quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

IMPÉRIO FOUCAULTIANO PÓS-MODERNISTA

TEXTOS DIPERSOS

CULTURA POLÍTICA DOS JOGOS
O conceito de episteme  lacaniano significa “colocar-se em boa posição (verstehen). Trata-se de encontrar a posição que permita que o saber se torne um saber do senhor. A função da episteme especificada como saber transmissível (Platão) é sempre tomada por inteiro das técnicas artesanais, ou seja, dos servos. O que está em questão é extrair sua essência para que esse saber se torne um saber de senhor: “E depois, isto se duplica naturalmente mediante um pequeno ricochete, um lapso, o retorno do recalcado. Mas, diz fulano ou sicrano, Karl Marx ou qualquer outro” (Lacan: 21). Na física lacaniana historial, a episteme pode ser concebida como episteme política mais apropriadamente, pois se trata da episteme platônica na cultura política intelectual. Deriva daí a imagem conceitual epistemologia da cultura política intelectual (epistemologia política).
Na era pós-modernista, a epistemologia política que concentra a maior quantidade de luz (velocidade) para a percepção (e autointerpretação) da realidade é a cultura pós-modernista. Por quê? A realidade do real é uma articulação hegemônica da lógica do simulacro de simulação. Trata-se da cultura política do homo simulacrum da era do capital corporativo transnacional e de sua concomitante e coetânea tela eletrônica militarizada. Se o saber pode ser dito como o domínio de uma técnica, a classe simbólica dirigente do saber eletrônico possui o saber da trans-subjetivação das massas como homo simulacrum. Tal saber agenciava o campo dos afetos e ia além ao mexer com o campo dos estados anímicos através da música industrial. Portanto, tal saber não era a forma latente do jogo de linguagem digitalis?
Uma epistemologia política dos jogos de linguagem é possível? Buscar a transição dos jogos de linguagem da cultura filosófica (cultura intelectual em si) para a cultura política intelectual é necessário para a compreensão da história mundial contemporânea? Isto faz algum sentido?
Agora, a realidade do real ainda é a hegemonia da realidade homo simulacrum sobre a cultura política mundial? Não é preciso esquecer Baudrillard? Na segunda década do século XXI a cultura política dos jogos não se tornou a essência da realidade do real?
 É cada vez mais visível que os jogos de linguagem, os jogos de guerra (e a guerra em si) são a essência da realidade do real planetário. Estamos assistindo à passagem acelerada da hegemonia da cultura política do simulacro para a hegemonia da cultura política dos jogos na cultura política mundial e para o domínio mundial de um estado guerra digitalis oligárquico (e físico) sobre a política planetária. Como Esquecer Foucault?
Vemos a passagem da cultura do ver da imagem eletrônica para a cultura do ver (e do ouvir) da imagem digitalis. O domínio do campo de poder digitalis sobre o campo de poder eletrônico (pela subsunção real da tela eletrônica à tela digitalis) existe em função da velocidade da produção e circulação da cultura  do ver/ouvir digitalis (imagem digitalis) na cultura política mundial. No bloco-no-pode mundial, isto significa a passagem da hegemonia do capital corporativo eletrônico mundial para a hegemonia do capital corporativo digitalis mundial.                                     
A cultura política do simulacro é a cultura política informacionalis eletrônica: imagem informacinalis eletrônica. Não se trata de autointerpretação da realidade, mas é sim uma percepção eletrônica militarizada da realidade do real. Como tal, ela articula uma realidade do real como um campo de guerra eletrônico. Trata-se, portanto, da tela eletrônica militarizada como campo de poder.
Ao mexer industrialmente com o campo dos estados anímicos através da música, a tela eletrônica não faz pendant com o jogo de linguagem da guerra digitalis? A cultura do jogo digitalis é um processo descontínuo da spaltung do espírito ocidental que não mais (como cultura política) se articula a partir do campo da metafísica, ou do campo dos afetos. Se articula, dominantemente, em um choque RSI (Real/Simbólico/Imaginário) a partir do campo dos estados anímicos. São duas superfícies contínuas (Banda de Moebius) (tela eletrônica e tela digitalis) que designam a cultura política da sociedade do espetáculo eletrônico (SEE) sobredeterminada/suprassumida pela cultura política do jogo de linguagem digitalis.
A política mundial não está em um processo de evolução adaptativa à cultura política dos jogos? A crise mundial não é a crise que tem como causa necessária esta adaptação quase cerebral das manifestações desse saber?                             
