quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Gramática da autocracia representativa realmente existente - México

José Paulo

Dialética e transdialética gramatical

“Podemos discutir, mais tarde, outras questões a forma de responde-las pode exigir de nós que revisemos respostas já dadas. Esse procedimento de vai-e-vem não é raro”. (John Rawls: 63).

Na quase total derrota e desorganização visível das ciências humanas, só se pode falar com um mínimo de razoabilidade se o sujeito que fala, falar de uma posição de episteme, ou seja, falar de um lugar no qual esteja claro qual é a estrutura da teoria: ciência gramatical da política.

Falo do lugar ciências gramaticais da política. Esta possui como lugar de episteme a transdialética gramatical. A transdialética gramatical é para Merleau-Ponty a hiperdialética:
“A má dialética quase começa com a dialética, só é boa dialética aquela que critica a si mesmo e, se ultrapassa como enunciado separado; a boa dialética é hiperdialética. A má dialética é a que não quer perder sua alma para salvá-la, que quer ser dialética imediatamente, tornar-se autônoma e termina no cinismo, no formalismo, por ter evitado seu duplo sentido. O que chamamos hiperdialética é um pensamento que, ao contrário, é capaz de verdade, pois encara sem restrições a pluralidade das relações e o que chamamos ambiguidade (...) O que se deve aqui apontar é que a dialética sem síntese de que falamos não é o ceticismo, o relativismo vulgar ou o reino do inefável. O que rejeitamos ou negamos não é a ideia da superação que reúne, é a ideia de que ela redunde num novo positivo, numa nova posição. No pensamento e na história, como na vida, conhecemos apenas superações concretas, parciais, atravancadas de sobrevivências, sobrecarregadas de déficits; não há superação de todos os aspectos que conserve tudo o que as fases precedentes tenham adquirido, ela acrescenta a elas, mecanicamente algo a mais e permite arrumá-las numa ordem hierárquica do menos ao mais real, do menos ao mais válido. Mas, numa parte definida do caminho, pode haver progresso e, sobretudo, soluções excluídas durante o percurso. Em outros termos, o que excluímos da dialética é a ideia do negativo puro, o que procuramos é uma definição dialética do ser,  que não pode ser nem o ser para si nem o ser em si – definições rápidas, frágeis, lábeis e que, como disse Hegel muito bem, nos levam uma à outra – nem o Em-Si-para-si, que leva a ambivalência ao máximo [uma definição]*, que deve reencontrar o ser antes da clivagem reflexiva, em  torno dele, no seu horizonte, não fora de nós e não em nós, mas onde os dois movimentos se cruzam, onde ‘há’ alguma coisa”. (Merleau-Ponty: 95-96).

Um dicionário à mão (o Aulete) me diz que o prefixo hiper tem como sentido gramatical ‘a mais’. E que o prefixo trans tem como sentido gramatical ‘além de’, transferência, deslizamento, deslocamento. Além de e a mais se coadunam como duplo sentido da gramática da boa dialética. Assim, hiperdialética é homóloga gramaticalmente à transdialética que significa transliteratura, ou melhor, o deslocamento do sentido literário para um campo extraliterário (Bakhtin: 29)). A transdialética trabalha com o duplo sentido do ser: literário e extraliterário.

Na política, trata-se do deslizamento do sentido da política estrito senso (política fática) para a cultura pública da política. O ser da política é o cruzamento desse duplo sentido gramatical. A cultura política se realiza no presente como o passado sobredeterminado pelo presente. 

                                                                                   SOBREDETERMINAÇÃO (FREUD)

 Em 1967, li o ensaio de Althusser Contradição e sobredeterminação. Althusser transportou para a ciência da história a sobredeterminação freudiana. Rigorosamente, não se trata mais da dialética hegeliana ou marxista. Trata-se de um deslizamento transliterário da dialética para um outro campo de saber fazendo pendant com outra realidade dos fatos. Há uma lacuna no discurso de Althusser onde falta o significante gramatical capaz de nomear o procedimento althusseriano com rigor, pois não se trata mais de dialética.

Althusser não pensou que sua dialética freudiana e leninista era um fenômeno novo, uma nova episteme no sentido lacaniano. Uma nova posição de ver o campo de saber fazendo pendant com a realidade dos fatos. Esta nova episteme explica a crise russa (deslocamento e condensação de contradições em um ponto de fusão) e, portanto, a revolução bolchevique como transdialética. A transdialética também contempla o sujeito gramatical esquizo e os antagonismos de equilíbrio da Revolução mexicana.

A transdialética (ou dialética com sobredeterminação) é a mudança do passado no presente como produção da contemporaneidade. A transdialética leninista não alterou o curso gramatical historial do século XX? O passado do capitalismo capitalista e representativo democrático do século XIX foi alterado em seus múltiplos sentidos dialéticos por um sentido transdialético único, tendo como causa o confronto e diálogo com o leninismo da revolução russa. A transdialética mexicana é um recurso simbólico para se chegar a compreensão da política do século XXI?

