10 de fevereiro às 16:39
DO CAPITAL CORPORATIVO ELETRÔNICO MUNDIAL
Enquanto a tela eletrônica noticia a ação judicial de Sérgio
Moro contra Lula,o PCPT está preocupado com o motor que faz funcionar a
narrativa jurídica no campo de poder que faz objeções à Lula.
A narrativa moro é articulada como lógica de sentido da tela
eletrônica Globo News. Antes, ela é articulada como técnica jurídica, que não é
pautada pela lógica de sentido em si da ação de poder do Bloque de Búsqueda de
Lula constituído pela Polícia Federal, MPF e franjas da Okhrana digitalis
informacionalis.
A narrativa moro é algo do corpo jurídico/político de poder
bolivariano em forma de rede/ato. Ela não é desarticulada das redes
bolivarianas do poder cujo master é a maioria bolivariana do STF (Supremo
Tribunal Federal). Tal corpo político/jurídico (extensão da comunidade
jurídica) articula-se como cultura político do direito totalitário, pois seu
mediador é o discurso do senhor (master).
O direito articulado como discurso do senhor restaura no
mundo-da-vida a técnica jurídica como relação entre um mestre e massas escravas
da servidão voluntária. Isto não funciona pela lógica de sentido. Trata-se de
uma narrativa que faz do juiz o símbolo do mito da justiça. O mito é que o juiz
reza segundo o direito como técnica acima do campo da afetividade e do campo do
animus. Tal mito pode acontecer de ser fático!
A narrativa jurídica mítica (fática) é recriada como lógica
de sentido na tela eletrônica. O que isso significa? Tal tela é a tela do
capital corporativo eletrônica mundial (CCEM), que funciona mediada pela
cultura política do CCEM. A passagem do CCEM para a sua cultura política se faz
pela alegoria do capital.
Há o símbolo do capital cuja representação simbólica visa
significar outro objeto. O uso da alegoria tem a função de uma coisa
representar e/ou interpretar o Outro. A cultura política eletrônica do capital
usa a linguagem da alegoria para representar e/ou interpretar o mundo do
capital corporativo eletrônico mundial. A personalização, ou melhor, a
personificação é um suplemento da lógica alegórico do capital.
Marx diz: o capitalista é a personificação do capital. O
burguês industrial é o símbolo da classe burguesa que representa,
simbolicamente, um Outro objeto: o capital moderno. Homologamente, o jornalista
eletrônico (as várias espécies dele) é o símbolo alegórico da classe simbólica
(ele é parte da classe dirigente ao lado da classe política) que representa
outro objeto: o capital corporativo eletrônico mundial. Personificação
significa pessoalização trans-subjetiva do campo de poder.
No Brasil, O Grupo Globo é a condensação quente do capital
corporativo eletrônico mundial. Os jornalistas globais não sabem que sabem que
eles, no Brasil, constituem a vanguarda armada com as armas da imagem
eletrônica do capital corporativo eletrônico mundial. Eles se veem como pessoas
de carne e osso (princípio da pessoalização do campo de poder da tela
eletrônica) que servem, diariamente, o sentido verdadeiro dos fatos às massas.
Com efeito, eles servem imagens eletrônicas que são um
simulacro da lógica de sentido da realidade dos fatos. As massas de jornalistas
servem artefatos jornalísticos que articulam o homo simulacrum. Trata-se da
trans-subjetivação eletrônica das massas, articuladas, enfim, como massas
eletrônicas.
A cultura política do direito só faz sentido quando articulada
como homo simulacrum. Sérgio Moro só faz sentido na cultura política
eletrônica. Através de sua vanguarda eletrônica, o capital corporativo
eletrônico mundial é o motor do funcionamento da classe dirigente brasileira.
Adeus à luta de classes, sim! Salve a luta na classe dirigente!
Sérgio Moro e Lula são símbolo singulares da classe
dirigente, e, portanto, personificações alegóricas do capital corporativo
eletrônico mundial. Eles são as pessoas públicas da narrativa noveleira da
realidade política da tela eletrônica. Através disso, ocorre a pessoalização
trans-subjetiva do campo de poder bolivariano - homo cordialis bolivariano
eletrônico!
No bloco-no-poder brasileiro, a hegemonia cabe ao capital
corporativo eletrônico mundial representado por sua vanguarda militar
eletrônica o Grupo Globo. No bloco-de-poder mundial, a hegemonia tem como motor
o capital corporativo digitalis mundial. Tal defasagem hegemônica é uma
articulação historial do Brasil como periferia do capital corporativo mundial
digitalis. Pois, há na segunda década do século XXI a subsunção real do CCEM ao
capital corporativo digitalis mundial.
EMFIM A TRANS-SUBJETIVIDADE POLÍTICA BRASILEIRA
A jornalista Julia Duailibi escreveu para a Piauí n° 113 o
artigo Plano Temer sobre o PMDB e o impeachment. Trata-se de jornalismo
político de alta qualidade e por isso pode ser a base para uma leitura
científica da realidade política brasileira.
Primeiro, o jornalismo quer passar para o público leitor que
trabalha com fatos. O jornalista captura a verdade da realidade dos fatos
políticos. Para isso, ele apresenta a realidade como um encadeamento racional
de fatos; com efeito, o que ele faz é construir uma narrativa mítico-factual.
Trata-se do artefactual jornalístico! Não há fatos, há artefatos jornalísticos.
Apenas um exemplo, para não cansar o leitor digitalis.
Julia diz que Moreira Franco teve um papel de proa na
articulação da ação do PMDB, que levou Michel Temer para o movimento do
impeachment de Dilma Rousseff. Ele seria o gênio da raça golberyano (general
Golbery do Couto e Silva, bruxo da ditadura militar) por trás inclusive da
carta de Temer à Dilma. Julia constrói uma versão hiperracional sobre o agir
político de Moreira (Piauí: 22). Ela aprendeu isso com os professores de
sociologia política de qual universidade?
No programa “Preto no Branco”, Jorge Bastos Moreno
entrevistou Moreira que negou a versão que Julia constrói em seu artigo. Ele
diz que tal versão foi maquinada nos porões do Planalto. Possivelmente ela foi
tecida pelo ministro da Casa Civil e o ministro da Justiça, que constituem a
usina de ideias áulicas de Dilma Rousseff. Portanto, a versão de Julia é,
provavelmente, uma ficção política cortesã. Mas vamos aproveitar o objeto a
(objeto de desejo) do discurso de Julia + sociedade corte bolivarianas para
problematizar sobre a trans-subjetividade da classe política brasiliense.
Julia diz que a subjetividade de Dilma é um fator do
agravamento da crise brasileira. Dilma tem acessos de fúrias e dificuldade para
ouvir, seja lá quem quer que seja: "Também é corrente a opinião de que a
presidente politicamente bisonha, de personalidade agressiva foi um fator que
agravou a crise” (Idem: 21). Assim, a subjetividade de Dilma torna-se um fato
político mítico decisivo na explicação da crise brasileira. O essencial é que a
política é percebida como um acontecimento subjetivo ao contrário de ser um
fenômeno somente objetivo. Julia deu um passo à frente, inegavelmente.
O miolo da crise é a vontade de Temer assumir a cadeira
presidencial na qual está sentada Dilma. Também se trata de um fenômeno
subjetivo? Julia explica que a crise começou com a disputa entre o PMDB
(Eduardo Cunha) e o PT pela presidência da Câmara nacional em 2014. Para se
eleger Cunha surfou no sentimento antipetista do novo Congresso (Idem: 20). A
biografia subjetiva de Cunha se tornou o símbolo da trans-subjetivação
antipetista da classe política. O que significa isso afinal?
