GRAMSCI, FREUD, FERNANDO PESSOA,
HEGEL
Este pequeno texto não é uma releitura
de Gramsci como a leitura althusseriano de Gramsci
et l’État, de Christine Buci-Glucksmann. De fato, trata-se da gramaticalização
do inconsciente do discurso gramsciano tendo como ponte a ideologia gramatical
gramsciano que colonizou o real da sociedade da política mundial ocidental
após-1945, alcançando com uma inegável vontade e potência a política
latino-americana. Se os leitores e autores gramsciano vão gostarem de meu approach,
então, estão cobertos de razão, dou razão a eles. Se forem possuídos por uma
aversão sexual ao meu discurso, creio eu que a causa é a velha ideologia
agramatical do gramscianismo bolivariano agindo sobre o sujeito gramatical em
tela biografia política leninismo-marxista.
I
Ao falar longamente,
pessoalmente, com o meu primeiro paciente digitalis psicótico me perturbou o
fato de aí se estabelecer uma ligação possível entre o navegante digitalis da
vida imprecisa, a psicose e a falta inscrição do paciente psicótico digitalis
na cultura dos dirigentes da classe dominante.
Este enunciado tem o sentido régio da sinceridade, mas sei que vivo em um mundo digitalis cujo desejo sexual que o organiza e o reorganiza diariamente passa muito longe da energia moral, da generosidade, da grandeza da alma [ou do almour lacaniano] (Pessoa: 68), e do idealismo dos ideais abstratos das revoluções modernas - como fraternidade, igualdade, liberdade política e, principalmente, liberdade de expressão na INTERNET.
Gramsci viveu o fracasso, no cárcere nazista italiano, de prolongar na vida da cultura moderna a filosofia em geral com a sua filosofia da praxis? No cárcere, em qualquer cárcere situado em qualquer latitude, o transromance filosófico gramsciano de salvação da cultura moderna dos dirigentes da classe dominante europeia (através das ciências gramaticais da política) é um ersatz daquela felicidade proporcionada pela sociedade de narcose freudiana? EIS O BUSÍLIS DA SALVAÇÃO DO REINO DA SGRAMMATICATURA 207.
DA CULTURA E DA PSICOSE
A cultura é um esforço que os céticos tupiniquins consideram uma mera besteira vaidosa por ignorarem a diferença entre a vaidade do dramaturgo-persona e a poética do artista: “tenho, continuamente, em tudo quanto escrevo, a exaltação íntima do poeta e a despersonalização do dramaturgo (Pessoa: 66).
No verbete A filosofia da praxis e a cultura moderna, Gramsci pensa a cultura como um artefato gramatical de redes de autores – o intelectual gramsciano- (Gramsci.1973: 89-90) cujo trabalho consiste em organizar a cultura no sentido cosmopolita, provincial ou nacional. O autor Marx invadiu a cultura moderna européia, e, ao mesmo tempo, foi absorvida por ela, em alguns aspectos necessários para que a modernidade não desvanecesse e vez. Correntes do marxismo foram a nova seiva que nutriu e cozinhou a cultura burguesa do século XX. É belo ler a obra de Gramsci (do ponto de vista de um mundo que caminha para o canibalismo tout court da gramática histórica). Em Gramsci, a cultura é aquilo que organiza a vida da nação e tenta organizar a vida das relações internacionais que são atraídas pela sgrammaticatura da guerra entre povos e seus Estados.
No século XX, o impossível é
pensar a cultura moderna sem o marxismo, que se tornou um elemento vivo e orgânico da modernidade da política do século passado (Gramsci. 1973: 89.). O
marxismo viveu como uma ideologia tática entre as ideologias táticas do mundo
do capitalista do século XX.
NA concepção da Ideologia como um
sistema de ideias: “Pode-se afirmar que Freud seja o último dos ideólogos”
(Gramsci. O.E.: 101). Mas a ideologia em Freud faz laço gramatical (diz Lacan
em algum canto escuro de seu discurso claro e distinto desejosamente latente [latejante
pelos poros do objeto de desejo a ] heideggeriano). A ideologia
gramatical de Freud é sobredeterminação que divide o campo da ideologia
historial em ideologia mecânica inercial ou dinâmica gramatical. A ideologia de
Marx ´é gramatical e esta é a causa do o marxismo ter se tornado uma parcela do
ALÉM do mundo do capitalista. Um exemplo:
No Brasil, foram os marxistas que convenceram a sociedade brasileira de que ela se tornou capitalista com a Abolição da Escravatura no final do século XIX. Ora, o Brasil é uma sociedade de produção gramatical de mercadorias sem ser sociedade de mercado gramatical; ele jamais foi uma sociedade capitalista.
A ideologia como um sistema de ideias gramaticais freudianas interessou a Gramsci (Itália) e a Fernando Pessoa (Portugal). Vamos dar uma espiada nesse fenômeno folclórico seja para os marxistas, seja para os psicólogos psicanalistas.
