José Paulo
Como general intellect gramatical (Bandeira da Silveira; 05/2022), o caminho da história de espécie humana vai da polis ao Estado mundial. Depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA começaram a autofabricação do Estado mundial ocidental que abrange Ocidente e Oriente, como Japão e Coreia do Sul, por exemplo. Desenvolvo uma plurivocidade de gramática que faz pendant com o movimento da história do unilateral para o mútuo, o comum, o universal planetário. Do realismo modernista para o realismo fantástico, este como tela da mente estética mundial verdadeiramente mútua, comum da espécie humana, tela universal concreta do mais concreto que o concreto. Trata-se da passagem da potência e ato ao fenilato(Bandeira da Silveira; 03/2025), à língua quimilato do poder d’ars do meu livro “Poder d’ars, poder estético, realismo fantástico”, de julho de 2025. O poder d’ars é a sublimação do unilateralismo dos fenilomenicos como: Estado nacional territorial, nação, relações internacionais, geopolítica das nações. Começo com textos migalhas que marcam a passagem do unilateralismo para o mútuo.
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MURILO RUBIÃO - realismo fantastico
José de Alencar inventou o realismo-fantastico, barroco-romântico da monarquia. Murilo Rubião inventou o realismo fantástico da conjuntura modernista republicana. O conto "Os dragões" é uma alegoria da vida política? Trata-se da narrativa de um educador de dragões, que invadem a pequena cidade. Os dragões morrem e sobra dois. Depois resta joão que alimentava a ambição de ser prefeito. (Murilo Rubião: 50).
Os dragões são a fabula que no realismo fantastico aparecem como os monstros na tela da mente estética da pratica política. Monstros d'ars, ele são como a onça lógica de "O Guarani". Eles também são lógicos quimilatos com desejo carnal de mulher, que os acolhem naturalmente. Eles são a alegoria da superfície heteróclita reprofunda da meia-noite vivendo sob o sol, a lua e as estrelas e entre homens, mulheres e crianças; estas tratam os dragões como simples dragões, colocando ente parenteses toda a ideologia criada para eles pelo pequena cidade do homem.
Ao chegar na maioridade, João vomita fogo. Este ato é próprio da língua quimilato do heteróclito. Crianças que se tornam maiores ao empunhar armas de fogo em uma <guerra particular feudal> sem fim. Porém, o circo chega na cidade, e o dono do circo quer João como o maravilhoso no espetáculo circense. O circo trata com naturalidade o quimilato vomitar fogo? O circo transforma-o em espetaculo ao lado doa palhaços, o ilusionista, cavalinhos, leções amestrados e o homem que engole brasa. (Idem: 50).
Qual o estado dos dragões? Selvagem, bárbaro ou civivilizado? Eles são postos entre parenteses, fora de circuito desses estados mentais do homem. Eles não se deixam educar, e este quimilato funda o homem gramatical quimilato. Porém, Freud diz que educar é um dos impossóiveis ao lado de govenar e analisar. O dragão é o quarto estado da matéria mental do vivido da prática politica, pois, ele naturalmente vomita fogo. Ele é o ersatz do homem quimilato . O circo é a superfície do heteróclito como espetáculo em uma tela da mente estética viva, ao contrário da tela técnica morta.
O realismo fantástico de Murilo Rubião é anterior ao realsmo fantástco de Gabriel Garcia Marques, que no romance político "O outono do patriarca" cria e recria a superfície do heteróclito da America espanhola em um realismo fantástico que conquistou o mundo das letras na Europa.
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ESTADO FANTOCHE TRUMPISTA
Os EUA são o único Estado mundial da atualdade planetária. Com o governo de Donald Trump emerge do real da realdade política americana o fenômeno do <Estado fantoche trumpista> mundial. A proposição trumpista de transformar o Canadá em um Estado fantoche por anexação voluntária dos canadenses aos EUA, eis o que causou a vitória eleitoral , no Canadá, do partido político antitrumpista. Por outro lado, Milei vai fazendo a anexação econômica e militar da Argentina como um Estado fantoche trumpista latino-americano. Trump ameaça a Rússia de criar taxas de 100% para todas as mercadoria russas. Putin responde com mais ataques à Ucrânia. Trump se apresenta como o defensor do fim da guerra da Rússia e da Ucrânia. A lógica gramatical-retórica e ideológica é o uso da arte da guerra econômica do imperialismo mercantilista do Estado nacional territorial americano contra as nações em geral. Trata-se da subgeopolítica no comando da economia internacional - em um pastiche paródico do príncipio do socialismo de Lenin <da política no comando da economia> da revolução social na URSS.
Há autofabricação de um poder d'ars [poder estético com força de direito nas relações internacionais]. Este poder estético é aquele de um poder d'ars fascista mundial. Aí temos o modelo politico/estético dos EUA republicano trumpista mercantilista para o mundo que põe entre parenteses o poder estético capitalista da lógica do capital mercadoria do valor de troca - como racionalidade positiva das relações econômicas entre as nações e povos em geral. O poder estético capitalista é aquele de um realismo modernista iluminista. Já o poder estético fascista aparece como poder d'ars do realismo fantastico que afeta profundamente as naçõs, os povos, o capital capitalista e o Estado nacional territorial Afeta reprofundamente o campo das ideologias econômicas capitalista do Estado mundial americano, também. E mais, ainda, da fabricação da China como um Estado mundial capitalista mercantilista do futuro imediato, como objeto intencional vivido nas rotas da sedas.