As crianças de 10 anos interessadas na nossa política não
sabem que sabem que a trans-subjetividade tradicional da classe política é
oligárquica. O PMDB do estado do Rio parece ter a hegemonia trans-subjetiva
sobre o PMDB da Câmara. Assim, o problema da política brasileira tornou-se a
trans-subjetividade peemedebista fluminense capitaneada por Pezão e a família Picciani,
e a trans-subjetividade carioca que tem como chefes Sérgio Cabral e Eduardo
Paes.
Esta trans-subjetividade peemedebista domina o Rio e é um
fenômeno fulcral da crise política nacional. Tal trans-subjetividade é a causa
do colapso da cidade maravilhosa e do estado do Rio, como diz Julia: “Com as
finanças em frangalhos e a Olimpíada no horizonte, o governador Pezão e o
prefeito Eduardo Paes dependem da generosidade federal para tocar a máquina
pública. Governador e prefeito tornaram-se aliados circunstanciais de Dilma,
assim como o presidente da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro,
Jorge Piscciani, que comandou campanha pró-Aécio Neves em 2014 (Idem: 24).
Júlia mostra que há um encadeamento objetivo (lógica
utilitarista política) na aliança do PMDB do Rio com o bolivarianismo petista.
Tal objetividade jogou o pais bolivariano no campo de ânimus trans-subjetivo
peemedebista fluminense/carioca. Tal trans-subjetividade política domina o
estado do Rio e a cidade do Rio em uma colusão com a cultura política
eletrônica do Grupo Globo. Este é a tela eletrônica como condensação do capital
corporativo eletrônico mundial, como a jornalista econômica Thais Herédia
descobriu, recentemente, lendo os textos do PCPT os quais ela não cita como
fonte, nem se o próprio diabo ordenar! Os jornalistas globais juram de pés
juntos que não existe trans-subjetividade eletrônica!
Mas o que é a trans-subjjetividade peemedebista em tela?
Trata-se de uma trans-subjetividade lumpen-oligárquica que é a caução do nosso
campo de poder bolivariano nacional. O Rio está em uma crise global por causa
deste lumpesinato político. Não se precisa de um grande esforço para perceber
que a crise do Rio e a crise nacional constituem um espaço contínuo. A solução
para tais crises começa com autodissolução da trans-subjetividade
lumpesinal/oligárquica peemedebista carioca.
As massas carnavalescas cariocas podem se transformar em uma
força política capaz de iniciar o processo de destrans-subjetivação lumpesinal
peemedebista? Hoje, o Rio não é o elo mais fraco do campo de poder nacional
bolivariano?
8 de fevereiro às 20:08
SALVADOR/BAHIA- A ECONOMIA POLÍTICA MÍTICA DO CARNAVAL
Não é segredo que o carnaval baiano é um negócio
subcapitalista, já que nunca ex-sistiu capitalismo no Brasil. Quem iniciou o
subcapitalismo carnavalesco?
A Tropicália de Gil, Caetano e famílias está na origem do
bolivarianismo brasileiro. Hoje, Gil e Flora Gil estão associados ao PMDB do
Rio de Eduardo Paes e do candidato deste à prefeitura do Rio em 2016. Esta
ligação tem como intermediário o Grupo Globo:
“Eleitora do Rio, Flora fez questão de elogiar ACM e Eduardo
Paes. “Eles são parecidos na preocupação com a cidade. “ Sobre as críticas a
Pedro Paulo, o candidato de Paes à sua sucessão, ela contemporizou: ‘Acho um
pouco exagerado isso. Sou mulher e nem poderia estar falando isso. Mas não
deixaria de votar num político que admiro porque ele bateu na mulher. Eu
pensaria melhor, mas deixar de votar só por isso acho simplório. Não tenho nada
com isso, a mulher é dele’ ”.
(http://cultura.estadao.com.br/…/flora-gil-no-2222-virou-mo…/).
A Tropicália foi uma força cultural que – com outras forças
cultural, política e econômica) transformou o carnaval baiano em economia
política do carnaval. Saindo de uma situação de baixa economia, Gil, Caetano e
Flora Gil (e outros) se tornaram membros da elite econômica baiana. O dinheiro
acumulado com o carnaval não é tudo. Os camarotes do carnaval baiano de Flora e
Gil são um lugar de formação de redes de amigos oligárquicos: “Passava de 2h da
manhã e a boate do camarote ainda estava lotado, com nomes como o stilyst
Felipe Veloso, a modelo Lea T e o empresário Pedro Tourinho. A pista ferveu com
o hit do carnaval, Metralhadora. Gil, no entanto, dizia pouco antes que essa
música ele ainda não ouviu. ‘Assim como no ano do Lepo lepo eu cheguei sem
saber, essa provavelmente também vou conhecer aqui’ “.
O carnaval de Salvador é um carnaval carismático. Na leitura
do carisma freudiano, Richard Sennett sublinha: “ O sucesso de um Estado
carismático, para Freud, está em que o líder não promete bem-estar, mas uma
chance de voltar a ser psicologicamente dependente, como se era quando criança”
(Sennett: 336). O carisma é uma instituição que não precisa ser necessariamente
política. Trata-se de uma instituição que se apoia na crença de uma ilusão
apaixonante. Ele é a ligação do líder carismático com o campo de afetos das
massas, que se tornam as crianças do líder. Como economia política baiana, a
instituição carnaval é carismática; as massas carnavalescas são as crianças de
Gil, Caetano e Ivete Sangalo.
As massas carnavalescas baianas não são capazes de festejar
sozinhas; elas precisam de um líder carismático em cima de um Trem Elétrico.
Este líder é um cantor/compositor que reúne as massas que pagam a ele para
brincar o carnaval. Tal líder é uma personalidade carismática do mundo da
classe simbólica musical. Em geral, quanto maior a sua ligação com o Grupo
Globo maior o seu carisma. Como o Grupo Globo é condensação do capital
corporativo eletrônico mundial, o líder musical é uma personificação da cultura
política do capital corporativo eletrônico mundial. Por isso, tais líderes
musicais se apresentam na Europa, nos EUA, no Japão corriqueiramente.
O texto elementar para tratar a formação do grupo
carismático é o “Psicologia de grupo e análise do eu” (1921). Os dois grupos
artificiais altamente organizados são a Igreja e o Exército. O laço social
destes grupos se constitui na ilusão de que há uma cabeça carismática – na
Igreja Cristo, no Exército, o comandante em chefe, no carnaval de 2016, Ivete
Sangalo – que ama todos os indivíduos do grupo com um amor igual. Tudo depende
dessa ilusão (Freud: 120). O carnaval baiano tem na cabeça um chefe carismático
(Ivete Sangalo está ocupando a cabeça das massas baianas em 2016), que sustenta
a permanência do carnaval. Se a ideia cabeça carismática do carnaval baiano
desaparecer, tal carnaval se extinguirá. Tal laço é um laço social mítico que
se articula a partir da produção e circulação de um artefato mítico. Trata-se
da economia política energética mítica oligárquica baiana.
As massas carnavalescas que estão se expandido no Rio, São
Paulo e Belo Horizonte não são massas oligárquicas carismáticas, como a baiana.
Elas apontam um caminho carnavalesco para o pais sem ligação com a oligarquia
carismática. A física historial lacaniana vê, ouve, lê, percebe o carnaval como
um campo de poder onde as massas ditam os caminhos da cultura política
brasileira. Gil, Caetano, Ivete Sangalo e os músicos baianos
carismático/oligárquicos são membros da classe dirigente (classe simbólica mais
classe política bolivariana) que se articulam nacionalmente através do Grupo
Globo. Tal classe simbólica é a classe dirigente do capital corporativo eletrônico
mundial.
FREUD. Obras Completas. v. XVIII. Rio: Imago, 1976
SENNETT, Richard. O declínio do homem público. As tiranias
da intimidade. SP: Companhia das Letras, 1988
DA ANTROPOLOGIA À FÍSICA LACANIANA DO CARNAVAL
O carnaval se constitui como um campo de forças de
biografias individuais que se dissolvem nas massas carnavalescas. As massas
festivas carnavalescas não são forças que condensam energia narcísica (mito)
que faz o país mergulhar na cultura política mitológica?
