quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

TEXTOS SINTÉTICOS



10 de fevereiro às 16:39
DO CAPITAL CORPORATIVO ELETRÔNICO MUNDIAL
Enquanto a tela eletrônica noticia a ação judicial de Sérgio Moro contra Lula,o PCPT está preocupado com o motor que faz funcionar a narrativa jurídica no campo de poder que faz objeções à Lula.
A narrativa moro é articulada como lógica de sentido da tela eletrônica Globo News. Antes, ela é articulada como técnica jurídica, que não é pautada pela lógica de sentido em si da ação de poder do Bloque de Búsqueda de Lula constituído pela Polícia Federal, MPF e franjas da Okhrana digitalis informacionalis.
A narrativa moro é algo do corpo jurídico/político de poder bolivariano em forma de rede/ato. Ela não é desarticulada das redes bolivarianas do poder cujo master é a maioria bolivariana do STF (Supremo Tribunal Federal). Tal corpo político/jurídico (extensão da comunidade jurídica) articula-se como cultura político do direito totalitário, pois seu mediador é o discurso do senhor (master).
O direito articulado como discurso do senhor restaura no mundo-da-vida a técnica jurídica como relação entre um mestre e massas escravas da servidão voluntária. Isto não funciona pela lógica de sentido. Trata-se de uma narrativa que faz do juiz o símbolo do mito da justiça. O mito é que o juiz reza segundo o direito como técnica acima do campo da afetividade e do campo do animus. Tal mito pode acontecer de ser fático!
A narrativa jurídica mítica (fática) é recriada como lógica de sentido na tela eletrônica. O que isso significa? Tal tela é a tela do capital corporativo eletrônica mundial (CCEM), que funciona mediada pela cultura política do CCEM. A passagem do CCEM para a sua cultura política se faz pela alegoria do capital.
Há o símbolo do capital cuja representação simbólica visa significar outro objeto. O uso da alegoria tem a função de uma coisa representar e/ou interpretar o Outro. A cultura política eletrônica do capital usa a linguagem da alegoria para representar e/ou interpretar o mundo do capital corporativo eletrônico mundial. A personalização, ou melhor, a personificação é um suplemento da lógica alegórico do capital.
Marx diz: o capitalista é a personificação do capital. O burguês industrial é o símbolo da classe burguesa que representa, simbolicamente, um Outro objeto: o capital moderno. Homologamente, o jornalista eletrônico (as várias espécies dele) é o símbolo alegórico da classe simbólica (ele é parte da classe dirigente ao lado da classe política) que representa outro objeto: o capital corporativo eletrônico mundial. Personificação significa pessoalização trans-subjetiva do campo de poder.
No Brasil, O Grupo Globo é a condensação quente do capital corporativo eletrônico mundial. Os jornalistas globais não sabem que sabem que eles, no Brasil, constituem a vanguarda armada com as armas da imagem eletrônica do capital corporativo eletrônico mundial. Eles se veem como pessoas de carne e osso (princípio da pessoalização do campo de poder da tela eletrônica) que servem, diariamente, o sentido verdadeiro dos fatos às massas.
Com efeito, eles servem imagens eletrônicas que são um simulacro da lógica de sentido da realidade dos fatos. As massas de jornalistas servem artefatos jornalísticos que articulam o homo simulacrum. Trata-se da trans-subjetivação eletrônica das massas, articuladas, enfim, como massas eletrônicas.
A cultura política do direito só faz sentido quando articulada como homo simulacrum. Sérgio Moro só faz sentido na cultura política eletrônica. Através de sua vanguarda eletrônica, o capital corporativo eletrônico mundial é o motor do funcionamento da classe dirigente brasileira. Adeus à luta de classes, sim! Salve a luta na classe dirigente!
Sérgio Moro e Lula são símbolo singulares da classe dirigente, e, portanto, personificações alegóricas do capital corporativo eletrônico mundial. Eles são as pessoas públicas da narrativa noveleira da realidade política da tela eletrônica. Através disso, ocorre a pessoalização trans-subjetiva do campo de poder bolivariano - homo cordialis bolivariano eletrônico!
No bloco-no-poder brasileiro, a hegemonia cabe ao capital corporativo eletrônico mundial representado por sua vanguarda militar eletrônica o Grupo Globo. No bloco-de-poder mundial, a hegemonia tem como motor o capital corporativo digitalis mundial. Tal defasagem hegemônica é uma articulação historial do Brasil como periferia do capital corporativo mundial digitalis. Pois, há na segunda década do século XXI a subsunção real do CCEM ao capital corporativo digitalis mundial.

EMFIM A TRANS-SUBJETIVIDADE POLÍTICA BRASILEIRA
A jornalista Julia Duailibi escreveu para a Piauí n° 113 o artigo Plano Temer sobre o PMDB e o impeachment. Trata-se de jornalismo político de alta qualidade e por isso pode ser a base para uma leitura científica da realidade política brasileira.
Primeiro, o jornalismo quer passar para o público leitor que trabalha com fatos. O jornalista captura a verdade da realidade dos fatos políticos. Para isso, ele apresenta a realidade como um encadeamento racional de fatos; com efeito, o que ele faz é construir uma narrativa mítico-factual. Trata-se do artefactual jornalístico! Não há fatos, há artefatos jornalísticos. Apenas um exemplo, para não cansar o leitor digitalis.
Julia diz que Moreira Franco teve um papel de proa na articulação da ação do PMDB, que levou Michel Temer para o movimento do impeachment de Dilma Rousseff. Ele seria o gênio da raça golberyano (general Golbery do Couto e Silva, bruxo da ditadura militar) por trás inclusive da carta de Temer à Dilma. Julia constrói uma versão hiperracional sobre o agir político de Moreira (Piauí: 22). Ela aprendeu isso com os professores de sociologia política de qual universidade?
No programa “Preto no Branco”, Jorge Bastos Moreno entrevistou Moreira que negou a versão que Julia constrói em seu artigo. Ele diz que tal versão foi maquinada nos porões do Planalto. Possivelmente ela foi tecida pelo ministro da Casa Civil e o ministro da Justiça, que constituem a usina de ideias áulicas de Dilma Rousseff. Portanto, a versão de Julia é, provavelmente, uma ficção política cortesã. Mas vamos aproveitar o objeto a (objeto de desejo) do discurso de Julia + sociedade corte bolivarianas para problematizar sobre a trans-subjetividade da classe política brasiliense.
Julia diz que a subjetividade de Dilma é um fator do agravamento da crise brasileira. Dilma tem acessos de fúrias e dificuldade para ouvir, seja lá quem quer que seja: "Também é corrente a opinião de que a presidente politicamente bisonha, de personalidade agressiva foi um fator que agravou a crise” (Idem: 21). Assim, a subjetividade de Dilma torna-se um fato político mítico decisivo na explicação da crise brasileira. O essencial é que a política é percebida como um acontecimento subjetivo ao contrário de ser um fenômeno somente objetivo. Julia deu um passo à frente, inegavelmente.
O miolo da crise é a vontade de Temer assumir a cadeira presidencial na qual está sentada Dilma. Também se trata de um fenômeno subjetivo? Julia explica que a crise começou com a disputa entre o PMDB (Eduardo Cunha) e o PT pela presidência da Câmara nacional em 2014. Para se eleger Cunha surfou no sentimento antipetista do novo Congresso (Idem: 20). A biografia subjetiva de Cunha se tornou o símbolo da trans-subjetivação antipetista da classe política. O que significa isso afinal?
As crianças de 10 anos interessadas na nossa política não sabem que sabem que a trans-subjetividade tradicional da classe política é oligárquica. O PMDB do estado do Rio parece ter a hegemonia trans-subjetiva sobre o PMDB da Câmara. Assim, o problema da política brasileira tornou-se a trans-subjetividade peemedebista fluminense capitaneada por Pezão e a família Picciani, e a trans-subjetividade carioca que tem como chefes Sérgio Cabral e Eduardo Paes.
Esta trans-subjetividade peemedebista domina o Rio e é um fenômeno fulcral da crise política nacional. Tal trans-subjetividade é a causa do colapso da cidade maravilhosa e do estado do Rio, como diz Julia: “Com as finanças em frangalhos e a Olimpíada no horizonte, o governador Pezão e o prefeito Eduardo Paes dependem da generosidade federal para tocar a máquina pública. Governador e prefeito tornaram-se aliados circunstanciais de Dilma, assim como o presidente da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, Jorge Piscciani, que comandou campanha pró-Aécio Neves em 2014 (Idem: 24).
Júlia mostra que há um encadeamento objetivo (lógica utilitarista política) na aliança do PMDB do Rio com o bolivarianismo petista. Tal objetividade jogou o pais bolivariano no campo de ânimus trans-subjetivo peemedebista fluminense/carioca. Tal trans-subjetividade política domina o estado do Rio e a cidade do Rio em uma colusão com a cultura política eletrônica do Grupo Globo. Este é a tela eletrônica como condensação do capital corporativo eletrônico mundial, como a jornalista econômica Thais Herédia descobriu, recentemente, lendo os textos do PCPT os quais ela não cita como fonte, nem se o próprio diabo ordenar! Os jornalistas globais juram de pés juntos que não existe trans-subjetividade eletrônica!
Mas o que é a trans-subjjetividade peemedebista em tela? Trata-se de uma trans-subjetividade lumpen-oligárquica que é a caução do nosso campo de poder bolivariano nacional. O Rio está em uma crise global por causa deste lumpesinato político. Não se precisa de um grande esforço para perceber que a crise do Rio e a crise nacional constituem um espaço contínuo. A solução para tais crises começa com autodissolução da trans-subjetividade lumpesinal/oligárquica peemedebista carioca.
As massas carnavalescas cariocas podem se transformar em uma força política capaz de iniciar o processo de destrans-subjetivação lumpesinal peemedebista? Hoje, o Rio não é o elo mais fraco do campo de poder nacional bolivariano?