Não tenho envergadura cultural para resumir ou criar uma sintetização gramatical da cultura com a ideologia em Gramsci. Mas a pista que sigo é dada pela relação do leitor com a língua vulgar e o autor (Gramsci. 1968: 27). A cultura escrita (fazendo pendant com seu uso oral do povo) cria o laço gramatical de almour entre leitor (povo, nação) e autor. Para o leitor, o autor é o eu-herói inestimável, seu objeto de desejo sexual sublimado em translação do psíquico ao almour (Pessoa: 120: Gramsci. 1968:105). Aliás, o autor não é, ou o substituto da figura simbólica do pai, ou o doce colo acolhedor da Mãe.
O autor é o rhetor percipio da criação cultural que não se confunde com a criação estética (Gramsci. 1968: 27) como sintetização ideológica gramatical do RSI na cultura. Ele invade o real da realidade dos fatos para resgatar desse real (onde habita o psicótico em geral) da sociedade como ela é o leitor apaixonado pelo território subjetivo/objetivo da cultura do autor a qual ele, o leitor, passa a habitar existencialmente amorosamente no interstício da ficção com o real (Gramsci. 1968:105).
O Leitor é o elemento popular que ˂sente> (real), mas nem sempre compreende ou sabe; o elemento Autor da cultura letrada ˂sabe> mas nem sempre compreende e o sentir aparece, para ele, em geral, como uma fronteira intransponível (Gramsci. O.E. : 166). O autor rhetor percipio da criação cultural, na era moderna, se confunde com o significante cultura política. Ele transforma a paixão popular dos assuntos públicos é uma forma de inteligência política encarnada, por metabolização, absorvida, sinceramente com paixão, pelo povo: “Não se faz política-histórica sem esta paixão, isto é, sem esta conexão fundamental entre intelectuais e povo-nação” (Gramsci. O.E.: 166).
Na era moderna, o significante cultura política é o rhetor percipio da criação cultural que invade o real psicótico para resgatar o súbdito psicótico e fazer a translação (Pessoa: 63, 64) dele em sujeito gramatical como tal. A cultura política é a via de colonização contrapsicótica gramatical da sociedade de classes na forma da ideologia em estado de gramaticalização da subjetividade territorial conquistada pelo imperator psicotizante do povo:
“Isto quer dizer quer dizer,
ao lado, (ou antes, abaixo) da expressão de caráter cosmopolita da linguagem
musical, pictórica etc., existe uma profunda substância cultural, mais
restrita, mais ‘nacional-popular’. E ainda: os níveis desta linguagem são
diversos; há um nível nacional-popular (e, frequentemente, antes dele, um nível
provincial –dialetal-folclórico), depois o nível de uma determinada
‘civilização’, que pode ser empiricamente estabelecida através da tradição
religiosa (por exemplo, cristão, mas diferenciada em católica, protestante,
ortodoxa etc.) bem como – no mundo moderno – através de uma determinada
‘corrente cultural política”. (Gramsci. 1968: 28)
Todo esse trabalho gramatical de
sonho da cultura (em suas diferentes espécies e eras) é o trabalho de
gramaticalização do real da sociedade dos fatos onde reina o imperator romano – forma canônica da
soberania da política psicótica no Ocidente. Não vou nem recorrer a exemplos
como Nero (possuído pelo desejo sexual psicótico incendiário de Roma realizado
pelos cristãos) e Calígula que tem como o objeto de desejo um objeto sexual
psicótico Incitatus: uma das três subespécies modernas da espécie Equus ferus!
Resumindo em uma totalidade gramatical em narração ideológica a passagem da cultura política para o ESTADO em geral, Gramsci diz:
“§87. Armas e religiões. Afirmação
de Guicciardini de que, para a vida de um Estado, duas coisas são absolutamente
necessárias: as armas e as religiões. A fórmula de Guicciardine pode ser
traduzida em
várias outras fórmulas menos
drásticas: força e consenso, coerção e persuasão, Estado e Igreja, sociedade
política e sociedade civil, política e moral, (história ética-política de
Croce), direito e liberdade, ordem e disciplina, ou, como um juízo implícito de
sabor libertário, violência e fraude. Em todo caso, na concepção política do
Renascimento a religião era o consenso e a Igreja era a sociedade civil, o
aparelho de hegemonia do grupo dirigente, que não tinha um
aparelho próprio, isto é, não tinha como tal uma organização cultural e
intelectual própria, mas sentia como tal a organização eclesiástica universal.
Não se está fora da Idade Média a não ser pelo fato de que se concebe e analisa
abertamente a religião como instrumentum regni”.
(Gramsci. 2014. V. 3: 247; Gramsci. 1977. V. II: 762-763).
A Passagem da cultura política para o Estado moderno como centro gramatical da política representativa europeia democrática não translada para o Estado nacional também o trabalho onírico (abstrato do direito liberal moderno) de concretização de gramaticalização do real como identidade absoluta entre psicose e loucura da realidade dos fatos da sociedade nacional?
FREUD, LOUCURA E GRAMÁTICA HISTÓRICA
O almour ao autor não torna possível que o leitor-povo-nação pare de não se inscrever no simbólico por causa do real encantamento actrator do desejo sexual da psicose como delírio e alucinação? Penso nas diversas formas de niilismo de dissipação e, principalmente, no psicótico dissipador da física da dissipação (Stengers: 12) como Sd (significante dissipador) da realidade dos fatos da sociedade na era da dissipação da cultura como ideologia gramatical; e, em geral, da psicose dissipadora fazendo pendant com a sintetização físico-química das fronteiras criadas na histórica da convergência do Ocidente com o Oriente. Não é verdadeiramente um mundo mais assustador que o próprio susto?