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CONCEITO E ESTÉTICA
O mais simples é ver o conceito como extensão, o conjunto dos seres ou individuos que designa, isto é, todos os homens no caso do termo homem. E o conceito como compreensão, isto é, o conjunto das qualidades possuídas pelo ser designado, isto é, no caso do homem, o fato de ser vertebrado, mamífero, racional, moral etc, como diz Henry Lefebvre.
Do homem deriva a especie humana dividida entre selvagem, bárbaro e civilizado. Estes conceitos foram construidos a partir da história ideológica do civilizado. De fato, aparecem como artefatos ideológicos de uma estrutura de dominação ideológica na história da Grécia (civilizado versus bárbaro) e da história europeia do colonialismo capitalista moderno com a antropologia.
A separação entre civilizado e selvagem foi e é um campo de lutas estéticas claramente entre os povos europeuse brancos e os indigenas brasileiros, por exemplo. Tal concepção define a relação de dominação e eexploração do modo de produção de mais valia escravista capitalista colonial. Lévi-Strauss mostra no livro "Pensamento selvagem" que não há separação irrevogável entre a ciência europeia e a ciência do selvagem. Assim, os conceitos de civilizado e selvagem aparecem em um campo de identidade lógica paraconsistente territorial/virtual. Bem! portanto, o conceito pode ser visto como efeito do poder realista moderno ou como efeito do realismo fantástico com a identidade lógica entre civilizado e selvagem. Então, o conceito lógico depende de um poder d'ars, de um poder estético com força de direito na realidade planetaria capitalista.
Civilizado e selvagem sem separação lógica pressupõe que esses conceitos estão além da ideologia positivista estética e realista do branco, pois, são determinados por um poder estético como poder d'ars realismo fantástico. No "O Guarani", José de Alencar faz uma cena de luta ente o índio e a onça. Na cena de guerra, o indio e a onça se confrontam como seres capazes de aplicar estratégia e táticas. Alencar criou o poder d'ars realismo fantastico no século XIX monárquico.
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DA CRISE AMERICANA
A soberania popular elegeu Donald Trump, mas não o reelegeu em seguida. Ele comandou um golpe de Estado e tentou persuadir o exército a participar. Este se recusou. Agora, ele foi eleito pela segunda vez. Algo mudou, não?
A mudança de uma forma de governo e de um tipo de Estado depedente de um novo olhar da tela da mente estética em geral e da americana em particular. O <olhar do espírito> de Husserl mudou. ele não é mais o olhar da democracia pós-segunda guerra mundial, com as elites do poder do complexo industrial-militar. Bem, o poder político ou o poder de Estado deixaram de existir com a presidência de Trump de hoje. O poder polítco foi substituído pela violência ciclópica do aparelho de Estado governamental dentro do país e nas relações internacionia. Um novo poder d'ars emerge do real da realidade política americana. O poder estético como força de direito ou poder d'ars é aquele de um Estado integral fascista do novo americanismo da terceira década do século0 XXI.
A maioria da população americana se deixa dirigir pelo poder d'ars fascista da elite trumpista. A causa disso se encontra no fato de que o Estado americano integral é um Estado mundial. Assim, o imperialismo chinês se choca com esse Estado americano, pois, a China de Xi jinping se autofabrica como um Estado mundial. Ora, só há lugar para um Estado mundial como hegemonikon d'ars da prática política mundial na plurivocidade de tela da mente estética mundial.
A sociedade americana e o Estado americano reagem a perda de sua posição hegemonikon estetica na ordem mundial anglo-americana em decomposição. O bilaterialismo é a gramática que anuncia e enuncia uma nova forma de Estado nacional territorial. Um Estado-nação no qual a violência é a parteira da história como ensinou Marx.
As massas analíticas do Brasil ainda não gramatilizaram o novo estado de guerra econômica do mundo. Elas sáo refens do modo de ser psíquico das velhas concepções políticas do mundo do século XX. Hoje postas entre parenteses na prática política da gramática da nova ordem mundial em autofabricação muito rápido.
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DA PRATICA POLÍTICA
A prática política é feita de práxis individual e compulsão à repetição em massa analítica institucional. O uno da prática política é um hegemonikon d'ars como gramática retórica, ideológica do "eu penso" a prática política no eu percebo, recordo, imagino, julgo, desejo, quero o sentido e o não sentido no ethos e pathos, no eros e tanatos, no fazer o bem e fazer o mal. A prática política é um fenilomenico do Estado integal que abrange pólemos e stásis em um território determinado.
O hegemonikon estético é unidade de consciência vivida na tela da mente d'ars de uma nação ou mundial. O ver, o tocar, o ouvir, o desgustar os objetos da formação social atualiza a prática política como força de direito. O avesso inatualiza! O hegemonikon se concentra em um objeto como o de governar o Estado integral. Porém, há um fundo, um halo de intuições de fundo como o estar voltado para que reune os objetos do contexto da prática política. O hegemonikon não é um vivido de consciência como o big broder da ficção inglesa ou a matrix do filme americano. Ele não é onipresente em todos os processos dialéticos que se realizam entre parenteses, fora do circuito da prática política. Por quê?