LACAN, Jacques. L’envers de la psychanalyse. Paris: Seuil: 1991                
                       
       

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 IMPÉRIO FOUCAULTIANO PÓS-MODERNISTA
A ideia de um império pós-capitalista é de Weber. Tal império seria o Urstaat pós-capitalista análogo ao império egípcio da antiguidade (Weber: 541). Inoculados pela ideia weberiana e usando as investigações sobre o campo de poder moderno de Foucault (de Deleuze e Guattari), mais ainda a literatura sobre o fim da soberania moderna (fim da soberania econômica e da soberania em si do Estado–nação) e a literatura sobre hegemonia do pós-modernismo na cultura política intelectual mundial , Michel Hardt (e seu tutor Antonio Negri) escreveu o livro Império. O estilo de escrita do livro não é de Negri!
O império supracitado é um império do capitalismo corporativo transnacional (Hardt: 50). Mas ele não é o império americano. Trata-se de uma máquina capitalista imperial biopolítica que articula um poder mundial virtual com efeitos reais sobre o planeta (Idem: 60, 64, 24, 32, 58).
Algumas ideias constituem a axiomática imperial. No lugar das lutas de classes, as lutas da multidão como contrapoder constituinte (Idem: 77). Mas não se trata das massas líquidas. Outra ideia é a suprassunção do direito moderno pelo direito imperial. Outra ainda é o papel determinante da sociedade do espetáculo eletrônico (SEE): “um lugar onde devemos localizar a produção biopolítica da ordem é nos nexos imateriais da produção da linguagem, da comunicação e do simbólico que são desenvolvidos pelas indústrias de comunicação” (idem: 51). Trata-se do capital corporativo eletrônico mundial.
A SEE é a máquina de comunicação que produz a subjetivação imperial de controle biopolítico: Foucault temperado por um certo pós-modernismo americano. Trata-se da produção da própria vida social (Idem: 13). Uma boa ideia deriva desta, pois a sociedade de controle significa desterritorialização da subjetividade disciplinar como um campo de poder que dava as cartas na história moderna.
A desterritorialização do território existencial nacional disciplinar produz efeitos devastadores como a sobredeterminação do Estado de Direito por um Estado de exceção permanente e o aniquilamento da subjetivação conhecida como povo-nação (11, 57, 121, 156). Isto significa o colapso da subjetivação proporcionada pela soberania nacional. No lugar desta, entra a subjetivação (da sociedade de controle biopolítica) na interseção do capital corporativo transnacional com o mercado mundial (Idem: 168).
A alteração no espaço mundial é importante no conceito de império foucaultiano pós-modernista. Como campo de poder, o espaço planetário passa a ser a superfície híbrida das redes de poder, ou melhor, a interseção da rede oligopolista da SEE com a rede/rizoma da internet (Idem: 320-321). Tal campo de poder tem como uma das causas a enorme acumulação das lutas da multidão (Idem: 296).
A soberania moderna baseava-se (se articula) na transcendência da soberania do Príncipe, do Estado moderno, da nação, do povo. Ela é suprassumida pela soberania da sociedade de controle biopolítica (338). Trata-se claramente de um conceito de império foucaultiano pós-modernista tecido pela cultura intelectual americana em choque com o poder americano.
A pretensão de Hardt era estabelecer um pensamento político foucaultiano pós-modernista como a linha de força intelectual dominante na cultura política intelectual americana do século XXI. Hardt viajou o mundo inteiro fazendo a difusão de sua visão de mundo. No entanto, o discurso da universidade (em conluio com a SEE) bloqueou o tour de force de Hardt e Negri (teórico virtual das Brigadas Vermelhas italianas).
Na segunda década do século XXI, não já está no horizonte de eventos o estabelecimento da lógica de desmoronamento do campo de poder sociedade de controle biopolítica pós-modernista? Trata-se da suprassunção da tele eletrônica militarizada pela tela digitalis que é um campo de poder como estado de guerra oligárquica digitalis, informacionalis, permanente. Hoje a investigação não deve mais se concentrar sobre a soberania da cultura política pós-modernista foucaultiana sobre a cultura política mundial.
Trata-se agora de discutir a soberania do homo digitalis como um campo de poder que significa a trans-subjetivação digitalis mundial das massas sem sujeito no comando da economia, da cultura e da política planetária. Isto não significa Esquecer Foucault!