A propósito, Freud criou a lei teológica materialista na borda da quase racionalidade fenomenológica: “Torna-se um louco; alguém que, a maioria das vezes, não encontra ninguém para ajudá-lo a tornar real o seu delírio” (Freud: 100) de felicidade rechaçando, de algum modo, a linguagem do sofrimento do inconsciente freudiano (Lacan. S. 16: 68) soberana no real no território da subjetividade biográfica do sujeito gramatical povo.
Trata-se de um materialismo fenomenológico que quase estuda a loucura como matéria distinta da matéria metafísica? Marx é alínea de: Il nous paraît donc nécessaire d’étudier vraiment le matérialisme de la materière, le matérialisme instruit par énorme pluralité des matièries différentes, le materailisme expérimentateur, réel, progressif, humainement instructeur” (Bachelard: 4).
Marx diz em seu materialismo dialético futurista:
“A classe operária inglesa
estende sua mão fraternal aos operários da França e da Alemanha. Está
firmemente convencida de que qualquer que seja o rumo que tome a terrível
guerra iminente, a aliança dos operários de todos os países acabará pondo fim
às guerras. O simples fato de, enquanto a França e a Alemanha oficiais se
lançam a uma luta fratricida, se trocarem entre os operários desses países mensagens
de paz e de amizade; esse fato grandioso, sem precedentes na história, abre a
perspectiva de um futuro mais luminoso. Demonstra que, frente à velha
sociedade, com suas misérias econômicas e seu DELÍRIO POLITICO, está surgindo
uma sociedade nova, cujo princípio de política internacional será a paz, porque o governante nacional será
o mesmo em todos os países: o trabalho.
O pioneiro dessa nova sociedade é a Associação Internacional dos Trabalhadores”
(Marx. 1975: 172). Trata-se da I Internacional de Marx e Bakunin.
A velha sociedade burguesa faz da
guerra entre as nações seu delírio político como a matéria de seu materialismo da
física da língua transdialética internacional, par excelence, através da dissipação da energia industrial excedente do trabalho livre
a ser dissipada como parte maldita ( Bataille: 63); dissipada na física da
língua do capital moderno como população viva excedente possível de pressionar
a gramática lógica do mercado de
trabalho capitalista - as massas como
destroços a serem descartada como superpopulação
(Marx. 1977: 200-201). A velha sociedade do burguês é articulada em eu agir
delirante econômico-político pelo significante psicótico disssipativo leis da
física da língua do capital moderno.
Da ciência da economia política
do burguês fazendo pendant com a perda do objeto a (a mercadoria como objeto de desejo das massas planetárias) no
funcionamento normal e cotidiano da economia mundial burguesa - translada-se,
em direção ao real, como unidade de forma e conteúdo quase sacro, a ideologia
subdita gramatical universal:
“Isso é também o que constitui o
sentido concreto do que já designamos, de uma maneira abstrata, como unidade da
forma e do conteúdo. Com efeito, em sua mais concreta significação, a forma é a
razão como conhecimento conceptual e o conteúdo é a razão como essência
substancial da realidade moral e também natural”. (Hegel: 16-17).
Tal fenômeno faz do inconsciente
do discurso do capitalista a ideologia universal gramatical da história da
civilização, ideologia ersatz de gramatica teológica histórica que invade o
real da sociedade mundial.
FREUD E MARX
Freud diz que todos os sujeitos
gramaticais são paranoicos delirantes (= psicótico) em alguma faceta de sua
biografia e diz mais ainda:
“Torna-se um louco; alguém que, a
maioria das vezes, não encontra ninguém para ajudá-lo a tornar real o seu
delírio. Afirma-se, contudo, que cada um de nós se comporta, sob determinado
aspecto, como um paranoico, corrigi algum aspecto do mundo que lhe é
insuportável pela elaboração de um desejo e introduz esse delírio na realidade.
Concede-se especial importância ao caso em que a tentativa e obter uma certeza
de felicidade e uma proteção contra o sofrimento através de um remodelamento
delirante da realidade, é efetuada em comum por um considerável número de
pessoas. As religiões da humanidade devem ser classificadas entre os delírios
de massa desse tipo. É desnecessário dizer que todo aquele que partilha um
delírio jamais o reconhece como tal”. (Freud: 100).
Desejo = delírio. Desejo de felicidade = delírio cultural
gramatical para se proteger diluíndo, mitigando (no limite ideal dissipando) o
sofrimento da linguagem do inconsciente - através de um remodelamento delirante
da realidade (artefato) – é efetuada em comum por uma associação e/ou
sociedade. O remodelamento do desejo de felicidade em um discurso religioso faz
de tal delírio um fato remodelado (ou artefato) do inconsciente de tal ao qual
discurso religioso, artefato delirante absorvido como realidade dos fatos pelo
real das massas sujeito zero secular. Isto é, metabolizado pelo real da
sociedade religiosa como delírios real de massas.