A prática política existe na tela da mente d'ars; o materialismo vulgar fala em objetividade dos fenômenos fora da tela da mente estética. O idealismo fala do eu absoluto sem redes de eus que são seu apoio na prática política estética. A mudança de olhar da tela da mente ["olhar do espírito", em Husserl) provoca a mudança da gramática da prática política e, quiça, mudança da forma de governo ou da forma do Estado. A desintegração do hegemonikon d'ars [ou poder estético] é aquilo que é necessário para mudanças estruturais da sociedade e do Estado. Um exemplo. A autofabricação do Estado fascista no Brasil-hoje depende da desintegração do hegemonikon d'ars da Constituição de 1988.
O mundo jurídico vê a Constituição como um objeto exterior à vida nacional. Ora. A democracia concreta, atual e virtual significa que a vida política nacional e local tem que ser vivida dentro da Constituição. Processos dialéticos do fundo vivido, do vivido entre parenteses, fora do circuito do hegemonikon existem também fora da mente estética da conjuntura de 1988. Esses processos vão corroendo o hegemonikon como consciência vivida na plurivocidade de tela estética.
7 REALIDADE E CONSCIÊNCIA NACIONAL
O filósofo resolve o problema do modo de apreensão do objeto da realidade pelo conceito, pela teoria. Assim, a teoria torna inteligível a realidade dos fenômenos. Apreensão pela imaginação e pela faculdade sensível não é conhecimento científico. Só é cientifico a apreensão pelo conceito. Cada filosofo se acha no direito de usar a teoria que lhe convém para falar da atualidade mundial. Assim, um filósofo paulista fala em capitalismo monopolista como evidência e verdade do fato de que o capitalismo atual é monopolista territorial e virtualmente. Ora, apreensão da lógica gramatical da realidade tem que trabalhar com aquilo que é o mais geral, generalizável como gramática mundial. O capitalismo monopolista é uma teoria de Lenin. Ela fala do capitalismo do início do seculo XX. Outro autor falou na gramática do neomercantilismo. De um mercantilismo capitalista europeu. Assim, houve a passagem do capitalismo liberal para o mercantilismo capitalista.
Hoje, há a lógica gramatical. retórica, ideológica de um mercantilismo capitalista com um poder d'ars condensado na pessoa de Donlad Trump. Assim, a gramática incluiu a singularidade em uma dialética gramatical com o particular (Estado americano) e o universal modo de produção e circulação de mercadorias e bens comuns mercantilista capitalista asiático/mundial. Na Ásia, temos a grmática completa do capitalismo mundial da atualidade.
Trump luta contra o hegemonismo da Ásia, esta como primeiro mundo do mercantilismo capitalista. Uma luta cheia de furor quimilato e feita com a arte da guerra econômica mercantilista, do bilateralismo contra os blocos econômicos multilateralistas. Este é uma máquina de guerra econômica do imperialismo chinês, que já envolveu a América Latina em sua cadeia mercantilista. Nada disso é dito no espaço da opinião pública brasileira. Ass
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CRISE MUNDIAL
No Brasil, jornalistas e especialistas dizem que Trump é louco. Ele usa sanção econômica, taxas aduaneiras, fora da lógica gramatical capitalista mundial. A família de Bolsonaro aposta que a violência economica do Estado de Trump pode ser uma arma para evitar que Bolsonaro seja condenado e preso. Trump é um condenado da justiça americana que se tornou presidente. Para ele, Bolsonaro teve o direito natural do mais forte de desfechar um golpe de Estado fracassado. Trump diz que a política eleitoral é o juiz final do conflito entre Bolsonaro e Lula, em 2026.
A família de Bolsonaro fala em transformar o Brasil em um Estado protetorado econômico do imperialismo mercantilista americano. Ela diz que a relação dos EUA com o Brasil é de comando e obediência. A subpolítica do automatismo já é o fim do poder político [como previu Baudrillard] trocado pela violência mundial do aparelho de Estado americano. Tal violência econômica bilateral é a causa da crise mundial no Ocidente e Oriente.
Lula se apresenta como campeão do multilateralismo que se choca com o bilateralismo imperialista mercantilista do Estado nacional territorial americano de hoje. As contradições entre EUA e Brasil têm sua objetividade além da subjetividade de Trump. Este faz o jogo da arte da guerra econômica mercantilista que quer que os EUA sejam o UNO das relações internacionais. Trump controla a Suprema Corte e o Congresso. Ele é o Estado do americanismo mercantilista de hoje como hegemonikon poder d'ars. [Este é o unico poder que existe efetivamente]. A identificação estética da maioria do povo americano e da elite proprietária da violência com Donald é algo que só acontece por ser Trump o homem da língua quimilato americana. Ele controla o sistema monetário mundial...Ele disputa com o imperialismo mercantilista capitalista chinês o lugar do hegemonismo na América Latina...
