O poder em Marx é uma ideia
realizada segundo duas linhas de força simbólicas. No Manifesto do Partido comunista, o poder é um conceito realizado como
substância. O poder político é algo que a classe dominante (burguesia) detém e
pode perder para a classe operária. Trata-se da fórmula “o Estado é o comitê da
burguesia”.
No “O 18 Brumário de Luís
Bonaparte”, o poder político se define pelas relações de força no campo das
ações das forças entre si e da ação delas nelas próprias. A força pode ser
especificamente política (partidos, grupos monarquistas, republicanos,
bonapartistas) ou forças sociais (proletariado, nobreza, burguesia,
pequena-burguesia urbana, lumpen-proletariado, camponeses). Pode ser uma societas (Igreja). Ou pode ser uma força
cultural. Trata-se da ação dos jornais que organizam o RSI (Real/Simbólico/Imaginário)
da política através da ação SI (Simbólico/Imaginário). A força pode ser uma
biografia individual - subjetivamente ligada à trans-subjetividade de massas
sociais (campesinato, lumpen-proletariado) - capaz de desintegrar o
significante República Democrática de 1848.
A política é um campo articulado
por fatos e artefatos, pelo fático e pela linguagem. O jornalismo é ação SI,
uma linguagem essencialmente ficcional que procura ser o espelho da realidade
política. Trata-se da ficção do fatual como artefato SI. Por sua vez, a
linguagem política é feita de fatos (articulados nas ações dos sujeitos
políticos) e publicidade (artefatos publicitários são a continuação do
jornalismo por outros meios). A publicidade é a ação, por excelência, da
cultura política do simulacro de simulação. Ela é a tradução jornalística do homo simulacrum. Esta cultura intelectual
da política é, por excelência, a fonte da cultura política informacionalis eletrônica
e digital. O poder informacionalis mundial digital suprassume todos os outros
poderes (simbólico, político, econômico), e a cultura política informacionalis
digital mundial sobredetermina todas as outras culturas políticas.
UM ESTUDO DE CASO
Dois grupos do FACEBOOK (Comunidade da Física Freudiana e Psicanálise, Cultura política, Totalitarismo)
ligados ao blog José Paulo Bandeira
foram suspensos a partir de duas publicações sobre o funcionamento teórico/prático do poder informacionalis digital mundial.
Tal nanoação do Facebook serve
para mostra o funcionamento nanofísico desta instituição do capital corporativo
mundial digital. Trata-se de uma ação nanomáquina de guerra digital. Serve também
para mostrar como funciona o poder mundial informacionalis, globalmente.
Na segunda década do século XXI,
a cultura digital é o aspecto principal da cultura política mundial. A
televisão tornou-se o aspecto secundário, e o jornalismo de papel um aspecto
secundário do aspecto secundário cultura eletrônica. A universidade dos países centrais
funciona (pelo discurso da universidade) como a retaguarda científica deste master:
o poder informacionalis digital mundial. Ela funciona hoje não mais articulada
e articulando o campo da episteme política ocidental. Ela articula-se através da
ideia de doxa husserliana. A fenomenologia é uma fonte intelectual profícua e
indefectível da cultura política mundial informacionalis mundial,
principalmente da cultura política eletrônica. A cultura política mundial é a
realização conceitual de tal doxa fenomenológica.
O Facebook não funciona como uma instituição
pública democrática? A origem dele é a cultura judaico-americana que só faz
sentido se associada ao Vale do Silício. Esta cultura política econômica aparece
como um artefato democrático (e até anárquico/capitalista) de uma cultura política econômica do capital mundial que seria um
suprassumir (aufheben) do capital corporativo mundial. No entanto, o
caso PCPT/CFF mostra que o Facebook é uma instituição privada (privatista do
espaço público cultural mundial) do capital corporativo mundial digital
informacionalis. Há uma fusão orgânica entre a superestrutura e a economia do
capital corporativo mundial através do FACEBOOK. Este é capital corporativo
mundial digital informacionalis, ou seja, economia e política do capital
corporativo mundial condensados em uma estrutura cultural digital
informacionalis. Trata-se de um artefato da comunidade informacionalis digital
mundial: OKHRANA MUNDIAL.
A violência real do Facebook
sobre o PCPT/CFF viola todas as regras e diretos de liberdade de expressão
científica e da liberdade pública em geral. Trata-se de uma violência real de
um poder despótico em uma versão TOTALITÁRIA DIGITAL INFORMACIONALIS. O que
esta ação de poder do Facebook diz? Que o PCPT/CFF não pode publicar textos
sobre o funcionamento abstrato e/ou concreto do poder informacionalis digital
mundial. O Facebook se estabelece como
um campo de ação de um poder fático (TOTALITÁRIO) ao arrepio de qualquer regra
civilizada ou dos direitos do cidadão ou dos direitos humanos dos homens livres
e normais. Um direito humano é mostrar como o poder funciona concretamente nas
culturas políticas.
Como o Facebook não é parte do
campo de ações territoriais (Estado-nação), ele não tem nenhuma preocupação com
os diretos territoriais dos homens das nações territoriais nem do funcionamento
das democracias territoriais. O Facebook é vanguarda de uma nação orbital,
sideral, transterritorial. Ele estabelece um contrato orbital digital no qual o
direito territorial está inteiramente excluído. Na relação Facebook/território,
o despotismo orbital digital está nas leis, enquanto os costumes territoriais
estão na liberdade, e vice-versa.
O Facebook é uma superfície digital
da cultura política orbital/informacionalis da OKHRANA MUNDIAL. Como seu solo
original é os EUA, pode-se concluir que a democracia americana é apenas um
fantasma do presente, e que a essência da vida americana é o totalitarismo do Homem
Unidimensional, da década de 1960, conceituado por Herbert Marcuse.
A censura no Facebook vive das denúncias. Quem denunciou o blog? Acho que foi o esquema digital bolivariano, de esquerda ou de direita como diz você! Você ameaça mais por aqui do que no Vale do Silício, O capitalismo não é um bloco monolítico e muito menos articulado. É fragmentado! E a Okhrana não está no (apenas) no capitalismo. Está também na Coréia do Norte, no ISIS e na China. O capitalismo também teme a Okhrana, vide o Japão.
ResponderExcluirquando ocorre denúncia, o Facebook diz que houve; não é o meu caso! A cultura política econômica do Vale do Silício é anarco-capitalista. O Facebook é cultura do capital totalitário. Acho que isto está claro no texto. Não faço uma interpretação achatada, ou pasteurizada, do capital mundial.
Excluirvamos aproveitar para começar a discussão (investigação) sobre a cultura política digital facebookiana?
ExcluirTrata-se de uma autogestão trans-subjetiva das massas de usuários? A lei é estabelecida (o que deve continuar publicado) pelos usuários? A interdição das publicações é uma demanda dos usuários feitas a partir do campo dos afetos destes? O ódio à "fala escrita" do outro se materializa no poder de apagar da tela digital desta fala? Bandos organizados bolivarianos (direita/esquerda), direita selvagem, pentecostais fundamentalistas (etc.) são como alcateias que devoram suas vítimas no altar digital. Trata-se de um poder baseado na lógico do sacrifício do animal político?