Já afirmei acima que na era moderna, o significante cultura política é o rhetor percipio da criação cultural que invade o real psicótico para resgatar o súbdito psicótico e fazer a translação (Pessoa:) dele em sujeito gramatical como tal da cidadania ou o homem livre e normal. A cultura política é a via de colonização contrapsicótica gramatical da sociedade de classes na forma da ideologia em estado de gramaticalização da subjetividade territorial conquistada pelo imperator psicotizante do povo cujo significante gramatical maior - civilizacional - é Roma como significante sgrammaticatura historial:
“Com efeito, essa chamada
filosofia, ao dizer que o conhecimento da verdade é uma tentativa insensata,
torna idênticas a virtude e o vício, a honra e a desonra, a sabedoria e a
ignorância, nivelando todos os pensamentos e todos os objetos de um modo
análogo ao que o despotismo imperial de
Roma utilizou para a nobreza e os escravos.
Assim, os conceitos de verdade,
as leis morais, nada mais serão do que opiniões e convicções subjetivas e, enquanto
convicções, os princípios criminosos são colocados na mesma categoria das leis.
Não haverá, por conseguinte, objeto que, por mais pobre ou mais particular, nem
matéria, que, por mais vazia, não possa ter a mesma dignidade daquilo que
constitui o interesse de todos os homens que pensam e dos laços do mundo
moral”. (Hegel: 12).
Um Hegel preocupado com a decadência da civilização é o Hegel que só vê aí a sociedade despótica ocidental dominada pela ordem negra agramatical, arbitrária e fundada no domínio do discurso do senhor aristocrático ocidental. Um outro Hegel pensa a cultura política pública moderna como uma ordenação da inteligência política como o avesso da cultura aristocrática arbitrária e voltada exclusivamente para produção de uma inteligência de domínio do povo e da classe média:
“297 – Os membros do Governo e os
funcionários do Estado constituem a parte principal da classe média que é onde
residem a inteligência culta e a consciência jurídica do conjunto do povo. As
instituições da soberania, pelo lado superior, e os direitos das corporações,
pelo lado inferior, impedem, que tal inteligência e tal consciência se coloquem
na posição isolada de uma aristocracia e que a cultura e o talento venham a
constituir-se em instrumento de arbitrariedade e do domínio”. (Hegel: 278).
O estrato dirigente culto e dotado de uma inteligência política inegavelmente real faz da cultura um artefato ideológico de gramaticalização do real do povo e da sociedade civil em geral? Esta gramaticalização do discurso hegeliano através da absorção na ideologia gramatical hegeliana da cultura transdialética gramatical Gramsci cum Freud é algo insensato?
FREUD E GRAMSCI
O encantamento é o desejo sexual
real psicótico que faz do leitor um ser sob domínio da soberana sgrammaticatura
romana imperial do real da realidade dos fatos. No meu estado psicótico, a realidade dos
fatos funcionou como um fio gramatical que não me permitiu cair na negrura total
do real psicótico absoluto. Não creio em uma identidade absoluta entre real e
psicose, a não ser no último estágio do Inferno do livro A Divina Comédia, de Dante. A pretensa identidade absoluta entre
psicose e loucura em geral no livro maravilhoso História da loucura de Foucault não deve ser revisitada, em algum
momento propício?
Gramsci diz que Freud faz a última ideologia da modernidade como cultura política moderna. Buci-Klucksmann aceita o dizer do próprio Gramsci de que ele Gramsci não tinha um conhecimento profundo de Freud (Buci-Klucksmann: 105-106).
Nos aforismas gramaticais de hegemonia: Alguns aspectos da questão sexual, Feminismo e machismo e, especialmente, no “Animalidade” e industrialismo, Gramsci causa espanto ao leitor cujo real não foi completamente invadido, e assim, conquistado, perdidamente, pela ideologia ersatz gramatical romana psicótica leninista.
A
gramaticalização ideológica se distingue da invasão do real pela física da
linguagem da ideologia mecanicista da luta de classe crua e nua (onde a
problemática da gramaticalização do real pela cultura não chega a ser um
problema da teoria-prática revolucionária de homens livres e normais), pois,
ela é ideologia gramatical da física da língua do discurso gramsciano. Assim, a
ideologia gramatical faz laço gramatical com a filosofia grega na visão de Heidegger:
“Consideremos por um momento o
que significa o fato de caracterizarmos uma era da história humana de ‘era
atômica’. A energia atômica descoberta e liberada pelas ciências é representada
como aquele poder que deve determinar a marcha da história. Entretanto, a
ciência nunca existiria se a filosofia não a tivesse precedido e antecipado. A
filosofia, porém, é: he philosophía.
Esta palavra grega liga nosso diálogo a uma tradição historial. Pelo fato, de
esta tradição permanecer a única, ela é também unívoca. A tradição designada
pelo nome grego philosophía, tradição
nomeada pela palavra historial philosophía,
mostra-nos a direção de um caminho, no qual perguntamos: Que é isto – a filosofia?
” (Heidegger: 213).
As ciências gramaticais da política se constituem na linha de força gramatical heideggeriana supracitada.
Gramsci diz:
“8) la psicanalisi (sua enorme
diffusione nel do poguerra) come espressione dell’aumentata coercizione morale
esercitata dall’apparato statale e sociale sui singole individui e delle crise morbose che tale coercizione
determina”. (Gramsci. 1977. V. 3: 2140) o caminho da racionalização do
americanismo fordista em um novo modo industrial-financeiro de acumulação
ampliada de capital moderno.