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ESTADO CESARISTA MERCANTILISTA
Napoleão conquitou pelas armas Estados europeus e os transformou em <Estados fantoches, do imperialismo cesarista europeu moderno. Donald Trump quer criar uma prática política mundial inédita. Transformar os Estado mundiais em Estados fantoches a partir da arte da guerra econômica mercantilista cesarista do novo americanismo trumpista. A Argentina de Milei se oferece como modelo latino-americano de um Estado fantoche do imperialismo cesarista mercantilista em processo de mundialização. O senador Flávio Bolsonaro quer que o Brasil se torne um Estado fantoche mercatilista trumpista. Tal processo histórico ocorre a céu aberto de uma prática política multinacional psicótico-cínica. A luta econômica por gramaticas de Estado é que imprime dramaticidade excedente à "cultura" mundial.
Trump é um poder pessoal d'ars laranja da conjuntura mundial de hoje. Ele é o hegemonikon estético mundial com potência hegemônica/dominação pois, o Ocidente ainda não foi derrubado pelo oriente asiático na tela da mente estética da prática política mundial. O Brasil de Lula quer ser um poder d'ars grande potência mundial. Lula é o grande sujeito geopolítico bovarista do presente. A Chiana não fala em criar um sistema internacional monetário no qual o dólar deixe de ser a moeda universal. Lula prega pelos quatro ventos essa ideia econômica. Então, Trump se alia a família de Bolsonaro para fazer do Brasil um Estado fantoche. Com Trump a vida política mundial adquire tons de um realismo fantástico que deixa o planeta boquiaberto e arrebatado....
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A ARTE DA GUERRA ECONÔMICA
A época do mercantilismo capitalista faz a subsunção da economia política da mais-valia econômica para a mais-valia quimilato virtual das multinacionais tecnológicas virtuais. Estas são um efeito da evolução das relações técnicas de produção virtual. De Marx, "O Capital" não é mais a logica gramatical hegemônica do planeta. Ora. O mercantilismo capitalista imperialista de Donald Trump é o hegemonikon d'ars da <arte da guerra econômica>. A competição tradicional do liberalismo é substituída {as nações com seus multilateralismo] por um bilateralismo como arte da guerra econômica territorial das relações internacionais. Bem. Agora Inês é morta!
Se iludindo sobre sua posição de força no concerto das grandes potências, Lula defende o multilateralismo em um claro desafio ao novo imperialismo mercantilista do Estado americano. Lula não entende que a plurivocidade de gramática do planeta girou 180 graus. Hoje, há a mundialização mercantilista da arte da economia da guerra territorial e virtual.
A soberania econômica nacional ou gramática de uma burguesia industrial nacional é uma lenda de um passado estético que não vai se atualizar no presente. O Brasil vive das ilusões das gramáticas do passado da segunda metade do século XX. Lula é um homem político do século XX, viúva inconsolável do século anterior. Um modo de ser psíquico subdesenvolvido periférico assujeita as elites brasileiras...o Brasil necessita viver o luto do século XX morto....
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OS CÃES LADRAM, A CARAVANA PASSA
Enquanto no Brasil, o poder presidencialista republicano foi reduzido à fumos machadianos, nos EUA, esse mesmo poder foi transformado em um poder imperialista mercantilista. Quais as consequêwncias para o Brasil? A carta pessoal de Trump a Lula é o documento que inaugura esse poder imperialista-mercantilista nas Américas. Tal poder é um poder d'ars, da estética laranja trumpista, que procura desintegrar a velha gramática da soberania nacional, como autodeterminação dos povos. Assim, a gramática da resposta do governo Lula mostra que o governo brasileiro aida não entendeu os jogos da geopolitica do imperialismo mercantilista do novo americanismo. Claro que os jornalistas do Youtube e seus especialistas estão mais como cegos em tiroteio do que como leitores dessa nova realidade mercantilista-imperialista trumpista.
Um mundo novo esta sendo autofabricado a partir do poder ciclópico pessoal de Trump. Trump tem a seu favor o fato de que as elites políticas e letradas das Américas o tomam como um idiota , um clown, um bobalhão emperdenido e orgulhoso do fim do império americanista. O segredo de Trump está bem guarado da elite letrada brasileira, pois esta tem medo de desenvolver conteudos sobre a realidade que é MERCANTILISTA. Talvez o fato de eu ter feito e estar fazendo a nova lógica gramatical retórica, ideológica desse poder d'ars mercantilista tenha algo a ver com isso. Isso não é um problema meu, defiinitivamente. Um elite letrada e provincianamente cosmopolita é a vanguarda do atraso da nossa nação. E ela controla a opinião pública.
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Textos canônicos esquecidos de Hegel e Tocqueville sobre as Américas aparecem como uma tela da mente estética europeia como ponto de partida para se retomar a história universal como história da mundialização do Estado europeu moderno.
Tocqueville:
“A experiência provou, entretanto, que, se a energia pessoal e a arte de autogoverno são indispensáveis a todas as sociedades, elas o são sobretudo para as colônias que nascem e se desenvolvem num isolamento forçado”.
