas religiosas depende de uma experiência interior que dá testemunho
dessa verdade, o que se deve fazer com as muitas pessoas que não dispõem dessa
rara experiência? Pode-se exigir que todo homem utilize o dom da razão de que é
possuidor, mas não se pode exigir, com base num motivo que existe apenas para
poucos, uma obrigação que se aplique a todos. Se determinado homem obteve uma
convicção inabalável respeito da verdadeira realidade das ideologias
religiosas, a partir de um estado de êxtase que o comoveu profundamente, que
significação isso tem para os outros? (Freud: 40-41).
Freud pensa o Estado (fundado no amor da vida comunitária)
articulado como supralógica cristã do cosmopolitismo mundial em comparação ao
Estado lógico romano nacional:
“Quando, outrora, o Apóstolo Paulo postulou o amor universal
entre os homens como fundamento de sua comunidade cristã, uma extrema
intolerância por parte da cristandade para com os que permaneceram fora dela
tornou-se uma consequência inevitável. Para os romanos, que não fundaram no
amor de sua vida comunitária como Estado, a intolerância religiosa era algo
estranho, embora, entre eles, a religião fosse de interesse do Estado e este se
achasse inundado por ela”. (Freud: 136-137).
A gramática de sentido freudiana é cinismo autêntico em
oposição à infralógica do <Credo quia absurdum>. Esta é confrontada pela
lógica do <homo homini lupus>, de Plauto, na qual a essência do homem é a
perversão sem aparência de semblância verdadeira, significante-semblante
inautêntico cínico do páthos da civilização policiada:
“O elemento de verdade por trás disso tudo, elemento que as
pessoas estão tão dispostas a rechaçar, é que os homens não são seres gentis
que desejam ser amados e que, no máximo, podem se defender quando atacados; ao
contrário, são seres entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta uma
poderosa soma de agressividade. Em resultado disso, o seu próximo é, para eles,
não apenas um auxiliar potencial ou um objeto sexual, mas também alguém que os
tenta a satisfazer sobre ele a sua agressividade, a explorar sua capacidade de
trabalho sem compensação, utilizá-lo sexualmente sem o seu consentimento,
apoderar-se de suas propriedades, humilhá-lo, causar-lhe sofrimento, torturá-lo
e matá-lo. <Homo homini lupus>”. (Freud: 133).
6
Nietzsche fala da gramática de sentido instintual da classe
dirigente de um povo religioso:
“O cristianismo desenvolveu-se em um terreno completamente
falso, onde toda a natureza, todo o valor natural, toda a realidade tinham
contra si os instintos mais profundos das classes dirigentes, uma forma de
inimizade de morte contra a realidade, que desde então não foi sobrepujada. O <povo eleito> que não
guardasse para toas s coisas se3não valores de sacerdote e que havia separada
de si, com uma lógica capaz de meter medo, como <ímpio>, como
<mundo>, como <pecado>, tudo o que ainda estava na potentia sobre a
terra – esse povo criou para os seus instintos uma última fórmula, que era
consequente até à negação de si mesmo: até negou, no cristianismo, a última
forma de realidade, , o <povo sagrado>, o <povo dos eleitos> a
própria realidade judaica. O caso é de primeira instancia: o pequeno movimento
insurrecional, batizado com o nome de Jesus de Nazaré, é uma repetição do
instinto judaico – por outras palavras, o instinto sacerdotal que não suporta
mais a realidade do sacerdote, a invenção de uma forma da existência ainda mais
abstrata; de uma visão de mundo ainda mais ideal, do que a que condiciona a
organização da Igreja. O cristianismo nega a Igreja”. (Nietzsche. 1916: 48).
Jesus quer trocar a lógica política simbólica da Igreja pela
infralógica subpolítica da seita? (Weber: 72). Ou ele é a guerra civil (stásis)
por uma gramática de sentido instintual sacerdotal sem o sacerdote? Jesus é uma insurreição da compulsão à
repetição da gramática de sentido instintual judaica. É uma guerra civil
pessoal contra o parelho de hegemonia de Estado judaico?
Nietzsche;
Não sei contra quem ia dirigida a insurreição da qual Jesus
passou, equivocamente talvez , por ser o promotor, se é que não ia dirigida
contra a Igreja judaica, Igreja tomada exatamente no sentido que jhoje damos a
esta palavra. Era uma insurreição contra <os bons e os justos>, contra os
<santos de Israel> , contra a hierarquia da sociedade; não contra a
corrupção da sociedade, senão contra a casta, o privilégio, a ordem, um não
pronunciado contra tudo o que era sacerdote e teólogo”. (Nietzsche. 1916: 49-49).
