sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

CAPITAL TOTALITÁRIO CORPORATIVO MUNDIAL DIGITAL


O poder em Marx é uma ideia realizada segundo duas linhas de força simbólicas. No Manifesto do Partido comunista, o poder é um conceito realizado como substância. O poder político é algo que a classe dominante (burguesia) detém e pode perder para a classe operária. Trata-se da fórmula “o Estado é o comitê da burguesia”.
No “O 18 Brumário de Luís Bonaparte”, o poder político se define pelas relações de força no campo das ações das forças entre si e da ação delas nelas próprias. A força pode ser especificamente política (partidos, grupos monarquistas, republicanos, bonapartistas) ou forças sociais (proletariado, nobreza, burguesia, pequena-burguesia urbana, lumpen-proletariado, camponeses). Pode ser uma societas (Igreja). Ou pode ser uma força cultural. Trata-se da ação dos jornais que organizam o RSI (Real/Simbólico/Imaginário) da política através da ação SI (Simbólico/Imaginário). A força pode ser uma biografia individual - subjetivamente ligada à trans-subjetividade de massas sociais (campesinato, lumpen-proletariado) - capaz de desintegrar o significante República Democrática de 1848.
A política é um campo articulado por fatos e artefatos, pelo fático e pela linguagem. O jornalismo é ação SI, uma linguagem essencialmente ficcional que procura ser o espelho da realidade política. Trata-se da ficção do fatual como artefato SI. Por sua vez, a linguagem política é feita de fatos (articulados nas ações dos sujeitos políticos) e publicidade (artefatos publicitários são a continuação do jornalismo por outros meios). A publicidade é a ação, por excelência, da cultura política do simulacro de simulação. Ela é a tradução jornalística do homo simulacrum. Esta cultura intelectual da política é, por excelência, a fonte da cultura política informacionalis eletrônica e digital. O poder informacionalis mundial digital suprassume todos os outros poderes (simbólico, político, econômico), e a cultura política informacionalis digital mundial sobredetermina todas as outras culturas políticas.
UM ESTUDO DE CASO
Dois grupos do FACEBOOK (Comunidade da Física Freudiana e Psicanálise, Cultura política, Totalitarismo) ligados ao blog José Paulo Bandeira foram suspensos a partir de duas publicações sobre o funcionamento teórico/prático do poder informacionalis digital mundial. 
Tal nanoação do Facebook serve para mostra o funcionamento nanofísico desta instituição do capital corporativo mundial digital. Trata-se de uma ação nanomáquina de guerra digital. Serve também para mostrar como funciona o poder mundial informacionalis, globalmente.
Na segunda década do século XXI, a cultura digital é o aspecto principal da cultura política mundial. A televisão tornou-se o aspecto secundário, e o jornalismo de papel um aspecto secundário do aspecto secundário cultura eletrônica. A universidade dos países centrais funciona (pelo discurso da universidade) como a retaguarda científica deste master: o poder informacionalis digital mundial. Ela funciona hoje não mais articulada e articulando o campo da episteme política ocidental. Ela articula-se através da ideia de doxa husserliana. A fenomenologia é uma fonte intelectual profícua e indefectível da cultura política mundial informacionalis mundial, principalmente da cultura política eletrônica. A cultura política mundial é a realização conceitual de tal doxa fenomenológica.
O Facebook não funciona como uma instituição pública democrática? A origem dele é a cultura judaico-americana que só faz sentido se associada ao Vale do Silício. Esta cultura política econômica aparece como um artefato democrático (e até anárquico/capitalista) de uma cultura política  econômica do capital mundial que seria um suprassumir (aufheben)  do capital corporativo mundial. No entanto, o caso PCPT/CFF mostra que o Facebook é uma instituição privada (privatista do espaço público cultural mundial) do capital corporativo mundial digital informacionalis. Há uma fusão orgânica entre a superestrutura e a economia do capital corporativo mundial através do FACEBOOK. Este é capital corporativo mundial digital informacionalis, ou seja, economia e política do capital corporativo mundial condensados em uma estrutura cultural digital informacionalis. Trata-se de um artefato da comunidade informacionalis digital mundial: OKHRANA MUNDIAL.
A violência real do Facebook sobre o PCPT/CFF viola todas as regras e diretos de liberdade de expressão científica e da liberdade pública em geral. Trata-se de uma violência real de um poder despótico em uma versão TOTALITÁRIA DIGITAL INFORMACIONALIS. O que esta ação de poder do Facebook diz? Que o PCPT/CFF não pode publicar textos sobre o funcionamento abstrato e/ou concreto do poder informacionalis digital mundial. O Facebook se  estabelece como um campo de ação de um poder fático (TOTALITÁRIO) ao arrepio de qualquer regra civilizada ou dos direitos do cidadão ou dos direitos humanos dos homens livres e normais. Um direito humano é mostrar como o poder funciona concretamente nas culturas políticas.
Como o Facebook não é parte do campo de ações territoriais (Estado-nação), ele não tem nenhuma preocupação com os diretos territoriais dos homens das nações territoriais nem do funcionamento das democracias territoriais. O Facebook é vanguarda de uma nação orbital, sideral, transterritorial. Ele estabelece um contrato orbital digital no qual o direito territorial está inteiramente excluído. Na relação Facebook/território, o despotismo orbital digital está nas leis, enquanto os costumes territoriais estão na liberdade, e vice-versa.
O Facebook é uma superfície digital da cultura política orbital/informacionalis da OKHRANA MUNDIAL. Como seu solo original é os EUA, pode-se concluir que a democracia americana é apenas um fantasma do presente, e que a essência da vida americana é o totalitarismo do Homem Unidimensional, da década de 1960, conceituado por Herbert Marcuse.                               
                                    


3 comentários:

  1. A censura no Facebook vive das denúncias. Quem denunciou o blog? Acho que foi o esquema digital bolivariano, de esquerda ou de direita como diz você! Você ameaça mais por aqui do que no Vale do Silício, O capitalismo não é um bloco monolítico e muito menos articulado. É fragmentado! E a Okhrana não está no (apenas) no capitalismo. Está também na Coréia do Norte, no ISIS e na China. O capitalismo também teme a Okhrana, vide o Japão.

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    1. quando ocorre denúncia, o Facebook diz que houve; não é o meu caso! A cultura política econômica do Vale do Silício é anarco-capitalista. O Facebook é cultura do capital totalitário. Acho que isto está claro no texto. Não faço uma interpretação achatada, ou pasteurizada, do capital mundial.

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    2. vamos aproveitar para começar a discussão (investigação) sobre a cultura política digital facebookiana?
      Trata-se de uma autogestão trans-subjetiva das massas de usuários? A lei é estabelecida (o que deve continuar publicado) pelos usuários? A interdição das publicações é uma demanda dos usuários feitas a partir do campo dos afetos destes? O ódio à "fala escrita" do outro se materializa no poder de apagar da tela digital desta fala? Bandos organizados bolivarianos (direita/esquerda), direita selvagem, pentecostais fundamentalistas (etc.) são como alcateias que devoram suas vítimas no altar digital. Trata-se de um poder baseado na lógico do sacrifício do animal político?

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