HARDT E NEGRI. Império. RJ: Record, 2001
WEBER. Economia e sociedade. Brasília: UNB, 1999

URSTAAT OKHRANIANO DE ALOYSIO
http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=2003
“O principal risco do PL n. 2.016/2015, já aprovado no Senado e à espera de votação na Câmara, está em achar que a lei atinge apenas o “terrorista”, e não os “cidadãos de bem”, como se essa divisão fosse clara. Ora, o que se tem em mãos é justamente a possibilidade de colocar esse rótulo em qualquer um de nós”
Marta R de Assis Machado e Guilherme Leite Gonçalves publicara um texto clarividente sobre a lei terrorista (antiterrorista?). Não obstante a distância dos eventos terroristas em relação à nossa realidade, o grupo Globo, o governo Dilma Rousseff e a bancada parlamentar conservadora, liderada pelo PMDB, em suas últimas manifestações, aproveitaram o episódio do ataque do Estado Islâmico a Paris para exigir que a votação do projeto de lei antiterrorismo (PL n. 2.016/2015), já em regime de urgência no Congresso Nacional a pedido da presidenta da República, seja acelerada.
O texto substitutivo do senador Aloysio Nunes Ferreira ao PL n. 2.016/2015 aprovado no Senado e retornado para votação na Câmara faz desse senador o autor do golpe de Estado mais espetacular desde o golpe de Estado de D. Pedro I ao fundar o Império brasileiro. A lei antiterrorista foi aprovada na Câmara nacional por ser uma matéria encaminhada pelo governo Dilma Rousseff que, através do PMDB, possuía maioria nesta instituição pública. Trata-se de uma lei que em sua origem já era um golpe de Estado totalitário no desenvolvimento do processo democrático das massas nas ruas das grandes cidades brasileiras.
O projeto do governo é fruto de uma reação ao movimento das massas em junho de 2013, que foi o início da lógica do desmoronamento do poder despótico de Sérgio Cabral no Estado do Rio de Janeiro. Por ser amigo íntimo e dileto de Dilma Rousseff, há uma forte probabilidade do PMDB do Rio ser o verdadeiro autor da ideia da lei antiterrorista em parceria com a tela eletrônica militarizada que faz a gestão totalitária militarizada da trans-subjetividade das massas carioca e fluminense. .
Tal substitutivo não apenas retirou o parágrafo que excluía a aplicação da nova legislação à “conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou categoria profissional”, mas também acrescentou a expressão “extremismo político” para a determinação da figura do “terrorista”. O mesmo senador, para justificar sua intervenção, afirmou que “o país precisa de uma lei precisa, uma regra clara, que garanta segurança jurídica, especialmente em períodos de grandes eventos como as Olimpíadas de 2016”. Todavia, a linguagem jurídica do senador é flexível, plástica, fluída, flutuante, frouxa, inexata e, portanto, capaz de capturar na lei, ao sabor e humor da interpretação do juiz, uma infinidades de situações. O senador aplicou no discurso jurídico brasileiro a lógica do credo quia absurdum (creio porque é absurdo); lógica totalitária despótica!
O senador Aloysio Nunes foi do PCB, mas o golpe de 1964 o jogou nos braços de Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira (o Toledo), os dois mais gloriosos chefes terroristas da Ação Libertadora Nacional (ALN). (Com este enunciado posso ser enquadrado na lei terrorista de Aloysio) Marighella com seu manual de terrorismo urbano adquiriu notabilidade internacional. Quando Aloysio Nunes passou a ser chamado de Mateus, nasceu o terrorista Aloysio.
Porque alguém com formação em direito, ciência política (amigo de FHC e José Serra) e que provou o terrorismo urbano na própria pele confeccionou uma lei que captura indivíduos nas instituições de massas em qualquer tipo de agir político e nos próprios movimentos de massas para condená-los como terroristas? Não se trata de um golpe de Estado parlamentar terrorista/bonapartista no processo da revolução democrática das massas?
A lei antiterrorista é a peça que falta para a completa instalação de um campo de poder totalitário despótico que designaremos provisoriamente (não se deve pôr a carroça à frente dos bois) de ditadura bonapartista/totalitária dos juízes. Vejam o imenso poder totalitário que a lei faz acumular e condensar na figura do juiz? Ela é um passo definitivo para pôr um fim ao nosso claudicante Estado de Direito. Mateus se tornará o símbolo de um poder (e de um Estado) que já mostrei, em demasia, ser o poder da Okhrana mundial digitalis informacionalis no Brasil.