8 de fevereiro às 20:08
SALVADOR/BAHIA- A ECONOMIA POLÍTICA MÍTICA DO CARNAVAL
Não é segredo que o carnaval baiano é um negócio subcapitalista, já que nunca ex-sistiu capitalismo no Brasil. Quem iniciou o subcapitalismo carnavalesco?
A Tropicália de Gil, Caetano e famílias está na origem do bolivarianismo brasileiro. Hoje, Gil e Flora Gil estão associados ao PMDB do Rio de Eduardo Paes e do candidato deste à prefeitura do Rio em 2016. Esta ligação tem como intermediário o Grupo Globo:
“Eleitora do Rio, Flora fez questão de elogiar ACM e Eduardo Paes. “Eles são parecidos na preocupação com a cidade. “ Sobre as críticas a Pedro Paulo, o candidato de Paes à sua sucessão, ela contemporizou: ‘Acho um pouco exagerado isso. Sou mulher e nem poderia estar falando isso. Mas não deixaria de votar num político que admiro porque ele bateu na mulher. Eu pensaria melhor, mas deixar de votar só por isso acho simplório. Não tenho nada com isso, a mulher é dele’ ”. (http://cultura.estadao.com.br/…/flora-gil-no-2222-virou-mo…/).
A Tropicália foi uma força cultural que – com outras forças cultural, política e econômica) transformou o carnaval baiano em economia política do carnaval. Saindo de uma situação de baixa economia, Gil, Caetano e Flora Gil (e outros) se tornaram membros da elite econômica baiana. O dinheiro acumulado com o carnaval não é tudo. Os camarotes do carnaval baiano de Flora e Gil são um lugar de formação de redes de amigos oligárquicos: “Passava de 2h da manhã e a boate do camarote ainda estava lotado, com nomes como o stilyst Felipe Veloso, a modelo Lea T e o empresário Pedro Tourinho. A pista ferveu com o hit do carnaval, Metralhadora. Gil, no entanto, dizia pouco antes que essa música ele ainda não ouviu. ‘Assim como no ano do Lepo lepo eu cheguei sem saber, essa provavelmente também vou conhecer aqui’ “.
O carnaval de Salvador é um carnaval carismático. Na leitura do carisma freudiano, Richard Sennett sublinha: “ O sucesso de um Estado carismático, para Freud, está em que o líder não promete bem-estar, mas uma chance de voltar a ser psicologicamente dependente, como se era quando criança” (Sennett: 336). O carisma é uma instituição que não precisa ser necessariamente política. Trata-se de uma instituição que se apoia na crença de uma ilusão apaixonante. Ele é a ligação do líder carismático com o campo de afetos das massas, que se tornam as crianças do líder. Como economia política baiana, a instituição carnaval é carismática; as massas carnavalescas são as crianças de Gil, Caetano e Ivete Sangalo.
As massas carnavalescas baianas não são capazes de festejar sozinhas; elas precisam de um líder carismático em cima de um Trem Elétrico. Este líder é um cantor/compositor que reúne as massas que pagam a ele para brincar o carnaval. Tal líder é uma personalidade carismática do mundo da classe simbólica musical. Em geral, quanto maior a sua ligação com o Grupo Globo maior o seu carisma. Como o Grupo Globo é condensação do capital corporativo eletrônico mundial, o líder musical é uma personificação da cultura política do capital corporativo eletrônico mundial. Por isso, tais líderes musicais se apresentam na Europa, nos EUA, no Japão corriqueiramente.
O texto elementar para tratar a formação do grupo carismático é o “Psicologia de grupo e análise do eu” (1921). Os dois grupos artificiais altamente organizados são a Igreja e o Exército. O laço social destes grupos se constitui na ilusão de que há uma cabeça carismática – na Igreja Cristo, no Exército, o comandante em chefe, no carnaval de 2016, Ivete Sangalo – que ama todos os indivíduos do grupo com um amor igual. Tudo depende dessa ilusão (Freud: 120). O carnaval baiano tem na cabeça um chefe carismático (Ivete Sangalo está ocupando a cabeça das massas baianas em 2016), que sustenta a permanência do carnaval. Se a ideia cabeça carismática do carnaval baiano desaparecer, tal carnaval se extinguirá. Tal laço é um laço social mítico que se articula a partir da produção e circulação de um artefato mítico. Trata-se da economia política energética mítica oligárquica baiana.
As massas carnavalescas que estão se expandido no Rio, São Paulo e Belo Horizonte não são massas oligárquicas carismáticas, como a baiana. Elas apontam um caminho carnavalesco para o pais sem ligação com a oligarquia carismática. A física historial lacaniana vê, ouve, lê, percebe o carnaval como um campo de poder onde as massas ditam os caminhos da cultura política brasileira. Gil, Caetano, Ivete Sangalo e os músicos baianos carismático/oligárquicos são membros da classe dirigente (classe simbólica mais classe política bolivariana) que se articulam nacionalmente através do Grupo Globo. Tal classe simbólica é a classe dirigente do capital corporativo eletrônico mundial.
FREUD. Obras Completas. v. XVIII. Rio: Imago, 1976
SENNETT, Richard. O declínio do homem público. As tiranias da intimidade. SP: Companhia das Letras, 1988

DA ANTROPOLOGIA À FÍSICA LACANIANA DO CARNAVAL
O carnaval se constitui como um campo de forças de biografias individuais que se dissolvem nas massas carnavalescas. As massas festivas carnavalescas não são forças que condensam energia narcísica (mito) que faz o país mergulhar na cultura política mitológica?
O carnaval inscreve o mito no mundo-da-vida. Neste mundo mitológico, o prosaico e o vulgar tornam-se poesia e prosa poética. O vulgar identificado com o corpo/alma popular é ressignificado como realismo grotesco.
Um campo de poder se instala quando a máquina de narciso eletrônica procura capturar o carnaval de rua enquanto religião evangélica civil. Se a satisfação dos desejos é o significante primal carnavalesco, o carnaval é o contrapoder desejante em relação ao poder evangélico civil carnavalesco da Globo News.
A espera da satisfação dos desejos durante um ano no faz pensar em um amor cortês carnavalesco. O tempo de espera da realização dos desejos significa as preliminares do ato sexual carnavalesco. O carnaval é uma festa das massas sujeito zero (grau zero do sujeito) secularmente civis. O sexo carnavalesco não é um sexo subjetivo, e sim trans-subjetivo. O beijo do carnaval é carnal; não é o sexo da tela cinematográfica hollywoodiana ou da tela eletrônica das novelas da Rede Globo.
Com seus 500 mil foliões míticos, Olinda que ser a capital carnavalesca do país? Trata-se de uma antiga cidade colonial sempre vivendo à sombra política de Recife. O amor por Olinda é o fenômeno trans-subjetivo que move as massas carnavalescas da polis musical de Alceu Valença. Mas Recife tem o Galo da Madrugada, o maior bloco de carnaval do planeta. Falamos de Recife da Revolução praieira de 1848 comandada pelo republicano Borges da Fonseca, que organizou, no início da década de 1820, o movimento de massas republicano radical no Rio às vésperas da fundação do Império de D. Pedro I.
Joaquim Nabuco escreveu sobre a Praieira: “ Mas era evidente que a revolução, se durasse, tinha que ser forçosamente, como a do Rio Grande do Sul, um movimento republicano de separação”. A Praieira não é um mito pernambucano que nos evoca a oligarquia vermelha de Miguel Arraes? Como seria extraordinário uma história das festas coloniais integradas ao campo de poder colonial/imperial destas velhas cidades.
Os paulistas têm orgulho e gostam de ser paulistanos ou paulistas. As máquinas de guerra coloniais freudianas (entradas, bandeiras - engenho de cana-de-açúcar móvel) criaram o Brasil profundo. A cidade de São Paulo sempre viveu uma emulação envergonhada em relação ao Rio. José Bonifácio é o mito paulista análogo ao Cardeal Mazarin. Ele teve o Rio aos seus pés, e também o próprio imperador. Se tivesse escrito um “Breviário dos Políticos”, teria, talvez se tornado o guru da classe política brasileira do século XXI.
O Rio foi a capital do Império e depois da República até o pé-de-valsa mineiro JK destituí-la como campo de poder político, movendo a capital para a Brasília, uma cidade sem carnaval, um paraíso artificial sério da classe política.
O carnaval de São Paulo está explodindo nas ruas; as massas carnavalescas modernas da sociedade civil burguesa paulista se apoderam das ruas. Mas são massas quase inteiramente masculinas. Então, os homens se vestem de mulher com saudades das jovens mulheres paulistas e sonhando com as utópicas cariocas. As massas modernistas carnavalescas femininas ausentes são o mito da cidade de São Paulo.
O Rio é a capital carnavalesca do Brasil por causa da presença das belas e fogosas cariocas cantando, dançando, se alegrando com a festa. A carioca carnavalesca faz a tela eletrônica se tornar um espelho triste. Esta só pode mostrar a carioca uma de cada vez. A tela eletrônica reduz as massas a um indivíduo de cada vez. As cariocas carnavalescas são as massas das mulheres festivas. Elas não existem para serem pintadas e glorificadas individualmente. A beleza carnavalesca (é um belo específico) das cariocas é um espelho da trans-subjetividade das massas carnavalescas de mulheres como sujeito zero - grau zero da subjetividade feminina.
Com razão Lacan se referiu a mulher como não-todo. E ele não conheceu as massas das mulheres cariocas carnavalescas.
A mulher carioca é o mito da cidade do Rio!


A DITADURA BOLIVARIANA DO CAPITAL BUROCRÁTICO
No Brasil, não se fala mais do Estado brasileiro. Trata-se de um fato estranho, pois o Estado jurídico está investigando, caçando, julgando, capturando os burgueses e a classe política com a ajuda do Grupo Globo que legitima de fora a ação do Estado. Parodiando o filme de Henfil que é uma paródia sobre a esquerda latino-americana, o Estado jurídico brasileiro “deu no New York Times”, foi manchete neste jornal.
A primeira definição materialista e realista do Estado é de Marx: o Estado é um aparelho da classe dominante, um comitê da burguesia. Para o Marx instrumentalista, o poder é algo que se possui, se conserva, se toma. Trata-se de um instrumento a ser usado na luta de classes como ditadura burguesa ou ditadura proletária.
Esta não é a concepção dos partidos brasileiros? O Estado não é um instrumento a ser usado por quem o detém? O Estado é um instrumento da classe política. Ela o usa para a apropriação privatista da riqueza pública na parceria com a burguesia entrelaçada com o aparelho econômico empresarial do Estado.
No livro A Revolução Brasileira de Caio Prado Jr. (1966). Prado designa tal fenômeno como capitalismo burocrático (“burguesia burocrática”): “Essa diferenciação no seio da burguesia se prende ao papel desempenhado pelo Estado, ou antes pelo governo que o encarna, na economia nacional e, em particular, no progresso de formação e acumulação privada do capital através do favorecimento pelo poder público de interesses privados. É certo que o enriquecimento dos indivíduos direta ou indiretamente pela ação pública, e pelos meios que vão desde o simples favoritismo mais ou menos velado, até as formas ilícitas e a corrupção caracterizada, se encontra em qualquer país ou regime”. No entanto, no Brasil, a corrupção do capital burocrático “deixa de constituir simples ocorrência excepcional e marginal para se tornar um sistema, em que se pode considerar sagrado e institucionalizado, representando papel de grande relevo no conjunto da economia” de nosso país.
Sérgio Moro é um juiz federal que saiu das páginas de Caio? ele não é a nêmesis (pessoa inimiga ou rival que se teme e que, em geral saiu vencedora) do capital burocrático brasileiro? Na era lula, trata-se do capital burocrático bolivariano (junção orgânica econômica do subcapital privado com a classe política). É uma espécie de capital que, ao assumir a hegemonia no bloco-no-pode, acabou por instalar a ditadura bolivariana do capital burocrático. Esta é a via específica do bolivarianismo brasileiro.
Mas o Estado não existe! (Foucault). Há sim a estatização do campo do poder. As instituições (ou aparelhos de Estado) são práticas, ou melhor mecanismo operatórios de uma integração que estabiliza e atualiza as relações de poder em uma linha de força geral. A estatização do campo de poder é uma captura institucional dos poderes existentes na societas. Se a forma-Estado, nas formações históricas dos séculos XX e XXI, capturou tantas relações de poder, não é porque estas derivam daquela; ao contrário, é porque, certamente, trata-se de uma operação de estatização contínua, que se produziu na ordem pedagógica, judiciária, econômica, familiar, sexual, política, visando uma integração global. Qual?
Moro está no campo da estatização dos poderes como ação que move um corpo deste campo para fora dele: capital burocrático bolivariano. Moro é parte das relações de forças “quando a força não tem outro objeto além outras forças, não tem outro ser além da relação: é uma ação sobre ação, sobre as ações eventuais, ou atuais, futuras ou presentes” (Deleuze”). A força do campo de poder judiciário é um poder que move um corpo que é o poder/capital burocrático bolivariano. O desequilíbrio do sistema capital burocrático aconteceu na sua transformação em capital burocrático bolivariano. Este se institui como um campo de poder niilista privatista anticapitalista, ilegítimo para a ordem do subcapital brasileiro.
O PT nunca esqueceu a ditadura do proletariado? Em colusão com o PMDB, o Partido dos Trabalhadores não instituiu a ditadura do capital burocrático bolivariano? Parece que a ideia de ditadura (qualquer ditadura) é uma ideia fixa petista. PT/PMDB instalaram tal ditadura como uma espécie de olocracia bolivariana brasileira.
A interrogação cadente é: existem forças, entre nós, com o poder de mover a ditadura olocrática bolivariana em direção à uma democracia democratizada?