O capitalismo capitalista passou a ser um movimento gramatical transdialético de ruptura consigo próprio. O capitalismo capitalista adquiriu a forma do capitalismo monopolista de Estado dissipando a fronteira entre o privado e o público: na economia, cultura e sociedade. O capitalismo se misturou com o Estado na articulação do ser da economia internacional do século XX.

O globalismo neoliberal da década de 1990 é um movimento transdialético gramatical, onde o passado gramatical do século XX é modificado por um novo presente, por uma nova maioridade gramatical. Trata-se da tentativa de refundar o capitalismo capitalista do século XIX? Com efeito, o neoliberalismo tem o capital fictício no comando da economia fazendo pendant com o capitalismo corporativo mundial. Se aproximando da década de 2020, há a crise transdialética do movimento do globalismo neoliberal. No momento, o presente começa seu trabalho de sobredeterminação gramatical sobre o passado. A crise se define também como o velho que não quer morrer e o novo que ainda não saiu do útero. O globalismo neoliberal foi rechaçado pela transdialética gramatical mexicana até pouco tempo atrás.  

No caminho visível da transdialética mundial, a gramática da guerra em narração reflexiva na cultura mundial torna-se vapor barato, articulação da realidade dos fatos por delírios psicóticos de governantes-crianças mimadas.

O livro sobre a sobredeterminação de Althusser é de 1965 (Pour Marx). Althusser não era um leitor atualizado das publicações em filosofia, assim como não leu O Capital, de Marx.  O livro O visível e o invisível (Merleau-Ponty) é de 1964, pela editora Gallimard. Trata-se de um livro que traz a transdialética gramatical freudiana no território da ontologia, antes de Althusser, portanto. Encerro citando um longo trecho sobre a criação parisiense da transdialética gramatical freudiana no terreno da episteme da filosofia de Merleau-Ponty, para a reflexão do leitor:

"De sorte que o Ser, pela própria exigência de cada uma das perspectivas do ponto exclusivo que o define, torna-se um sistema de várias entradas; não pode, portanto, ser contemplado de fora e na simultaneidade, devendo ser efetivamente percorrido; nessa transição, as etapas passadas não são simplesmente passadas, como trecho da estrada percorrido, mas chamaram ou exigiram as etapas presentes exatamente no que têm de novo e desconcertante, continuam, pois, a ser nelas, o que quer dizer também que retroativamente são por elas modificadas; aqui não se trata, pois, de um pensamento que segue uma rota preestabelecida, mas de um pensamento que abre seu próprio caminho, que se encontra a si próprio avançando, provando a viabilidade do caminho, percorrendo-o – esse pensamento inteiramente subordinado a seu conteúdo, de quem recebe incentivo, não poderia conceber-se como reflexo ou cópia de um processo exterior, é engendramento de uma relação a partir de outra. De forma que, não sendo testemunha estranha e muito menos agente puro, está implicado no movimento e não o sobrevoa”. (Merleau-Ponty: 91-92).

A Revolução mexicana é o passado retroativamente no presente (já passado) sobredeterminado pelo sistema político do Partido de massas de Estado?
                                                                           II

A transdialética gramatical é o recurso mais apropriado para se pensar uma realidade política (Latino-Americana) que se funda na era moderna a partir do colonialismo cultural. Dois livros (e talvez outros) tentam dar uma resposta epistêmica e política ao problema do colonialismo cultura europeu na A-L. O de Pablo Casanova é de 1965 (A democracia no México). O outro de Caio Prado Jr. (A revolução brasileira) é de 1966. Caio Prado, provavelmente, não leu Casanova, pois, o livro desse mexicano foi publicado no Brasil em 1967. No entanto, há essa coincidência significativa entre os dois livros: são uma demolição crítica do colonialismo intelectual soberano na alta cultura, principalmente marxista, no México e no Brasil.

Pablo e Caio pensam o moderno latino-americano a partir do passado. O passado de Caio é aquele colonial luso-brasileiro. O passado de Pablo é o passado da sociedade tradicional mexicana que desagua na Revolução Mexicana do início do século XX. Se Caio Prado fala de uma Revolução brasileira que não aconteceu, Pablo Casanova fala da Revolução Mexicana que é um fato marcante na paisagem da política de seu país no século XX e na contemporaneidade do século XXI na forma da autocracia representativa realmente existente!