FHC é o criador da nossa Okhrana civil na década de 1990 . Ele deve estar se rejubilando com o fato de seu amigo Aloysio (e seu partido PSDB) ser o criador do Urstaat okhraniano brasileiro.
Por que fazer a sociologia da história se FHC (através de Aloysio Nunes /Mateus) pode fazer a grande história brasileira totalitária do século XXI?
Marx disse que o capitalista é a personificação do capital. Aloysio não é o símbolo biográfico da transformação do juiz brasileiro em personificação da Okhrana mundial?

REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA MUNDIAL (RIO)
Três fenômenos se apresentam na superfície política mundial contemporânea: a revolução islâmica, a revolução fascista pós-pós-modernista e a contrarrevolução democrática mundial digitalis.
A desterritorialização da nação e do Estado-nação abrem o território existencial nacional para uma vasta, extensa, infinita e intensa reterritorialização do espaço político no planeta. Como não se trata de um texto filosófico anunciaremos brevemente como a revolução democrática mundial pode se tornar o quarto fenômeno da produção do nosso contemporâneo.
Os EUA são uma república federativa constitucional real. A federação é uma obra histórica construída na cultura política como autointerpretação dos conflitos (diversidade americana) entre direitos individuais e direitos grupais, direitos individuais e de grupos contra o Estado, e, o mais intrigante, direitos de grupo e individuais contra o direito do Estado de encarnar valores comunitários em sua legislação e na prática.
O federalismo americano não é um simulacro; ele é uma realidade fática constitucional. A Constituição estadual regula a vida dos homens livres (e cidadãos) e a Suprema Corte age no sentido de arbitrar sobre o campo de conflito de direitos que é um campo de poder constitucionalizado. Esta imensa arquitetura do campo de poder constitucional está ameaçada com a desterritorialização da nação americana?
A física lacaniana historial vê Tocqueville definir a América por uma contradialética que articula contrarrevolução democrática e revolução democrática. A física vê uma trans-subjetividade fascista americana se expandido na cultura política americana. Donald Trump quer personificar a interseção da contrarrevolução democrática com a revolução fascista pós-pós-modernista?
No Brasil, A Constituição de 1988 estabelece legalmente o federalismo. Mas tratava-se de um ente da cultura política do simulacro que a comunidade jurídica jamais achou por bem tocar no assunto. Ignorância? Não creio! Assim, tal comunidade se tornou cumplice da era da nefasta cultura política pós-modernista que desintegra a soberania das massas na política.
O art. 63 da Constituição de 1988 sacramenta: “Cada Estado reger-se-á pela Constituição e pelas leis que adotar, respeitados os princípios constitucionais da União”.
Como nos EUA, a Constituição estadual deve, em primeira instância regular a vida dos indivíduos e das comunidades religiosa, racial, étnica, sexual, respeitando a lei nacional. O estado não é soberano (não se trata de propor mil comunas de Paris de 1871); mas ele deve possuir uma autonomia relativa em relação ao poder nacional. A desterritorialização da nação brasileira é a causa do golpe de Estado bonapartista do STF, que encerrou a nossa república como simulacro de simulação. Agora não é preciso continuar a obra do STF?
O golpe de Estado do STF sobre a República brasileira criando o império bonapartista dos juízes é o caminho preferido da nossa classe dirigente. Tal golpe de estado quer manter as massas apartadas da vida política constitucional brasileira. Trata-se da contrarrevolução (revolução conservadora da classe dirigente contra as massas) que deve ser questionada na prática pela revolução democrática das massas. Como começar este espetáculo político?
O PCPT está elaborando uma teoria contradialética da política mundial que começa com a revolução democrática no Rio de Janeiro. Não se trata de anarquismo. (Mas não tenho nada a objetar ao anarquismo). A revolução democrática deve começar no âmbito local e se expandir para a reterritorialização democrática da nação a nível planetário.
Há no Brasil um federalismo fático inconsistente. Mas é possível transformá-lo em um federalismo consistentemente constitucional com a democratização dos estados. É preciso ver a política brasileira pelos regimes fáticos estaduais. São Paulo tem um regime quase democrático e o Rio de Janeiro é uma ditadura do PMDB. Então, não podemos começar um movimento de massas para estabelecer uma Assembleia Estadual Constituinte no RIO?