SIMULACRO E CULTURA POLÍTICA DO JOGO
O sorriso do bebê pode ser simulação? Os cientistas nazistas faziam a seguinte experiência com as mães judias e seus bebês. Eles trancavam os dois em uma sala; deixavam a criança com fome, com dor, para chorar, gritar. O bebê não é o cão domesticado ensinado a ganir como se sentisse dor. O cão precisa de um ambiente adequado para este comportamento: cultura política animal familiar. Trata-se da inscrição do cão na cultura política da simulação. O bebê judeu (escravizado pelo cientista nazista) que sente dor de barriga (uma técnica nazista) não está simulando sentir dor. Há uma ligação direta da dor com o grito e o choro no cérebro. Isto está aquém da cultura política?
O sorriso do bebê pode ser algo aquém da cultura política do simulacro na horda primitiva?
Tal sorriso é fingimento, mentira, espectro de sorriso para a mãe? Para quê? A mãe judia assassinava seu bebê depois de horas de choro e gritos. O bebê primitivo também chorava e gritava durantes horas. Por que havia a mãe ancestral que não o matava? Ela lembrava do sorriso do bebê nas horas que ele era a causa de seu sofrimento provocado por choro e gritos?
A simulação (fingimento, mentira) e o simulacro (espectro, fantasma) pode ser um fenômeno aquém da cultura política? Pode ser um fenômeno que liga a physis, o cérebro e o jogo de linguagem aquém da cultura política? A cultura do simulacro é universal se ligada ao cérebro humano? De qualquer modo, ela é particular como um jogo de linguagem da cultura política dos jogos. Esta é a cultura universal!
O sorriso do bebê não é algo apenas de um jogo de linguagem privado. Ele não é o jogo de apenas um bebê. Ele é o jogo de muitos bebês como recurso evolutivo de sobrevivência da espécie humana. Os bebês primitivos sorriam para as mães para não serem assassinados. Trata-se de massas de bebês e de massas de mães envolvidos neste jogo de linguagem do simulacro e da simulação. Aqui temos a ligação do cérebro com a cultura política primitiva.
A política do bebê é a arte de permanecer vivo. O bebê não é prisioneiro do só eu tenho a sensação de dor, do eu sofro sozinho na cultura política primitiva. O bebê não é o homo clausus. O bebê é massas de bebês na simulação cerebral em ligação com a cultura política do simulacro. Nesta interseção, o fantasma do sorriso do bebê salva-o e salva também a espécie humana.
Nos referimos ao sorriso do bebê como um fenômeno que funda a trans-subjetividade na horda primitiva. Na pesquisa sobre verdade e mentira, real e ficção (simulação, simulacro), os cientistas nazistas reproduzam com a família judia as condições da horda primitiva. Como se sabe, eles tinham um fascínio (se deixavam seduzir facilmente) pelo primitivo. O campo de concentração (extermínio) era a reprodução artificial da cultura política da horda primitiva para os judeus - um povo conhecido (reconhecido) por sua sofisticada cultura política religiosa e civil e sua ligação com a cultura política modernista.
Na medida que uma definição serve para estabelecer a significação de um significante, a modernidade se define por criar uma cultura política que é o avesso da cultura política da horda primitiva. O “Minha Luta” de Hitler é o laboratório literário da recriação da cultura política primitiva como cultura política fascista? Hoje, trata-se de um ato primitivo estabelecer uma lei que proíba a publicação e circulação de tal livro. Porque tal livro não é apenas um livro de propaganda. Trata-se de literatura seminal sobre a cultura política intelectual fascista. Ele deve circular para que seja integrado ao debate da cultura política pública mundial. Não se deve tratar a revolução fascista do século XXI como da ordem apenas do REAL.
A democracia só é a política aberta para ser destruída por seus inimigos na medida em que ela não funcione democraticamente. O funcionamento democrático da democracia moderna só se sustenta a partir da existência efetiva do espaço público procedural. Trata-se de um território existencial dos jogos de linguagens da cultura política pública mundial onde as ideias são produzidas sem qualquer espécie de poder que as excluam (da circulação) do debate público.
A revolução fascista é uma realidade dos fatos da história mundial do século XXI. Para contê-la será preciso um campo de pensamento que a desarticule no campo da cultura política pública mundial dos jogos de linguagem procedurais.

INVASORES DE CORPOS
“Body Snatchers (pt: Violadores: A Invasão Continua; br: Os Invasores de corpos - A Invasão Continua) é um filme estadunidense de 1993 dos gêneros Ficção Científica e Horror dirigido por Abel Ferrara. É um remake do clássico Invasion of the Body Snatchers (br.: Vampiro de Almas) de (1956), onde alienígenas se apossam de corpos humanos. Mais sangrento e violento do que seu antecessor, ainda assim não consegue ofuscar o primeiro, baseado no romance de 1955 de Jack Finney.
Body Snatchers foi a terceira de quatro adaptações para o cinema da obra literária de 1955, a primeira adaptação do filme Invasion of the Body Snatchers de 1956 e a segunda adaptação do remake de 1978 Invasion of the Body Snatchers (1978). Um último remake, The Invasion, foi lançado em 2007.
Os problemas começam quando Andy foge da escola e começa a dizer que sua mãe morreu, mesmo com Carol ali presente. Até que uma noite Marti desperta subitamente e percebe que seu corpo estava quase totalmente envolto por estranhas raízes, ligadas a um simulacro humano que se parecia com ela.
O químico e funcionário da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), Terry Kinney, viaja com sua família a uma distante base militar para examinar a contaminação do ambiente dentre causas prováveis de uma histeria em massa que estaria tomando conta do lugar. Sua filha adolescente, Marti Malone, está descontente com a viagem e tem dificuldades de relacionamento com sua madrasta Carol e o filho dela com seu pai, o pequeno Andy.
“Invasores de corpos” supracitado é um filme sobre a trans-subjetividade alien das massas americanas na década de 1990. Trata-se da era da passagem da da hegemonia do capital corporativo transnacional eletrônico no planeta (e de seu império americano) para a era do capital corporativo mundial digitalis e seu império mundial digitalis informacionalis. A percepção de tal realidade do real veio na forma dos filmes de ficção científica com a ideia de uma trans-subjetivação alienígena: Alien/Nation.
A imagem elementar do filme é a transformação dos parentes em aliens (simulacros humanos familiares alienígenas). Se o personagem fosse um professor seria a transformação dos alunos humanos em estudantes aliens. Para a compreensão desta trans-subjetivação alienígena, cito um célebre filósofo: “A fim de encontrar a verdadeira alcachofra, nós a despimos de suas folhas”.
A trans-subjetivação digitalis é alien/nation? Trata-se da desterritorialização do território existencial nacional. Isto significa a inevitável desintegração da Nação? Trata-se da desintegração humana da nação que permanece na forma de um simulacro humano alien. A percepção sensível de Andy ao dizer que sua mãe (nação) morreu e que a sua mãe (alien) presente não é sua mãe será explicado pela comunidade psi como delírio psicótico. A necessidade de uma comunidade psi alien não é essencial para garantir que o mundo humano alien não seja percebido como ele realmente é? alienação parental e nacional!
Vejamos algo mais próximo, mais palpável.
Uma parte da América Latina não foi possuída por uma trans-subjetividade bolivariana no século XXI? Então, você vê o bolivarianismo como um poder alien e passa a lutar contra ele. Seguindo os personagens escolhidos neste texto, a pergunta que grita é: e se os familiares e estudantes se tornaram cópias humanas aliens de familiares e estudantes humanos? O exemplo da universidade se deve ao fato da presença bolivariana insidiosa alien no seu cotidiano. Mas como os aliens se comportam?
Eles são parte das redes de poder da Okhrana mundial digitalis informacionalis, um campo de poder claramente alienígena em relação ao território existencial nacional ou familiar, ou universitário. Trata-se da desterritorialização das instituições (família, universidade, escola, igreja, partido, governo etc.) e da reterritorialização alienígena delas. Trata-se da invasão dos corpos pela raiz biológica, pela interseção do inconsciente nietzschiano com a biologia ontológica molecular.
O leitor pode se divertir (e também refletir) sobre a devastadora metabolização da juventude dourada latino-americana trans-subjetivada em bolivarianismo/ALIEN vendo o “Invasores de corpos”. A visão cinematográfica da realidade do real pode ser um recurso para o espectador pensar em uma fuga do bolivarianismo alien.
Hoje, existe no Brasil a física lacaniana historial que é um campo de pensamento contra/ALIENATION, que é um jogo de linguagem como espelho da contemporaneidade americana (e mundial).
A física heraclitiana historial (e seu campo moderno física lacaniana historial) criou imagens conceituas poderosas capazes de provocar um choque metabolizador (que leva a simbolização dos fatos integrando-os no inconsciente nietzschiano biográfico das massas sem sujeito) em quem se aventura em seus jogos de linguagens. Esta é a causa que leva os alunos bolivarianos/aliens a abandonarem o curso sobre física e perseguirem aqueles estudantes que querem sair da escravidão alienígena bolivariana.
Sobre as famílias não é melhor os burgueses falarem sobre seus filhos aliens?


