José Paulo
CULTURA DE
MASSA
Com a
publicação de “Apocalípticos e integrados”, a fronteira, no campo do Outro ou
simbólico, abriu suas comportas para a invasão da cultura de elite pela cultura
de massa.
Se tinha
como certo que a fronteira era resguardada pelo modo de consumo das duas
culturas. A de elite pelo modo reflexivo e a de massa pelo modo irreflexivo do
entretenimento.
Um argumento
usado para desqualificar a cultura de elite consistia no fato que ela era um
instrumento de dominação da elite sobre as massas. A articulação pela hegemonia
não é parte da argumentação dessa situação simbólica.
Hoje, já é
possível aquilatar o combate a aristocratização da vida proporcionada pela
falta da gramática da cultura de elite na política. O declínio dessa
corresponde a ascensão da cultura de massa entre os políticos, via jornalismo
eletrônico.
A cultura de
massa é a política da irreflexão das massas quanto aos seus interesses
representados como interesses não de uma classe dirigente (bem comum), e sim
como interesses privados, particularistas, dos grupos POLÍTICOS que DETÉM o
monopólio do poder de Estado e do parelho de Estado. Tal fenômeno tem um nome –
OLIGARQUIA POLÍTICA representativa.
A ascensão
da oligarquia política faz pendant com o poder da oligarquia na esfera da
cultura de massa. Outrossim, o jornalismo fica irreconhecível como defesa da
democracia representativa. A cultura de massa é a ideologia da oligarquia
política: esquerda e direita.
O
ciberespaço não alterou a situação em tela. Aquilo que concorre para a formação
da opinião pública, por exemplo, o YouTube, segue os modelos discursivos da
cultura de massa. O YouTube é a continuação ideológica da tela eletrônica por
meios cibernéticos.
No YouTube,
filosofia, historiografia e economia adotam os padrões da cultura de massas
para sua irradiação junto ao cibernauta. Quem não faz isso é levado a abandonar
o YouTube – como é o caso do excelente programa de economia universitário
“Conexão Xangai”.
A
constituição da OPINIÃO PÚBLICA hoje encontra-se sob monopólio da cultura de
massa.
{A cultura
de massa é a presença do indivíduo na massa como irreflexão de seus interesses
no campo do Outro}.
CULTURA
A CULTURA é
serviço de bens públicos e mercadorias. O apogeu ideológico do bem cultural
ocorre com a <indústria cultural> ou a cultura no regime capitalista
americano.
Na
universidade com a antropologia, há uma inflação de conceitos seculares.
Qualquer professor com experiencia de campo produzia seu próprio conceito de
cultura – nos EUA e Brasil. No frigir dos ovos, a cultura deixa de ser serviço
de bens e torna-se as práticas e mitologia, discurso dos povos primitivos ou tribais.
Rigorosamente,
a cultura é produção, circulação e consumo de signos culturais: teatro, dança e
música indígena, romance, poesia, artes plásticas etc. O signo cultural aparece
como um signo-icônico ancorado na realidade concreta das pessoas ou faz parte
de uma linguagem para consumo do povo ou da elite.
Nos países
subdesenvolvidos, uma elite mambembe dissolve a distinção entre cultura de
elite e cultura de massa, pois, ela consome esta última do mesmo modo que ela
consome a primeira.
A língua
falada é a expressão maior de uma cultura nacional-popular. Sem cuidar dela, os
grupos sociais perdem seu referente, abolem a língua como força de realidade
concreta das pessoas, na política.
O
Estado-educador é um produtor de cultura, pois, ele produz o nacional-popular
e, também, a língua nacional. Ele integra o nacional-popular à democracia representativa
dos partidos políticos formais e informais.
A educação
secular é o maior valor da modernidade. O Estado laico vive em função da
educação das massas das classes subalternas. Quem vive no Brasil, vive na
própria pele esse problema.
Aqui, a nova
direita vê a educação popular como água jogada no moinho da esquerda. Assim, a
nossa esquerda torna-se o partido da civilização brasileira e nova direita o
partido da barbárie, de caso pensado.
A eleição
2022 pode alterar tal estado de coisas?
POLÍTICA –
10/04/2022
A origem da
política ocidental encontra-se na democracia direta da pólis da Antiguidade
grega? Admitamos que sim.
Entre os
modernos, a democracia moderna adquire formas e ideologias como a <Comuna de
Paris> e o anarquismo.