A classe dirigente do Rio de Janeiro é extremamente inconsistente na arte de governar, corrupta no seu pathos, desprovida inteiramente de espírito público e sob domínio de uma lumpen-oligarquia espalhada pelas cidades do estado. A cidade do Rio de Janeiro (e cidades industriais) apresenta um potencial revolucionário democrático de massas. Há em estado de potência uma trans-subjetividade democrática das massas adormecida pelo estado de narcose que a lumpen-oligarquia estabeleceu na política do Rio de Janeiro.
A cidade do Rio foi o palco de uma revolução democrática de massas (eram reduzidas, certamente) na fundação do território nacional na década de 1820. Há, portanto, uma tradição vibrante adormecida de revolução democrática carioca. Não se trata de repeti-la, mas de retomá-la como uma linha de força historial a ser reconstituída na conjuntura mundial atual. A revolução democrática brasileira já teve momentos que assustou a nossa cultura oligárquica conservadora com Joaquim Pimenta na primeira metade do século XX. Pimenta chegou a ser um catedrático da Universidade do Brasil!
Hic Rhodus, hic salta!
Aqui está Rodes, salta aqui!

POR QUE O RIO NÃO DEVE SEDIAR AS OLIMPIADAS/2016
As Olimpíadas de 2016 foram uma conquista de Lula. Ela era parte do projeto hegemonia petista e significou a aliança entre o PT e o Grupo Globo que tem sua plataforma no Rio de Janeiro. Podemos afirmar que neste momento o Grupo Globo aderiu de mala e cuia ao bolivarianismo lulista. No momento que o COI se definiu pelo Rio, o planeta estava fascinado com o bolivarianismo de Lula. Hoje, Lula caiu no ostracismo na política europeia.
Assim como a Fórmula 1, o COI é parte da política desterritorializada. Mas a Olimpíada no Rio está revelando que se trata de uma instituição orbital sem nenhum compromisso ético com os atletas e os espectadores brancos. A única coisa que interessa ao COI é o dinheiro que eles podem extrair do evento e o poder deles sobre a política das nações.
Moro há décadas na Flamengo e jamais me aventurei ao banho de mar na praia do flamengo. A Baia da Guanabara é constituída de águas poluídas que os governos do Rio nunca se preocuparam em despoluir. A saúde dos atletas que vão usar a Baía da Guanabara estará seriamente comprometida. O COI exige que os atletas comprometam sua saúde em nome de uma servidão voluntária cujo master é o próprio COI?
Hoje, as Olimpíadas servem ao domínio do PMDB em conluio com o Grupo Globo no Rio e no país. O PMDB domina o Congresso brasileiro e o governo nacional em aliança com o PT de Dilma Rousseff. Após, o fim da cizânia Dilma versus Michel Temer, as Olimpíadas se tornaram o Circo Romano para desviar a percepção das massas de sua própria implosão econômica (e biológica). Tal evento de jogos será usado como espetáculo eletrônico militarizado para agenciar a trans-subjetividade das massas no sentido de evitar que a revolta latente econômica delas se transforme em uma rebelião generalizada tipo massas camponesas medievais. O COI não apenas sabe disso como faz parte da engenharia política de gestão militarizada das massas “camponesas” cariocas e brasileiras.
As instituições científicas do capital corporativo eletrônico estão irradiando a informação que o Zika vírus é a peste há muito esperada. Que ele conquistará toda a América, exceto Canadá e Chile. O mosquito transmissor deste vírus da Bíblia da physis é uma nanomáquina de guerra bíblica que aparece como um recurso evolutivo contra a superpopulação mundial?
Desde Darwin, o planeta sabe que a physis biológica vive em um perpétuo estado de guerra interno e contra a espécie humana. A bazófia agora é que Dilma Rousseff vai fazer a guerra contra o Zika vírus. Ela está pensando em como garantir que o vírus não vire uma nanomáquina de guerra que transforme tudo que é sólido para o bolivarianismo em fumos.
A exposição dos espectadores estrangeiros ao Zika será manipulada pelo poder mundial eletrônico informacionalis através da informação militarizada de que o vírus se tornou universal na América. Trata-se de uma clara linha de força de gestão militarizada da trans-subjetividade das massas dos países centrais que fornecerão o maior contingente de espectadores. Parece que não há limites – de nenhum tipo - para o que tal poder mundial militarizado pode cometer em maldade com homens, mulheres e crianças inclusive ocidentais. Hoje, o poder mundial não é mais o poder da população branca ocidental.