“A história destes últimos séculos apresenta - é preciso confessá-lo - um espetáculo muito singular”. (Tocqueville. 1994: 27).
Inglaterra e França são parte da mundialização do Estado europeu:
“A França fundou no Novo Mundo um vasto sistema de colônias. Os planos da fundação foram habilmente concebidos como bem escolhida sua localização. Tratava-se de criar uma cadeia ininterrupta de estabelecimentos que ligassem o São Lourenço ao Mississippi, assim, fundar no centro da América do Norte um novo império francês de que o Canadá e a Luisiana viessem a ser os dois escoadores. Por isto foram necessários grandes sacrifícios de homens e enormes sacrifícios de dinheiro e trabalho. O governo cuida permanentemente destes novos estabelecimentos e não renuncia um instante ao dever de dirigi-los. E, no entanto, apesar de todos estes esforços as colônias definham. A terra oferece-se aos passos franceses, mas em vão, pois eles não avançam pelos desertos férteis que os circundam. Só muito dificilmente a população cresce, a ignorância parece alastrar-se e a nova sociedade mantém-se estacionária, não adquire força nem riqueza e sucumbe, ao final, depois de haver lutado heroicamente contra a agressão estrangeira”. (Tocqueville. idem: 27-28).
A aliança entre capital europeu, trabalho produtivo e Estado francês fracassa na colonização das Américas. Já o Estado inglês tem um outro destino:
“Perto daí, junto ao litoral, vêm estabelecer-se os ingleses. Uns, enviados pela mãe-pátria, outros, fugindo dela. Mal pisam o solo americano tornam-se - pode-se dizer- estrangeiros para a Inglaterra tal a despreocupação dela em governá-los. Desde o início eles têm suas próprias assembleias políticas e seus tribunais, nomeiam a maior parte dos magistrados, organizam sua milícia, provêem as suas necessidades e regulamentam a ordem e as leis. A metrópole praticamente não interfere nos seus assuntos internos e cuida, apenas, de proteger o seu comércio e de garanti-los contra ataques estrangeiros”.
“E apesar de tudo, estes estabelecimento abandonados a si mesmos, que não custam nem dinheiro, nem esforços, nem cuidados á mãe-pátria, duplicam sua população a cada 22 anos e transformam-se em focos de riqueza e de saber”.
“Dado que a experiência o demonstra é preciso reconhecer que, para a França, fundar uma colônia significa entregar-se a uma empresa cheia de perigos cujo sucesso é incerto. Fundar uma colônia penal é ainda mais perigoso…”. (Tocqueville. Idem: 27-28).
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Hegel compara a América espanhola com a inglesa. Ele cria imagens estéticas que põe o ingles como superior ao espanhol?
Hegel:
“Por ser terra do futuro, a América não nos interessa aqui, no que diz respeito à <história., nossa preocupação é com o que foi e com o que é, e,com relação à filosofia, nos ocupamos do que não é nem passado nem futuro, mas do que, simplesmente, é, em existência eterna: a razâo. E isso já é o bastante para nos ocupar”. (Hegel. 1995: 79).
A história universal do Estado ocidental tem a razão dialética como pressuposto. Logo, a desterritorialização do Estado europeu nas Américas se faz em uma prática política paraconsistente (Newton da Costa;2008) reterritorializada. Outro território, então, outro Estado.
Hegel:
“As diferenças mais específicas entre as duas partes da América revelam-nos duas direções opostas: uma do ponto de vista político e a outra do ponto de vista religioso. A América do Sul, onde se estabeleceram os espanhóis, e onde estes conservam supremacia, é católica; A América do Norte, ainda que repleta de seitas, é protestante nos seus traçõs fundamentais. Outra diferença é que a América do Sul foi conquistada e a América do Norte foi colonizada. Os espanhõis apossaram-se da América do Sul para dominar e enriquecer, tanto pelas funções políticas quanto pela opressão. Como metrópole à qual estavam subordinados ficava muito distante, eles tinham espaço à vontade para exercitar o seu arbítrio. Os espanhóis usaram a força, a habilidade e confiança para alcançar um grande predomínio sobre os índios. Os Estados livres da América do Norte, ao contrário, foram inteiramente <colonizados> por europeus. Como, na inglaterra, puritanos, anglicanos e católicos estavam constantemente em luta, e ora uns ora outros tinham prevalência, muitos emigrar buscando em terras estrangeiras a liberdade religiosa. Eram europeus trabalhadores que se aplicavam à agricultura, ao cultivo de tabaco, do algodão etc. Logo se estabelece uma orientação geral para o trabalho, e o essencial nesse conjunto foram as necessidades que uniam os cidadãos, os anseios por tranquilidade, segurança e liberdade, o estabelecimento dos direitos civis e a formação social que tinha sua origem na agregação dos indivíduos, de tal sorte que o Estado era apenas algo de exterior para a proteção da propriedade”. (Hegel. 1995: 77).
Observe-se a relação do Estado conquistador europeu com o território. No espanhol, a língua quimilato é violência do aparelho de estado sobre a população indígena. Na América do Norte, o Estado existe para proteger a propriedade privada, cabendo à comunidade uma outra forma de organização política com uma certa autonomia relativa em relação ao Estado da metrópolis. Assim, os Estados da independencia herdaram esses dois passado estéticos que o determinaram em suas evolução.