O mundo
moderno é aquele da representação. A política representativa é um modelo
hegemônico nas democracias presidenciais e parlamentaristas.
A política
moderna escolheu a existência de uma classe dirigente com direção moral e
intelectual da elite e do povo.
A produção
de afetos e ideias é uma tarefa da classe dirigente. Daí, aparece o bem comum
como uma categoria tangível.
Com a
ascensão da extrema-direita ao poder (fascismo), na política representativa
torna-se secundário o bem comum; a política passa a servir à ideias, interesses
particulares e afetos, como o ódio ao socialismo imaginado, por mentes
monstruosas. A destruição da esquerda torna-se o objetivo do fascismo; a
tirania fascista seu horizonte.
A política
representativa tem um artefato desconhecido dos antigos: o partido
político. Este é a máquina de produção
de ideias, afetos e interesses de um serviço de bens que deve alcançar o homem
comum, o eleitor da soberania popular.
Na eleição,
a soberania popular elege seus representantes para o Estado e guarda a
expectativa de que o governo (executivo e parlamento) apareça como um governo
para todos.
Os críticos
consideram que se trata de uma autoilusão das massas. Porém, há situações nas
quais uma classe dirigente faz um governo para todos.
Com ocaso da
classe dirigente e a ascensão da oligarquia política, o governo governa para
interesses particulares, para grupos particulares. A ideia e o afeto nação se
perde como fumaça.
No século
XXI, a política torna-se um NEGÓCIO, da oligarquia política, principalmente,
nos países subdesenvolvidos.
Os grandes
governos da oligarquia política chegam a usar o capitalismo financeiro
internacional para fazer a guerra econômica abstrata contra a Rússia.
Desaparece,
aliás, aquela aparência moderna da autonomia entre Estado e economia. Fenômeno
catastrófico para o capitalismo mundial.
GUERRA
ABSTRATA
Por um
cálculo geopolítico puro, Putin iniciou a guerra na Ucrânia - para impedir que
ela fizesse parte da OTAN.
A
geopolítica russa é uma combinação de fatos e artefatos reais e virtuais. O
virtual tem sua própria materialidade. As armas da OTAN (materialidade) em
território ucraniano não aparecem como, apenas, uma ameaça virtual à Rússia;
aqui, o virtual, na consciência russa, é tão real quanti o próprio real,
independente do virtual se tornar um acontecimento.
A Rússia tem
um poder nuclear capaz de destruir o planeta. Tal fato faz dela um país que não
pode ser destruído militarmente. Ela não existe como alvo final dos EUA ou da
OTAN. A 3°guerra mundial faz parte da retórica dos governantes como simulacro
de simulação.
A
geopolítica atual sintetiza o pré-moderno com o moderno e o pós-moderno. Assim,
ela se torna um fenômeno incomum para a consciência histórica. Se encontrando
além da consciência, a geopolítica de Putin espanta o mundo.
A geopolítica
de Putin destrói cidades, pessoas, gera refugiados aos milhões, e ameaça de uma
terceira guerra mundial. Então, é necessário falar da reação dos EUA.
A América
entra na guerra da Ucrânia com a GUERRA ABSTRATA. O GOVERNO AMERICANO USA O
SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL (baseado no dólar) como uma arma de destruição
do capitalismo russo.
Portanto,
além do front ucraniano temos o front russo. O primeiro é um front territorial,
militarizado, de conquista ou conservação do território nacional e globalizado
pela multinacional e capital fictício. O segundo é um front
desterritorializado, abstrato, das relações sociais-econômicas movido por
instituições como Banco, multinacional, governos e Estados nacionais.
A destruição
do território ucraniano faz pendant com a destruição, no espaço econômico
abstrato, do capitalismo russo pelo sistema financeiro internacional. Trata-se
da guerra abstrata da geopolítica americana seguida pela União Europeia.
A
geopolítica americana se ressente em ser a invenção do neoliberalismo, hoje,
uma moléstia para o capitalismo desenvolvido diante do mercantilismo
capitalista asiático.
O
aniquilamento do capitalismo russo na guerra abstrata encontra seu limite na
proteção que o mercantilismo lhe oferece. A Rússia é parte da globalização asiática
e, portanto, tem laços sólidos com a China.
A guerra
abstrata americana é uma desglobalização no espaço das multinacionais
americanas. A desglobalização implica uma certa desterritorialização do
capitalismo da multinacional, um salto no vazio econômico.