O COI, o governo Dilma Rousseff, o governo do Estado do Rio de Janeiro e a prefeitura carioca são instituições totalmente irresponsáveis? Assim como os governos dos EUA, da União Europeia e do Japão (governos democráticos) que não fazer nada para impedir que seus cidadãos sejam afetados por um campo de guerra biológica que pode ser, inclusive, fatal, não só para as mulheres grávidas. Trata-se de um verdadeiro e real desprezo do poder mundial pela vida humana. As consequências deste estado de guerra natural deveriam ser tratadas pelos biólogos como história do choque da natureza com a espécie humana. Mas os biólogos têm um verdadeiro desprezo pela história, pois isso não é parte do campo da ciência.
Em termos racionais, a única decisão sensata não seria o COI suspender as Olimpíadas de 2016 no Rio?

FORUM ECONÔMICO MUNDIAL (DAVOS)
O FEM (Davos) tem as nações como centro de sua fala sobre a economia mundial. Yanis Varoufakis crê que as nações não existem mais como fenômeno econômico. O arquiteto Manuel Sanches me falou sobre a resiliência das nações. Com o impacto do globalismo capitalista sobre as economias nacionais na década de 1990, a sociologia marxista paulista começou a pensar a desterritorialização da nação e sua reterritorialização na conjuntura mundial do século XXI. Mas a reterritorialização permaneceu um mistério da Cornualha oculta pelas Brumas de Avalon.
Há grandes nações no planeta como China, EUA, Alemanha, Japão, Índia que parecem desafiar o globalismo do capital corporativo mundial. A classe dirigente em Davos parece ser uma classe do território existencial nacional. Para ela, o território não está em crise e o capital corporativo mundial digital não é a luz (velocidade) que orienta o bloco-no-poder mundial do capital no século XXI.
O capital corporativo mundial digital é um corpo celeste que surgiu na década de 1990 e passou a se expandir aceleradamente. O capitalismo não existe como sistema, então, não precisamos mais falar de capitalismo. Existe sim o capital e a economia política digitalis mundial. Depois da relatividade de Einstein, apenas o capital reconstituído pela física lacaniana marxista retirou Marx da sepultura da cultural política econômica mundial do século XXI.
Quando o território era nacional, a soberania econômica era uma realidade do real articulando o planeta. O capital corporativo transnacional possuía um império territorial nacional como centro da política mundial com seu complexo industrial-militar e sua comunidade informacionalis: América. Com a passagem da hegemonia para o capital corporativo mundial digitalis, um poder mundial substituiu o império americano na articulação da vida política no planeta: política digitalis. Ainda prisioneiro da visão de mundo economicista/produtivista, Davos tornou-se o símbolo da irrealidade econômica como pensamento burguês. Modelado pela percepção do território e da sociedade do espetáculo eletrônico, a classe burguesa de Davos é um ser pré-diluviano.
Sanches tem razão quando diz que as nações não querem desaparecer na poeira cósmica do universo digitalis. Mas trata-se do voluntarismo das nações. A desterritorialização do território existencial nacional está avançando, por enquanto, geometricamente. Logo, a velocidade se tornará exponencial.
No Brasil, vivemos em um império republicano, mas a tela eletrônica repeti, incessantemente, que vivemos em uma república. O pessoal da tele eletrônica acredita - como o homem arcaico, certa ciência da linguagem moderna e o fascismo alemão - que a palavra é capaz de dominar a coisa. A trans-subjetividade das massas sem sujeito não é um fenômeno articulado pela linguagem puramente ficcional. Trata-se de uma subjetividade das massas ligada por mil fios de ouro à realidade do real (dos fatos). Por isso é necessário continuar usando o significante realidade em nossos jogos de linguagem.
Mais que a forma política (república, império), a forma econômica nacional se define como ficção e fato. A soberania econômica era o axioma fático que articulava a nação e o Estado-nação. Quem em seu juízo perfeito vai falar que hoje a soberania econômica nacional articula a economia planetária? Davos não está em seu juízo perfeito. Davos vive na irrealidade do sonho nacional. O FMI da senhora Christine Lagarde é o FMI do território, não é o FMI da economia orbital, da polis digitalis mundial.
O sociólogo marxista pós-modernista Richard Sennett discute a eleição presidencial americana com a percepção do homo territorialis. Ele não é capaz de ver que Donald Trump é o diabo do Doutor Fausto de Thomas Mann da era acelerada da desterritorialização nacional trans-subjetiva da América. Esta gera uma reterritorialização trans-subjetividade totalitária das massas americanas homóloga ao fascismo pós-pós-modernista trans-subjetivo das massas europeias. Antes a frase ia além do conteúdo; na segunda década do século XXI, o conteúdo viaja além da frase.

