quinta-feira, 20 de abril de 2017

DO CESARISMO 2017 DO MINISTÉRIO PÚBLICO


José Paulo

(Alexandre Campelo Realmente os laços simbólicos, cheios de amarras entrincheiradas de sofrimento e falsidade não desamarram em nada neste país. Pelo contrário, tornaram-se mais fortes e sólidos. Como se fossem solidificados por ferros indizíveis e amotinados nas entranhas do próprio eu narcísico freudiano que de forma latente habita a elite intelectual e política brasileira. Enfim, assustador!) 20/04/



As ciências gramaticais da política não explicam a crise e não lêem (ou interpretam) a crise; elas realizam a gramaticalização da crise in res da língua pública nacional e internacional. Mesmo o nacional existindo (na língua pública natural da política) apenas como um simulacro de simulação como é o caso brasileiro.
A língua é latente (inconsciente) e manifesta - espaço do imaginário (ideologia mecanicista ou ersatz de gramática ideológica dos fatos ficcionais) em interseção com o simbólico como espaço das ideologias gramatical absorvida pelo real da sociedade dos fatos naturais porta aberta para o real do discurso do mestre na política.
A opinião pública se define na língua latente dominante fazendo pendant com a latente manifestada no subterrâneo da sociedade dos fatos das massas. A opinião publicada é da ordem do manifesto do discurso do político do estrato dirigente da sociedade e de seu Estado, na visão liberal (e democrática) que se orienta pela dialética (e separação) entre a sociedade civil e a sociedade política.
Por que estou usando tal linguagem da psicanálise hegeliana cum Freud? A razão é simples! Há uma pacificação em curso na política brasileira econômica na linguagem do estrato dirigente da classe simbólica (classe habitada pelo intelectual público e privado). A Revista Veja: diz que depois da maior recessão da história ... surge uma luz no fim do túnel. Trata-se da pacificação da linguagem econômica desse estrato dirigente (o jornalista é seu sujeito gramatical) que faz mundialmente do jornalismo um estado de guerra civil eletrônico-virtual que as massas escutam pelo ver.
Na política, o Brasil passou por uma transformação impensável até há pouco tempo atrás. Trata-se de uma revolução política do século XXI ainda não entendida pela classe dominante e seu estrato dirigente. O País tem um “novo sistema político” saído das páginas do livro Quaderni del Carcere.
O Brasil se tornou, como desejava o petismo marxista ocidental um país cujo discurso do político do Gramsci é a gramática da física da ideologia gramatical que faz laço gramatical verdadeiro e real (antimecanicista ficcional) com o inconsciente vivo, dinâmico, das massas revolucionárias sujeito gramatical liberal-democrático; trata-se do avesso do sujeito agramatical lumpesinal normal, isto é, do grau zero do sujeito gramatical liberal-democrático.
Um SISTEMA POLÍTICO GRAMSCIANO é composto por partidos políticos tout court privados e partidos políticos oriundos da cultura da política da sociedade civil. Sem os grandes partidos políticos jornalísticos (principalmente da televisão) a política brasileira hoje é um fenômeno oco de sentido in re ipsa.
Há também um magnífico partido político oriundo do Estado cesarista em passagem ao ato. Trata-se do Ministério Público com seus intelectuais orgânicos (funcionários públicos de carreira, concursados) orientados por uma ideologia gramatical mecanicista jacobina para os de espírito delicado - para os próximos do espírito brasileiro manifesto; de fato, máquina de guerra político-cesarista (Gramsci: 1680) (luso colonial puríssima como o ouro extraído da colonial Ouro Preto) como as longínquas máquinas de guerra da política real bragantina.
Este partido político pode ser compreendido como um xifópago ersatz-original atual do Estado imperial português colonial (Vianna. Populações: 185-186) que expos seu domínio de ferro implacável na área do ouro e do diamante das Minas Gerais.
Seu discurso do político do maître imperial encontra-se nas páginas do livro de Oliveira Vianna (nascido e morador de Niterói). Trata-se, portanto, do xifópago “partido jacobino/cesarista de Niterói”. Ele se forma de encontro à grande anarquia branca (Vianna. “Populações”: capítulo XII), isto é, contra a libertinagem (dos caudilhos modernos da oligarquia econômica privado-pública) sadeana econômica que se instalou em uma interseção do público com o privado (da sociedade civil cum sociedade política privada) intensificada na era do domínio do bolivariano.
Há claramente uma fusão do tempo colonial imperial com o tempo indefinido, na crise política do regime 1988, dos anos do século XXI até o ano 2017.
Oliveira Vianna faz uma descrição soberba do partido cesarista colonial do qual o partido jacobino/cesarista de Niterói do ano 2017 se aproxima no plano Real/Simbólico/Imaginário:
“É no distrito de diamantino que essa política legalizadora da metrópole dá as autoridades uma terrível onipotência. É um verdadeiro regime cesarista o que ali domina, um governo rigidamente marcial, à maneira da caserna prussiana”. (Vianna. Populações: 185).
Sabemos como a história do cesarismo português colonial acabou, mas ainda não se vislumbra o desfecho da história do cesarismo do partido do Ministério Público do ano 2017.
GRAMSCI, Antonio. Quaderni del Carcere. v. 3. Quaderni 12-29 (1932-1935. Torino: EINAUDI, 1977
VIANNA. Oliveira. Populações rurais do Centro-Sul. v. 1. Niterói/SP: Itatiaia/Editora da USP, 1987

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