O Estado americano do Norte aparece como sendo um efeito do poder d’ars do iluminismo renascentista? Já o Estado latino-americano aparece como um efeito do poder d’ars barroco:
“A leitura nos conduz à contradição dos significantes, que no lugar de completar-se, vem a desmentir-se, a anular-se uns aos outros [...], não funcionam como unidade de complementares de sentido, (...), senão como executantes de sua abolição que, a cada novo intento de constituição, de plenitude, logram invalidar-lo, derrogar restrospectivamente o sentido em cerne, o projeto, sempre inconcluso, irrealizável, da significação”. (Moreno:171-172).
Na América do Sul, o Estado moderno nacional territorial é esse efeito do poder d’ars barroco que põem e repõem o cogito de sentido dos vividos intencionais do Estado nação moderno entre parenteses - como inatualidade permanente. (Husserl. 2006: 89).
O significante Estado nacional moderno encontra-se ausente e presente ao mesmo tempo, assim funda um Estado territorial de uma tela da mente estética paraconsistente - de uma prática política elíptica e na proliferação hiperbólica dos jogos de sentido e não sentido do poder d’ars barroco gramatical retórico. (Moreno. idem: 170).
Hegel fala do futuro do Estado burguês nos EUA, como aparelho de Estado e poder de Estado (Balibar:94)
“No tocante ao fator político, na América do Norte, um fim geral ainda não foi solidamente assentado, e não se fez sentir ainda a necessidade de uma concentração firme; um verdadeiro Estado e um verdadeiro governo de Estado somente se produzam quando há diferenças de classe, quando a riqueza e a pobreza se tornam extremas, surgindo uma relação tal que grande número de pessoas não possa mais satisfazer as suas necessidades conforme fazem habitualmente”. (Hegel. 1995: 78).
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A história do Estado ainda esta de ser resolvida em suas contradições. No Ocidente, o Estado surge na Grécia da antiguidade:
“Em nenhuma parte melhor do que na antiga Atenas podemos observar como o Estado se desenvolveu, pelo menos na primeira fase da sua evolução, com a transformação e substituição parciais de novos orgãos da constituição gentílica pela introdução de novos orgãos, até completamente instauradas autoridades com poderes realmente governamentais - quando uma <força pública> armada, a serviço dessas autoridades (e, que, por conseguinte, podia ser dirigidda contra o povo), usurpou o lugar do verdadeiro <povo em armas>, que havia organizado sua autodefesa nas gens, nas fratrias e nas tribos”. (Engels. 1979: 120).
O Estado da antiguidade foi um Estado obra-de-arte lacaniano. (Bandeira da Silveira; agosto/2022: cap. 12). Então nao causa espanto o Urstaat, o Estado despótico asiático ser uma obra de artistas:
“É que o Estado despótico originário não é um corte como os outros. De todas as instituições, é talvez a única a surgir completamente armada no cérebro daqueles qua a instituem, <os artistas do olhar dee bronze>”. (Deleuze e Guattari.1972: 262).
O Urstaat é uma autofabricação de um poder d’ars na tela da mente estética asiática. Porém, Freud fala de um Estado animal lógico; este só pode ser um efeito do poder d’ars realista fantástico freudiano onde não há separação entre homem e natureza:
“Por que nossos parentes, os animais, não apresentam uma luta cultural desse tipo? Não sabemos. Provavelmente, alguns deles - abelhas, formigas, térmitas - batalharam durante milhares de anos antes de xchegarem às instituições estatais, à distribuição de funções e às restrições ao indivíduo pelas quais hoje os admiramos”. (Freud. v. 21: 146).
O Estado animal é uma espécie de Estado lógico planificado, Um Estado ersatz de Estado totalitário hegeliano-platônico-marxista. (Popper; 1979). O Estado realista fantástico romântico de José de alencar e de Murilo Rubião fazem pendant como o Estado realista fantástico de Gabriel Garcia Marques:
“Era difícil admitir que aquele ancião irreparável fosse o único saldo de um homem cujo poder havia sido tão grande que certa vez perguntou que horas são e lhe haviam respondido quantas o senhor ordenar meu general, e era verdade, pois não apenas alterava os empos do dia como melhor conviesse a seus negócios senão que mudava os dias santos de garda de acordo com seus planos para percorrer o país de feira em feira com a sombra do índio descalço e os senadores enlutados e os cestos de galos esplêndidos que enfrentavam os mais bravos de cada praça, ele mesmo casava as apostas, fazia estremecer de riso os alicerces do rinhadeiro porque todos nos sentíamos obrigados a rir quando ele soltava suas estranhas gargalhadas de surdo [...]”. (Marques: 91-92).
O poder d’arts da revolução da gargalhada de José de Alencar é poder estético realista fantástico com força de direito que faz pendant com a gargalhada do Estado <outono do patriarca>. Ver meu livro “Poder d’ars, pode estético, realismo fantástico”, de julho de 2025.