JORNALISTA DE PAPEL/JORNALISTA ELETRÔNICO
Deleuze definiu o jornalismo de papel como produção de besteira. Trata-se do texto no qual a realidade está sempre indeterminada. Tal texto trabalha com uma velha ideia da informação: “opinião dada em processo no âmbito das repartições públicas”. Portanto, temos aí uma informação burocratizada. O jornalista de papel é um burocrata. Seu texto depende do processo que está sendo encaminhado na repartição pública do jornal.
O jornalista eletrônico é uma significação da família das significações jornalísticas. O jornalista de papel faz jogos de linguagem? Estes são os jogo de linguagem capazes de encontrar um nome para algo. Isto não acontece! Mas o jornalista de papel dificilmente age em um campo de guerra cultural; o modelo do jornalismo de papel não é a guerra, mas o jornalista de papel pode ser o correspondente de guerra, que não é um simples jogo de linguagem. A guerra é o real como realidade dos fatos! Próximo do animal despótico freudiano (Pai da horda), o jornalista de papel emprega as mais primitivas formas de linguagem: comandar, perguntar, tagarelar. Tal jornalista fala em excesso sem assunto específico; ele faz barulho permanentemente.
O jornalista eletrônico opera com uma linguagem que consiste também de comandos e informações durante uma batalha. Para ele, representar uma linguagem não significa representar-se uma forma de vida. A informação eletrônica da ameaça está no contexto do teatro de guerra jornalística eletrônica informacionalis. Uma informação dada no programa Globo News Literatura sobre Umberto Eco pode não ser algo para distrair o tele espectador.
Umberto Eco fala de um jornalista bissexto que publicava um jornal gratuito lido pela classe dirigente, entregue de casa em casa. Tratava-se de contrajornalismo que nomeava os personagens da narrativa: pessoas e instituições, principalmente. Eco diz que o contrajornalista bissexto foi assassinado por ter incomodado alguém poderoso. (O novo best-seller internacional de Umberto Eco. O romance que é um verdadeiro manual do mau jornalismo. Um grupo de redatores, reunido ao acaso, prepara um jornal. Não se trata de um jornal informativo; seu objetivo é chantagear, difamar, prestar serviços duvidosos a seu editor. Um redator paranoico, vagando por uma Milão alucinada). Tal imagem conceitual do jornalista bissexto de Eco é claramente parte de um delírio paranoico literário.
Há algum redator paranoico bissexto no Brasil? Se existe, o programa está lançando uma mensagem clara. Trata-se de uma ameaça ou de um vaticínio do tipo campo de guerra mafioso. Como o jornalismo eletrônico é um campo de guerra informacionalis não é descabido supor tal hipótese para sustentar meu ponto de vista. O jornalismo eletrônico é, por imagem conceitual, parte do campo de poder mundial digitalis informacionalis cujo nome é Okhrana mundial. Tal jornalismo não pode usar os serviços da Okhrana local? Afinal, trata-se de uma campo mundial de redes de poder!
Afinal, o que é o jornalista eletrônico?
Ele é parte de um sistema de comunicação descrito por Santo Agostinho, que não é um jogo de linguagem em si. Tal sistema não trabalha com imagens conceituais. Onde esse jornalista é treinado? No campo de guerra informacionalis do capital corporativo eletrônico. Os profissionais treinados neste campo são pagos a peso de ouro. Ser um soldado (repórter), um sargento (apresentador), um tenente (“explicador”), ou um capitão (editor), ou um coronel (diretor) deste campo de guerra é algo que não é sutil; pode ser brutal, pois a brutalidade (e a vulgaridade) é excelente companheira em qualquer guerra moderna, a partir do século XX. Mas a jornalista eletrônica tem que dominar a arte de sorrir para o espectador; isto é parte do treinamento. O sorriso da jornalista eletrônica é uma máscara do tipo máscara primitiva africana.
Finalmente, nosso jornalista é seguramente uma nanomáquina de guerra que começa a ser montada, teoricamente, na escola de comunicação e - na prática - pelo capital corporativo eletrônico. Parecer uma pessoa normal é uma arte da nanomáquina de guerra jornalística/eletrônica. Não aparentar ser um personagem dos paraísos artificiais baudelairianos é uma exigência profissional.