A Revolução mexicana é um significante da gramática em narração lógica da política mexicana. A política mexicana padece do mesmo problema brasileiro identificado por Oliveira Vianna: o idealismo da Constituição. Trata-se do sentido virtual da política em um contraste clamoroso com o duplo sentido que articula cultura política privada e/ou pública com política estrito senso.
A gramática da política mexicana é resumido por Pablo assim:
“A ANÁLISE de todas as instituições implantadas no México segundo o modelo de governo da teoria política euro-americana revela que há um partido preponderante, dependente e auxiliar do próprio governo, que o movimento operário encontra-se em condições semelhantes de dependência, que o Congresso é controlado pelo presidente, que os estados são controlados pela Federação, que os municípios são controlados pelos estados e a Federação, e, em resumo, que não ocorre o modelo dos ‘três poderes’, ou do sistema dos ‘contrapesos e balanças’, ou do governo local dos vizinhos eleitorais, idealizado pelos filósofos e legisladores do século XVIII e princípio do século XIX, mas uma concentração do poder: a) no governo; b) no governo central; c) no Executivo e d) no presidente. Exceção feita às limitações que a Suprema Corte impõe, em casos particulares e na defesa de interesses particulares e direitos cívicos, se só fossem analisados estes elementos, o Presidente do México apareceria gozando de um poder ilimitado”. (Casanova. 1967: 35-36).    

A Constituição liberal anticlerical de 1917 é uma Constituição idealista se cotejada com a gramática supracitada. A sociedade política mexicana não é liberal. Trata-se de uma sociedade política autocrática representativa caudilhesca e do caciquismo envelopada por uma cultura política privada (quase invisível) do latifundiarismo eclesiástico. (Casanova. 1967: 43-45). Nesse meu vai-e-vem textual, a secularização da cultura eclesiástica e do mundo-da-vida mexicana é um fato tático essencial para a leitura gramatical do presente mexicano da atualidade. 

A gramática da política tem como sujeito idealista o cidadão da Constituição de 1917. Na realidade dos fatos o cidadão é substituído por: caudilho e cacique regional e local; exército; clero; latifundiário; empresários nacional e estrangeiro. (Casanova. 1967: 36). 

No texto O idealismo na evolução política do Império e da República (1922), Oliveira Vianna resume o contraste entre o ideal constitucional e o real do ser da política brasileira:
“O trabalho de construção do aparelhamento político tem, no Brasil, um processo inteiramente oposto ao seguido, na sua organização política e na sua estruturação constitucional, pelos grandes povos da antiguidade, como o romano, ou pelos grandes povos modernos, como o inglês, o japonês, o norte-americano, o alemão da fase imperial. Entre nós, com efeito, não é no ‘povo’, na sua estrutura, na sua psicologia, na sua economia íntima e nas condições particulares de sua psyché, que os organizadores brasileiros, os elaboradores dos nossos códigos políticos vão buscar ao materiais para as suas formosas e soberbas construções: é fora de nós, é nos modelos estranhos, é nos exemplos estranhos, é nas jurisprudências estranhas, em estranhos princípios, em estranhos sistemas que eles se abeberam e inspiram – e parece que é somente sobre estes paradigmas forasteiros  que a sua inteligência sabe trabalhar com perfeição”. (Vianna. 1922: 7-8).

A política brasileira tem esse sentido virtual em tela constitucional no Império e na República do século XX. Trata-se da política do idealismo constitucional do sujeito gramatical oligarquia virtualmente liberal brasileira. No século XX mexicano, qual sujeito gramatical ocupa o lugar da oligarquia brasileira no real do ser da política da sociedade dos fatos? O caudilhismo fazendo pendant com o caciquismo?

A oligarquia intelectual brasileira se constitui por uma gramática importada da alta cultura europeia. A do México também é semelhante na formação da sua ciência política?

Oliveira Vianna diz sobre o Brasil imperial [e republicano]:
“Há também que assinalar, no período da independência e do Império, a aparição de um novo fator, de um novo modificador da estrutura política, ao lado dos fatores já estudados. É a influência das ideias exóticas, a repercussão, na América, das novas teorias políticas, que então agitam e renovam, desde os seus fundamentos, o mundo europeu: o Liberalismo, o Parlamentarismo, o Constitucionalismo, o Federalismo, a Democracia, a República”. (Vianna. 1933: 252).

Trata-se do festejado autocolonialismo cultural, pois, a ciência política europeia é metabolizada espontaneamente pela oligarquia intelectual brasileira (e latino-americana) gerando uma cultura política virtual ficcional (que é usada para fazer Constituições) que jamais se atualiza faticamente. Há essa decalagem entre teoria e prática, uma unidade entre teoria e prática virtual, hiperficcional que leva Joaquim Nabuco a falar de uma cultura política democrática do simulacro no século imperial. (Nabuco: 988). O século imperial foi pós-modernista antes do pós-modernismo baudrilladriano. (Baudrillard: 177-178).           

A revolução mexicana é uma revolução de frações do caudilhismo e do caciquismo, que veio a diminuir a presença do exército na política da autocracia representativa realmente existente com aparência de semblância virtual democrática representativa na Constituição. (Casanova:38,40). A gramática revolucionária tem seus percussores intelectuais na alta cultura familial (cultura do pessoalismo cultural) mexicana? Sim! Mas ela vai além disso!
                                                                                            III

Para efeito do uso da gramática transdialéticos, escolho um dos sujeitos gramaticais do México até a década de 1960. Trata-se da Igreja católica que atravessou, como política clerical, o período colonial e permaneceu como um fator muito influente na política e no mundo-da-vida do México.

