quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

REVOLUÇÃO NACIONAL

 

FIESP e revolução nacional

A destituição do presidente da FIESP lulista é um capítulo da luta do tenentismo bolsonarista com o lulismo. Sob comando de Paulo Skaf (industrial nominal, industrial sem indústria), uma lupenburguesia bolsonarista faz a luta no domínio das relações sociais econômicas.

A FIESP representa a burguesia nacional? mesmo que lúpen? Já há muito tempo que a FIESP tem uma presença da multinacional na sua política sindical patronal. Há muito tempo sabe-se que a FIESP inexiste como fenômeno político de uma revolução nacional burguesa.

A revolução nacional da gramática da Constituição-1988 aparece no ministério da reindustrialização de Alckmin e nos ministérios da Amazônia. Trata-se de uma revolução nacional que ´pode se inspirar na revolução nacional chinesa: revolução nacional do século XXI.

Parece que o Xingu quer fazer parte do Brasil-nação. Daria um salto para fazer parte de uma revolução nacional da terceira década do século XXI?

É a época das novas revoluções nacionais na América Latina. Na Europa, a estatização do que foi privatizado é parte da gramática da nossa revolução nacional. Ela é uma resposta à globalização neoliberal nefasta para os povos e nações.

Entre nós, a revolução nacional passa pela reconstituição do capital nacional público e privado. Há contradição entre eles, mas na revolução nacional pode haver conciliação entre a burguesia pública e a burguesia privada nacional.

A revolução nacional alterará o campo a hegemonia do bloco no poder. O deslocamento do aspecto principal da contradição principal se fará pacificamente?  Se o aspecto principal deixar de ser a aliança do capital fictício com o bloco agrário da multinacional, e passar a ser a aliança do capital público com o capital privado nacional em aliança com o bloco agrário nacional, aí o Brasil nação terá uma chance de continuar a existir.

O tenentismo bolsonarista representa o bloco da terra da Amazônia. Ele é um aliado da multinacional da terra que quer explorar a Amazônia rasgando a gramática da Constituição de 1988.   

REVOLUÇÃO NACIONAL E GLOBALIZAÇÃO
O ÚLTIMO grande livro sobre a revolução nacional é o “A revolução burguesa no Brasil” de Florestan Fernandes, de 1976.Este livro não se tornou o evangelho do PT. Por quê?
A globalização neoliberal foi um fenômeno de desterritorialização da revolução nacional.
No Ocidente, a globalização veio como um fenômeno para extrair a potência das grandes nações europeias: União Europeia.
Nos EUA, a globalização neoliberal deslocou o sistema da multinacional industrial para a Ásia.
A China de hoje é o produto de uma dupla revolução: revolução nacional e revolução socialista na forma do mercantilismo do capital asiático. A revolução nacional continua como geopolítica do Estado chinês fazendo pendant om a geopolítica capitalista como conciliação de capitalismo e socialismo.
Na América Latina, a globalização ocidental transformou em uma geleia geral as nações do continente. A integração da América latina à geopolítica do mercantilismo do capital chinês pode ser a retomada da revolução nacional da terceira década do século XXI.
No Brasil, a globalização neoliberal produziu efeitos contra a revolução nacional no governo de FHC. A era Lula é também um efeito da globalização neoliberal na forma do multiculturalismo neobarroco.
O tenentismo bolsonarista também é um efeito da globalização neoliberal que levou Bolsonaro ao governo central em 2018. Em 2022, Lula derrota Bolsonaro. Temos o retorno do multiculturalismo neobarroco.
A nossa política vive a polarização entre o tenentismo bolsonarista e o multiculturalismo neobarroco.

Eis a estrutura da crise brasileira.

O ERRO DA ESQUERDA CHILENA

A ESQUERDA chilena ascendeu ao poder em uma conjuntura de um ajuste de contas com a Constituição de Pinochet, Constituição que antecipa a globalização neoliberal  da década de 1980. Gabriel Boric tentou aprovar uma Constituição não-nacional, uma Constituição que, inclusive, mudava a forma do Estado de nacional para plurinacional. Boric foi derrotado em um plebiscito. A esquerda multiculturalista neobarroca da América Latina não metabolizou o fato político.

O Chile quer uma Constituição nacional como a nossa Constituição de 1988. Esta é a gramática da revolução nacional latino-americana.  

A nossa Frente Ampla que ascendeu ao governo nacional é uma síntese de contradições política, econômica, cultural, ideológica e gramatical. Ela é, sobretudo, uma contradição entre o petismo multiculturalista neobarroco e a revolução nacional representada nos ministérios da nova industrialização e da Amazônia. Lula é o arbitro conciliador da contradição supracitada.

Alckmin é uma personalidade representante da burguesia industrial nacional. Marina Silva é representante do movimento ecologista nacional. Ela é de um pequeno partido da revolução nacional ecológica. Sônia Guajajara é filiada ao PSOL. Ela é a ministra dos povos indígenas. Alckmin, Marina e Sonia aparecem como os representantes da revolução nacional da Constituição de 1988 - Representantes de uma revolução nacional dentro da ordem constiticional-88.

A Constituição-88 é o fenômeno que instaura a gramática da revolução nacional latino-americana para as grandes nações do continente. A esquerda petista é um ser pré-diluviano, pois, a gramática da Constituição-88 é o diluvio que nos faz latino-americanos e nacionais.

A esquerda chilena pode viajar nos rios e oceanos da gramática da revolução nacional-88?  

                

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