O jornalismo eletrônico tem uma regra de transformar o consumo de drogas em um campo de morte. Vem daí a preferência de matérias sobre o crack. Parecer que possui uma ética impecável é uma necessidade, pois, tal jornalista precisa, ocasionalmente, pôr em ação uma linha política editorial jornalística capaz de acusar, inclusive, todas as famílias do país de corrupção para justificar a corrupção da classe dirigente, inclusive a sua corrupção.
Por isso, o PCPT faz contrajornalismo democrático digitalis. Ao contrário, o jornalismo eletrônico pode ser apresentado por uma imagem conceitual quase rigorosa. Trata-se de um jornalismo totalitário da cultura política da guerra informacionalis.
“Pode facilmente parecer que toda dúvida mostre apenas uma lacuna existente no fundamento, de tal modo que uma compreensão segura é possível apenas quando primeiramente duvidamos de tudo aquilo que pode ser duvidoso e afastamos então todas as dúvidas” (Wittgenstein).

IGUALDADE DIGITALIS
Na era moderna, a igualdade é um axioma político da revolução democrática?
A cultura jurídica liberal criou o axioma jurídico “todos são iguais diante da lei e para a lei. Tal axioma se transformou em realidade dos fatos ou permaneceu como linguagem ficcional do direito?
Tocqueville viu uma revolução democrática na América pela realização do axioma igualdade em realidade dos fatos. Trata-se da igualdade econômica. No século XIX, a ideia de um capitalismo igualitário tinha força de realidade. América utópica!
Marx demoliu a ideia de liberdade jurídica (e da possibilidade da instalação de uma sociedade igualitária capitalista) mostrando que os trabalhadores só eram livres para vender sua força de trabalho no mercado capitalista. Todos os homens são iguais significa que nenhum homem é escravo na sociedade democrática moderna; que todos são livres. Marx disse: o operário é o escravo moderno. Daí a ideia de uma revolução dos escravos modernos: revolução social/comunista dos homens livres e normais. A discussão da igualdade em Marx segue uma linha de força teórica que o século XX jamais metabolizou!
Hoje, o capitalismo serve a 1% da população mundial. A chamada quarta revolução indústria (da física, do digital, da biologia) serve a uma minoria livre e igual frente a uma população mundial escravizada pelo campo de poder do capital corporativo mundial digital. O digital significa a técnica, por excelência, do campo de poder mundial. Desde o surgimento do Urstaat na civilização arcaica, a técnica esteve associada aos campos de poder.
Mas a técnica digital substitui a societas de comunicação da sociedade do espetáculo, como campo de poder mundial. Ela está associada a uma realidade digitalis na qual a igualdade é retomada agora no domínio da cultura. Os axiomas jurídicos da igualdade e da liberdade são apenas parte da cultura política mitológica moderna ocidental, que conquistou a Ásia capitalista. O axioma igualdade econômica é um axioma ficcional da América Latina subcapitalista. O bolivarianismo fez deste mito o cavalo de batalha para se perpetuar nos governos nacionais. Na Ásia, o mito da igualdade econômica cedeu diante do globalismo do capital corporativo mundial. Na A-L, o bolivarianismo está em plena decomposição de seu corpo político continental.
A hegemonia do capital corporativo mundial digital no bloco-no-poder mundial trouxe de volta o axioma da igualdade. Trata-se da igualdade cultural. Todos são iguais diante da cultura; todos os enunciados dos usuários digitalis são iguais em valor interpretativo da realidade; a internet é o mundo da doxa digitalis. Claro que há resistência a este campo de poder da doxa digitalis nos blogs, em vão. Mas o Facebook é visto, por excelência, como o lugar das máquinas de guerra expressivas da doxa digitalis.
O homo digitalis é o processo permanente de trans-subjetivação no qual todos os usuários são iguais culturalmente. Trata-se de uma revolução democrática na cultura mundial? Na universidade, a hierarquia institucional acadêmica é o avesso da igualdade cultural entre os agentes desta instituição. Aluno significa sem luz cultural.
O jornalismo estabelece uma hierarquia cultural de prestigio negociado (que não é baseada em um saber verdadeiro e substantivo) para gerar a força deste campo de poder. Na internet, a palavra é baseada na igualdade de participação cultural dos usuários digitalis. A universidade e o jornalismo desprezam o mundo digitalis. Tal mundo abole o jornalismo como campo de poder/saber e a universidade como o único lugar competente para falar da realidade do real.
Mas o mundo digitalis é realmente a superfície de uma revolução democrática na cultura política intelectual mundial?


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