A guerra civil contra o campo político sacerdotal do
sacerdote é a stásis contra as gramáticas de sentido instintual da prática
política sacerdotal com significante-semblante perverso do sacerdote. Jesus viu
no cosmopolitismo mundial o modo de criar e recriar pelo amor ao próximo o
homem normal da civilização policiada, com a subsunção da comunidade psíquica
de significante do nacional ao significante-semblante cosmopolita, onde os
povos nacionais não parecem como inimigos uns dos outros. A paz eterna entre os
povos cristianizados:
“Mas a hierarquia que por este fato se punha em dúvida, ainda
que só por um momento, era a morada flutuante em que ainda se sustentava
unicamente o povo judaico, no meio <da água>, a última possibilidade de
sobreviver, dificilmente adquirida, o residuum da sua existência política
autônoma; um ataque contra essa existência era um ataque contra o seu mais
profundo instinto popular, contra a vontade de viver de um povo, a mais tenaz
que nunca existiu na terra. Esse santo anarquista, que chamava o povo mais baixo,
os réprobos e <pecadores>, os Tchandala do judaísmo, à resistência contra
a ordem estabelecida, com uma linguagem que ainda agora conduziria à Sibéria,
se devemos acreditar nos Evangelhos, esse anarquista era um criminoso político,
tanto pelo menos como era possível um criminoso político, em uma comunidade
absurdamente impolítica. Isto o levou à cruz: prova-o a inscrição que sobre ela
havia. Morreu pelos seus pecados, (falta toda a razão para pretender, apesar de
ter sido feita com tanta frequência, que morreu pelos pecados dos outros”.
(Nietzsche. 1916: 49).
O evangelho impressionou Lacan que viu no pensamento de Marx
u Evangelho secular da modernidade. (Lacan. S. 20: 32-33).
Jesus é a plebe de Michel Foucault? (Foucault: 421). A plebe
é um fenômeno da essência da perversão cínica inautêntica? O criminoso político
é o grande cínico como efeito da gramática de sentido instintual na superfície
do fenômeno político?
7
Nietzsche fala da prática cristã como uma prática que já não
é uma prática política:
“A incapacidade de resistência transforma-se em moral
(<não resistas ao mal>, a frase mais profunda dos Evangelhos, a sua chave
de certo modo), a beatitude na paz, na doçura, na recusa em ser inimigo! Que
significa a <boa nova>? Achou-se a vida verdadeira, a vida eterna; não é
prometida, está aí, está em nós, sem exclusão, sem distância. Cada qual é filho
de Deus – Jesus não exige absolutamente nada para si – mesmo quando filho de
Deus, cada indivíduo é igual a outro indivíduo...Fazer de jesus um herói? E que
maior equívoco não é a palavra <gênio>! (Nietzsche. 1916: 51).
A gramática de sentido da prática Credo quia absurdum não faz
de Jesus um herói, por ensinar o cristão a amar o próximo como a ele mesmo. O
próximo é o inimigo do cristão, é o Império romano, o cesarismo. Amar o
cesarismo é amar uma forma de governo abjetamente perversa. Amar ao perverso é
a mensagem do Evangelho. É uma infralógica, o cristão voa abaixo da lógica
clássica, do logos e da dialética do Parmênides, pois o uno não participa nem
da semelhança nem da igualdade, nem da dissemelhança e da desigualdade:
“- Ora, se o uno fosse afetado por algo diferente de ser uno,
seria, por essa afecção mais do que uno, e isso é impossível”. (Platão: 58). A
prática subpolítica cristã se tornou a religião do império e, assim, o
princípio da não-resistência ao poder romano redefiniu a forma de governo
cesarista. A fusão de cesarismo e cristianismo estabelece uma espécie de modelo
do campo político ocidental- como Igreja de Estado. O Brasil conheceu tal
modelo no século monárquico:
“Toda a nossa noção, a nossa ideia culta de <espírito>,
concepção nascida da cultura não tem sentido no mundo em que Jesus vive.
Falando com severidade de psicólogo, uma palavra inteiramente distinta estaria
mais no seu lugar: < a palavra <idiot.>. Conhecemos um estado de
sensibilidade mórbido de excitação do sentido do tato que retrocede estarrecido
ante qualquer contato, ao ver-se na necessidade de colher qualquer objeto
sólido”. (Nietzsche. 1974: 42).
O Credo quia absurdum é gramática de sentido do idiota. Só o
idiota ama ao próximo que é inimigo da comunidade psíquica de significante do
cristão. O idiota define o mais gozar com o cesarismo, o mais gozar transforma
o cesarismo em uma religião de Estado do amor fraternal. Essa religião estatal
do amor do significante-semblância idiota se tornou uma concepção política de
mundo das elites do subdesenvolvimento – Creio no subdesenvolvimento porque ele
á da infralógica do absurdo. Portanto, não resisto ao subdesenvolvimento.