O carnaval inscreve o mito no mundo-da-vida. Neste mundo
mitológico, o prosaico e o vulgar tornam-se poesia e prosa poética. O vulgar
identificado com o corpo/alma popular é ressignificado como realismo grotesco.
Um campo de poder se instala quando a máquina de narciso
eletrônica procura capturar o carnaval de rua enquanto religião evangélica
civil. Se a satisfação dos desejos é o significante primal carnavalesco, o
carnaval é o contrapoder desejante em relação ao poder evangélico civil
carnavalesco da Globo News.
A espera da satisfação dos desejos durante um ano no faz
pensar em um amor cortês carnavalesco. O tempo de espera da realização dos
desejos significa as preliminares do ato sexual carnavalesco. O carnaval é uma
festa das massas sujeito zero (grau zero do sujeito) secularmente civis. O sexo
carnavalesco não é um sexo subjetivo, e sim trans-subjetivo. O beijo do
carnaval é carnal; não é o sexo da tela cinematográfica hollywoodiana ou da
tela eletrônica das novelas da Rede Globo.
Com seus 500 mil foliões míticos, Olinda que ser a capital
carnavalesca do país? Trata-se de uma antiga cidade colonial sempre vivendo à
sombra política de Recife. O amor por Olinda é o fenômeno trans-subjetivo que
move as massas carnavalescas da polis musical de Alceu Valença. Mas Recife tem
o Galo da Madrugada, o maior bloco de carnaval do planeta. Falamos de Recife da
Revolução praieira de 1848 comandada pelo republicano Borges da Fonseca, que
organizou, no início da década de 1820, o movimento de massas republicano
radical no Rio às vésperas da fundação do Império de D. Pedro I.
Joaquim Nabuco escreveu sobre a Praieira: “ Mas era evidente
que a revolução, se durasse, tinha que ser forçosamente, como a do Rio Grande
do Sul, um movimento republicano de separação”. A Praieira não é um mito
pernambucano que nos evoca a oligarquia vermelha de Miguel Arraes? Como seria
extraordinário uma história das festas coloniais integradas ao campo de poder
colonial/imperial destas velhas cidades.
Os paulistas têm orgulho e gostam de ser paulistanos ou
paulistas. As máquinas de guerra coloniais freudianas (entradas, bandeiras -
engenho de cana-de-açúcar móvel) criaram o Brasil profundo. A cidade de São
Paulo sempre viveu uma emulação envergonhada em relação ao Rio. José Bonifácio
é o mito paulista análogo ao Cardeal Mazarin. Ele teve o Rio aos seus pés, e
também o próprio imperador. Se tivesse escrito um “Breviário dos Políticos”,
teria, talvez se tornado o guru da classe política brasileira do século XXI.
O Rio foi a capital do Império e depois da República até o
pé-de-valsa mineiro JK destituí-la como campo de poder político, movendo a
capital para a Brasília, uma cidade sem carnaval, um paraíso artificial sério
da classe política.
O carnaval de São Paulo está explodindo nas ruas; as massas
carnavalescas modernas da sociedade civil burguesa paulista se apoderam das
ruas. Mas são massas quase inteiramente masculinas. Então, os homens se vestem
de mulher com saudades das jovens mulheres paulistas e sonhando com as utópicas
cariocas. As massas modernistas carnavalescas femininas ausentes são o mito da
cidade de São Paulo.
O Rio é a capital carnavalesca do Brasil por causa da
presença das belas e fogosas cariocas cantando, dançando, se alegrando com a
festa. A carioca carnavalesca faz a tela eletrônica se tornar um espelho triste.
Esta só pode mostrar a carioca uma de cada vez. A tela eletrônica reduz as
massas a um indivíduo de cada vez. As cariocas carnavalescas são as massas das
mulheres festivas. Elas não existem para serem pintadas e glorificadas
individualmente. A beleza carnavalesca (é um belo específico) das cariocas é um
espelho da trans-subjetividade das massas carnavalescas de mulheres como
sujeito zero - grau zero da subjetividade feminina.
Com razão Lacan se referiu a mulher como não-todo. E ele não
conheceu as massas das mulheres cariocas carnavalescas.
A mulher carioca é o mito da cidade do Rio!
A DITADURA BOLIVARIANA DO CAPITAL BUROCRÁTICO
No Brasil, não se fala mais do Estado brasileiro. Trata-se
de um fato estranho, pois o Estado jurídico está investigando, caçando,
julgando, capturando os burgueses e a classe política com a ajuda do Grupo
Globo que legitima de fora a ação do Estado. Parodiando o filme de Henfil que é
uma paródia sobre a esquerda latino-americana, o Estado jurídico brasileiro
“deu no New York Times”, foi manchete neste jornal.
A primeira definição materialista e realista do Estado é de
Marx: o Estado é um aparelho da classe dominante, um comitê da burguesia. Para
o Marx instrumentalista, o poder é algo que se possui, se conserva, se toma. Trata-se
de um instrumento a ser usado na luta de classes como ditadura burguesa ou
ditadura proletária.
Esta não é a concepção dos partidos brasileiros? O Estado
não é um instrumento a ser usado por quem o detém? O Estado é um instrumento da
classe política. Ela o usa para a apropriação privatista da riqueza pública na
parceria com a burguesia entrelaçada com o aparelho econômico empresarial do
Estado.
No livro A Revolução Brasileira de Caio Prado Jr. (1966).
Prado designa tal fenômeno como capitalismo burocrático (“burguesia
burocrática”): “Essa diferenciação no seio da burguesia se prende ao papel
desempenhado pelo Estado, ou antes pelo governo que o encarna, na economia
nacional e, em particular, no progresso de formação e acumulação privada do
capital através do favorecimento pelo poder público de interesses privados. É
certo que o enriquecimento dos indivíduos direta ou indiretamente pela ação
pública, e pelos meios que vão desde o simples favoritismo mais ou menos
velado, até as formas ilícitas e a corrupção caracterizada, se encontra em
qualquer país ou regime”. No entanto, no Brasil, a corrupção do capital
burocrático “deixa de constituir simples ocorrência excepcional e marginal para
se tornar um sistema, em que se pode considerar sagrado e institucionalizado,
representando papel de grande relevo no conjunto da economia” de nosso país.
Sérgio Moro é um juiz federal que saiu das páginas de Caio?
ele não é a nêmesis (pessoa inimiga ou rival que se teme e que, em geral saiu
vencedora) do capital burocrático brasileiro? Na era lula, trata-se do capital
burocrático bolivariano (junção orgânica econômica do subcapital privado com a
classe política). É uma espécie de capital que, ao assumir a hegemonia no
bloco-no-pode, acabou por instalar a ditadura bolivariana do capital
burocrático. Esta é a via específica do bolivarianismo brasileiro.
Mas o Estado não existe! (Foucault). Há sim a estatização do
campo do poder. As instituições (ou aparelhos de Estado) são práticas, ou
melhor mecanismo operatórios de uma integração que estabiliza e atualiza as
relações de poder em uma linha de força geral. A estatização do campo de poder
é uma captura institucional dos poderes existentes na societas. Se a
forma-Estado, nas formações históricas dos séculos XX e XXI, capturou tantas
relações de poder, não é porque estas derivam daquela; ao contrário, é porque,
certamente, trata-se de uma operação de estatização contínua, que se produziu
na ordem pedagógica, judiciária, econômica, familiar, sexual, política, visando
uma integração global. Qual?
