José Paulo
A conjuntura atual começa com o
impeachment de Dilma Rousseff. A teoria política
do impeachment foi fabricada na página PCPT (Psicanálise, Cultura Política,
Totalitarismo). A força prática do impeachment foi o Congresso Nacional.
O PCPT é aquela força estética
kantiana desinteressada na política. (Kant:49-50). O PSDB é a força prática guiada
pelo interesse de tomar o poder. Os juristas que preparam o impeachment serviram: uma causa pessoal (Janaína Pascoal); uma causa política (Miguel Reali); um ideal (Hélio Bicudo).
O PCPT agiu desinteressadamente na
construção do significante poder nacional. Explico! Ao assumir o segundo
governo, a sra. Dilma plantou no comando da economia uma personalidade da irracional
oligarquia financeira internacional. Representado o capital fictício (Marx: 463),
o ministro da economia deu uma guinada de 180° graus na política econômica nacional.
Ele começou a instalar um programa ultraliberal de destruição do Estado
getulista 1988.
O ministro governava em uma luta aberta
contra o Estado nacional e a Constituição1988. Ao desenvolver a contradição oligarquia financeira
internacional versus Estado nacional 1988, o ministro se tornou um alvo do
PCPT. Então, o PCPT iniciou a ciberpolítica de derrubada do governo Dilma
Rousseff tecendo a teoria política do impeachment.
Como não se tratava de uma
política negativa, o PCPT começo a atualizar a gramática do poder nacional (contida
na ideologia nacional da Constituição 1988) - ou o poder nacional como gramático
virtual na conjuntura Rousseff.
Michel Temer assumiu a presidência
da República depois de uma fase de debates no Congresso. O PCPT gramaticalizava
a necessidade de convocar eleição para presidente da República. A defesa irrealista
de convocar eleições gerais nacionais por uma facção do parlamento inviabilizou
a proposta do PCPT. Tal delírio político abriu a porta para o poder cair no
colo de Temer como uma graça divina.
O governo Temer começa com a
política “Uma ponte para o futuro” escrita por Moreira Franco e um desconhecido
assessor da presidência. Trata-se de uma política governamental voltada para a desnacionalização
do poder brasileiro inscrito na Constituição 1988. A desnacionalização do poder
foi a ponte para o futuro da economia como capitalismo neocolonial do
terceiro-mundo.
A formação de um poder econômico desnacionalizado estabelece: a) o trabalho assalariado em um regime de quase-escravidão (Reforma Trabalhista); b) a destruição do campo de saberes nacional encarnado pela universidade estatal; c) a ideologia do ruralismo como destruição da floresta Amazônica e dos povos indígenas, e como inimiga fatal do trabalhador rural e do pequeno produtor.
A política de Temer-Moreira Inviabiliza
a construção do Estado-cientista como força prática cultural e científica para a fabricação da gramática
do novo modelo industrial que não se
confunde com “economia criativa”. O novo modelo industrial será o habitat da
formação de uma nova classe operária sujeito grau zero lulista (bolivariano).
O governo Temer será lembrado
como um fenômeno político de desnacionalização da vida brasileira. As
privatizações indiscriminadas do sistema de empresas estatais, a entrega da
exploração dos poços de petróleo ao capital estrangeiro (em uma era de
condenação geral do regime econômico fóssil)
aparece como verdadeiros atos de traição ao poder brasileiro. Observe-se que a ideologia ultraliberal eletrônica da desnacionalização do poder econômico brasileiro é uma obra dos editores-jornalistas
da Globo News. A Globo News é o o paradigma dos fenômenos heteróclitos brasileiros, pois, fornece uma mistura bizarra de ideologias: ultraliberalismo e neogetulismo, multiculturalismo e autocratismo cultural, familialismo bissexto e libertarismo freudiano, messianismo ultramontano, e capitalismo neocolonial do terceiro-mundo. A cooptação en masse e molecular dos intelectuais e artistas de esquerda fazem da emissora uma força estética prática regulada por interesses econômicos ocultos do grande público.
Nas eleições 2018, o candidato camuflado
em verde-oliva do Exército se aliou com o baixo clero do poder oligárquico financeiro
internacional na tomada do poder econômico de Estado. O baixo clero é formado
por economistas tupiniquins com doutorado para estrangeiros da Universidade de
Chicago. Trata-se de uma força prática intelectual de ocupação da subjetividade
cultural do território nacional pelo capitalismo neocolonial do terceiro-mundo.
O leitor pode estar pensando que
a facção militar no governo de Bolsonaro é uma força intelectual e política
voltada para a construção do poder nacional. A quimera do poder bolsonarista é
uma composição compósita e heteróclita de militarismo, ruralismo, cristianismo,
ultraliberalismo, lavajatismo (O governo Bolsonaro cooptou o juiz Sérgio Moro, para ser o ministro da Justiça e Segurança Pública, Moro-gramático da força prática Lavajato) . Com esta mistura bizarra, Bolsonaro e seus filhos (seguidores
do filósofo bissexto carioca de estrema-direita Olavo de Carvalho) tomaram o poder de Estado. O Estado
getulista 1988 se apresenta como o alvo tático dos ataques da tropa circense messiânica
(de Jair Messias Bolsonaro).
O PCPT se volta para a oposição
estética desinteressada ao bicho-de-sete cabeças bolsonarista. Sem ligação com
uma força prática específica, o PCPT navega no ciberoceano de ideias e utopia capitalista.
É óbvio que o PCPT faz a gramática da oposição democrática nacional. Ele volta suas baterias para a construção virtual
do poder nacional em confronto com a via capitalista neocolonial do
terceiro-mundo: abismo que assombra a todos, justos e injustos!
KANT. Crítica da faculdade do
juízo. RJ: Forense Universitária, 1993
MARX. O capital. Crítica da economia
política. Livro 3. V. 5. SP: Difel, 1985
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