No século XX, o México atravessa um período de urbanização, industrialização e modernização com o aumento da população de incrédulos. Porém, tal secularização da cultura política privada/público não diminuiu o poder simbólico clerical sobre a política lato senso. Há um campo de estatização poder, no qual o clericalismo é bem influente:
“O clericalismo do século XIX e princípios do século XX explica-se também em função de todo um sistema social, no qual o latifúndio, o caciquismo e o militarismo são seu complemento. O de hoje (1960) insere-se numa estrutura bem diferente”. (Casanova: 48).

Na conjuntura da Guerra Fria década de 1960, outra situação de cultura política econômica, outro imaginário religioso tradicional/moderno, outra situação psíquica aponta para uma gramática trans-subjetiva em narrativa cristã e anticomunista:
“No México atual, e em zonas relativamente vastas do país, nota-se uma estreita vinculação do clericalismo tradicional com a guerra fria, do cristianismo político com um anticomunismo que manipula símbolos primitivos, os temores da sociedade tradicional, para provocar verdadeiros fenômenos de pânico e de agressividade entre a população mais ignorante e fanática, seja camponesa ou de classe média.
A manipulação destes temores e fobias da sociedade tradicional e sua vinculação com a guerra fria, mediante campanhas de boatos, acusações, convocações alarmantes; as histórias e fantasias de medo que se fazem circular no campo, nos povoados e até nas cidades; o uso de instrumentos religiosos – amuletos, exorcismos e sinos que tocam de improviso -, de profetas e profecias, de apóstolos e santos, de imagens supersticiosas do monstruoso, e conceitos populares do demoníaco, vinculados e comparados ao comunismo como entidade infernal e diabólica, no sentido tradicional do termo; ligados a uma ação política cada vez mais efetiva, na qual os sacerdotes vão substituindo os professores como líderes das comunidades e dos ejidos – para formular demandas, levantar protestos e organizar manifestações político-religiosas – provoca um medo perfeitamente racional entre os próprios políticos – governantes, deputados, líderes -, ameaçados sempre de serem acusados de comunistas, com a conotação mágico-diabólica do termo e as fobias brueghelianas que desperta”. (Casanova: 50-51).

Trata-se da estatização do campo de poder distinto do final do século XIX e início do século XX. Neste novo campo de poder o comunismo e a guerra fria ocupam lugares de internalização da política das massas gramaticalizáveis pelo cristianismo político. É uma nova gramática em narrativa tradicional-moderna que se derrama para fora da nação mexicana como trans-sujeito gramatical em narrativa transdialética, onde há a junção da sociedade tradicional com uma recente sociedade moderna:
“Que os extremos desta política encontram-se localizados em certas regiões mais atrasadas do país, que a conceituação mágica e medieval do anticomunismo cede lugar em estratos superiores a uma propaganda menos primitiva, que os setores liberais e de pensamento mais continuam dominando a situação nos povoados, e que, inclusive nas universidades federativas onde mais se acusa este fenômeno há grande número de camponeses com terras, de ejidatarios revolucionários, que apoiam as elites liberais e ajudam-nas a manter o poder, são fatos indubitáveis. Não impedem, entretanto, que hoje o clero tradicionalista represente uma das forças mais vivas e atuantes na política mexicana, e constitua um dos grupos de pressão mais poderosos e diversificados, que os governantes devem levar em conta em suas decisões, umas vezes como aliado frente às exigências populares que fazem perigar sua força ou seus interesses, outras como inimigo que tenta derrubá-los e substituí-los”. (Casanova. 1967: 51).

Qual a posição do cristianismo no século XXI mexicano?      

Uma outra periodização ocorre com o significante gramatical KRIMINOSTAT (Virilio: 55-54) e a narco cultura política privada. Novamente, o passado que persiste no real do ser da sociedade mexicana será retroativamente transmutado pelo presente. O que aconteceu com os sujeitos gramaticais e significantes gramaticais modernos da década de 1960 como o empresário fazendo pendant com o capitalismo a mexicana, urbanização, modernização e secularização? Qual estatização do campo de poderes se instalou na vida mexicana após o Kriminostat? A gramática da insegurança do território (Virilio) tornou-se soberana, no mundo-da-vida popular, na sociedade civil e sociedade política?
                                                                                                IV

No Norte do México, o estado de San Luis de Potosí é o estado gramatical como alavanca da revolução mexicana 1910-1917. A revolução depõe o porfiriato (regime autocrático hiperpresidencialista representativo de Porfírio Díaz [1977-1911]), com a eleição de Francisco I. Madero (1911). Homem do liberalismo oligárquico, hacendado e homem de negócios que dirigiu o Partido Nacional Antirreleicionista (1910-1911), que triunfará com a derrocada de Porfírio Díaz por meios violentos.  