Moro está no campo da estatização dos poderes como ação que
move um corpo deste campo para fora dele: capital burocrático bolivariano. Moro
é parte das relações de forças “quando a força não tem outro objeto além outras
forças, não tem outro ser além da relação: é uma ação sobre ação, sobre as
ações eventuais, ou atuais, futuras ou presentes” (Deleuze”). A força do campo
de poder judiciário é um poder que move um corpo que é o poder/capital
burocrático bolivariano. O desequilíbrio do sistema capital burocrático
aconteceu na sua transformação em capital burocrático bolivariano. Este se
institui como um campo de poder niilista privatista anticapitalista, ilegítimo
para a ordem do subcapital brasileiro.
O PT nunca esqueceu a ditadura do proletariado? Em colusão
com o PMDB, o Partido dos Trabalhadores não instituiu a ditadura do capital
burocrático bolivariano? Parece que a ideia de ditadura (qualquer ditadura) é
uma ideia fixa petista. PT/PMDB instalaram tal ditadura como uma espécie de olocracia
bolivariana brasileira.
A interrogação cadente é: existem forças, entre nós, com o
poder de mover a ditadura olocrática bolivariana em direção à uma democracia
democratizada?
SIMULACRO E CULTURA POLÍTICA DO JOGO
O sorriso do bebê pode ser simulação? Os cientistas nazistas
faziam a seguinte experiência com as mães judias e seus bebês. Eles trancavam
os dois em uma sala; deixavam a criança com fome, com dor, para chorar, gritar.
O bebê não é o cão domesticado ensinado a ganir como se sentisse dor. O cão
precisa de um ambiente adequado para este comportamento: cultura política
animal familiar. Trata-se da inscrição do cão na cultura política da simulação.
O bebê judeu (escravizado pelo cientista nazista) que sente dor de barriga (uma
técnica nazista) não está simulando sentir dor. Há uma ligação direta da dor
com o grito e o choro no cérebro. Isto está aquém da cultura política?
O sorriso do bebê pode ser algo aquém da cultura política do
simulacro na horda primitiva?
Tal sorriso é fingimento, mentira, espectro de sorriso para
a mãe? Para quê? A mãe judia assassinava seu bebê depois de horas de choro e
gritos. O bebê primitivo também chorava e gritava durantes horas. Por que havia
a mãe ancestral que não o matava? Ela lembrava do sorriso do bebê nas horas que
ele era a causa de seu sofrimento provocado por choro e gritos?
A simulação (fingimento, mentira) e o simulacro (espectro,
fantasma) pode ser um fenômeno aquém da cultura política? Pode ser um fenômeno
que liga a physis, o cérebro e o jogo de linguagem aquém da cultura política? A
cultura do simulacro é universal se ligada ao cérebro humano? De qualquer modo,
ela é particular como um jogo de linguagem da cultura política dos jogos. Esta
é a cultura universal!
O sorriso do bebê não é algo apenas de um jogo de linguagem
privado. Ele não é o jogo de apenas um bebê. Ele é o jogo de muitos bebês como
recurso evolutivo de sobrevivência da espécie humana. Os bebês primitivos
sorriam para as mães para não serem assassinados. Trata-se de massas de bebês e
de massas de mães envolvidos neste jogo de linguagem do simulacro e da
simulação. Aqui temos a ligação do cérebro com a cultura política primitiva.
A política do bebê é a arte de permanecer vivo. O bebê não é
prisioneiro do só eu tenho a sensação de dor, do eu sofro sozinho na cultura
política primitiva. O bebê não é o homo clausus. O bebê é massas de bebês na
simulação cerebral em ligação com a cultura política do simulacro. Nesta
interseção, o fantasma do sorriso do bebê salva-o e salva também a espécie humana.
Nos referimos ao sorriso do bebê como um fenômeno que funda
a trans-subjetividade na horda primitiva. Na pesquisa sobre verdade e mentira,
real e ficção (simulação, simulacro), os cientistas nazistas reproduzam com a
família judia as condições da horda primitiva. Como se sabe, eles tinham um
fascínio (se deixavam seduzir facilmente) pelo primitivo. O campo de
concentração (extermínio) era a reprodução artificial da cultura política da
horda primitiva para os judeus - um povo conhecido (reconhecido) por sua
sofisticada cultura política religiosa e civil e sua ligação com a cultura
política modernista.
Na medida que uma definição serve para estabelecer a
significação de um significante, a modernidade se define por criar uma cultura
política que é o avesso da cultura política da horda primitiva. O “Minha Luta”
de Hitler é o laboratório literário da recriação da cultura política primitiva
como cultura política fascista? Hoje, trata-se de um ato primitivo estabelecer
uma lei que proíba a publicação e circulação de tal livro. Porque tal livro não
é apenas um livro de propaganda. Trata-se de literatura seminal sobre a cultura
política intelectual fascista. Ele deve circular para que seja integrado ao
debate da cultura política pública mundial. Não se deve tratar a revolução
fascista do século XXI como da ordem apenas do REAL.
A democracia só é a política aberta para ser destruída por
seus inimigos na medida em que ela não funcione democraticamente. O
funcionamento democrático da democracia moderna só se sustenta a partir da
existência efetiva do espaço público procedural. Trata-se de um território
existencial dos jogos de linguagens da cultura política pública mundial onde as
ideias são produzidas sem qualquer espécie de poder que as excluam (da
circulação) do debate público.
A revolução fascista é uma realidade dos fatos da história
mundial do século XXI. Para contê-la será preciso um campo de pensamento que a
desarticule no campo da cultura política pública mundial dos jogos de linguagem
procedurais.
INVASORES DE CORPOS
“Body Snatchers (pt: Violadores: A Invasão Continua; br: Os
Invasores de corpos - A Invasão Continua) é um filme estadunidense de 1993 dos
gêneros Ficção Científica e Horror dirigido por Abel Ferrara. É um remake do
clássico Invasion of the Body Snatchers (br.: Vampiro de Almas) de (1956), onde
alienígenas se apossam de corpos humanos. Mais sangrento e violento do que seu
antecessor, ainda assim não consegue ofuscar o primeiro, baseado no romance de
1955 de Jack Finney.
Body Snatchers foi a terceira de quatro adaptações para o
cinema da obra literária de 1955, a primeira adaptação do filme Invasion of the
Body Snatchers de 1956 e a segunda adaptação do remake de 1978 Invasion of the
Body Snatchers (1978). Um último remake, The Invasion, foi lançado em 2007.
Os problemas começam quando Andy foge da escola e começa a
dizer que sua mãe morreu, mesmo com Carol ali presente. Até que uma noite Marti
desperta subitamente e percebe que seu corpo estava quase totalmente envolto
por estranhas raízes, ligadas a um simulacro humano que se parecia com ela.
O químico e funcionário da Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos (EPA), Terry Kinney, viaja com sua família a uma distante base
militar para examinar a contaminação do ambiente dentre causas prováveis de uma
histeria em massa que estaria tomando conta do lugar. Sua filha adolescente,
Marti Malone, está descontente com a viagem e tem dificuldades de
relacionamento com sua madrasta Carol e o filho dela com seu pai, o pequeno
Andy.
“Invasores de corpos” supracitado é um filme sobre a
trans-subjetividade alien das massas americanas na década de 1990. Trata-se da
era da passagem da da hegemonia do capital corporativo transnacional eletrônico
no planeta (e de seu império americano) para a era do capital corporativo
mundial digitalis e seu império mundial digitalis informacionalis. A percepção
de tal realidade do real veio na forma dos filmes de ficção científica com a
ideia de uma trans-subjetivação alienígena: Alien/Nation.
A imagem elementar do filme é a transformação dos parentes
em aliens (simulacros humanos familiares alienígenas). Se o personagem fosse um
professor seria a transformação dos alunos humanos em estudantes aliens. Para a
compreensão desta trans-subjetivação alienígena, cito um célebre filósofo: “A
fim de encontrar a verdadeira alcachofra, nós a despimos de suas folhas”.