No após I Guerra, a questão sexual torna-se uma obsessão mundo intelectual europeu (idem: 2147), inclusive na Revolução bolchevique de 1917-1920. Gramsci faz a ligação gramatical da questão sexual com forma de cultura política que é absorvida como ideologia gramatical freudiana nesse novo momento da economia capitalista que se apodera de uma Europa: americanismo fordista da América.
Aquele que não conhece a escuridão negra das profundezas de Freud, diz:
“A sexualidade como função
reprodutiva e como esporte: o ideal ‘estético’ da mulher oscila entre a
concepção de reprodutora’ e de ‘brinquedo’; mas não é só na cidade que a
sexualidade se tornou um ‘esporte’; os provérbios populares: ‘o homem é
caçador, a mulher é tentadora’, ‘quem não tem melhor, vai ao leito com a
mulher’, etc., mostram como está difundida a concepção esportiva também no
campo e nas relações sexuais entre elementos da mesma classe”. (Gramsci. 1980:
390).
A questão sexual re-iniciada por meios militares, materialista racional teológico por Gramsci (na antevisão do discurso da máquina de guerra sexual narcísico freudiano) não faz de Gramsci o mais notável autor marxista que fez o laço gramatical dinâmico Freud e Marx?
A questão sexual do
industrialismo não remete o leitor para o problema natureza versus cultura em
um estágio mais avançado da gramaticalização de Freud por Gramsci?
“Animalidade e industrialismos”:
A história do industrialismo
sempre foi (e hoje o é de forma mais
acentuada e rigorosa) uma luta contínua contra o elemento ‘animalidade’ do
homem, um processo ininterrupto, muitas
vezes doloroso e sangrento, de sujeição dos instintos (naturais, isto é,
animalescos e primitivos) a sempre novos complexos e rígidos hábitos e normas
de ordem, exatidão precisão, que tornem possível as formas sempre mais
complexas de vida coletiva, que, são, a consequência necessária do
desenvolvimento do industrialismo. Essa luta é imposta do exterior e até agora
os resultados obtidos, embora de grande valor prático imediato, são em grande
parte puramente mecânicos, não se transformaram numa segunda natureza”.
(Gramsci. 1980: 393).
Nessa gramática do sexual freudiano, o desejo sexual adquiri um conteúdo econômico, um solo material, se constituindo em uma gramática materialista racional do desejo sexual. Tremei freudianos e lacanianos idealistas e/ou obcecados pelo desejo sexual do homo clausus!
Podemos metabolizar a ideia de um desejo sexual do industrialismo como segunda natureza de homens e mulheres da sociedade do americanismo? Citando apenas Baudrillard: A Décima Primeira Parte. Sobre a realização do desejo no valor de troca, do livro Para uma crítica da economia política do signo; o L’échange symbolique et la mort e o Da Sedução não são livros sobre a segunda natureza industrialis do desejo sexual na era do após II Guerra Mundial na América reverberando na Europa e alguns países da América Latina e, em geral, do terceiro-mundo industrializado?
O livro Sociedade de consumo não é o mais exato estudo concreto da América do industrialismo sexualis capitalista publicitário da mulher brinquedo?
“A nossa sociedade pensa-se e
fala-se como sociedade de consumo. Pelo menos, na medida em que consome,
consome-se enquanto sociedade de consumo em ideia.
A publicidade é o hino triunfal desta ideia”. (Baudrillard. 1981: 241).
A mulher-brinquedo freudiana na gramática sexualis de Gramsci faz pendant com a fonte cultural autoral da publicidade exposta nos livros de David Ogiluy: Confissões de um publicitário e Uma autobiografia. Tais livros do autor David fala da estratégia e táticas da criação da segunda natureza sexual poética do homem do americanismo agora em choque com um movimento mundial da mulher que cansou de ser o brinquedo sexual do homem do industrialismo do americanismo. Leitor, o que nos espera na esquina da derrisão da sociedade americana que nos educou no espaço da cultura americana mundial até os dias atuais?
A mulher-brinquedo freudiana na gramática sexualis de Gramsci faz pendant com a fonte cultural autoral da publicidade exposta nos livros de David Ogiluy: Confissões de um publicitário e Uma autobiografia. Tais livros do autor David fala da estratégia e táticas da criação da segunda natureza sexual poética do homem do americanismo agora em choque com um movimento mundial da mulher que cansou de ser o brinquedo sexual do homem do industrialismo do americanismo. Leitor, o que nos espera na esquina da derrisão da sociedade americana que nos educou no espaço da cultura americana mundial até os dias atuais?
Gramsci vê e pinta o passado e o futuro com cores de um realismo mais real que o próprio real de sua época e inclusive do século XXI?
O nosso herói italiano diz:
“Até agora, todas as mudanças do
modo de ser e viver se verificaram através da coerção brutal, através do
domínio de um grupo social sobre todas as forças produtivas a sociedade: a
seleção ou ‘educação’ do homem apto para os novos tipos de civilização, para as
novas formas de produção e de trabalho foi realizada com o emprego de
brutalidades inauditas, lançando no inferno das subclasses os débeis e os
refratários, ou eliminando os simplesmente. O surgimento de novos tipos de
civilização, ou no curso do processo de desenvolvimento, foi marcado por crises.
