segunda-feira, 10 de abril de 2017

PACIENTE ZERO DA PSICOSE DIGITALIS





DO RHETOR PERCIPIO MULHER

DA cultura da linguagem material das gramíneas até a cultura como forma de linguagem de bens culturais imateriais (como a liberdade), eis um campo existencial intersticial infinitamente insondável (diz o marajá 207 psicótico lacaniano máquina-de-fala expulsa do jardim do Éden psicótico) entre o reino da necessidade e o reino da liberdade? Porém, não há liberdade se o reino da necessidade é o domínio absoluto do mundo da vida, ou da psicose!  

No dicionário, linguagem é qualquer sistema de sinais ou signos que possibilitam a comunicação no imaginário ($ →$) entre dois sujeitos falantes: emissor →receptor, vice-versa. Claro que essa linguagem do imaginário do homem é a fonte de existência de qualquer comunidade humana.

O problema não é simples, pois, Freud o complicou ao dizer algo verdadeiro, capaz de causar medo até naquele que não possui o DNA do medo, algo aterrorizador sobre a existência do Estado animal do cupim, por exemplo. Se não existe linguagem do imaginário animal, qual a fonte original que alimenta a existência do próprio Estado animal? Na minha santa ignorância de uma imaginação terceiro-mundista, há um futuro onde o Estado freudiano das abelhas, formigas e térmitas  (Freud: 146) invade o espaço simbólico da humanidade.  

Ou Brasil acaba com a formiga ou a formiga acaba com o Brasil. Esta profecia racional naturalis do modernismo paulista anos 20 sempre foi tido como um witz sem consequência prática. E, então, no século XXI, o Estado-formiga brasileiro cultural eletrônico virtual acabou com o Sn (significante nação, nação como campo do SIMBÓLICO impuro sexual), que para alguns jamais existiu fora do formigueiro sociedade do nosso rico. Para poucos nem aí ele existiu!       

A comunicação se faz através da transmissão e recepção de informações, avisos, expressões de desejo, interesse, emoção, sentimento, sensação...  O Dicionário Aulete diz pacificamente: “Embora existam sistemas de linguagem entre animais e até vegetais, é no homem que ela (a linguagem) atinge altos níveis de aperfeiçoamento, que se expressam em grande acuidade, expressividade e potencial de armazenamento e memorização, condição básica para a construção de conhecimento e formação de cultura.

Entre as várias formas de linguagem (oral, gestual, escrita), é a oral que mais potencial apresenta, e se desenvolveu na forma de línguas, ou seja, um sistema baseado na emissão e recepção cuja combinação formam os signos significativos das coisas (palavras), e estas arrumadas em determinadas estruturas, montam as ideias”.   

Linguagem animal difere de cultura humana. Esta depende das línguas dos povos como produção de ideias. Cultura e língua em sintetização em povos de pensamento e ideias, eis a separação entre o animal e o homem?

O estudo de um povo (e até de uma civilização) pode começar pelos dicionários dele? O dicionário é fruto de um intelectual coletivo especializado na língua de um povo, de uma nação. O inconsciente desse discurso (dicionário Novíssimo Aulete) é a linguagem do sofrimento do povo brasileiro. O sofrimento do esforço hercúleo da translação do discurso dicionarizado em verdadeira cultura como articulação de pensamento e produção de ideias constitutivas da formação de um povo fazendo pendant com uma nação. Os brasileiros são uns pores coitados, pois, não pertencem, a não ser imaginariamente, a um povo, a uma nação.

O Brasil despreza a ideia de NARRATOR. Se ele existe, então é melhor prová-lo no cárcere da locura de falta de gramática : SGRAMMATICATURA 207(Gramsci: 2341).    

O povo judaico começa com o NARRATOR que diz que a serpente é a revolta e à resistência da sedução ao poder de Deus (Simbólico lacaniano). Ela seduz a mulher, não o homem. A mulher seduz o homem:
“Ouvi teu passo no jardim, ‘respondeu o homem’; tive medo e me escondi’.   Ele retomou: ‘E quem te fez saber que estavas nu? Comeste, então, da árvore que te proibi de comer! ”. O homem respondeu: ‘A mulher que pusestes junto de mim me deu da árvore, e eu comi’. Iahweh Deus disse: “ Que fizeste? ” E a mulher respondeu: “ a serpente me seduziu e eu comi”. A mulher foi encantada pelo único desejo proibido moralmente que se translada em desejo  sexual.            

Qual o problema real de tal gesto da mulher?

Ela introduziu (pelo dizer de Deus) o sofrimento do homem, não só com o trabalho necessário a seu sustento. Pois foi expulso do Éden. Pois, eis o castigo do homem por ter se transformado em um Deus (como um Deus, possuidor do saber do bem e do mal, ou seja, em um ser que é o avesso da inocência na existência do jardim do Éden).

Se mulher e homem comeram do fruto da sabedoria moral, então, são iguais ao Pai no espaço simbólico. O Pai os expulsou do jardim do Éden (a mais pura noção moral de simbólico antes da ideia de Deus em Platão), pois, no simbólico puramente moral, só um reina (O S [significante] lacaniano do mestre). O simbólico não pode ser o domínio do Pai, do Homem e da Mulher.  Ao mesmo tempo.

O SIMBÓLICO fazendo pendente como o sexo da mulher se organiza assim. A mulher que é a linguagem que existe como se fosse um Deus, é amaldiçoada por um determinismo sexual: “Teu desejo te (fará escrava sexual do homem) impelirá ao teu marido e ele te dominará”. Então, o simbólico impuro do reino da terra significa a dominação da mulher pelo homem
Com a divisão do trabalho econômico homem-mulher tem início a dominação da mulher pelo homem. Depois, o homem inventou a guerra na civilização arcaica enquanto a mulher fica na casa e na cidade trabalhando para o sustento material de todos pertencentes à comunidade, esta definida como domínio do guerreiro na sociedade de guerreiros.

A luta gramatical mundial atual da mulher pelo domínio do simbólico significa uma sociedade mundial sob o domínio e regulação do Sm soberano (Significante MULHER soberano). A luta gramatical soberana da mulher é a ideia de organizar as ciências gramaticais da política a partir do Sm soberano feminino. Seria o fim da sociedade do guerreiro?

Essa luta significa a construção de uma gramática theologica secular na qual o homem e a serpente perderam o direito teológico naturalis de SEDUZIR A MULHER. A mulher não curte ser bolinada, assediada sexualmente/moralmente; isso vai de encontro a sua liberdade de dispor de seu corpo (e de sua alma + amor = almour) como algo pessoal e íntimo- privado em um sentido positivo para além da ideia de propriedade privada burguesa.   

Eis uma era que significa que a Mulher é o novíssimo - único rhetor percipio do REAL/SIMBÓLICO/IMAGINÁRIO - onde a relação sexual, finalmente, deixa de fazer laço gramatical?

Adeus Aristóteles!

Esqueçam a Ética a Nicômaco.
Esqueço a Ética a Pablo.

Só me interessa agora o PACIENTE ZERO DA PSICOSE DIGITALIS!

A Bíblia de Jerusalém. SP: Edições Paulinas, 1980
FREUD. Obras Completas. v. XXI. RJ: IMAGO, 1974.  
GRAMSCI, Antonio. Quaderni del Carcere. v. III.  Quaderni 12-19 (1932-1935). Torino: Einaudi, 1977

                 
        

         

Nenhum comentário:

Postar um comentário