Em San Luis Potosí, um punhado de famílias acaudaladas, frequentemente em cooperação com homens de negócios estrangeiros, dominaram a vida econômica, política, social e cultural político (caciquismo, caudilhismo). Trata-se de um sistema de interesses econômicos no qual a cidade, la mina e a hacienda, ligados por um laço gramatical a ser dito, tendiam a incrementar a industrialização, a monopolização, a mecanização, a exploração e participação do capital estrangeiro.
A americanização econômica do México é um dos elementos da gramática em narrativa lógica que explica a história desse país (Cockcroft: 25). A revolução de 1910 é uma luta política contra o porfiriato e uma luta contra o americanismo no comando da economia mexicana. A luta tem como fração dirigente de San Luis de Potosí uma família oligárquica aburguesada decadente representada pelo engenheiro liberal nacionalista Camilo Arriaga. (Cockcrofot: 23).

A gramática da política mexicana tem como sujeito gramatical esquizo da transdialética equilíbrio de antagonismos. Gilberto Freyre articulou o equilíbrio de antagonismos (Freyre: 6,7) para pensar a formação do nosso povo no Brasil colonial. Na física de Heráclito, encontramos a transdialética do equilíbrio de antagonismos:
“51, Idem, ibidem, IX, 9.
Não compreendem como o divergente consigo mesmo concorda; harmonia de tensões contrárias, como de arco e lira”. (Heráclito: 84).

Há no México a transdialética gramatical do equilíbrio de antagonismos, de arco e lira? A oligarquia familial aburguesada mexicana é um sujeito esquizo liberal e autocrática, do americanismo e do nacionalismo em terras e território trans-sujeito gramatical Potosí povoados por lutas articuladas por uma ambivalência econômica, política e cultural política como as lutas que desabrocham na revolução mexicana 1910-1917. A Constituição 1917 fecha o ciclo revolucionário em tela.  A ambivalência (Cockcrofot: 26) significa a colaboração econômica com o americanismo (amor à América) e o rechaço nacionalista à burguesia e ao imperialismo EUA (ódio oligárquico familial à América). 

Se o sujeito esquizo é um fenômeno virtual, o ersatz de industrial não estrangeiro do estado de San Luiz de Potosí Pedro Barrenechea é uma atualização inequívoca. Ele enviou uma fiança de dez mil pesos para libertar Madero da prisão do regime de Díaz. Um ano mais tarde se postularia para governador contra o candidato de Madero. Ele representava um mal-estar crescente para os homens de negócios independentes e desenvolvimentistas. Havia enriquecido colaborando com o capital americano e a americanização da economia oligárquica ersatz de economia capitalista se mantendo fora do domínio do monopólio do capital estrangeiro. Em 1914, funda uma companhia petrolífera controlada totalmente por homens de negócios de San Luis Potesí, não muito depois que o governo de Madero “estableció una política de no concesión y un impuesto especial del timbre sobre petróleo crudo. Hasta el régimen de Díaz había advertido el aumento del sentimento antiextranjeiro entre la alta burguesía cundo en 1908 había hecho arreglos para que la nación comprara la mayoría de los intereses ferrocarrileros – aunque Esquivel Obregón entre otros, sostiene que las negociaciones eran fraudulentas. El control por parte del gobierno sobre los ferrocarriles, dice Esquivel Obregón, sólo era uma protección ‘meramente ideal’, y ‘las empresas yanquis estaban detrás del negócio’”. (Cockcroft: 42).   

                                                                                              V

O esplendor em cultura política econômica da revolução mexicana podes ser observado pela formação do bloco político formal composto por várias classes sociais (oligarquia decadente de San Luis de Potosí, a pequena burguesia rural arruinada de Zapata, frações em revolta da classe média intelectual e do proletariado intelectual etc.) e pelo bloco ideológico informal constituído por intelectuais orgânicos das famílias oligárquicas dissidentes do porfiriato, intelectuais pequenos burgueses de grupos de baixo status, pelo PLM (Partido Liberal Mexicano). Este partido político foi a principal força política do movimento precursor da revolução.

O PLM dirigia uma coalizão cultural política econômica de operários, camponeses, pequenos comerciantes, e um amálgama de classe baixa e classe média baixa. Como a coalizão de Madero, o PLM possuía um dirigente intelectual e uma imprensa influente, embora clandestina. O PML é uma força política em contradição com o bloco político formal de Madero; podemos ver aí o correlato das contradições no seio do povo que se opõe ao porfiriato. A vontade de potência política do PML acabou produzindo efeitos na Constituição de 1917, por exemplo, o artigo 123 ‘declaração dos direitos’ dos trabalhadores retirado do programa do PLM de 1906. 