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Os imigrantes ilegais criaram uma imagem visual para Donald Trump: <tirano laranja”. É uma esfinge sem segredos? Ou é o tirano do século XXI? Leo Strauss definiu o tirano do século XX. Na antiguidade, existe a distinção entre rei e tirano. Hoje há a distinção entre presidente da república e tirano na tela da mente gramatical retórico-ideológica?
Leo Strauss:
“Il n’est pas nécessaire de faire preuve de beaucoup d’attention ou de réflexion pour s’apercevoir qu’il a une différence essentiel entre la tyrannie telle que l’ont analysée les classiques et celle de notre temps. La tyrannie d’aujourd’huit, contrairement à la tyrannie classique, dispose de la <technologie> et de l’<ideologie>”> (Strauss: 38).
Qual a diferença entre o tirano do século XX e aquele de hoje? O tirano latino-americano do século XX já era diferente do tirano de europeu de Leo Straus. Octavio Ianni fez o realismo modernista paulista de 22 - a partir de Gabriel Garcia Marques - desse tirano latino-americano:
“Nesta perspectiva, o real aparece como é: desproporcional, descomunal, carnavalesco, grotesco. O ditador é a pessoa de gestos de grandeza, exemplares. Muito do que faz serve de paradigma, para amigos e inimigos, vivos e pósteros. Um banquete por exemplo, pode ser algo nunca visto, inolvidável. Particularmente inolvidável porque o banquete deste ano iria ocorrer em um ambiente de dúvida, suspeita, traição […]. Aguilar entrou em uma bandeja de prata posto de todo o comprimento sobre uma guarnição de couve-flores e louros, macerado em temperos, dourado ao forno, enfeitado com a farda de cinco amêndoas de ouro das ocasiões solenes e as passadeiras de valor inexcedível na manga do antebraço, catorze libras de medalhas no peito e um raminho de salva na boca, pronto para ser servido em banquete de camaradas”. (Ianni: 93-94).
O tirano é um artista do banquete canibalesco. Ele aparece como ersatz de um poder d’ars, poder estético com força de direito. Ele é o poder estético realismo fantástico e uma plurivocidade de efeitos desse poder d’ars. Qual o gênero estético desse poder d’ars?
“Em que consistem as particularidades características dos gêneros do cômico-sério?
A despeito de toda a sua policromia exterior, esses gêneros estão conjugados por uma profunda relação com o folclore carnavalesco. Variando de grau, todos eles estão impregnados de uma cosmovisão carnavalesca específica e alguns deles são variantes literárias diretas dos gêneros folclórico-carnavalescos orais. A cosmovisão carnavalesca, que penetra totalmente esses gêneros, determina-lhes as peculiaridades fundamentais e coloca-lhes a imagem e a palavra numa relação especial com a realidade. É bem verdade que em todos os gêneros do cômico-sério há também um forte elemento retórico, mas este muda essencialmente no clima da alegre relatividade da cosmovisão carnavalesca: debilitam-se a sua seruedade retórica unilateral, a racionalidade, a univocidade e o dogmatismo. A cosmovisão carnavalesca é dotada de uma poderosa força vivificante e transformadora e de uma vitalidade indestrutível”. (Bakhtin. 1981: 92).
A imagem visual <tirano laranja> das massas imigrantes na América não evoca o gênero realismo fantástico cômico-sério carnavalesco para Trump?
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Em 2025, Donald Trump e Lula protagonizam a luta entre o Estado mundial e o BRICS. O EUA é o comitê central do Estado mundial ocidental? A globalização liberal pós-modernista não procurou pôr entre parenteses o Estado nacional territorial desenvolvido e subdesenvolvido? A União Européia é o Estado nacional entre parenteses que é fechado com Donald Trump? Por outro lado, Trump age para bloquear a mundialização do Estado asiático, Estado nacional territorial chinês?
“No mercantilismo capitalista, se desfaz a lógica do fim do Estado e da destruição da classe dirigente. O processo de destruição da gramática nacional é contido. A China vem servindo como paradigma de construção de uma classe dirigente e de Estado nacional como fenômenos do mercantilismo capitalista […]”. (Bandeira da Silveira. 2021. cap. 2, parte 3).
Donald Trump aparece como o hegemonikon estético noir da mundialização do Estado mundial americano?
“Tel est le cas du démiurge du <Timée>: il construit un ordre cosmique, le regard fixé sur les idées et sur le Bien. Ce n’est donc pas le monde divin ou celui des idées qui produit cet ordre directement. Il faut un médiateur. Il en est de même pour le dialecticien et pour le philosophe-roi, ces démiurges politiques. On voit bien que la dévalorisation du thème démiurgique par le platonisme chrétien conduit à l’idée du Dieu créateur, au rabaissement de la fontion du philosophe-rei. Si le philosophe a sa vrai vie dans le monde divin, il n’a pas tout besoin de jouer les démiurges”. (Edmond:11).
Donald Trump restaura parcialmente a tela da mente estética demiúrgica em um contraponto à tela da mente estética cristã na mundialização do Estado ocidental? ou ele faz um movimento de pôr entre parenteses o Estado mundial ocidental que havia invadido a Ásia, a Coréia do Sul, o Japão e, inclusive a China?