ESPANHA DA ERA DIGITALIS
http://brasil.elpais.com/…/internaci…/1453925502_689607.html
Os europeus estão no liquidificador intelectual de Cazuza. O pensamento político deles são segredos de liquidificador. Vejam Felipe González tentando pensar a crise espanhola?
Ela sabe que a crise espanhola tem como causa política a crise do modelo oligarquia política híbrida. Tratava-se do bipartidarismo esquerda (PSOS) versus direita (PP) da era do capital corporativo transnacional eletrônico. Tratava-se do jardim do Éden político europeu. Só com o colapso dele, se instalou a percepção política de que a era dourada da política europeia do século XX é finita.
Felipe fala de partidos que implodiram tal modelo (Podemos e Cidadãos). Ele esquece que o movimento de massas digitalis sem sujeito espanhol do século XXI é a causa indireta da implosão de tal modelo ocidental. Do Cidadãos, Felipe nada fala, mas o Podemos é qualificado como leninismo 3.0, ou seja, bolivarianismo digitalis. Trata-se do liquidacionismo da política (e da democracia) espanhola. Pablo Iglesias é uma espécie de paródia do comandante Hugo Chaves em uma ária espanhola digitalis.
Felipe diz: “Então, na verdade, vivemos uma espécie de final de ciclo, sem que apareça um projeto reformista essencial para a Espanha. Na década de oitenta, sabíamos onde estávamos e o que queríamos ser, mas, como outras vezes na história, parece que saímos da estrada e não sabemos nem para onde vamos ou quem somos. Falta um projeto reformista para a Espanha”.
Ele fala do projeto reformista “economia social de mercado”. Ele sabe que esta linha de força historial europeia se desfez com a crise deste continente ocidental no século XXI. O problema fulcral da União Europeia é que ela não alcançou a ideia de território digitalis, mesmo sendo engolfada pela política digitalis.
A crise da Espanha é a crise da nação espanhola, do território econômico existencial nacional. Felipe sabe que é preciso uma trans-subjetividade econômica europeia, na Espanha, que seja capaz de suprassumir a crise econômica territorial nacional: “Preocupa-me o fato de a Espanha ser irrelevante na sala de máquinas da União Europeia, porque o processo é de soberania compartilhada, não de cessão de soberania para que outros decidam por nós”. A desgraça espanhola não é a ausência de um território existencial trans-subjetivo europeu digitalis?
A maior nação da Europa bloqueou a articulação do território existencial europeu trans-subjetivo digitalis? A Alemanha no comando da política da União Europeia não significa a subsunção real da Europa à política nacional alemã? Merkel não é a personificação da trans-subjetividade das massas alemãs sem sujeito, mas criptonacionalistas? Tal sujeito está oculto no jogo de linguagem político alemão?
Os europeus rejeitam veementemente que latino-americanos (e mais ainda brasileiros) interpretem a sua política. Para eles, a América Latina continua sendo (no seu imaginário político) sua colônia, agora cultural. O desprezo pela América portuguesa é tão imenso que eles se recusam a ler na língua portuguesa. A nobreza espanhola sempre considerou Portugal como parte de seu Império. A União Ibérica (1580-1640) foi a era dourada do Império espanhol da dinastia filipina.
A história não pesa como chumbo no cérebro dos vivos?


28 de janeiro às 23:06
DELFIM NETTO E A ECONOMIA ELETRÔNICA
Delfim Netto entrevistado por Miriam Leitão na Globo News não é um programa sobre ciência econômica; é uma entrevista sobre economia eletrônica.
A ciência econômica é um jogo de linguagem jogado na sala de aula universitária, na conferência, debates, congressos etc. (cultura do ouvir), nas publicações como revistas especializadas, livros (cultura do ler). Na tela eletrônica, a economia torna-se o jogo de produção e circulação de imagens econômicas eletrônicas (cultura econômica eletrônica como interseção do ver e do ouvir).
Delfim Netto é um ás da economia eletrônica. Em uma entrevista de 20 minutos, ele foi capaz de articular imagens políticas (e econômicas) eletrônicas sobre a solução para a crise. Primeiro, ele, inconscientemente, aplica a fórmula de Lênin sobre a política, a saber: “a política no comando da economia”. Ele diz que não há presidencialismo sem presidente e que o Congresso não é capaz de se autogovernar; ele tem que ser governado por um presidente forte, consistente, resoluto. Então, Delfim diz que – na medida em que o impeachment foi dissolvido pelo STF – Dilma deve ser a dirigente de uma revolução capitalista entre nós: “ o povo acredita mais na Dilma (para fazer a revolução burguesa) do que ela própria acredita em si”.
A revolução burguesa significa desvinculação do orçamento, mudança profunda da arquitetura política legislação trabalhista com a instalação do modo de produção capitalista flexível e uma reforma da Previdência estratégica. Na década de 1980, Delfim já falava da necessidade de uma revolução capitalista neoliberal brasileira radical com imagens econômicas jornalísticas. Hoje, ele fala de uma revolução allegro ma non tropo!
Delfim tem um diálogo indireto etéreo com Dilma através de Nelson Barbosa e Jacques Wagner. Mas as imagens eletrônicas são capazes de afetar na raiz a classe política brasileira que é agenciada mais pela metabolização da cultura política eletrônica do ver imagens econômico/política eletrônicas do que pela cultura do ler/ouvir. A trans-subjetividade das massas da nossa classe política ainda se articula pela tela eletrônica:
Delfim acaba a entrevista falando que a linha de força historial que se desenvolve - ao largo da revolução burguesa – tem como conteúdo econômico 10 milhões de desempregados. Isto significa o fim da cidadania, a desarticulação das famílias, a tempestade Shakespeariana ou a imagem econômica da tempestade perfeita. A crise econômica transformará o país em uma panela de pressão continental sem válvula e sem ninguém para desligar o fogo!
A última imagem eletrônica de Delfim faz o expectador ver o Rio explodindo em uma espécie de revolução camponesa medieval. A imagem econômica eletrônica de um Rio com uma dívida colossal (por causa das Olimpíadas) contraída com a oligarquia financeira mundial nos evoca a imagem do irmão do prefeito Eduardo Paes como banqueiro suíço/brasileiro de tal oligarquia. Os empréstimos foram investidos em elefantes brancos.
Para Delfim, o Rio é o elo mais fraco da política brasileira. Ele já foi o tambor do Brasil e agora pode se tornar a capital de uma revolução popular mestiça desconhecida e irresoluta na história da América.

URSTAAT OKHRANIANO DE ALOYSIO
http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=2003
“O principal risco do PL n. 2.016/2015, já aprovado no Senado e à espera de votação na Câmara, está em achar que a lei atinge apenas o “terrorista”, e não os “cidadãos de bem”, como se essa divisão fosse clara. Ora, o que se tem em mãos é justamente a possibilidade de colocar esse rótulo em qualquer um de nós”
Marta R de Assis Machado e Guilherme Leite Gonçalves publicara um texto clarividente sobre a lei terrorista (antiterrorista?). Não obstante a distância dos eventos terroristas em relação à nossa realidade, o grupo Globo, o governo Dilma Rousseff e a bancada parlamentar conservadora, liderada pelo PMDB, em suas últimas manifestações, aproveitaram o episódio do ataque do Estado Islâmico a Paris para exigir que a votação do projeto de lei antiterrorismo (PL n. 2.016/2015), já em regime de urgência no Congresso Nacional a pedido da presidenta da República, seja acelerada.
O texto substitutivo do senador Aloysio Nunes Ferreira ao PL n. 2.016/2015 aprovado no Senado e retornado para votação na Câmara faz desse senador o autor do golpe de Estado mais espetacular desde o golpe de Estado de D. Pedro I ao fundar o Império brasileiro. A lei antiterrorista foi aprovada na Câmara nacional por ser uma matéria encaminhada pelo governo Dilma Rousseff que, através do PMDB, possuía maioria nesta instituição pública. Trata-se de uma lei que em sua origem já era um golpe de Estado totalitário no desenvolvimento do processo democrático das massas nas ruas das grandes cidades brasileiras.
O projeto do governo é fruto de uma reação ao movimento das massas em junho de 2013, que foi o início da lógica do desmoronamento do poder despótico de Sérgio Cabral no Estado do Rio de Janeiro. Por ser amigo íntimo e dileto de Dilma Rousseff, há uma forte probabilidade do PMDB do Rio ser o verdadeiro autor da ideia da lei antiterrorista em parceria com a tela eletrônica militarizada que faz a gestão totalitária militarizada da trans-subjetividade das massas carioca e fluminense. .
Tal substitutivo não apenas retirou o parágrafo que excluía a aplicação da nova legislação à “conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou categoria profissional”, mas também acrescentou a expressão “extremismo político” para a determinação da figura do “terrorista”. O mesmo senador, para justificar sua intervenção, afirmou que “o país precisa de uma lei precisa, uma regra clara, que garanta segurança jurídica, especialmente em períodos de grandes eventos como as Olimpíadas de 2016”. Todavia, a linguagem jurídica do senador é flexível, plástica, fluída, flutuante, frouxa, inexata e, portanto, capaz de capturar na lei, ao sabor e humor da interpretação do juiz, uma infinidades de situações. O senador aplicou no discurso jurídico brasileiro a lógica do credo quia absurdum (creio porque é absurdo); lógica totalitária despótica!
O senador Aloysio Nunes foi do PCB, mas o golpe de 1964 o jogou nos braços de Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira (o Toledo), os dois mais gloriosos chefes terroristas da Ação Libertadora Nacional (ALN). (Com este enunciado posso ser enquadrado na lei terrorista de Aloysio) Marighella com seu manual de terrorismo urbano adquiriu notabilidade internacional. Quando Aloysio Nunes passou a ser chamado de Mateus, nasceu o terrorista Aloysio.
Porque alguém com formação em direito, ciência política (amigo de FHC e José Serra) e que provou o terrorismo urbano na própria pele confeccionou uma lei que captura indivíduos nas instituições de massas em qualquer tipo de agir político e nos próprios movimentos de massas para condená-los como terroristas? Não se trata de um golpe de Estado parlamentar terrorista/bonapartista no processo da revolução democrática das massas?
A lei antiterrorista é a peça que falta para a completa instalação de um campo de poder totalitário despótico que designaremos provisoriamente (não se deve pôr a carroça à frente dos bois) de ditadura bonapartista/totalitária dos juízes. Vejam o imenso poder totalitário que a lei faz acumular e condensar na figura do juiz? Ela é um passo definitivo para pôr um fim ao nosso claudicante Estado de Direito. Mateus se tornará o símbolo de um poder (e de um Estado) que já mostrei, em demasia, ser o poder da Okhrana mundial digitalis informacionalis no Brasil.
FHC é o criador da nossa Okhrana civil na década de 1990 . Ele deve estar se rejubilando com o fato de seu amigo Aloysio (e seu partido PSDB) ser o criador do Urstaat okhraniano brasileiro.
Por que fazer a sociologia da história se FHC (através de Aloysio Nunes /Mateus) pode fazer a grande história brasileira totalitária do século XXI?
Marx disse que o capitalista é a personificação do capital. Aloysio não é o símbolo biográfico da transformação do juiz brasileiro em personificação da Okhrana mundial?

REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA MUNDIAL (RIO)
Três fenômenos se apresentam na superfície política mundial contemporânea: a revolução islâmica, a revolução fascista pós-pós-modernista e a contrarrevolução democrática mundial digitalis.
A desterritorialização da nação e do Estado-nação abrem o território existencial nacional para uma vasta, extensa, infinita e intensa reterritorialização do espaço político no planeta. Como não se trata de um texto filosófico anunciaremos brevemente como a revolução democrática mundial pode se tornar o quarto fenômeno da produção do nosso contemporâneo.
Os EUA são uma república federativa constitucional real. A federação é uma obra histórica construída na cultura política como autointerpretação dos conflitos (diversidade americana) entre direitos individuais e direitos grupais, direitos individuais e de grupos contra o Estado, e, o mais intrigante, direitos de grupo e individuais contra o direito do Estado de encarnar valores comunitários em sua legislação e na prática.
O federalismo americano não é um simulacro; ele é uma realidade fática constitucional. A Constituição estadual regula a vida dos homens livres (e cidadãos) e a Suprema Corte age no sentido de arbitrar sobre o campo de conflito de direitos que é um campo de poder constitucionalizado. Esta imensa arquitetura do campo de poder constitucional está ameaçada com a desterritorialização da nação americana?
A física lacaniana historial vê Tocqueville definir a América por uma contradialética que articula contrarrevolução democrática e revolução democrática. A física vê uma trans-subjetividade fascista americana se expandido na cultura política americana. Donald Trump quer personificar a interseção da contrarrevolução democrática com a revolução fascista pós-pós-modernista?
No Brasil, A Constituição de 1988 estabelece legalmente o federalismo. Mas tratava-se de um ente da cultura política do simulacro que a comunidade jurídica jamais achou por bem tocar no assunto. Ignorância? Não creio! Assim, tal comunidade se tornou cumplice da era da nefasta cultura política pós-modernista que desintegra a soberania das massas na política.
O art. 63 da Constituição de 1988 sacramenta: “Cada Estado reger-se-á pela Constituição e pelas leis que adotar, respeitados os princípios constitucionais da União”.
Como nos EUA, a Constituição estadual deve, em primeira instância regular a vida dos indivíduos e das comunidades religiosa, racial, étnica, sexual, respeitando a lei nacional. O estado não é soberano (não se trata de propor mil comunas de Paris de 1871); mas ele deve possuir uma autonomia relativa em relação ao poder nacional. A desterritorialização da nação brasileira é a causa do golpe de Estado bonapartista do STF, que encerrou a nossa república como simulacro de simulação. Agora não é preciso continuar a obra do STF?
O golpe de Estado do STF sobre a República brasileira criando o império bonapartista dos juízes é o caminho preferido da nossa classe dirigente. Tal golpe de estado quer manter as massas apartadas da vida política constitucional brasileira. Trata-se da contrarrevolução (revolução conservadora da classe dirigente contra as massas) que deve ser questionada na prática pela revolução democrática das massas. Como começar este espetáculo político?
O PCPT está elaborando uma teoria contradialética da política mundial que começa com a revolução democrática no Rio de Janeiro. Não se trata de anarquismo. (Mas não tenho nada a objetar ao anarquismo). A revolução democrática deve começar no âmbito local e se expandir para a reterritorialização democrática da nação a nível planetário.
Há no Brasil um federalismo fático inconsistente. Mas é possível transformá-lo em um federalismo consistentemente constitucional com a democratização dos estados. É preciso ver a política brasileira pelos regimes fáticos estaduais. São Paulo tem um regime quase democrático e o Rio de Janeiro é uma ditadura do PMDB. Então, não podemos começar um movimento de massas para estabelecer uma Assembleia Estadual Constituinte no RIO?
A classe dirigente do Rio de Janeiro é extremamente inconsistente na arte de governar, corrupta no seu pathos, desprovida inteiramente de espírito público e sob domínio de uma lumpen-oligarquia espalhada pelas cidades do estado. A cidade do Rio de Janeiro (e cidades industriais) apresenta um potencial revolucionário democrático de massas. Há em estado de potência uma trans-subjetividade democrática das massas adormecida pelo estado de narcose que a lumpen-oligarquia estabeleceu na política do Rio de Janeiro.
A cidade do Rio foi o palco de uma revolução democrática de massas (eram reduzidas, certamente) na fundação do território nacional na década de 1820. Há, portanto, uma tradição vibrante adormecida de revolução democrática carioca. Não se trata de repeti-la, mas de retomá-la como uma linha de força historial a ser reconstituída na conjuntura mundial atual. A revolução democrática brasileira já teve momentos que assustou a nossa cultura oligárquica conservadora com Joaquim Pimenta na primeira metade do século XX. Pimenta chegou a ser um catedrático da Universidade do Brasil!
Hic Rhodus, hic salta!
Aqui está Rodes, salta aqui!

POR QUE O RIO NÃO DEVE SEDIAR AS OLIMPIADAS/2016
As Olimpíadas de 2016 foram uma conquista de Lula. Ela era parte do projeto hegemonia petista e significou a aliança entre o PT e o Grupo Globo que tem sua plataforma no Rio de Janeiro. Podemos afirmar que neste momento o Grupo Globo aderiu de mala e cuia ao bolivarianismo lulista. No momento que o COI se definiu pelo Rio, o planeta estava fascinado com o bolivarianismo de Lula. Hoje, Lula caiu no ostracismo na política europeia.
Assim como a Fórmula 1, o COI é parte da política desterritorializada. Mas a Olimpíada no Rio está revelando que se trata de uma instituição orbital sem nenhum compromisso ético com os atletas e os espectadores brancos. A única coisa que interessa ao COI é o dinheiro que eles podem extrair do evento e o poder deles sobre a política das nações.
Moro há décadas na Flamengo e jamais me aventurei ao banho de mar na praia do flamengo. A Baia da Guanabara é constituída de águas poluídas que os governos do Rio nunca se preocuparam em despoluir. A saúde dos atletas que vão usar a Baía da Guanabara estará seriamente comprometida. O COI exige que os atletas comprometam sua saúde em nome de uma servidão voluntária cujo master é o próprio COI?
Hoje, as Olimpíadas servem ao domínio do PMDB em conluio com o Grupo Globo no Rio e no país. O PMDB domina o Congresso brasileiro e o governo nacional em aliança com o PT de Dilma Rousseff. Após, o fim da cizânia Dilma versus Michel Temer, as Olimpíadas se tornaram o Circo Romano para desviar a percepção das massas de sua própria implosão econômica (e biológica). Tal evento de jogos será usado como espetáculo eletrônico militarizado para agenciar a trans-subjetividade das massas no sentido de evitar que a revolta latente econômica delas se transforme em uma rebelião generalizada tipo massas camponesas medievais. O COI não apenas sabe disso como faz parte da engenharia política de gestão militarizada das massas “camponesas” cariocas e brasileiras.
As instituições científicas do capital corporativo eletrônico estão irradiando a informação que o Zika vírus é a peste há muito esperada. Que ele conquistará toda a América, exceto Canadá e Chile. O mosquito transmissor deste vírus da Bíblia da physis é uma nanomáquina de guerra bíblica que aparece como um recurso evolutivo contra a superpopulação mundial?
Desde Darwin, o planeta sabe que a physis biológica vive em um perpétuo estado de guerra interno e contra a espécie humana. A bazófia agora é que Dilma Rousseff vai fazer a guerra contra o Zika vírus. Ela está pensando em como garantir que o vírus não vire uma nanomáquina de guerra que transforme tudo que é sólido para o bolivarianismo em fumos.
A exposição dos espectadores estrangeiros ao Zika será manipulada pelo poder mundial eletrônico informacionalis através da informação militarizada de que o vírus se tornou universal na América. Trata-se de uma clara linha de força de gestão militarizada da trans-subjetividade das massas dos países centrais que fornecerão o maior contingente de espectadores. Parece que não há limites – de nenhum tipo - para o que tal poder mundial militarizado pode cometer em maldade com homens, mulheres e crianças inclusive ocidentais. Hoje, o poder mundial não é mais o poder da população branca ocidental.
O COI, o governo Dilma Rousseff, o governo do Estado do Rio de Janeiro e a prefeitura carioca são instituições totalmente irresponsáveis? Assim como os governos dos EUA, da União Europeia e do Japão (governos democráticos) que não fazer nada para impedir que seus cidadãos sejam afetados por um campo de guerra biológica que pode ser, inclusive, fatal, não só para as mulheres grávidas. Trata-se de um verdadeiro e real desprezo do poder mundial pela vida humana. As consequências deste estado de guerra natural deveriam ser tratadas pelos biólogos como história do choque da natureza com a espécie humana. Mas os biólogos têm um verdadeiro desprezo pela história, pois isso não é parte do campo da ciência.
Em termos racionais, a única decisão sensata não seria o COI suspender as Olimpíadas de 2016 no Rio?
A DITADURA DO PMDB NO RIO DE JANEIRO
O saber universitário carioca deveria servir à polis (cidade do Rio), como a filosofia grega serviu à polis livre da antiguidade. Os professores de história objetarão: a polis grega (e romana) era sustentada pelo trabalho escravo. Tais professores cariocas fazem questão de suprimir de sua visão de mundo que a cultura política antiga inventou o homem livre em um breve momento da história universal.
O homem livre é aquele que não tem master (senhor); é o avesso do escravo da servidão voluntária. O homem pode ser escravo de um senhor sem necessariamente ser escravo do modo de produção escravagista. Quando remete para o homo, o conceito de trans-subjetividade das massas sem sujeito significa campo dos afetos e sujeição, ou melhor , assujeitamento à um senhor. A trans-subjetivação pode ser democrática, ou despótica, ou totalitária, ou oligárquica. Na democrática, as massas são o senhor delas próprias; na despótica, elas se assujeitam a um déspota asiático; na “república” oligárquica brasileira, mil chefes despóticos peemedebistas agenciam a trans-subjetividade das massas com um destino certo: o colapso da política brasileira.
Se houvesse intelectuais sérios no Rio, eles estariam preocupados em saber a diferença, na conjuntura atual, entre a história do choque do poder estadual com as massas no Rio e em São Paulo. Por que São Paulo tem um movimento de massas exuberante e o Rio se transformou no grau zero do movimento das massas?
O poder em São Paulo escapou de ser um poder despótico asiático porque o PSDB não controla o judiciário. Há uma autonomia relativa entre governo (executivo) e judiciário. O governo tem o aparato policial militar despótico de combate às massas, mas o judiciário não faz parte da ditadura dos juízes instalada no Brasil a partir do 17/12/2015. Os indivíduos que são capturados no movimento de massas na rua têm garantido o direito de defesa, habeas corpus, o não- menoscabo à presunção de inocência, a garantia de imparcialidade da jurisdição e ao princípio do juiz natural, o não-desvirtuamento do uso da prisão provisória, o não-vazamento seletivo de documentos e informações sigilosas para a tela eletrônica , a não-sonegação de documentos às defesas dos acusados, a não-execração pública dos réus e o desrespeito às prerrogativas da advocacia. O judiciário não os tratam como criminosos comuns já condenados de antemão. Este fato jurídico impediu que o poder psdebista governamental quebrasse a coluna vertebral do movimento das massas paulista.
O movimento de massas no Rio teve a coluna vertebral quebrada no choque com o governador peemedebista Sérgio Cabral. Neste choque ficou claro que o poder peemedebista tinha o judiciário como sua correia de transmissão. A ausência de autonomia relativa do judiciário em relação ao governo torna o Rio um estado despótico asiático, e São Paulo um estado quase democrático. O governo psdebista não se comporta como um aparelho político/policial semidespótico?
Os cariocas podem recordar que Sérgio Cabral se apresentava como um jornalista na Globo News que, por acaso, virou governador. Jornalista significava um sujeito decente, ético, boa praça e democrático. Esta era a imagem que a tela eletrônica vendia de Cabral.
Na ditadura militar, o movimento dos homens livres jamais parou. A escravidão política voluntária jamais se tornou o estado trans-subjetivo de toda a sociedade. Hoje, ao contrário, o Rio é um lugar da escravidão dos cariocas que servem a um (dois) senhor(es): Pezão (e Eduardo Paes).
A ditadura do PMDB carioca se revelou em toda a sua profundidade com a ideia da lei terrorista para as massas confeccionada por este partido que controla a Câmara Federal e o Senado. O PMDB carioca é uma máquina de guerra oligárquico/totalitária da linhagem das máquinas de guerra oligárquico/despóticas colônias: entradas e bandeiras, engenho de cana-de-açúcar. Trata-se de máquinas de guerra terroristas. No Brasil colonial, tais máquinas exerciam a violência sem limite terrorista sobre índios, negros e mestiços, brancos pobres. No Rio, tal máquina terrorista usa a violência sem limite sobre as massas, os professores que ousam estudar tal violência e os indivíduos da vanguarda do movimento das massas desintegradas.
O poder despótico asiático peemedebista tem como aliado o Grupo Globo. Eles construíram o Museu da Amanhã da Praça Mauá para lançar a candidatura de Eduardo Paes à presidente da República em 2018. A candidatura queimou na largada, diria esta teórica não acadêmica da dramaturgia política brasileira Fernanda Montenegro. O Grupo Globo é o exemplo de tela eletrônica militarizada. Ele não faz simplesmente luta política, ele faz guerra política eletrônica contra as massas. A ditadura do PMDB no Rio de Janeiro é também uma ditadura eletrônica militarizada.
Hoje no Rio, há apenas uma oposição real à ditadura peemedebista global. Trata-se do grupo do Facebook “Psicanálise, Cultura Política, Totalitarismo” (PCPT). Como o estado do Rio de Janeiro está sob o domínio de uma lumpen-oligarquia despótica terrorista, é muito provável que tal poder tente calar - inclusive usando violência física – o PCPT.