A
desterritorialização da globalização é um recurso da geopolítica americana que
quebra a gramática do capitalismo mundial sob hegemonia ocidental.
Mais
completa do que a geopolítica russa, a geopolítica americana combina guerra
real (fornecimento de armas para Zelinsky, e serviço de inteligência etc. ),
guerra virtual e guerra abstrata.
ESCOLA
REALISTA DO ESTADO
Publiquei um
ensaio sobre a <escola realista do Estado moderno>, em Maquiavel, Marx e
Giddens. Marx forja o conceito de Estado como <poder de Estado> e
<aparelho de Estado>. Parar ele, o Estado não é um fenômeno moral ou
jurídico, essencialmente. O Estado não necessita de legitimidade ou legalidade
para agir com violência, por exemplo.
A escola
idealista tem como ponto alto no direito, Hans Kelsen. Para Kelsen, o Estado é
uma obra constitucional ou legal. Weber vê o Estado moderno come monopólio e
exercício da violência real. Só é Estado, o Estado legítimo ou legal.
Foucault e
Deleuze falam da estatização do campo de poderes. Trata-se do realismo do
Estado como uma categoria de poder. No idealismo, o campo de poder é
constitucionalizado. A Constituição funciona como uma gramática da realidade,
como gramaticalização do campo de poder? Assim, escapamos do idealismo
jurídico?
Há fenômenos
do poder que não são constitucionalizadas e que, outrossim, são expressão da
gramática da realidade.
Para a
escola idealista, só existe agir estatal dentro dos marcos constitucionais. A
gramaticalização do Estado permite falar de agir estatal fora das linhas da
Constituição. A luta de classes não cabe no idealismo jurídico, pois a
violência estatal usada contra o proletariado, em geral, é ilegal.
Para além do
conceito de Marx, Gramsci segue Hegel com seu Estado-ético. Trata-se do Estado
como direção moral e intelectual do povo-nação. O Estado não é um fenômeno
moral, mas ele faz da moral um artefato de educação das massas. A escola
pública para as massas nasce daí.
Em Marx, o
Estado é, essencialmente, dominação {em alguns textos, ele fala de hegemonia].
O método da dominação (ditadura, sociedade política, oligarquia política etc.),
na democracia representativa, faz pendant com a hegemonia (democracia,
sociedade civil, classe dirigente etc.).
Há situações
nas quais o Estado governa pelo método ditatorial em democracias, ou melhor,
simulacros de simulação de democracia. Aqui, o Estado inexiste como hegemonia,
como classe dirigente enfim, como direção moral e intelectual, como gramática
da realidade. O Estado inexiste com fenômeno de cultura política.
É o caso do
Brasil de Bolsonaro e sua oligarquia miliciana de Rio das Pedras. Bolsonaro diz
que se perder a eleição 2022, recorrerá ao método ditatorial para conservar o
poder. Com o método ditatorial, ele já provocou um curto-circuito,
principalmente, no Estado de polícia. A destruição da separação dos poderes
serve ao método ditatorial e a um hiperpresidencialismo.
Bolsonaro é
a prova de que o Estado pode se ditatorial funcionando em uma democracia formal
constitucional.
GEOPOLÍTICA
CAPITALISTA
30/03/2022
POLANTZAS
cunhou o termo geopolítica capitalista na conjuntura na qual a multinacional
aparecia como um ”Estado” por dentro do Estado nacional, no mercantilismo
monopolista de Estado.
A
geopolítica capitalista aparece como avesso da guerra no desenvolvimento do
capitalismo mundial. Com a crise catastrófica do mercantilismo monopolista, a
governança americana inventou o neoliberalismo financeirizado.
Com a
globalização americana, a geopolítica capitalista fez da multinacional da
comunicação sua vanguarda junto à povos periféricos e subdesenvolvidos. A
financeirização é a outra dimensão da globalização econômica ocidental.
A
globalização tem no general intelect sua força social produtiva (e práxis
social) na produção de máquinas cibernéticas, no século XXI.
A China tem
um general intelect em milhões de pessoas. O trabalho científico é o motor do
desenvolvimento Chinês e de sua geopolítica capitalista da rota da seda.
A
geopolítica capitalista asiática põe e repõe D-M-D’ (capitalismo produtivo) no
lugar de D-D’ (capitalismo financeirizado) na direção econômica e da hegemonia
da história econômica. A gramática produção de mercadoria 0substitui a lógica
do capital fictício.