A gramática da política mexicana era um desenvolvimento desigual e combinado de autocracia representativa realmente existente que sob os efeitos das lutas cultural política econômica se abria para períodos de “democracia política”, como nos governos de Madero e do general Cadernas. Tais períodos de “democracia” cultural política econômica não subtraia a repressão do Estado autocrático mexicano as lutas dos de baixo:
"De 1911 a 1913, bajo el régime del presidente Madero, los mineros de Matehuala, La Paz, El Catorce y de otras partes intrépidamentre sostuvieran una casi ininterrumpida serie de huelgas. El Gobierno ‘revolucionario’ envió tropas con frequencia y bastante mineros fueran asesinados”. (Cockcroft: 49).
                                                    Uma palavra a mais sobre o PLM.

O Partido liberal Mexicano é um sujeito gramatical esquizo de uma transdialética cultural política econômica esplendorosa do extremo-ocidente latino-americano. O PLM se formou na conjuntura das lutas contra o regime autocrático-ditatorial de Porfírio Diaz. Ricardo Flores Magón foi o chefe do anarquismo mexicano que com outros intelectuais criaram o PLM. Tal partido revolucionário manteve ligações com a esquerda americana criadas na época da comunidade dos exilados mexicanos nos EUA. Foi perseguido pela empresa de detetives Pinkerton que também persegui durante anos os militantes da esquerda americana. Um sistema internacional de espionagem foi criado para vigiar, molestar, perseguir e aprisionar os chefes do PLM nos EUA e no México.  

O PLM formou-se, no início, com intelectuais das famílias oligárquicas e intelectuais sem nenhuma linhagem familial. A coalização contra o porfiriato unia o PLM e Madero e outros oligarcas dissidentes. Na sua evolução, o PLM se transformou em um partido anarquista e socialista de massas populares participando (e dirigindo) rebeliões, revoltas e o que no Brasil se chamaria de revoluções populares. A partir de um determinado período optou em seu Programa pela revolução violenta de um exército revolucionário para derrubar Porfírio Díaz e implementar uma política sócio econômica favorecendo os camponeses pobres, os operários, a reforma agrária e o direito obreiro.

Madero escolhe confrontar Díaz pela via pacífica eleitoral. Ele contava com o fim da instituição reeleição que perpetuava Porfírio Díaz, durante décadas, no poder nacional mexicano com apoio dos EUA. Quando Madero teve certeza que Díaz ía permanecer no poder pela reeleição fraudulenta, Madero chegou a conclusão da necessidade da revolução violenta para depor o tirano Porfírio.

Na luta armada contra o regime mexicano, O PLM e forças de Madero combateram lado a lado. Trata-se da transdialética dos antagonismos de equilíbrio do sujeito gramatical esquizo. Depois Madero deflagrou a guerra civil contra os exércitos populares do PLM (e de Zapata) e usou o exército constituído na era do porfiriato para desarmar os maderistas em armas com violência real desproporcional e implacável.   

Na gramática da cultura política mexicana, a violência é um elemento gramatical inelutável. Madero usou o exército nacional mexicano para conter a revolução da esquerda e depois foi deposto por um golpe de Estado dos mesmos generais que serviram a seu propósito. Blanquet, Huerta e Reyes foram os principais dirigentes do golpe de Estado contra Madero, em fevereiro de 1913. Madeiro morreu assassinado assim como o presidente Carranza (1920) que favoreceu a tessitura da Constituição revolucionária virtual 1917.

A Constituição 1917 tem elementos do Programa do PLM como a reforma agrária e o código direito obreiro, artigos, respectivamente, 27 e 123. Se a Constituição é a concepção política gramatical de um país, a Constituição 1917 foi um efeito virtual da guerra civil revolução mexicana (1910-1917).
Como presidente, Carranza violou sistematicamente a Constituição, como no caso da supressão dos sindicatos durante 1916-1920 e da não realização efetiva dos mandatos constitucionais de reforma agrária.  Carranza não é uma exceção!

Hoje, a violência mexicana dos cartéis de drogas não é uma continuação por outros meios (do governo do invisível) da violência política do período da revolução mexicana e antes dela?                          
                                                       O partido governante de Estado

Durante décadas o México foi governado por um partido dominante de massa, partido de Estado por excelência (Poulantzas: 259-268). Tal partido é o sujeito gramatical do estatismo autoritário na forma da autocracia representava realmente existente. Tal partido é um sujeito estratégico/tático na constituição e funcionamento da gramática política mexicana antediluviana. Um partido que é o anverso do PLM.

Os presidentes são escolhidos pelo partido oficial, desde sua fundação em 1929 e “regularmente” eleitos e reeleitos. Em 1979, como partido oficial, o nome PRI comemorou a supremacia civil sobre o poder militar em uma América Latina que foi dominada durante décadas pelo Estado militar.