              
24 de janeiro às 06:46
FORUM ECONÔMICO MUNDIAL (DAVOS)
O FEM (Davos) tem as nações como centro de sua fala sobre a economia mundial. Yanis Varoufakis crê que as nações não existem mais como fenômeno econômico. O arquiteto Manuel Sanches me falou sobre a resiliência das nações. Com o impacto do globalismo capitalista sobre as economias nacionais na década de 1990, a sociologia marxista paulista começou a pensar a desterritorialização da nação e sua reterritorialização na conjuntura mundial do século XXI. Mas a reterritorialização permaneceu um mistério da Cornualha oculta pelas Brumas de Avalon.
Há grandes nações no planeta como China, EUA, Alemanha, Japão, Índia que parecem desafiar o globalismo do capital corporativo mundial. A classe dirigente em Davos parece ser uma classe do território existencial nacional. Para ela, o território não está em crise e o capital corporativo mundial digital não é a luz (velocidade) que orienta o bloco-no-poder mundial do capital no século XXI.
O capital corporativo mundial digital é um corpo celeste que surgiu na década de 1990 e passou a se expandir aceleradamente. O capitalismo não existe como sistema, então, não precisamos mais falar de capitalismo. Existe sim o capital e a economia política digitalis mundial. Depois da relatividade de Einstein, apenas o capital reconstituído pela física lacaniana marxista retirou Marx da sepultura da cultural política econômica mundial do século XXI.
Quando o território era nacional, a soberania econômica era uma realidade do real articulando o planeta. O capital corporativo transnacional possuía um império territorial nacional como centro da política mundial com seu complexo industrial-militar e sua comunidade informacionalis: América. Com a passagem da hegemonia para o capital corporativo mundial digitalis, um poder mundial substituiu o império americano na articulação da vida política no planeta: política digitalis. Ainda prisioneiro da visão de mundo economicista/produtivista, Davos tornou-se o símbolo da irrealidade econômica como pensamento burguês. Modelado pela percepção do território e da sociedade do espetáculo eletrônico, a classe burguesa de Davos é um ser pré-diluviano.
Sanches tem razão quando diz que as nações não querem desaparecer na poeira cósmica do universo digitalis. Mas trata-se do voluntarismo das nações. A desterritorialização do território existencial nacional está avançando, por enquanto, geometricamente. Logo, a velocidade se tornará exponencial.
No Brasil, vivemos em um império republicano, mas a tela eletrônica repeti, incessantemente, que vivemos em uma república. O pessoal da tele eletrônica acredita - como o homem arcaico, certa ciência da linguagem moderna e o fascismo alemão - que a palavra é capaz de dominar a coisa. A trans-subjetividade das massas sem sujeito não é um fenômeno articulado pela linguagem puramente ficcional. Trata-se de uma subjetividade das massas ligada por mil fios de ouro à realidade do real (dos fatos). Por isso é necessário continuar usando o significante realidade em nossos jogos de linguagem.
Mais que a forma política (república, império), a forma econômica nacional se define como ficção e fato. A soberania econômica era o axioma fático que articulava a nação e o Estado-nação. Quem em seu juízo perfeito vai falar que hoje a soberania econômica nacional articula a economia planetária? Davos não está em seu juízo perfeito. Davos vive na irrealidade do sonho nacional. O FMI da senhora Christine Lagarde é o FMI do território, não é o FMI da economia orbital, da polis digitalis mundial.
O sociólogo marxista pós-modernista Richard Sennett discute a eleição presidencial americana com a percepção do homo territorialis. Ele não é capaz de ver que Donald Trump é o diabo do Doutor Fausto de Thomas Mann da era acelerada da desterritorialização nacional trans-subjetiva da América. Esta gera uma reterritorialização trans-subjetividade totalitária das massas americanas homóloga ao fascismo pós-pós-modernista trans-subjetivo das massas europeias. Antes a frase ia além do conteúdo; na segunda década do século XXI, o conteúdo viaja além da frase.


JORNALISTA DE PAPEL/JORNALISTA ELETRÔNICO
Deleuze definiu o jornalismo de papel como produção de besteira. Trata-se do texto no qual a realidade está sempre indeterminada. Tal texto trabalha com uma velha ideia da informação: “opinião dada em processo no âmbito das repartições públicas”. Portanto, temos aí uma informação burocratizada. O jornalista de papel é um burocrata. Seu texto depende do processo que está sendo encaminhado na repartição pública do jornal.
O jornalista eletrônico é uma significação da família das significações jornalísticas. O jornalista de papel faz jogos de linguagem? Estes são os jogo de linguagem capazes de encontrar um nome para algo. Isto não acontece! Mas o jornalista de papel dificilmente age em um campo de guerra cultural; o modelo do jornalismo de papel não é a guerra, mas o jornalista de papel pode ser o correspondente de guerra, que não é um simples jogo de linguagem. A guerra é o real como realidade dos fatos! Próximo do animal despótico freudiano (Pai da horda), o jornalista de papel emprega as mais primitivas formas de linguagem: comandar, perguntar, tagarelar. Tal jornalista fala em excesso sem assunto específico; ele faz barulho permanentemente.
O jornalista eletrônico opera com uma linguagem que consiste também de comandos e informações durante uma batalha. Para ele, representar uma linguagem não significa representar-se uma forma de vida. A informação eletrônica da ameaça está no contexto do teatro de guerra jornalística eletrônica informacionalis. Uma informação dada no programa Globo News Literatura sobre Umberto Eco pode não ser algo para distrair o tele espectador.
Umberto Eco fala de um jornalista bissexto que publicava um jornal gratuito lido pela classe dirigente, entregue de casa em casa. Tratava-se de contrajornalismo que nomeava os personagens da narrativa: pessoas e instituições, principalmente. Eco diz que o contrajornalista bissexto foi assassinado por ter incomodado alguém poderoso. (O novo best-seller internacional de Umberto Eco. O romance que é um verdadeiro manual do mau jornalismo. Um grupo de redatores, reunido ao acaso, prepara um jornal. Não se trata de um jornal informativo; seu objetivo é chantagear, difamar, prestar serviços duvidosos a seu editor. Um redator paranoico, vagando por uma Milão alucinada). Tal imagem conceitual do jornalista bissexto de Eco é claramente parte de um delírio paranoico literário.
Há algum redator paranoico bissexto no Brasil? Se existe, o programa está lançando uma mensagem clara. Trata-se de uma ameaça ou de um vaticínio do tipo campo de guerra mafioso. Como o jornalismo eletrônico é um campo de guerra informacionalis não é descabido supor tal hipótese para sustentar meu ponto de vista. O jornalismo eletrônico é, por imagem conceitual, parte do campo de poder mundial digitalis informacionalis cujo nome é Okhrana mundial. Tal jornalismo não pode usar os serviços da Okhrana local? Afinal, trata-se de uma campo mundial de redes de poder!
Afinal, o que é o jornalista eletrônico?
Ele é parte de um sistema de comunicação descrito por Santo Agostinho, que não é um jogo de linguagem em si. Tal sistema não trabalha com imagens conceituais. Onde esse jornalista é treinado? No campo de guerra informacionalis do capital corporativo eletrônico. Os profissionais treinados neste campo são pagos a peso de ouro. Ser um soldado (repórter), um sargento (apresentador), um tenente (“explicador”), ou um capitão (editor), ou um coronel (diretor) deste campo de guerra é algo que não é sutil; pode ser brutal, pois a brutalidade (e a vulgaridade) é excelente companheira em qualquer guerra moderna, a partir do século XX. Mas a jornalista eletrônica tem que dominar a arte de sorrir para o espectador; isto é parte do treinamento. O sorriso da jornalista eletrônica é uma máscara do tipo máscara primitiva africana.
Finalmente, nosso jornalista é seguramente uma nanomáquina de guerra que começa a ser montada, teoricamente, na escola de comunicação e - na prática - pelo capital corporativo eletrônico. Parecer uma pessoa normal é uma arte da nanomáquina de guerra jornalística/eletrônica. Não aparentar ser um personagem dos paraísos artificiais baudelairianos é uma exigência profissional.
O jornalismo eletrônico tem uma regra de transformar o consumo de drogas em um campo de morte. Vem daí a preferência de matérias sobre o crack. Parecer que possui uma ética impecável é uma necessidade, pois, tal jornalista precisa, ocasionalmente, pôr em ação uma linha política editorial jornalística capaz de acusar, inclusive, todas as famílias do país de corrupção para justificar a corrupção da classe dirigente, inclusive a sua corrupção.
Por isso, o PCPT faz contrajornalismo democrático digitalis. Ao contrário, o jornalismo eletrônico pode ser apresentado por uma imagem conceitual quase rigorosa. Trata-se de um jornalismo totalitário da cultura política da guerra informacionalis.
“Pode facilmente parecer que toda dúvida mostre apenas uma lacuna existente no fundamento, de tal modo que uma compreensão segura é possível apenas quando primeiramente duvidamos de tudo aquilo que pode ser duvidoso e afastamos então todas as dúvidas” (Wittgenstein).