A trans-subjetivação digitalis é alien/nation? Trata-se da
desterritorialização do território existencial nacional. Isto significa a
inevitável desintegração da Nação? Trata-se da desintegração humana da nação
que permanece na forma de um simulacro humano alien. A percepção sensível de
Andy ao dizer que sua mãe (nação) morreu e que a sua mãe (alien) presente não é
sua mãe será explicado pela comunidade psi como delírio psicótico. A
necessidade de uma comunidade psi alien não é essencial para garantir que o
mundo humano alien não seja percebido como ele realmente é? alienação parental
e nacional!
Vejamos algo mais próximo, mais palpável.
Uma parte da América Latina não foi possuída por uma
trans-subjetividade bolivariana no século XXI? Então, você vê o bolivarianismo
como um poder alien e passa a lutar contra ele. Seguindo os personagens
escolhidos neste texto, a pergunta que grita é: e se os familiares e estudantes
se tornaram cópias humanas aliens de familiares e estudantes humanos? O exemplo
da universidade se deve ao fato da presença bolivariana insidiosa alien no seu
cotidiano. Mas como os aliens se comportam?
Eles são parte das redes de poder da Okhrana mundial
digitalis informacionalis, um campo de poder claramente alienígena em relação
ao território existencial nacional ou familiar, ou universitário. Trata-se da
desterritorialização das instituições (família, universidade, escola, igreja,
partido, governo etc.) e da reterritorialização alienígena delas. Trata-se da
invasão dos corpos pela raiz biológica, pela interseção do inconsciente
nietzschiano com a biologia ontológica molecular.
O leitor pode se divertir (e também refletir) sobre a
devastadora metabolização da juventude dourada latino-americana
trans-subjetivada em bolivarianismo/ALIEN vendo o “Invasores de corpos”. A
visão cinematográfica da realidade do real pode ser um recurso para o
espectador pensar em uma fuga do bolivarianismo alien.
Hoje, existe no Brasil a física lacaniana historial que é um
campo de pensamento contra/ALIENATION, que é um jogo de linguagem como espelho
da contemporaneidade americana (e mundial).
A física heraclitiana historial (e seu campo moderno física
lacaniana historial) criou imagens conceituas poderosas capazes de provocar um
choque metabolizador (que leva a simbolização dos fatos integrando-os no
inconsciente nietzschiano biográfico das massas sem sujeito) em quem se
aventura em seus jogos de linguagens. Esta é a causa que leva os alunos
bolivarianos/aliens a abandonarem o curso sobre física e perseguirem aqueles
estudantes que querem sair da escravidão alienígena bolivariana.
Sobre as famílias não é melhor os burgueses falarem sobre
seus filhos aliens?
ESPANHA DA ERA DIGITALIS
http://brasil.elpais.com/…/internaci…/1453925502_689607.html
Os europeus estão no liquidificador intelectual de Cazuza. O
pensamento político deles são segredos de liquidificador. Vejam Felipe González
tentando pensar a crise espanhola?
Ela sabe que a crise espanhola tem como causa política a
crise do modelo oligarquia política híbrida. Tratava-se do bipartidarismo
esquerda (PSOS) versus direita (PP) da era do capital corporativo transnacional
eletrônico. Tratava-se do jardim do Éden político europeu. Só com o colapso
dele, se instalou a percepção política de que a era dourada da política
europeia do século XX é finita.
Felipe fala de partidos que implodiram tal modelo (Podemos e
Cidadãos). Ele esquece que o movimento de massas digitalis sem sujeito espanhol
do século XXI é a causa indireta da implosão de tal modelo ocidental. Do
Cidadãos, Felipe nada fala, mas o Podemos é qualificado como leninismo 3.0, ou
seja, bolivarianismo digitalis. Trata-se do liquidacionismo da política (e da
democracia) espanhola. Pablo Iglesias é uma espécie de paródia do comandante
Hugo Chaves em uma ária espanhola digitalis.
Felipe diz: “Então, na verdade, vivemos uma espécie de final
de ciclo, sem que apareça um projeto reformista essencial para a Espanha. Na
década de oitenta, sabíamos onde estávamos e o que queríamos ser, mas, como
outras vezes na história, parece que saímos da estrada e não sabemos nem para
onde vamos ou quem somos. Falta um projeto reformista para a Espanha”.
Ele fala do projeto reformista “economia social de mercado”.
Ele sabe que esta linha de força historial europeia se desfez com a crise deste
continente ocidental no século XXI. O problema fulcral da União Europeia é que
ela não alcançou a ideia de território digitalis, mesmo sendo engolfada pela
política digitalis.
A crise da Espanha é a crise da nação espanhola, do
território econômico existencial nacional. Felipe sabe que é preciso uma
trans-subjetividade econômica europeia, na Espanha, que seja capaz de
suprassumir a crise econômica territorial nacional: “Preocupa-me o fato de a
Espanha ser irrelevante na sala de máquinas da União Europeia, porque o
processo é de soberania compartilhada, não de cessão de soberania para que
outros decidam por nós”. A desgraça espanhola não é a ausência de um território
existencial trans-subjetivo europeu digitalis?
A maior nação da Europa bloqueou a articulação do território
existencial europeu trans-subjetivo digitalis? A Alemanha no comando da
política da União Europeia não significa a subsunção real da Europa à política
nacional alemã? Merkel não é a personificação da trans-subjetividade das massas
alemãs sem sujeito, mas criptonacionalistas? Tal sujeito está oculto no jogo de
linguagem político alemão?
Os europeus rejeitam veementemente que latino-americanos (e
mais ainda brasileiros) interpretem a sua política. Para eles, a América Latina
continua sendo (no seu imaginário político) sua colônia, agora cultural. O
desprezo pela América portuguesa é tão imenso que eles se recusam a ler na
língua portuguesa. A nobreza espanhola sempre considerou Portugal como parte de
seu Império. A União Ibérica (1580-1640) foi a era dourada do Império espanhol
da dinastia filipina.
A história não pesa como chumbo no cérebro dos vivos?
28 de janeiro às 23:06
DELFIM NETTO E A ECONOMIA ELETRÔNICA
Delfim Netto entrevistado por Miriam Leitão na Globo News
não é um programa sobre ciência econômica; é uma entrevista sobre economia
eletrônica.
A ciência econômica é um jogo de linguagem jogado na sala de
aula universitária, na conferência, debates, congressos etc. (cultura do
ouvir), nas publicações como revistas especializadas, livros (cultura do ler).
Na tela eletrônica, a economia torna-se o jogo de produção e circulação de
imagens econômicas eletrônicas (cultura econômica eletrônica como interseção do
ver e do ouvir).
Delfim Netto é um ás da economia eletrônica. Em uma
entrevista de 20 minutos, ele foi capaz de articular imagens políticas (e
econômicas) eletrônicas sobre a solução para a crise. Primeiro, ele,
inconscientemente, aplica a fórmula de Lênin sobre a política, a saber: “a
política no comando da economia”. Ele diz que não há presidencialismo sem
presidente e que o Congresso não é capaz de se autogovernar; ele tem que ser
governado por um presidente forte, consistente, resoluto. Então, Delfim diz que
– na medida em que o impeachment foi dissolvido pelo STF – Dilma deve ser a
dirigente de uma revolução capitalista entre nós: “ o povo acredita mais na
Dilma (para fazer a revolução burguesa) do que ela própria acredita em si”.
A revolução burguesa significa desvinculação do orçamento,
mudança profunda da arquitetura política legislação trabalhista com a
instalação do modo de produção capitalista flexível e uma reforma da
Previdência estratégica. Na década de 1980, Delfim já falava da necessidade de
uma revolução capitalista neoliberal brasileira radical com imagens econômicas
jornalísticas. Hoje, ele fala de uma revolução allegro ma non tropo!