Mas quem foi envolvido nestas crises? Não as massas trabalhadoras, mas as
classes médias e uma parte da própria classe dominante, que também sentiu a
pressão coercitiva exercida necessariamente sobre toda a área social. As crises
de libertinismo foram numerosas: a
cada época histórica teve a sua”. (Gramsci. 1968: 393).
O sexo tem um papel fundamental nas crises da gramática histórica das civilizações.
Tradição de outros séculos, a cultura na forma da ideologia puritana torna-se a gramática sexual de gramaticalização do real do inconsciente de um determinado discurso do político religioso moderno:
“Quando a pressão coercitiva é
exercida sobre todo o complexo social (o que sucede especialmente depois da
queda da escravidão e do advento do cristianismo), o desenvolvimento da
ideologia puritana que moldam a forma exterior da persuasão e do consentimento
ao uso intrínseco da força. Mas logo que o resultado é alcançado, pelo menos em
certa medida, a pressão cede (historicamente o fato apresenta-se de modo
bastante diversos, como é natural, pois a pressão sempre assumiu formas
originais, em geral pessoais: identificou-se com um movimento religioso, criou
uma estrutura que se personificou em determinadas camadas ou castas, adotou o
nome de Cromwell ou de Luís XV, etc.) e surge a crise do libertinimos (crise
francesa depois da morte de Luís XV, por exemplo, não pode ser comparada a
crise americana depois do advento de Roosevelt, nem o proibicionismo, com o
cortejo de bandidos, ode ter um correspondente em épocas precedentes, etc.) que
só atinge superficialmente as massas trabalhadoras, ou indiretamente porque
deprava as suas mulheres. Efetivamente, estas massas ou já adquiriram os
hábitos e costumes necessários aos novos sistemas de vida e de trabalho, ou
então continuam a sentir a pressão coercitiva sobre as necessidades elementares
de sua existência (o antiproibicionismo não foi desejado pelos operários, e a
corrupção provocada pelo contrabando e o banditismo proliferava nas classes
superiores”. (Gramsci. 1980: 394).
Não há nessa gramática industrialis sexual de Gramsci mais que uma coincidência significativa junguiana com a gramática sexual do mais proeminente invasor do real da sociedade da segunda metade do século XX – as ideias do livro de Freud O Mal-Estar na civilização? A gramática sexualis de Gramsci não doa às ideias freudianas deslumbrantes, em seu anarquismo sexual contido, recolhido, seu conteúdo econômico burguês tardio? Por que não reler pelo marxismo ocidental gramaticalizado a partir dessa interseção Freud com Gramsci o livro de Lukács (tido como uma leitura stalinista da vida burguesa tardia) Marx y el problema de la decadência ideológica. O maior desafio não é, sobretudo, a gramaticalização do inconsciente do discurso stalinista do El asalto a razão?
A gramática freudiana de Gramsci
em narração gramatical lógica foi estabelecida com a análise concreta da
situação concreta da crise da conjuntura imediata após a I Guerra Mundial. Tal
crise é definida a partir da questão sexual, isto, trata-se e uma crise
freudiana:
"Verificou-se no após a guerra uma
crise dos costumes de extensão e profundidade enormes; mas ela surgiu contra
uma forma de coerção que não fora imposta para criar hábitos os hábitos
conformes a uma nova forma de trabalho, mas em virtude das necessidades, já
concebidas como transitórias, da vida de guerra e de trincheira. Essa pressão
reprimiu especialmente os instintos sexuais, inclusive normais, em grandes
massas de jovens, e a crise que se desencadeou no momento do retorno à vida
normal tornou-se ainda mais violenta, em virtude do desaparecimento de muitos
machos e de um desequilíbrio permanente na relação numérica entre os indivíduos
dos dois sexos. As instituições ligadas à vida sexual sofreram um forte abalo,
proliferando na questão sexual novas formas de utopia iluminista. A crise foi
(e ainda é) mais violenta pelo fato pelo fato de ter atingindo todas s camadas
da população e de ter entrado em conflito com s necessidades dos novos métodos
trabalho, que vinham se afirmando (taylorismo e racionalização em geral. Estes
novos métodos exigem uma rígida disciplina dos instintos sexuais”. (Gramsci.
1980: 394).
O essencial para minha
argumentação é a questão da gramaticalização ideológica da sexualidade como
fator tático ou não da crise no modo de sua relação com o real da sociedade em
tela no discurso de Gramsci:
“ Pode-se criar uma situação de
duplo fundo, um conflito intimo entre a ideologia ‘verbal’ que reconhece as
novas necessidades e a prática real ‘animalesca’ que impede aos corpos físicos
a absorção efetiva das novas atitudes. Nestes casos, forma-se uma situação que
pode ser dominada de hipocrisia social totalitária”. (Gramsci. 1980 : 395).