POR QUE AS MASSAS NÃO SE REBELAM?
A ex-prefeita (ex-petista) de São Paulo Luíza Erundina acredita que as massas estão passivas em relação à crise brasileira por estarem sob controle das mídias eletrônicas (televisão principalmente). Quando um político fala em reforma das mídias, ele está pensando no controle que o Grupo Globo possui sobre as massas populares. O Grupo Globo é possuído por uma autoilusão narcísica. Ele crê que as massas não se transformam em máquina de guerra política contra a Ordem constitucional porque a tela eletrônica as mantém dóceis na politica.
Qualquer pessoa com bom senso sabe que a situação econômica do país é cada vez mais desesperadora para as massas populares. Mas tirando as históricas revoltas camponesas – em todos os continentes -, a revolta das massas urbanas está sempre associada à revolta das massas intelectuais, desde as revoluções inglesa, americana e francesa.
O MPL (Movimento Passe Livre) é parte das nossas massas intelectuais. Ele se tornou parte do campo de poder político nacional nas jornadas de junho de 2013. O prefeito e o governador de São Paulo veem o MPL como um inimigo do cotidiano na política paulista. O movimento dos sem teto resolveu se tornar um aliado do MPL na cidade de São Paulo. Mas os sem teto são um movimento nacional. Perigo! A classe política diz para Haddad e Alckmin que eles devem recuar, pois as ruas de São Paulo podem se tornar o estopim de um movimento de massas nacional. Mas Haddad e Alckmin sabem – como Erundina – que as massas nacionais estão sob controle do poder brasileiro.
Mas, afinal, o que é o poder brasileiro?
Trata-se de um campo de poder no qual as massas intelectuais participam deste campo ativamente (administrando o campo), passivamente pela conveniência gostosa de não dirigir a revolta das massas, ou, então, pelo silêncio covarde e, ainda, o medo indefectível. Mas estas massas intelectuais não são conduzidas pelos jornais ou a tela eletrônica. Elas não levam a sério estas mídias. Há algum tempo as massas intelectuais tornaram-se massas digitalis. Elas travam suas lutas no mundo digitalis; elas tomam o pode nacional (ou o defendem) na internet. Elas gastam toda a sua energia guerreira nas batalhas digitalis diuturnamente, diariamente. De noite, elas descansam. Haddad e Alckmin sabem disso, e a nossa simpática (cheia de boas intenções políticas) Erundina não sabe!
As massas intelectuais estão sobre controle da autogestão digitalis delas próprias. Trata-se de uma trans-subjetivação permanente matematizada (pelo algoritmo) das massas intelectuais digitalis. Antes se falava da vanguarda das massas com sujeito (operário, por exemplo). Hoje se deve falar da relação da vanguarda intelectual digitalis com massas sem sujeito. Se por um lado, a vanguarda intelectual está sob controle do Agenciamento do poder digitalis, por outro lado, às massas sob controle da tela eletrônica não resta outra alternativa senão viver a sua implosão econômica diretamente no mundo-da-vida e distante da política.
Na cidade do Rio de Janeiro, massas intelectuais implodiram o governador do estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral do PMDB, que cedeu o poder do território Rio de Janeiro ao governador Pezão e ao prefeito Eduardo Pais (PMDB). De onde o PMDB retira sua força para controlar o estado e a cidade carioca. Da falta de sociedade civil na cidade carioca. Dificilmente o multiculturalismo da cidade vai se articular em contrapoder ao PMDB.
Tirando o PMDB, os partidos do Rio de Janeiro são invertebrados. Então, não se pode esperar de massas intelectuais invertebradas algum tipo de agir que destitua do poder fluminense o caipira e sem espírito público PMDB fluminense. Os partidos de oposição no Rio não são capazes de conduzir a revolta das massas.
As massas intelectuais cariocas são digitalis e não tem como em São Paulo uma sociedade civil burguesa que seja uma alavanca contra o poder digitalis. Assim o Rio tornou-se, apenas, uma cidade digitalis ligado virtualmente a uma rede de cidades digitalis por todo o país.
A fé da percepção sensível de que o campo de batalha MPL versus Alkmin/Haddad são as ruas de São Paulo mostra o quanto o campo de poder no Brasil é um mundo invisível. O campo de batalha real é o campo do campo de poder físico, que domina a verdadeira política brasileira. O campo de poder real é o campo de poder digitalis. O campo de batalha nas ruas é um teatro eletrônico, ou melhor, pura ficção dramatúrgica, eletrônica. O campo de batalha digitalis é ficção digitalis - ficção real. O laço social da política das massas intelectuais brasileiras hoje se realiza na ficção digitalis real. Este é o campo de lutas das massas nacionalmente.
A correlação de força nas ruas de São Paulo está submetida a uma correlação de força nacional. O MPL só vencerá esta batalha se a correlação de força nacional se tornar favorável a ele. O MPL, Haddad e Alkmin sabem disso tudo. Eles não são notívagos, tão pouco naïf, nem nos jogos da linguagem política, nem nos jogos do campo fático do poder.
Kant diria que a política paulista alcançou a maioridade!

IGUALDADE DIGITALIS
Na era moderna, a igualdade é um axioma político da revolução democrática?
A cultura jurídica liberal criou o axioma jurídico “todos são iguais diante da lei e para a lei. Tal axioma se transformou em realidade dos fatos ou permaneceu como linguagem ficcional do direito?
Tocqueville viu uma revolução democrática na América pela realização do axioma igualdade em realidade dos fatos. Trata-se da igualdade econômica. No século XIX, a ideia de um capitalismo igualitário tinha força de realidade. América utópica!
Marx demoliu a ideia de liberdade jurídica (e da possibilidade da instalação de uma sociedade igualitária capitalista) mostrando que os trabalhadores só eram livres para vender sua força de trabalho no mercado capitalista. Todos os homens são iguais significa que nenhum homem é escravo na sociedade democrática moderna; que todos são livres. Marx disse: o operário é o escravo moderno. Daí a ideia de uma revolução dos escravos modernos: revolução social/comunista dos homens livres e normais. A discussão da igualdade em Marx segue uma linha de força teórica que o século XX jamais metabolizou!
Hoje, o capitalismo serve a 1% da população mundial. A chamada quarta revolução indústria (da física, do digital, da biologia) serve a uma minoria livre e igual frente a uma população mundial escravizada pelo campo de poder do capital corporativo mundial digital. O digital significa a técnica, por excelência, do campo de poder mundial. Desde o surgimento do Urstaat na civilização arcaica, a técnica esteve associada aos campos de poder.
Mas a técnica digital substitui a societas de comunicação da sociedade do espetáculo, como campo de poder mundial. Ela está associada a uma realidade digitalis na qual a igualdade é retomada agora no domínio da cultura. Os axiomas jurídicos da igualdade e da liberdade são apenas parte da cultura política mitológica moderna ocidental, que conquistou a Ásia capitalista. O axioma igualdade econômica é um axioma ficcional da América Latina subcapitalista. O bolivarianismo fez deste mito o cavalo de batalha para se perpetuar nos governos nacionais. Na Ásia, o mito da igualdade econômica cedeu diante do globalismo do capital corporativo mundial. Na A-L, o bolivarianismo está em plena decomposição de seu corpo político continental.
A hegemonia do capital corporativo mundial digital no bloco-no-poder mundial trouxe de volta o axioma da igualdade. Trata-se da igualdade cultural. Todos são iguais diante da cultura; todos os enunciados dos usuários digitalis são iguais em valor interpretativo da realidade; a internet é o mundo da doxa digitalis. Claro que há resistência a este campo de poder da doxa digitalis nos blogs, em vão. Mas o Facebook é visto, por excelência, como o lugar das máquinas de guerra expressivas da doxa digitalis.
O homo digitalis é o processo permanente de trans-subjetivação no qual todos os usuários são iguais culturalmente. Trata-se de uma revolução democrática na cultura mundial? Na universidade, a hierarquia institucional acadêmica é o avesso da igualdade cultural entre os agentes desta instituição. Aluno significa sem luz cultural.
O jornalismo estabelece uma hierarquia cultural de prestigio negociado (que não é baseada em um saber verdadeiro e substantivo) para gerar a força deste campo de poder. Na internet, a palavra é baseada na igualdade de participação cultural dos usuários digitalis. A universidade e o jornalismo desprezam o mundo digitalis. Tal mundo abole o jornalismo como campo de poder/saber e a universidade como o único lugar competente para falar da realidade do real.
Mas o mundo digitalis é realmente a superfície de uma revolução democrática na cultura política intelectual mundial?