Delfim tem um diálogo indireto etéreo com Dilma através de
Nelson Barbosa e Jacques Wagner. Mas as imagens eletrônicas são capazes de
afetar na raiz a classe política brasileira que é agenciada mais pela
metabolização da cultura política eletrônica do ver imagens econômico/política
eletrônicas do que pela cultura do ler/ouvir. A trans-subjetividade das massas
da nossa classe política ainda se articula pela tela eletrônica:
Delfim acaba a entrevista falando que a linha de força
historial que se desenvolve - ao largo da revolução burguesa – tem como
conteúdo econômico 10 milhões de desempregados. Isto significa o fim da
cidadania, a desarticulação das famílias, a tempestade Shakespeariana ou a
imagem econômica da tempestade perfeita. A crise econômica transformará o país
em uma panela de pressão continental sem válvula e sem ninguém para desligar o
fogo!
A última imagem eletrônica de Delfim faz o expectador ver o
Rio explodindo em uma espécie de revolução camponesa medieval. A imagem
econômica eletrônica de um Rio com uma dívida colossal (por causa das
Olimpíadas) contraída com a oligarquia financeira mundial nos evoca a imagem do
irmão do prefeito Eduardo Paes como banqueiro suíço/brasileiro de tal
oligarquia. Os empréstimos foram investidos em elefantes brancos.
Para Delfim, o Rio é o elo mais fraco da política
brasileira. Ele já foi o tambor do Brasil e agora pode se tornar a capital de
uma revolução popular mestiça desconhecida e irresoluta na história da América.
URSTAAT OKHRANIANO DE ALOYSIO
http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=2003
“O principal risco do PL n. 2.016/2015, já aprovado no Senado
e à espera de votação na Câmara, está em achar que a lei atinge apenas o
“terrorista”, e não os “cidadãos de bem”, como se essa divisão fosse clara.
Ora, o que se tem em mãos é justamente a possibilidade de colocar esse rótulo
em qualquer um de nós”
Marta R de Assis Machado e Guilherme Leite Gonçalves
publicara um texto clarividente sobre a lei terrorista (antiterrorista?). Não
obstante a distância dos eventos terroristas em relação à nossa realidade, o
grupo Globo, o governo Dilma Rousseff e a bancada parlamentar conservadora,
liderada pelo PMDB, em suas últimas manifestações, aproveitaram o episódio do
ataque do Estado Islâmico a Paris para exigir que a votação do projeto de lei
antiterrorismo (PL n. 2.016/2015), já em regime de urgência no Congresso
Nacional a pedido da presidenta da República, seja acelerada.
O texto substitutivo do senador Aloysio Nunes Ferreira ao PL
n. 2.016/2015 aprovado no Senado e retornado para votação na Câmara faz desse
senador o autor do golpe de Estado mais espetacular desde o golpe de Estado de
D. Pedro I ao fundar o Império brasileiro. A lei antiterrorista foi aprovada na
Câmara nacional por ser uma matéria encaminhada pelo governo Dilma Rousseff
que, através do PMDB, possuía maioria nesta instituição pública. Trata-se de
uma lei que em sua origem já era um golpe de Estado totalitário no
desenvolvimento do processo democrático das massas nas ruas das grandes cidades
brasileiras.
O projeto do governo é fruto de uma reação ao movimento das
massas em junho de 2013, que foi o início da lógica do desmoronamento do poder
despótico de Sérgio Cabral no Estado do Rio de Janeiro. Por ser amigo íntimo e
dileto de Dilma Rousseff, há uma forte probabilidade do PMDB do Rio ser o
verdadeiro autor da ideia da lei antiterrorista em parceria com a tela
eletrônica militarizada que faz a gestão totalitária militarizada da
trans-subjetividade das massas carioca e fluminense. .
Tal substitutivo não apenas retirou o parágrafo que excluía
a aplicação da nova legislação à “conduta individual ou coletiva de pessoas em
manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe
ou categoria profissional”, mas também acrescentou a expressão “extremismo
político” para a determinação da figura do “terrorista”. O mesmo senador, para justificar
sua intervenção, afirmou que “o país precisa de uma lei precisa, uma regra
clara, que garanta segurança jurídica, especialmente em períodos de grandes
eventos como as Olimpíadas de 2016”. Todavia, a linguagem jurídica do senador é
flexível, plástica, fluída, flutuante, frouxa, inexata e, portanto, capaz de
capturar na lei, ao sabor e humor da interpretação do juiz, uma infinidades de
situações. O senador aplicou no discurso jurídico brasileiro a lógica do credo
quia absurdum (creio porque é absurdo); lógica totalitária despótica!
O senador Aloysio Nunes foi do PCB, mas o golpe de 1964 o
jogou nos braços de Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira (o Toledo), os
dois mais gloriosos chefes terroristas da Ação Libertadora Nacional (ALN). (Com
este enunciado posso ser enquadrado na lei terrorista de Aloysio) Marighella
com seu manual de terrorismo urbano adquiriu notabilidade internacional. Quando
Aloysio Nunes passou a ser chamado de Mateus, nasceu o terrorista Aloysio.
Porque alguém com formação em direito, ciência política
(amigo de FHC e José Serra) e que provou o terrorismo urbano na própria pele
confeccionou uma lei que captura indivíduos nas instituições de massas em
qualquer tipo de agir político e nos próprios movimentos de massas para condená-los
como terroristas? Não se trata de um golpe de Estado parlamentar
terrorista/bonapartista no processo da revolução democrática das massas?
A lei antiterrorista é a peça que falta para a completa
instalação de um campo de poder totalitário despótico que designaremos
provisoriamente (não se deve pôr a carroça à frente dos bois) de ditadura
bonapartista/totalitária dos juízes. Vejam o imenso poder totalitário que a lei
faz acumular e condensar na figura do juiz? Ela é um passo definitivo para pôr
um fim ao nosso claudicante Estado de Direito. Mateus se tornará o símbolo de
um poder (e de um Estado) que já mostrei, em demasia, ser o poder da Okhrana
mundial digitalis informacionalis no Brasil.
FHC é o criador da nossa Okhrana civil na década de 1990 .
Ele deve estar se rejubilando com o fato de seu amigo Aloysio (e seu partido
PSDB) ser o criador do Urstaat okhraniano brasileiro.
Por que fazer a sociologia da história se FHC (através de
Aloysio Nunes /Mateus) pode fazer a grande história brasileira totalitária do
século XXI?
Marx disse que o capitalista é a personificação do capital.
Aloysio não é o símbolo biográfico da transformação do juiz brasileiro em
personificação da Okhrana mundial?
REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA MUNDIAL (RIO)
Três fenômenos se apresentam na superfície política mundial
contemporânea: a revolução islâmica, a revolução fascista pós-pós-modernista e
a contrarrevolução democrática mundial digitalis.
A desterritorialização da nação e do Estado-nação abrem o
território existencial nacional para uma vasta, extensa, infinita e intensa
reterritorialização do espaço político no planeta. Como não se trata de um
texto filosófico anunciaremos brevemente como a revolução democrática mundial
pode se tornar o quarto fenômeno da produção do nosso contemporâneo.
Os EUA são uma república federativa constitucional real. A
federação é uma obra histórica construída na cultura política como
autointerpretação dos conflitos (diversidade americana) entre direitos
individuais e direitos grupais, direitos individuais e de grupos contra o
Estado, e, o mais intrigante, direitos de grupo e individuais contra o direito
do Estado de encarnar valores comunitários em sua legislação e na prática.
O federalismo americano não é um simulacro; ele é uma
realidade fática constitucional. A Constituição estadual regula a vida dos
homens livres (e cidadãos) e a Suprema Corte age no sentido de arbitrar sobre o
campo de conflito de direitos que é um campo de poder constitucionalizado. Esta
imensa arquitetura do campo de poder constitucional está ameaçada com a
desterritorialização da nação americana?
A física lacaniana historial vê Tocqueville definir a
América por uma contradialética que articula contrarrevolução democrática e
revolução democrática. A física vê uma trans-subjetividade fascista americana
se expandido na cultura política americana. Donald Trump quer personificar a
interseção da contrarrevolução democrática com a revolução fascista
pós-pós-modernista?