O Estado mundial americano mercantilista puro se choca com a mundialização do Estado mercantilista capitalista asiático? Qual é a lógica gramatical desse choque ciclópico?
“Dans ce qui précède, nous avons essayé de découvrir les interconnexions, les interdépendances et rapports réciproques qui ont mis en branle le processus de la féodalisation”. (Elias: 190).
A tela da mente estética Ocidente/Oriente adquiriu um modo de ser psíquico feudal:
“Nous avons vu que les nécessités de la compétition poussent les seigneurs féodaux à se combattre réciproquement, que le cercle des concurrents se rétrécit de plus en plus, que la position monopolistique de l’un d’eux aboutit - en liaison avec d’autres mécanisme d’interdépendance - à la formation d’un Etat absolutiste. Cette réorganisation totale des relations humaines n’est pas sans incidence directe sur cette transformation de l’habitus, dont le résultat provisoire est notre manière <civilisée> de nous comporter et de sentir. Nous approfondirons par la suite les rapports entre cette transformation spécifique des structures des interrelations humaines et la transformation correspondante des structures de l’habitus psychique”. (Elias: 190).
No caso do Brasil, a mundialização do mercantilismo capitalista é capaz de substituir a gramática do subdesenvolvimento econômico por uma gramática de um Estado mundial de uma globalização multilateral do século XXI? Ilusão de uma política lulista retórica?
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Antes do Ocidente passar para o modo de ser psíquico realismo fantástico, a mundialização do Estado aparecia de um modo simples. Marx já falara do modo de ser psíquico de mundialização do Estado democrático. A revolução social russa era o referente gramatical da produção da tela mente estética modernista pós Revolução Francesa:
Paul Mattick fala de Kautsky:
“É por isso que quando fala sobre o Estado retoma pura e simplesmente a velha concepção burguesa, segundo a qual a história do gênero humano se confunde com a história dos Estados [...]”. (Mattick:27).
Esta não é a gramática de Kautsky. Esta é sobre a mundialização do Estado ditatorial ou do Estado democrático Ocidental:
“Marx, portanto, jamais disse que em certas circunstâncias pudesse realizar-se uma ditadura do proletariado, mas havia chamado assim a etapa inevitável da transição para o socialismo. Havia, ademais, declarado quase ao mesmo tempo que, em países como a Inglaterra ou a América, a transição pacífica para o socialismo era possível, mas somente à base da democracia, e não através da ditadura, suprimindo a democracia: confirma desta forma que ele não entende a ditadura como supressão da democracia”. (Kautsky: 84).
Gramsci:
“Mas isto significa que por <Estado> deve-se entender, além do aparelho de governo, também o aparelho ‘privado1 de hegemonia da sociedade civil. Deve-se notar que , desta crítica ao < Estado> que não intervém, que está a reboque dos acontecimentos etc., nasce a corrente ideológica ditatorial de direita, com seu fortalecimento do Executivo”. (Gramsci. 2014: 258).
Donald Trump e seu hiper presidencialismo é essa direita ditatorial do pode d’ars do realismo fantástico. Boaventura de Souza Santos fala da mundialização do Estado como mútuo:
“Desde então o conceito de patrimônio comum tem sido aplicado a outras “áreas comuns, tais como a Lua, o espaço exterior sideral e a Antártida. A ideia assemelha-se à idéia do contrato social: construir uma plataforma comum sobre a qual as diferenças e as divisões possam florescer sem que isso fique comprometida a sustentabilidade da vida social. No entanto, contrariamente ao contrato social, e como é próprio do código barroco, o patrimônio comum não é uma escolha definitiva, mas sim um processo de seleção de permanente. Seja o que for que passe a constituir patrimônio comum, ele é algo que sempre existiu. O momento da nomeação cria a eternidade do nomeado: o nomeado são as entidades naturais pertencentes à humanidade no seu todo”. (Santos: 111).
Assim, a tela a mente d’ars abrigaria um Estado mundial gramsciano para além do poder estético realismo fantástico atual proprietário do Ocidente.
MUNDIALIZAÇÃO DO ESTADO HOJE A mundialização de Estados nacionais territorias europeus começa com a descoberta das Américas em uma aliança de Estados da penísula com o capital mercantil europeu. Com a formação do Estado nacional dos EUA, a mundializção tem seu ponto de partida fora da Europa. Hitler foi a tentativa de criar um Estado mundial alemão com a Segunda Guerra Mundial. Com a derrota de Hitler, os EUA retomam a mundialização do Estado americano que se torna Ocidental/Oriental. A globalização liberal foi o desenvolvimento da contradição entre a mundialização do Estado e a mundialização da economia política do capital ocidental. O capital pôs o problema do fim do Estado. Com o fim da globalização, há essa derrota do capital? A China parte para a mundialização de um Estado asiático, um Urstaat criado por artistas chineses da política de Mao Ste Tung a Xi Jinping. Uma guerra feudal monopolista pela lugar da grande potência mundial, uno mundial, eis a contradição agônica que arrebata a pratica política mundial de 2025. Especialistas falam de uma terceira guerra mundial nuclear como efeito do processo de mundialização do Estado territorial nacional. O futuro é um campo de indeterminação do qual pouco se pode dizer...
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