IMPÉRIO BONAPARTISTA DOS JUÍZES
Nas andanças da crise brasileira, na sessão de 17/12/2015, o STF (Supremo Tribunal Federal) desfechou um golpe de Estado na República brasileira (subrepública). O STF criou leis para regular a política e isso significa a essência do golpe de Estado jurídico. Como o STF está proibido pela Constituição de 1988 de fazer leis que criem uma forma política (pois só a soberania popular pode fazer isso legal e legitimamente), ao criar leis, o STF articula o golpe de Estado instituinte da forma política. Assim passamos da forma republicana (sob domínio da classe política) para a forma império bonapartista sob domínio dos juízes. Neste império republicano, a república é a alma desterritorializada, a alma penada em busca de um território político: trans-subjetividade republicana desterritorializada das massas sem sujeito
O império dos juízes se autodefine como aperfeiçoamento institucional da republica na medida em que ele se articula na trans-subjetividade das massas caçando, capturando, julgando e encarcerando os ricos. A implosão dos ricos é o espetáculo que a tela eletrônica serve como informação no café-da-manhã, no almoço e no jantar dos pobres.
O império dos juízes é do campo de poder informacionalis eletrônico. Ele significa a abolição do Estado de Direito. Tal Estado é o Estado dos ricos, que tem bancas de advogados caríssimas para mantê-los longe das garras do Estado brasileiro. Creio que o império dos juízes não foi uma montagem racional, da consciência histórica da comunidade jurídica. Ele foi uma articulação do inconsciente nietzschiano territorial em dissolução combinado com a defesa do domínio do Partido dos Trabalhadores (PT) na política latino-americana.
O motor que levou à implosão dos ricos (do Estado de Direito) vai levar a implosão dos pobres, ou melhor, das massas pobres com sujeito: trabalhadores. Trata-se da desmontagem do Estado de Direitos dos pobres. A autoilusão lulista de um Brasil de classe média é a tartaruga em cima da árvore. Ninguém sabe quem pôs a tartaruga em cima da árvore e o que a fez despencar no chão duro da miséria cotidiana. A crise brasileira desfez a classe média bolivariana (classe média montada graças a política econômica bolivariana de FHC, que teve continuidade na era Lula). Mas o que instalou a crise brasileira?
Itamar Franco, FHC e Lula nada fizeram para alterar a evolução da crise econômica territorial. Tal crise territorial foi articulada pelo poder mundial do capital corporativo mundial (CCM) digital. Este significa desterritorialização do território econômico nacional. Os Tigres Asiáticos perceberam esta realidade dos fatos e procuraram se integrar ao capital corporativo mundial que passa a dominar o planeta a partir da década de 1990. Hoje, com a hegemonia do capital corporativo mundial digital no bloco-no-poder mundial, os Tigres enfrentam dificuldades para se manterem no espaço orbital.
A américa Latina não se integrou à máquina de guerra econômica CCM. Mas se integrou à máquina de guerra político/policial informacionalis. A integração ao CCM pode ser econômica ou através do campo de poder mundial. FHC integrou o Brasil no campo de poder do CCM, criando uma formidável OKhrana informacionalis, entre nós: ABIN, etc. Trata-se da comunidade de informação, desinformação, contrainformação, simulação e dissimulação, que tem na tela eletrônica o destacamento mais avançado no agenciamento trans-subjetivo das massas sem sujeito. As massas com sujeito bolivarianas são o poder da Okhrana em baixo.
O poder mundial digital informacionalis é a causa necessária da crise econômica brasileira. Tal poder está desterritorializando o território econômico e já deu os primeiros passos para a reterritorialização das instituições. A percepção de tal fato parece não estar ao alcance dos brasileiros, pois tal percepção tem que estar associada a fé perceptiva digital. A desterritorialização significa a instalação da lógica de desmoronamento do sistema industrial brasileiro (e Latino Americano) e da política territorial, que se condensou na desintegração da subrepublica brasileira.
O império bonapartista dos juízes é consequência desta lógica mundial acoplada às circunstâncias brasileiras. A linha de força historial civil “implosão dos ricos” foi criada por Sarney/Funaro na década de 1980. Eles inventaram que os ricos eram os responsáveis pela hiperinflação. A destruição do Estado de Direito é uma ideia de José Sarney. Ela é uma ideia do PMDB que governava a economia com Funaro. O PMDB é uma máquina de guerra exemplar do mais imemorial dos arcana imperii. O PMDB é a máquina de guerra partidária arcana que gera e sustenta o fluxo político contra a existência do Estado de Direito.
O governador Pezão e o prefeito Eduardo Pais em conluio com o Grupo Globo dominam a política no Rio de Janeiro ao instalar um campo de poder despotes. Eles são a reserva estratégica logística para a destruição final do Estado de Direito territorial e do Estado de Direitos da população. Por isso, o Grupo Globo lançou Eduardo Pais para a presidência em 2018.

SOBRE O INTELECTUAL NO SÉCULO XXI/JORNALISTA
O intelectual se tornou um conceito com o marxista italiano Gramsci. A fórmula gramsciana é simples: “todos os homens são filósofos”. Todos os homens (inclusive o homem comum) têm o poder de interpretar a realidade. O intelectual é o prolongamento do homem comum/filósofo nas atividades de interpretação institucional da realidade dos fatos. O Príncipe moderno (partido comunista) é o modelo do intelectual coletivo institucional livre do Estado, que está na origem da articulação da cultura com a política e como sujeito da cultura política moderna. Mas Gramsci inclui na classe intelectual até o jornalista que interpreta a política cotidiana. O jornalismo bolchevique acolhia o modelo de jornalista como interprete da política cotidiana. O jornalista era um homem da cultura política intelectual (reflexiva/interpretativa); ele estava ligado aos campos científicos da época de Gramsci; seu jornalismo usava os conteúdos científicos na interpretação da realidade dos fatos! Algo substantivo mudou no século XXI para o jornalismo?
Na política, o jornalismo pensava o nacional e o internacional. Refletia sobre a política territorial nacional e internacional (política territorial entre nações). Hoje, a política nacional não é um espectro da política nacional da época de Gramsci? Ela é, cotidianamente, desterritorializada pelo poder mundial digital informacionalis e reterritorializada como política informacionalis espectral do presente.
Os jornalistas não sabem, mesmos os mais competentes, como tratar tal fenômeno. Eles não sabem em qual campo de pensamento devem buscar o conhecimento que restaure a antiga relação entre o jornalismo e a ciência do real. Assim, o jornalista não consegue mais refletir e, por consequência, interpretar a política nacional, as relações internacionais e a política mundial; o jornalista (mesmo os que falam várias línguas e tem formação em ciência política) sabe que não sabe nada sobre a realidade dos fatos. Portanto, o jornalista não pertence mais a classe intelectual. Então, o que é o jornalista na segunda década do século XXI?
Sem firulas digo que o jornalista é o destacamento mais avançado do Homo informacionalis. A sociologia da classe informacionalis suprassume a sociologia da classe simbólica iniciada por Bourdieu e desenvolvida no campo de pensamento física lacaniana marxista. A classe informacionalis não faz parte da cultura política interpretativa; ela é cultura política informacionalis, principalmente, eletrônica. O jornalista ainda não metabolizou que a tela eletrônica não comanda mais o planeta como o comandou na era da societas americana do espetáculo industrial; com efeito, a tela eletrônica agencia a miséria do jornalismo. Se quiserem uma comparação, comparem o jornalismo eletrônico no Brasil com o contrajornalismo digital do PCPT. Este texto é contrajornalismo digital!

DAS BATALHAS DE JANEIRO NA COMUNIDADE JURÍDICA
"A Operação Lava Jato coroa um lento e gradual processo de amadurecimento das instituições republicanas brasileiras, que não se colocam em posição subalterna em relação aos interesses econômicos". (Estadão. 17/01/2016)
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) reagiu enfaticamente ao manifesto de um grupo de advogados divulgado nesta sexta-feira, 15/01/2016, nos principais veículos de comunicação do País. A matéria tratada no manifesto encontra eco nas preocupações dos advogados devotados à área penal, apresentando a conjuntura jurídica atual até como “momento preparatório de um novo momento de ditadura, agora, substituindo as botas militares pelas togas", escreveram os representantes da associação.
A comunidade jurídica brasileira tornou-se um campo de batalha simbólico? Ou trata-se somente de luta no campo do imaginário da comunidade jurídica? A Ajufe vê a contradição principal da política brasileira como sendo a contradição implosiva para os ricos entre a máquina de guerra jurídica Operação Lava Jato (que tem como motor jurídico o Juiz Sergio Moro e como motor policial a PF/MP) e uma fração do subcapital brasileiro (empreiteiras). As associações de advogados e de criminalistas falam em ditadura do judiciário e em sucateamento da democracia e do Estado de Direito. Finalmente o nosso mundo intelectual se envolveu em uma discussão séria sobre a política nacional.
A ditadura dos juízes seria a continuação por outros meios (meios jurídicos coativos) da linha de força ditatorial republicana, terrorista, militar, historial que tem seu início glorioso com Floriano Peixoto? Trata-se da linha de força republicana que assassinou as massas populares sertanejas de Canudos (Nordeste) e do Contestado (Sul). Na década de 1930 com Getúlio Vargas, assassinou massas operárias e comunistas, criou campo de concentração para a esquerda e também o Estado Novo criptofascista (1937- 1945). Em 1964, deu um golpe de Estado militar/udenista na democracia populista e instalou uma ditadura civil-militar. Em 1968, desfechou um golpe de Estado puramente militar e instalou uma pura ditadura militar e um Urstaat militar, terrorista.
No governo Sarney, tal linha de força ditatorial atacou a burguesia responsabilizando-a pela hiperinflação. A perseguiu inclusive abjetamente, obscenamente nas ruas. A polícia insuflava as massas contra as famílias burguesas nas ruas. O ódio das massas sem sujeito contra a burguesia é uma criação do oligarca nordestino José Sarney. Este deu o ponta pé para a constituição, entre nós, de uma trans-subjetividade republicana, terrorista/civil antiburguesa fundada no ódio do campo de afeto das massas sem sujeito!
O terrorismo oligárquico-republicano de Sarney contra a burguesia não é o antecedente mais próximo da ditadura dos juízes? Muito bem! Mas quando a comunidade jurídica (incluindo os professores e os doutorandos dos cursos de direito mais o Programa da TV Justiça Direito e Literatura) vai ter a coragem e a ousadia de discutir o golpe de Estado do STF na República brasileira no dia 17/12/2015? Neste dia, o STF legislou contra a República e criou um Império republicano, entre nós. Os próprios juízes do STF disseram que, agora, o STF é o poder moderador na forma política realmente existente. O poder moderador foi o poder pessoal do imperador instituído pela Constituição golpista pombalina de D. Pedro I de 1824. A existência dele (no discurso dos Juízes e na Constituição de dezembro de 2015) significa, imediatamente, que a forma política brasileira atual é um Império plebeu!



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