No Brasil, A Constituição de 1988 estabelece legalmente o
federalismo. Mas tratava-se de um ente da cultura política do simulacro que a
comunidade jurídica jamais achou por bem tocar no assunto. Ignorância? Não
creio! Assim, tal comunidade se tornou cumplice da era da nefasta cultura
política pós-modernista que desintegra a soberania das massas na política.
O art. 63 da Constituição de 1988 sacramenta: “Cada Estado
reger-se-á pela Constituição e pelas leis que adotar, respeitados os princípios
constitucionais da União”.
Como nos EUA, a Constituição estadual deve, em primeira
instância regular a vida dos indivíduos e das comunidades religiosa, racial,
étnica, sexual, respeitando a lei nacional. O estado não é soberano (não se
trata de propor mil comunas de Paris de 1871); mas ele deve possuir uma autonomia
relativa em relação ao poder nacional. A desterritorialização da nação
brasileira é a causa do golpe de Estado bonapartista do STF, que encerrou a
nossa república como simulacro de simulação. Agora não é preciso continuar a
obra do STF?
O golpe de Estado do STF sobre a República brasileira
criando o império bonapartista dos juízes é o caminho preferido da nossa classe
dirigente. Tal golpe de estado quer manter as massas apartadas da vida política
constitucional brasileira. Trata-se da contrarrevolução (revolução conservadora
da classe dirigente contra as massas) que deve ser questionada na prática pela
revolução democrática das massas. Como começar este espetáculo político?
O PCPT está elaborando uma teoria contradialética da
política mundial que começa com a revolução democrática no Rio de Janeiro. Não
se trata de anarquismo. (Mas não tenho nada a objetar ao anarquismo). A
revolução democrática deve começar no âmbito local e se expandir para a
reterritorialização democrática da nação a nível planetário.
Há no Brasil um federalismo fático inconsistente. Mas é
possível transformá-lo em um federalismo consistentemente constitucional com a
democratização dos estados. É preciso ver a política brasileira pelos regimes
fáticos estaduais. São Paulo tem um regime quase democrático e o Rio de Janeiro
é uma ditadura do PMDB. Então, não podemos começar um movimento de massas para
estabelecer uma Assembleia Estadual Constituinte no RIO?
A classe dirigente do Rio de Janeiro é extremamente
inconsistente na arte de governar, corrupta no seu pathos, desprovida
inteiramente de espírito público e sob domínio de uma lumpen-oligarquia
espalhada pelas cidades do estado. A cidade do Rio de Janeiro (e cidades
industriais) apresenta um potencial revolucionário democrático de massas. Há em
estado de potência uma trans-subjetividade democrática das massas adormecida
pelo estado de narcose que a lumpen-oligarquia estabeleceu na política do Rio
de Janeiro.
A cidade do Rio foi o palco de uma revolução democrática de
massas (eram reduzidas, certamente) na fundação do território nacional na
década de 1820. Há, portanto, uma tradição vibrante adormecida de revolução
democrática carioca. Não se trata de repeti-la, mas de retomá-la como uma linha
de força historial a ser reconstituída na conjuntura mundial atual. A revolução
democrática brasileira já teve momentos que assustou a nossa cultura
oligárquica conservadora com Joaquim Pimenta na primeira metade do século XX.
Pimenta chegou a ser um catedrático da Universidade do Brasil!
Hic Rhodus, hic salta!
Aqui está Rodes, salta aqui!
POR QUE O RIO NÃO DEVE SEDIAR AS OLIMPIADAS/2016
As Olimpíadas de 2016 foram uma conquista de Lula. Ela era
parte do projeto hegemonia petista e significou a aliança entre o PT e o Grupo
Globo que tem sua plataforma no Rio de Janeiro. Podemos afirmar que neste
momento o Grupo Globo aderiu de mala e cuia ao bolivarianismo lulista. No
momento que o COI se definiu pelo Rio, o planeta estava fascinado com o
bolivarianismo de Lula. Hoje, Lula caiu no ostracismo na política europeia.
Assim como a Fórmula 1, o COI é parte da política
desterritorializada. Mas a Olimpíada no Rio está revelando que se trata de uma
instituição orbital sem nenhum compromisso ético com os atletas e os
espectadores brancos. A única coisa que interessa ao COI é o dinheiro que eles
podem extrair do evento e o poder deles sobre a política das nações.
Moro há décadas na Flamengo e jamais me aventurei ao banho
de mar na praia do flamengo. A Baia da Guanabara é constituída de águas
poluídas que os governos do Rio nunca se preocuparam em despoluir. A saúde dos
atletas que vão usar a Baía da Guanabara estará seriamente comprometida. O COI
exige que os atletas comprometam sua saúde em nome de uma servidão voluntária
cujo master é o próprio COI?
Hoje, as Olimpíadas servem ao domínio do PMDB em conluio com
o Grupo Globo no Rio e no país. O PMDB domina o Congresso brasileiro e o
governo nacional em aliança com o PT de Dilma Rousseff. Após, o fim da cizânia
Dilma versus Michel Temer, as Olimpíadas se tornaram o Circo Romano para
desviar a percepção das massas de sua própria implosão econômica (e biológica).
Tal evento de jogos será usado como espetáculo eletrônico militarizado para
agenciar a trans-subjetividade das massas no sentido de evitar que a revolta
latente econômica delas se transforme em uma rebelião generalizada tipo massas
camponesas medievais. O COI não apenas sabe disso como faz parte da engenharia
política de gestão militarizada das massas “camponesas” cariocas e brasileiras.
As instituições científicas do capital corporativo
eletrônico estão irradiando a informação que o Zika vírus é a peste há muito
esperada. Que ele conquistará toda a América, exceto Canadá e Chile. O mosquito
transmissor deste vírus da Bíblia da physis é uma nanomáquina de guerra bíblica
que aparece como um recurso evolutivo contra a superpopulação mundial?
Desde Darwin, o planeta sabe que a physis biológica vive em
um perpétuo estado de guerra interno e contra a espécie humana. A bazófia agora
é que Dilma Rousseff vai fazer a guerra contra o Zika vírus. Ela está pensando
em como garantir que o vírus não vire uma nanomáquina de guerra que transforme
tudo que é sólido para o bolivarianismo em fumos.
A exposição dos espectadores estrangeiros ao Zika será
manipulada pelo poder mundial eletrônico informacionalis através da informação
militarizada de que o vírus se tornou universal na América. Trata-se de uma
clara linha de força de gestão militarizada da trans-subjetividade das massas
dos países centrais que fornecerão o maior contingente de espectadores. Parece
que não há limites – de nenhum tipo - para o que tal poder mundial militarizado
pode cometer em maldade com homens, mulheres e crianças inclusive ocidentais.
Hoje, o poder mundial não é mais o poder da população branca ocidental.
O COI, o governo Dilma Rousseff, o governo do Estado do Rio
de Janeiro e a prefeitura carioca são instituições totalmente irresponsáveis?
Assim como os governos dos EUA, da União Europeia e do Japão (governos
democráticos) que não fazer nada para impedir que seus cidadãos sejam afetados
por um campo de guerra biológica que pode ser, inclusive, fatal, não só para as
mulheres grávidas. Trata-se de um verdadeiro e real desprezo do poder mundial
pela vida humana. As consequências deste estado de guerra natural deveriam ser
tratadas pelos biólogos como história do choque da natureza com a espécie
humana. Mas os biólogos têm um verdadeiro desprezo pela história, pois isso não
é parte do campo da ciência.
Em termos racionais, a única decisão sensata não seria o COI
suspender as Olimpíadas de 2016 no Rio?
A DITADURA DO PMDB NO RIO DE JANEIRO
O saber universitário carioca deveria servir à polis (cidade
do Rio), como a filosofia grega serviu à polis livre da antiguidade. Os
professores de história objetarão: a polis grega (e romana) era sustentada pelo
trabalho escravo. Tais professores cariocas fazem questão de suprimir de sua
visão de mundo que a cultura política antiga inventou o homem livre em um breve
momento da história universal.