O significante totalitário agencia a interseção do sexual com a moral pública do estrato dirigente. Como diz Lacan contra Aristóteles, o sexual é ausência de relação sexual na medida em que não faz laço social. Todavia, tal enunciado não significa que não seja necessário gramaticalizar o sexual, pois,
Foucault põe o pingo no is (acerta o centro do alvo) na questão da gramaticalização da questão sexual:
"C’ est vrai, mais je considère que le désir de se libérer des tabous sexuels a toujours existé à toutes les époques. L’homme a toujours été affamé, d’une point de vue sexual; il n’existe pas de société sans réglementation de la sexualité et donc sans tentatives d’échapper aux règles établies. Il s’agit de voir quelle forme cette revendication assume aujourd’hui. Il est vrai qu’aujourd’hui on soutient Juliettte contre Justine. Mais, en agissant ainsi, ne finit-on pas peut-être par admettre, par adopter un type de sexualité qui va au-delà du sujet, qui se trouve, en quelque sorte, derrière le moi, que le dépasse? Aussi le type de sexualité que l’on réclame aujourd’hui contribue-t-il, dans la pratique, à la dissociation du sujet, du moins dans la forme où on l’entend depuis Descartes. Il est clair, en effet, que le thème fondamental de la Juliette de Sade est le suivant: ˂Moi je ferai de toi tout ce que voudra mon désir, mais il est entendu que tu agiras de même avec moi. Aucune partie de toi n’échappera à mon désir, mais cela est valable aussi en ce qui me concerne>. Ainsi, aucun des deux ne contrôle plus son propre corps, et l’éros de l’un communique avec l’éros de l’autre sans que le sujet même n’exerce un contrôle véritable. C’est justement ce que caractère orgiaque de la sexualité contemporaine qui finit par remettre em question la position du sujet”. (Foucault: 376-377).
Gramsci pensa o totalitarimos freudiano abrindo uma porta para o problema foucaultiano da febre sexual na modernidade. A diferença entre Foucault e Gramsci. Para Foucault, a questão do sujeito de desejo se define em uma relação de autonomia absoluta em relação à economia, isto é, o sujeito é oco de ideologia gramatical econômica; ele não é determinado pela gramática sexual econômica do freudismo como no Baudrillard gramsciano (Baudrillard. 1991: 43). Monstros sagrados erguem suas armas para mostrar um rumo para o século XXI?
Gramsci precisa ser incluído nesse diálogo e confronto mesmo parecendo com um mero autor encarcerado, no passado, como um moralista italiano excepcional (de uma página do livro de Weber O Espírito do capitalismo) em relação à nova moral burguesa do livro “O Novo espírito do capitalismo” (Chiapelllo: 197-234).
O inconsciente do discurso de Boltanski e Chiapello apresenta uma gramática econômica sexual do grande “capitalismo” europeu da década de 1960 cuja gramaticalização urgente não nos aproxima, claramente, da gramática do pós-capitalismo de Peter Drucker a David Ogiluy? E, também, não anuncia a explosão da língua da física da articulação da hegemonia da gramática burguesa sexual tradicional weberiana?
Enfim Gramsci diz:
“Ao contrário, no caso de não
existir a pressão coercitiva de uma classe superior, a ‘virtude’ é afirmada
genericamente, mas não observada nem por convicção, nem por coerção. Portanto,
não serão absorvidas as atitudes psicofísicas necessárias aos novos métodos de
trabalho. A crise pode vir a ser ‘permanente’, com uma perspectiva
catastrófica, já que só a coerção poderá defini-la, uma coerção d no novo tipo
na medida em que, exercida pela elite de uma classe sobre a própria classe,
passa ser uma autocoerção, uma autodisciplina (Alfieri que se deixa amarrar à
cadeira)). De qualquer modo, o que se pode opor a esta função das elites é a mentalidade iluminista e
libertária na esfera das relações sexuais; lutar contra esta concepção
significa simplesmente criar as elites
necessárias à missão histórica, ou pelo menos, aperfeiçoá-las para que a sua
função se estenda a todas as esferas da atividade humana”. (Gramsci. 1980: 395)
A propósito, sobre a crise catastrófica brasileira 2017, o trabalho de extração do significante corrupção (gramática da libertinagem sexual econômica de uma fração da classe dominante e seu estrato dirigente que invadiu o real como conteúdo sexual econômico da elite da democracia 1988) em nosso ensaio das ciências gramaticais da política não é nada além de uma tentativa de conceber o Estado como um fenômeno racional em si. Trata-se de um escrito teológico racional materialista alheio a construção ideal de um Estado como deve ser. E se no nosso “tratado” há uma lição, ela não se dirige à força prática burocrática revolucionária do Estado brasileiro, mas, antes, sugere, pois, ensinar é impossível, como é que o Estado real (por pode ser o nosso universal moral de direito formal liberal e conteúdo político democrático) deve se revelar em atos e palavras:
Hic Rodhus. Hic saltus! Sem
sgrammaticatura.
ESQUECER A IDEOLOGIA MECÂNICA TROPICALISMO
A infelicidade da política tropicalista (da ideologia gramatical burguesa ou operária) significa o trabalho intelectual de um país povoado pelo animal vocal súbdito (subsujeito ersatz de laço gramatical lógico societal) por um narcisismo organicista individualista clânico (superestrutura ideológica da economia escravagista luso-brasileira), familial vegetativa psicopática (Holanda: ), pois, tem o cheiro da imundice psicótica que invade a subjetividade territorial através do prazer obtido na estrada entre as fazendas, em inalar, a generosa bosta do carro de boi aí doada por esse animal de canga, inocente!