Os EUA
procuram combinar geopolítica pura e geopolítica capitalista: guerra e
economia. A China trilha o caminho pacífico do mercantilismo com general
intelect. Porém, ela não abandona os membros da rota da seda, como a Rússia.
A
globalização neoliberal encontra-se destroçada. Já a globalização asiática do
mercantilismo capitalista se mantém de pé.
Os EUA acabaram
refém da geopolítica pura, neoliberal.
Hoje, tal0 criatura assombra o criador.
IDEOLOGIA
A HISTÓRIA
das ideologias começa com a definição “lógica das ideias” mas no livro “A
ideologia alemã”, Marx e Engels falam de um discurso que oculta a realidade.
Este livro só foi publicado em 1934,
Mais
adiante, Marx fala da ideologia como um campo de lutas que reflete e refrata a
crise histórica da contradição entre forças produtivas e relações sociais de
produção.
Lenin pensa
a ideologia como instrumento discursivo das classes sociais em luta. Em um
sentido mais amplo, a ideologia pode ser o partido do idealismo em luta contra
o partido do materialismo.
Na
linguística, a ideologia é uma linguagem sem referente, ela não tem como
referente as classes sociais ou a economia.
Na
semiótica, a ideologia possui referente e é composta por símbolos e signos
icônicos, signos que possuem efeito de realidade, como o direito.
O mundo
digital aparece como cada cibernauta destilando sua própria ideologia pessoal:
Torre de Babel.
Gramsci diz
que todo homem possui sua própria filosofia e gramática. A filosofia é
ideologia, gramática não.
A gramática
é o campo no qual a ideologia cessa de funcionar como paradigma da
interpretação da realidade econômica.
A crítica da
gramática do capital mostra que o capital não faz pendant com o liberalismo. O
liberalismo não é a ideologia do capital.
Então, a
ciência do capital faz pendant com a gramática e não com a ideologia.
POLÍTICA
REPRESENTATIVA
A política
representativa é um artefato moderno. Para os pós-modernos, o fim da
representação inaugurou a pós-modernidade.
O que é a
representação?
O voto livre
do eleitor define a soberania popular como pleno exercício da liberdade
política sem interferência dos poderes público e privado.
A soberania
popular está vinculada ao bem comum, na gramática da realidade?
O voto do
eleitor entrega o Estado para os políticos. A teoria política pressupõe que o
político vai representar o interesse do eleitor e seu corolário, o bem comum.
Hans Kelsen desfez essa ilusão.
O governo de
um Bolsonaro é o apogeu da substituição de uma classe dirigente por uma oligarquia
política, que controla o parlamento.
A oligarquia
é constituída por partidos formais e informais (Centrâo) que são ligados aos
interesses evangélicos, do agronegócio e do pessoal da segurança pública e
privada. Esses partidos agem no sentido da dissolução da modernidade política.
A aliança do
Centrão com o neoliberalismo foi festejada como a estratégia que manteria o
poder político fora das mãos da esquerda.
Hoje, o
neoliberalismo luta pela legalização do capitalismo criminoso. A transformação
do Estado nacional em um Estado privatizado desacelerou.
A eleição de
2022 aparece como um plebiscito que decidirá se a oligarquia continuará tocando
seu projeto ou não.
FANTASIA
Fantasia é
um vocábulo associado à imaginação individual ou de grupo. Marx o transformou
em um fenômeno histórico. A frase <um fantasma (fantasia) ronda a Europa: o
comunismo> fala da fantasia social do futuro.
A fantasia
social remete para a luta de classe do proletariado e a sociedade de classes
industrial, luta da classe operária contra o capital.
No campo
freudiano, Lacan desliza a fantasia do domínio da imaginação para o princípio
de realidade freudiano. O deslocamento vai além da estrutura psíquica e conjura
a relação liberdade/necessidade. Trata-se da realidade concreta, realidade
objetiva.
Na gramática
da realidade, a fantasia é o princípio de realidade, ela é algo que aparece
para o sujeito como exterior, como realidade objetiva.
A guerra na
Ucrânia é a fantasia, como realidade objetiva, da conjuntura mundial do
presente. Zelensky diz que já é a 3° guerra mundial entre Putin e EUA/OTAN.