Tenho o mais gozar do significante-semblante do
subdesenvolvimento:
“Reduza-se um habitus fisiológico tal à sua última
consequência, com ódio instintivo contra toda a realidade, como fuga ao
impalpável, ao <incompreensível>; como repugnância por toda fórmula, toda
a noção de tempo e espaço, contra tudo o que é sólido, costume, instituição,
Igreja; como o estar em casa em um mundo em que não toca já nenhuma espécie de
realidade, em um mundo exclusivamente <interior>, em um mundo
<verdadeiro>, em u mundo <eterno>... <o reino de Deus está em
vós>...” (Nietzsche. 1974:42).
A fé no governante depende então de uma gramática de sentido
do tato que rechaça qualquer realidade do sólido. O significante-semblante
subdesenvolvimento não é da superfície do aparecer do ser subdesenvolvido, da
verdade do subdesenvolvimento do fenômeno político como tal; é um ersatz de
fenômeno:
‘O único verdadeiro desafio está aí, no domínio e na
estratégia das aparências, contra a potentia do ser e do real. De nada serve
jogar ser contra ser, verdade contra verdade; eis aí a armadilha de uma
subversão dos fundamentos, quando basta uma ligeira manipulação das
aparências”. (Baudrillard. 1991: 15).
Então, quais são as gramáticas de sentido do tato das
práticas históricas do subdesenvolvimento de hoje? Gramáticas de sentido que
não sustentam o governante subdesenvolvido pela fé da soberania popular na
própria gramática de sentido tátil. (Nietzsche. 1971: 54).
8
O cesarismo puro de César se transformou em um fenômeno
universal da civilização do campo político policiado. (Gramsci: 1619):
“Cássio. – Murmurai-vos para conjurar os espíritos: Bruto
evocará um espírito tão depressa quanto César. Agora, em nome de todos os
deuses ao mesmo tempo: de que alimento se nutre esse nosso César que fez com
que ele se tornasse tão grande? Século, estás desonrado? Roma, perdestes a raça
dos sangues esclarecidos? Que geração passou desde o Dilúvio que não haja sido
famoso por causa de mais de um homem? Quando puderam dizer, até agora, aqueles
que falavam de Roma que suas vastas muralhas só continham um homem? isto, na
verdade, já está sucedendo em Roma e sobra espaço, quando nela só existe um
homem! Oh1 Vós e eu ouvimos nossos país contarem que outrora existiu um Bruto
que teria preferido, em Roma, o trono do diabo ao de um rei! (Shakespeare:
424).
O cesarismo cristão aparece nos EUA modificando o ser da
gramática de sentido tátil do cristianismo:
“Toda contraposição religiosa, moral, econômica, étnica ou
outra transforma-se numa contraposição política, se tiver força suficiente para
agrupar objetivamente os homens em amigos e inimigos. O campo político não
reside na luta em si, que por sua vez tem suas próprias leis técnicas,
psicológicas e militares, mas, conforme já dissemos, num claro reconhecimento
da própria situação por ela determinada e na tarefa de distinguir claramente
entre amigo e inimigo. Uma comunidade religiosa que, enquanto tal, conduz a
guerras, seja contra adeptos de outras comunidades religiosas, seja guerras de
outro tipo, constitui-se uma unidade política, além de ser uma comunidade
religiosa”. (Schmitt: 63).
Bem, o evangelismo das Américas tem sua própria história nas
nações:
“O evangelismo radical invade o campo político-88 ao se
constituir como uma cultura política econômica que ergue uma tela gramatical
neoconservadora radical. Como o evangelismo significa dezenas de milhões de
pessoas, [sendo maioria mulheres] é preciso todo cuidado na análise desse artefato”.
‘O evangelismo é a massa religiosa habitando o campo
político/estético através da soberania popular e rua. O pastor se tornou um
agente da política brasileira que levou ao governo nacional Jair Messias
Bolsonaro e quase o reelegeu, em 2022. O evangelismo é um fenômeno que se
define como negação do campo político lulista/petista. Lula o derrotou em
outubro de 2022, ao jogar Bolsonaro para a superfície profunda da meia-noite do
campo político/estético-88)”. (Bandeira da Silveira. 2024: 438).
O evangelismo radical extrai seu mais gozar da existência do
lulismo, do petismo, do LGBT, isto é, do velho fenômeno político do século XX,
a saber: o <multiculturalismo>:
“No campo político neoconservador da América de Tocqueville,
Donald Trump representa o evangelismo radical da guerra civil religiosa. A
guerra civil trumpista é uma vontade de poder de produzir a transformação da
forma de governo. Donald se apresenta como partidário de uma forma de governo
cesarista/tirânica brutalista de um Estado teológico, como no Brasil. Bolsonaro
é o agente de uma forma de governo teológica neogrotesca secundado pelo pastor
Malafaia e Michele Bolsonaro”. (Bandeira da Silveira. 2024: 439)
A forma de governo cesarista/cristã do evangelismo é a tela
verbal/narrativa perverso/cínica inautêntica neogrotesca:
“Qual a relação do evangelismo neoconservador brasileiro com
o campo da direita liberal radical?”