O Exército federal de Porfírio Díaz foi desmantelado em 1914-1915. Inicia-se o reino dos senhores da guerra. A cultura política passa a ter como sujeito gramatical o caudilho militar territorial, cada um senhor de um exército não-profissional. Entre os mais notáveis temos Huerta, Obregón, Carranza, Villa e Zapata. Com exceção de Huerta, o contrarrevolucionário, todos os outros, assim como os chefes, os generais, e os oficiais superiores eram civis. O antimilitarismo burocrático de Villa era o sintoma dessa era pós-revolucionária (Rouquié: 239).

Gera-se a estatização de um campo de poderes desburocratizado, onde as rivalidades políticas violentas e a multiplicidade aberta ao caudilhismo desagregam o Estado mexicano oficial. Há inúmeros Estados dentro do Estado. A reconstrução do país passava pela contenção dos “generais” conturbadores e pela unificação das forças centrífugas. Obregón e mais ainda Calles - o caudilho, por excelência, presente na política mexicana de 1924 a 1935 - ambos serão os fundadores da gramática moderna da política em tela.

A eliminação violenta dos senhores da guerra não metabolizáveis pelo campo de poder estatizado moderno será um recurso que leva ao assassinato de Zapata (1919) e Villa (1923). Assim, se subtrai da gramática os caciques regionais e, ao mesmo tempo, abra-se a janela de oportunidade para se criar um Exército burocrático profissional e instituições políticas centralizadas. Desmilitarizar a política significava militarizar o exército burocrático.

O partido de Estado de massa estava destinado a ganhar eleições através da ausência de competição, e teve como primeira tarefa tática gramatical unificar os partidos armados e dominá-los. O partido oficial torna-se a pressuposta arena política legítima na qual as forças revolucionárias devem dialogar e se combater em torno de interesses particulares e/ou comum. A transferência do centro do campo de poderes para o PRI só pode se realizar depois que Calles consegue disciplinar os militares e passar a usar o exército burocrático para impor seu domínio sobre a nação durante dez anos. O triunfo do Estado sobre as forças centrífugas impôs a dominância do PRI sobre o Exército, após a fundação desse partido.  

O partido oficial de massas associado à revolução mexicana compreende, na era Cárdenas (1934-1940), os seguintes setores: camponês, operário, popular (um conjunto heterogêneo) e militar. Os militares são politizados e isto significa a desmilitarização da política e a despotencialização do exército como força de golpe de Estado. São absorvidos no campo de estatização dos poderes como sujeito gramatical grau zero de exercício do poder central do Estado burocrático. A desmilitarização da política levou à desmilitarização do Estado nacional. Nessa gramática, os militares se constituem, até certo ponto, ao lado do PRI, da presidência e dos sindicatos parte do bloco-no-poder. Nesse México, o Estado militar (patrocinado pelos EUA) não vinga, pois, um Exército burocrático fraco - ao invés de dominar a gramática do sistema político – é seletivamente integrado ao PRI através de transações onde o clientelismo domina.

A gramática pós-revolucionária tem como um sujeito gramatical a corrupção das famílias do governo plenipotenciário presidencialista. (Castañeda: 298). Em 1946, o PRM (Partido da Revolução Mexicana) se transformou em PRI (Partido Revolucionário Institucional), durante a presidência de Ávila Camacho. Assim, o poder político partidário dispôs do dispositivo institucional que permitiu controlar a vida política e cultural política do país e dirigir a transformação econômica da sociedade de significantes mexicana pós-revolucionária: “ O PRI é, pois, uma forma de Estado mais do que um partido político”. (Touraine: 213).

Arnaldo Córdova faz um resumo claro da relação do Estado com a paisagem política:
“El Estado de la Revolución mexicana se caracteriza, entre otros de sus rasgos peculiares, por una extraordinaria, permanente y progressiva concentración de facultades constitucionales en la instituición presidencial. Con mucho, se trata del elemento más importante, el que domina a todos los demás y el que define, en su esencia y en su funcionamiento, al actual Estado mexicano”. (Casanova. 1990:543).             
                                                                   A falta de gramática da política estrito senso hoje
  
         
As forças do cultural político econômico do pluralismo partidário (que puseram um fim na gramática da política em tela PRI instaurando uma democratização da autocracia representativa realmente existente) não contavam com a emersão de um novo fenômeno mundial que estacionou no território da trans-subjetividade territorial mexicana como um dilúvio. Me refiro ao Kriminostat fazendo pendant com a cultura política privada do narcopoder e a lúmpen-elite lumpesinal dos de baixo.

A nova política em reprodução ampliada mexicana mundial articula uma gramática militar R.S.I. (Real/Simbólico/Imaginário) onde o que está em cima é igual ao que está em baixo. Onde o governo visível é também governo do invisível. Onde o governo do invisível gera uma nova espécie de autocracia representativa realmente existente.