A guerra
aparece como fantasia – imaginação delirante nos mass medea -, a realidade
objetiva é embrulhada em um pacote real e ficcional.
A ficção aparece
na estrutura da novela com seus heróis (Biden, Zelinsky) e vilões (Putin). De fato, não há heróis e vilões, e sim
líderes que não querem a paz.
Biden diz
que vai atacar a China, aliada da Rússia. Assim, ele revela que a guerra
mundial tem como causa o confronto da geopolítica capitalista asiática – do
mercantilismo capitalista – com o decadente neoliberalismo.
Na gramática
da guerra, esta não é a expressão da pulsão de morte dos povos. Ela é uma
fantasia do presente contra a qual os povos não se insurgem.
A guerra é
uma fantasia do poder mundial (Estado suicidário) que não encontra resistência
de um sujeito mundial, que quer a paz,
OLIGARQUIA
OCIDENTAL
O que pode
confundir a percepção do leitor é o Ocidente como uma prática política
unificada na luta contra PUTIN.
Na
superfície das aparências de semblância, parece que há uma classe dirigente
cujo líder é Joe Biden.
A luta
contra a Rússia acontece através como dos mass medea. Um regime de imagens e
discurso eletrônico fala da destruição das cidades ucranianas, mortes de civis,
inclusive crianças, milhões de refugiados. O exercito rússo aparece como vilão
de uma novela na qual JOE aparece como herói ocidental e Zelensky como uma
paródia de herói Marvel.
A realidade
da guerra dos mass medea é real e ficcional. Ela não é produzida por uma classe
dirigente que tem em sua gramática um mundo pacífico. Ao contrário, o que
caracteriza a gramática da oligarquia é ela ser parte do Estado suicidário.
Na China, há
uma classe dirigente que constrói um caminho pacífico através da geopolítica
capitalista asiática, o avesso da geopolítica pura do Estado nacional.
A oligarquia
ocidental é um artefato do neoliberalismo assim como a classe dirigente o é do
mercantilismo capitalista.
A oligarquia
faz pendant com o capitalismo D-D’ ou capitalismo financeirizado. Na realidade
deste desaparece a profundidade do capitalismo
D-M-D’. A mais-valia, a luta de classes, a sociedade de classes, a
classe dirigente industrial são foracluídos da realidade.
A oligarquia
neoliberal não é portadora de uma geopolítica capitalista pacífica. Ela se move
por uma geopolítica pura, que inclui a guerra mundial em sua gramática.
Isto explica
o discurso de Joe evocando a 3°
guerra mundial. Discurso naturalizado pelos mass medea.
SOCIEDADE
INDUSTRIAL -antiga e moderna
Na etapa
atual do capitalismo, há a distinção entre a sociedade industrial antiga do
século XIX e a sociedade industrial moderna cibernética.
As
multinacionais americanas cibernéticas criaram uma sociedade pós-industrial -
como diz Peter Drucker?
No Brasil e
América do Sul, a sociedade industrial antiga encontra-se em decomposição e o
pós-industrial representa a vida urbana?
Rigorosamente,
o pós-industrial é a nova forma da sociedade industrial moderna. Aliás, entre
nós, o pós-industrial abrange a burguesia e a classe média e outras classes que
não fazem parte do povo. O mundo digital permanece excluído da vida da maioria
da população.
Ao lado das
desigualdades antigas, temos agora a desigualdade digital como característica
dos países subdesenvolvidos colonizados pelas multinacionais do capitalismo de
plataforma.
Nestes
países, o moderno se apresenta como digital na publicidade da tela da televisão
até o celular. Sempre fomos modernos. Não somos subdesenvolvidos.
No entanto,
a realidade digital do subdesenvolvimento não é a realidade da sociedade
industrial cibernética. Por quê?
A sociedade
industrial moderna tem no general intelect o artefato que a define como
história econômica e direção moral e intelectual da nação.
Já falei de
Bolsonaro como Príncipe noir tupiniquim. O Principe noir se define por ser o
avesso do general intelect, que ele identifica com o campo da esquerda. Aliás,
o Príncipe noir procura destruir o general intelect e seu projeto de construção
de uma sociedade industrial moderna.
O moderno
como aparências de semblância da ideologia publicitária representa um atraso na
tomada de consciência dos povos subdesenvolvidos. A prática política do
dominante se mantém com essa realidade artificial e fictícia da ideologia
publicitária.
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