“O neoconservador neopentecostal se caracteriza por uma
relação diferente do evangélico tradicional. Este quer conservar a tradição de
costumes e hábitos da moralidade familiar no campo político religioso. O
evangélico radical é um agente de mudança no campo polítco que usa a tradição
da moralidade familiar como arma religiosa de intervenção na soberania popular.
Ele fala em <teologia do domínio> como concepção política de assalto ao
Estado secular. Ele põe e repõe abertamente a vontade de substituir o Estado
brasileiro laico da Constituição de 1988 por um Estado teológico. A tradição do
neoconservadorismo é a política teológica do americanismo neoconservador”.
O evangelismo radical neoconservador é a abolição no campo
político/estético religioso da Constituição-88 – com sua teologia da
prosperidade -, que é a ideia de desintegração do Estado-88”. (Bandeira da
Silveira. 2024: 439).
9
O sistema subdesenvolvido é um ersatz secular de gramática de
sentido tátil do campo cesarista/cristão do evangélico na terceira década do século 21:
“A racionalidade
gramatical do fenômeno é uma razão gramatical de articulação do fenômeno. A gramática econômica é a ordem racional da
formação social que é o avesso doo caos econômico. A formação social em colapso
é o abandono na vida prática da lógica econômica? Ou ela significa a troca de
guarda de uma gramática econômica para outra? (Bandeira da Silveira. 2019: 89).
Lula faz promessas de fabricação de uma outra gramática de
sentido tátil econômica. Bolsonaro não faz isso! O eleitor não crê em Lula,
pois não sabe do fenômeno supracitado ou tá pouco se luchando para o destino do
país:
“O corte com o Estado populista 1930 advém com a fundação de
um Estado republicano neoliberal. No Brasil, a Revolução de 1930 é o marco
contingencial de uma história econômica entre capital e trabalho associada ao
campo de poderes institucionalizados populista. Rigorosamente, o campo de
poderes populista só começa a ser desmontado com o governo Michel Temer/Moreira
Franco e sua continuação natural com a política econômica de Paulo Guedes,
ministro da economia do governo Bolsonaro”.
Temer, M. F. e Paulo Guedes aparecem como demiurgos de um
Estado republicano neoliberal através de reformas estatais que alteram a
relação entre o capital e o trabalho na fábrica, no escritório, na loja do
grande comércio, pois a relação capital versus trabalho inclui o capital
comercial e o capital no setor de serviço”. (bandeira da Silveira. 2019: 93).
Entramos em uma outra época mundial pós-posmodernista. Assim:
“Na formação capitalista da periferia, o capitalismo
subdesenvo9lvido cyber aparece como uma gramática econômica fazendo pendant com
o campo de poderes institucional e o campo de sujeitos pós-moderno como a
burguesia subdesenvolvida neoliberal e a sua classe-apoio, ou seja, a classe
média patrimonial privada”.
“A gramática do subdesenvolvimento não se define pela lógica
do capital de acumulação capitalista e reprodução ampliada de capital. A
economia funciona por uma razão gramatical econômica em junção coom o campo de
poderes e o campo de sujeitos. Tal caracterização associa o funcionamento da
economia à contingência, enfim, à história econômica da formação social cortada
por fluxos que vão desde a luta de classes até a luta política aberta, ou no
campo da esquerda populista, ou no campo de forças da direita neoliberal”.
“O campo a direita neoliberal não flutua em um céu de
brigadeiro. Ele se encontra ancorado na erra ou território econômico com
desenvolvimento do subdesenvolvimento cyber do capitalismo periférico, com seu
Estado republicano neoliberal”. (Bandeira da Silveira. 2019: 94).
Ora, o significante-semblante perverso-cínico do
subdesenvolvido já é uma realidade da Europa ocidental. O rei Charles da
Inglaterra diz que os ingleses terão que se resignarem e se adaptarem a
realidade do subdesenvolvimento.
Há em curso uma redefinição do conceito de território mundial
a partir do desenvolvimento acelerado do sistema subdesenvolvido feudal do
dominante como paradigma do Ocidente. O neoliberalismo, isto é, o liberalismo
feudal é um efeito – para o Ocidente - da gramática de sentido econômica do
subdesenvolvido larvar. Enquanto, a Ásia fabrica Estados desenvolvidos
lacanianos do dominado, a União Europeia e os EUA mergulham no inferno do
subdesenvolvido, por essência, perverso inautêntico, do Rei Charles.
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