Oliveira Vianna não viu que se podia opor a esta função das elites bosta-de-boi a mentalidade iluminista e libertária tropicalista na esfera das relações sexuais, usando a bosta da cavalaria do ersatz do cinema de fidalgo (da cultura de casta do cinema do cineasta para os cineastas do cinema de arte europeu transladada em música) para fecundar a terra do latifúndio ideológico mecânico da cultura da guerra civil eletrônica-virtual (ersatz de gramática ideológica) despótico atávico à história biográfica colonial que pesa como chumbo no cérebro dos vivos e dos mortos, rico ou pobre, legal ou lumpesinal. Desse fenômeno ideológico olfativo gramatical não há escapatória possível como percebeu no final de sua vida errante o notável navegante das antropologias selvagens e da Floresta Amazônica, o nosso gramatical ideólogo brasiliense Darcy Ribeiro.
No fio dessa mer-ada de meu tempo local, Hegel me ajuda:
“A missão da filosofia está em
conceber o que é, porque o que é, é a razão. No que se refere aos indivíduos,
cada um é filho de seu tempo; assim também para a filosofia que, no pensamento,
pensa o seu tempo. Tão grande loucura é imaginar que uma filosofia ultrapassará
o mundo contemporâneo como acreditar que um indivíduo saltará para fora do seu
tempo, transportará Rhodus. Se uma
teoria ultrapassar estes limites, se construir um mundo tal como entenda deve
ser este mundo existe decerto, mas apenas na opinião que é um elemento inconsciente
sempre pronto a adaptar-se a qualquer forma.
Um pouco modificada a fórmula
expressiva seria esta:
Aqui está a rosa, aqui vamos dança. (Hegel: 15).
O que há entre a razão
teológica racional materialista e a razão como realidade dada no real? O que
separa a primeira da segunda e a impede de se realizar gramaticalmente no real
da sociedade dos fatos da atualidade atual? É ela estar enleada na abstração lunar
sem oxigênio, assim não podendo se libertar para respirar aquilo que vai pescar
o significante em sulco e giros do real:
Assim, a fórmula hegeliana é
transladada para:
Hic Rodhus, hic salta!
Aqui está Rodes, salta aqui.
(Marx. 1974: 338)
A frase supracitada é bebida
em uma fonte da cultural ora da antiguidade, pois, é retirada de uma fábula de
Esopo. Nesta, um paspalhão gabava-se de ter testemunhas para provar que havia,
uma vez, executado um inesquecível salto em Rodes, sendo interpelado, no ato de
sua fala, com a interrogação: “Para que recorrer a testemunhas se é verdade?
Veja. Aqui está Rodes, Salta aqui!
Para que evocar, e esperar por
testemunhas, se se pode mostrar na prática atual da atualidade o que se é capaz
de fazer?
BIBLIOGRAFIA
BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de
consumo. Lisboa: Edições 70, 1981
------------------------- Da
sedução. Campinas: Papirus, 1991
BUCI-GLUCKSMANN. Christine.
Gramsci et l’État. Paris: Fayard. 1975
BACHELARD, Gaston. Le
matérialisme rationel. Paris: PUF, 1972
CHIAPELLO E BOLTANSKI. Ève e Luc.
O novo espírito do capitalismo. SP: Martins Fontes. 2009
FREUD. Obras Completas. RJ:
Imago, 1974
GRAMSCI, Antonio. Obras
Escolhidas. Lisboa: Estampa, 1974
----------------------- Literatura e vida nacional. RJ: Civilização
Brasileira, 1968
----------------------- El materialismo histórico y la filosofia de
Benedetto Croce. Buenos Aires: Nova Visión, 1973
GRAMSCI, Antonio Maquiavel, a política e o Estado moderno.
RJ: Civilização Brasileira, 1980
---------------------- Quaderni del cárcere. v II. (1930-1933).
Torino: Einaudi: 1977
--------------------- Cadernos do cárcere. RJ: Civilização
Brasileira, 2014
HEGEL. Princípios da filosofia do
direito. Lisboa: Guimarães Editores, 1990
HEIDEGGER, Martin, Os Pensadores. SP: Abril Cultural,
LACAN, Jacques. O Seminário. De um Outro ao outro. Livro 16. RJ: Zahar, 2008
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MARX. Os Pensadores. O 18
Brumário de Luís Bonaparte. SP: Abril Cultural. 1974
Marx. Le capital. Livre Premier.
Texte integral. Paris: Éditions Socialis, 1977
MARX e Engels. Textos. V. I.
Primeiro manifesto do Conselho Geral da
Associação Internacional dos Trabalhadores sobre a guerra franco-prussiana. SP:
Edições Sociais, 1975
PESSOA, Fernando. Obras em prosa.
Volume único. RJ: Nova Aguilar, 1986
STENGERS & PRIGOGINE, Isabela e Ilya. Entre o tempo e a eternidade. SP: Companhia das Letras, 1992 (original: 1988)
STENGERS & PRIGOGINE, Isabela e Ilya. Entre o tempo e a eternidade. SP: Companhia das Letras, 1992 (original: 1988)
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