O que se pode afirmar sobre a gramática RSI mexicana é que ela é a gramática militar da insegurança gramatical do território. A verdadeira nova guerra instalada pelo Kriminostat (complexo industrial militar, serviços de espionagem da Okhrana mundial, oligarquia financeira mundial sem regulamentação estatal, máfias italianas, narcopoder e outros fenômenos em expansão) tem um correlato com a gramática alemã da primeira metade século XX:
"En supprimant les frontières, la guerra totale abolit les franges protectrices des réalités nationales; ce qui se passait sur les fronts linéaires se passe à l’ntérieur. C’est avec une sorte de sombre entrain que la population allemande va s’installer dans une réalité qui, chaque jour, disparaît. ˂La question morale ayant été laissée de côte> (général Harris), les schémas industriels et  militaires réalisant à domicile la grand vision ascétique et amputatrice de l’Occident, sa ˂croisade>, comme dit Eisenhower”. (Virilio. 1976.35).

A linha de força gramatical autocrática representativa se apossa também da União Europeia, e a gramática da insegurança do território da democracia representativa se expande. A Europa mantém sua fachada de democracia representativa, uma aparência de semblância criada e recriada pela cultura política autocrática do jornalismo, dos partidos políticos de fachada, e dos governos de fachada democrática. A fachada democrática oculta a invasão do governo do invisível no espaço da gramática da política da Europa Ocidental.  
                                                                          DA FRANÇA AUTOCRÁTICA HOJE

O Congresso da França fez uma lei que substitui o estado de emergência. Trata-se de uma lei que dá poderes excepcionais policiais de vigilância e repressão aos prefeitos do país.

A França está em uma transição da democracia representativa para uma autocracia representativa realmente existente. O terrorismo islâmico doméstico é o fator que põe o cidadão francês contra si próprio. E desarma a vontade de potência democrática da oposição das massas populares a tal destruição da democracia representativa.

Aos poucos, o cidadão francês perde seus direitos de liberdade para um Estado de polícia e vigilância brutalmente racista ariano. Tal Estado é um efeito do antagonismo gramatical irremediável entre a população muçulmana, na França, e a sociedade branca francesa. A República revolucionária francesa se tornou a República ariana dos prefeitos.

A Espanha caminha a passos largos para a autocracia representativa monárquica com um estado de sítio permanente a Catalunha.

Uma linha de força gramatical narrativa lógica autocrática representativa vai desenhando a paisagem política da Europa Ocidental na União Europeia, que assiste impassível a tal fenômeno cultural político econômico com vontade de potência universalizante.


Allons enfants de la Patrie
Le jour de gloire est arrivé
Contre nous de la tyrannie
L'étendard sanglant est levé
L'étendard sanglant est levé:
Entendez-vous dans les campagnes
Mugir ces féroces soldats!
Ils viennent jusque dans vos bras
Égorger vos fils et vos compagnes
Aux armes citoyens
Formez vos bataillons
Marchons! Marchons!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons
Que veut cette horde d'esclaves
De traîtres, de rois conjurés?
Pour qui ces ignobles entraves
Ces fers dès longtemps préparés
Ces fers dès longtemps préparés
Français, pour nous, ah quel outrage
Quel transport il doit exciter!
C'est nous qu'on ose méditer
De rendre à l'antique esclavage               


BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. SP: Martins Fontes, 1992
BAUDRILLARD, Jean. Simulacres et simulation. Paris: Galilée, 1981
CASANOVA, Pablo González. A democracia no México. RJ: Civilização Brasileira, 1967
---------------------------------- (org). El Estado en América Latina. Teoría y práctica. Mexico: Siglo Veintiuno, 1990
CASTAÑEDA, Jorge G. Utopia desarmada. SP: Companhia das Letras, 1994
COCKCROFT, James D. Presursores intelectuais de la revolución mexicana. (1900-1913). México: Siglo Veintiuno, 1971
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. RJ: José Olympio, 1975
Merleau-Ponty, M. O visível e o invisível. SP: Perspectiva, 1971
HERÁCLITO. Pensadores. Os pré-socráticos. Fragmentos, doxografia e comentários. Edição Especial. SP: Abril Cultural, 1978
NABUCO, Joaquim. Um estadista do Império. v. 2. RJ: Topbooks, 1977
PRADO JR, Caio. A revolução brasileira. SP: Brasilense, 1972
POULANTZAS, Nicos. L’état, le pouvoir, le socialisme. Paris: PUF, 1978
RAWLS, John. O liberalismo político. SP: Ática, 2000
ROUQUIÉ, Alain. O Estado militar na América Latina. SP: Alfa-Omega, 1984
TOURAINE, Alain. Palavra e sangue. Política e sociedade na América Latina. Campinas/SP: Editora da Unicamp/Trajetória Cultural, 1989
VIANNA, Oliveira. O idealismo na evolução política do Império e da República. SP: Biblioteca “O Estado de São Paulo”, 1922
VIANNA, Oliveira. Evolução do povo brasileiro. SP: Companhia Editora Nacional, 1933
VIRILIO, Paul. L’insécurité du territoire. Paris: Galilée, 1976
---------------- Vitesse et politique. Paris: Galilée, 1977

          
                      

             
            


                     



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