O homem livre é aquele que não tem master (senhor); é o
avesso do escravo da servidão voluntária. O homem pode ser escravo de um senhor
sem necessariamente ser escravo do modo de produção escravagista. Quando remete
para o homo, o conceito de trans-subjetividade das massas sem sujeito significa
campo dos afetos e sujeição, ou melhor , assujeitamento à um senhor. A
trans-subjetivação pode ser democrática, ou despótica, ou totalitária, ou
oligárquica. Na democrática, as massas são o senhor delas próprias; na
despótica, elas se assujeitam a um déspota asiático; na “república” oligárquica
brasileira, mil chefes despóticos peemedebistas agenciam a trans-subjetividade
das massas com um destino certo: o colapso da política brasileira.
Se houvesse intelectuais sérios no Rio, eles estariam
preocupados em saber a diferença, na conjuntura atual, entre a história do
choque do poder estadual com as massas no Rio e em São Paulo. Por que São Paulo
tem um movimento de massas exuberante e o Rio se transformou no grau zero do
movimento das massas?
O poder em São Paulo escapou de ser um poder despótico
asiático porque o PSDB não controla o judiciário. Há uma autonomia relativa
entre governo (executivo) e judiciário. O governo tem o aparato policial
militar despótico de combate às massas, mas o judiciário não faz parte da
ditadura dos juízes instalada no Brasil a partir do 17/12/2015. Os indivíduos
que são capturados no movimento de massas na rua têm garantido o direito de
defesa, habeas corpus, o não- menoscabo à presunção de inocência, a garantia de
imparcialidade da jurisdição e ao princípio do juiz natural, o
não-desvirtuamento do uso da prisão provisória, o não-vazamento seletivo de
documentos e informações sigilosas para a tela eletrônica , a não-sonegação de
documentos às defesas dos acusados, a não-execração pública dos réus e o
desrespeito às prerrogativas da advocacia. O judiciário não os tratam como
criminosos comuns já condenados de antemão. Este fato jurídico impediu que o
poder psdebista governamental quebrasse a coluna vertebral do movimento das
massas paulista.
O movimento de massas no Rio teve a coluna vertebral
quebrada no choque com o governador peemedebista Sérgio Cabral. Neste choque
ficou claro que o poder peemedebista tinha o judiciário como sua correia de
transmissão. A ausência de autonomia relativa do judiciário em relação ao
governo torna o Rio um estado despótico asiático, e São Paulo um estado quase
democrático. O governo psdebista não se comporta como um aparelho
político/policial semidespótico?
Os cariocas podem recordar que Sérgio Cabral se apresentava
como um jornalista na Globo News que, por acaso, virou governador. Jornalista
significava um sujeito decente, ético, boa praça e democrático. Esta era a
imagem que a tela eletrônica vendia de Cabral.
Na ditadura militar, o movimento dos homens livres jamais
parou. A escravidão política voluntária jamais se tornou o estado
trans-subjetivo de toda a sociedade. Hoje, ao contrário, o Rio é um lugar da
escravidão dos cariocas que servem a um (dois) senhor(es): Pezão (e Eduardo
Paes).
A ditadura do PMDB carioca se revelou em toda a sua
profundidade com a ideia da lei terrorista para as massas confeccionada por
este partido que controla a Câmara Federal e o Senado. O PMDB carioca é uma
máquina de guerra oligárquico/totalitária da linhagem das máquinas de guerra
oligárquico/despóticas colônias: entradas e bandeiras, engenho de
cana-de-açúcar. Trata-se de máquinas de guerra terroristas. No Brasil colonial,
tais máquinas exerciam a violência sem limite terrorista sobre índios, negros e
mestiços, brancos pobres. No Rio, tal máquina terrorista usa a violência sem
limite sobre as massas, os professores que ousam estudar tal violência e os
indivíduos da vanguarda do movimento das massas desintegradas.
O poder despótico asiático peemedebista tem como aliado o
Grupo Globo. Eles construíram o Museu da Amanhã da Praça Mauá para lançar a
candidatura de Eduardo Paes à presidente da República em 2018. A candidatura
queimou na largada, diria esta teórica não acadêmica da dramaturgia política
brasileira Fernanda Montenegro. O Grupo Globo é o exemplo de tela eletrônica
militarizada. Ele não faz simplesmente luta política, ele faz guerra política
eletrônica contra as massas. A ditadura do PMDB no Rio de Janeiro é também uma
ditadura eletrônica militarizada.
Hoje no Rio, há apenas uma oposição real à ditadura
peemedebista global. Trata-se do grupo do Facebook “Psicanálise, Cultura
Política, Totalitarismo” (PCPT). Como o estado do Rio de Janeiro está sob o
domínio de uma lumpen-oligarquia despótica terrorista, é muito provável que tal
poder tente calar - inclusive usando violência física – o PCPT.
24 de janeiro às 06:46
FORUM ECONÔMICO MUNDIAL (DAVOS)
O FEM (Davos) tem as nações como centro de sua fala sobre a
economia mundial. Yanis Varoufakis crê que as nações não existem mais como
fenômeno econômico. O arquiteto Manuel Sanches me falou sobre a resiliência das
nações. Com o impacto do globalismo capitalista sobre as economias nacionais na
década de 1990, a sociologia marxista paulista começou a pensar a
desterritorialização da nação e sua reterritorialização na conjuntura mundial
do século XXI. Mas a reterritorialização permaneceu um mistério da Cornualha
oculta pelas Brumas de Avalon.
Há grandes nações no planeta como China, EUA, Alemanha,
Japão, Índia que parecem desafiar o globalismo do capital corporativo mundial.
A classe dirigente em Davos parece ser uma classe do território existencial nacional.
Para ela, o território não está em crise e o capital corporativo mundial
digital não é a luz (velocidade) que orienta o bloco-no-poder mundial do
capital no século XXI.
O capital corporativo mundial digital é um corpo celeste que
surgiu na década de 1990 e passou a se expandir aceleradamente. O capitalismo
não existe como sistema, então, não precisamos mais falar de capitalismo.
Existe sim o capital e a economia política digitalis mundial. Depois da
relatividade de Einstein, apenas o capital reconstituído pela física lacaniana
marxista retirou Marx da sepultura da cultural política econômica mundial do
século XXI.
Quando o território era nacional, a soberania econômica era
uma realidade do real articulando o planeta. O capital corporativo transnacional
possuía um império territorial nacional como centro da política mundial com seu
complexo industrial-militar e sua comunidade informacionalis: América. Com a
passagem da hegemonia para o capital corporativo mundial digitalis, um poder
mundial substituiu o império americano na articulação da vida política no
planeta: política digitalis. Ainda prisioneiro da visão de mundo
economicista/produtivista, Davos tornou-se o símbolo da irrealidade econômica
como pensamento burguês. Modelado pela percepção do território e da sociedade
do espetáculo eletrônico, a classe burguesa de Davos é um ser pré-diluviano.
Sanches tem razão quando diz que as nações não querem
desaparecer na poeira cósmica do universo digitalis. Mas trata-se do
voluntarismo das nações. A desterritorialização do território existencial
nacional está avançando, por enquanto, geometricamente. Logo, a velocidade se
tornará exponencial.
No Brasil, vivemos em um império republicano, mas a tela
eletrônica repeti, incessantemente, que vivemos em uma república. O pessoal da
tele eletrônica acredita - como o homem arcaico, certa ciência da linguagem
moderna e o fascismo alemão - que a palavra é capaz de dominar a coisa. A
trans-subjetividade das massas sem sujeito não é um fenômeno articulado pela
linguagem puramente ficcional. Trata-se de uma subjetividade das massas ligada
por mil fios de ouro à realidade do real (dos fatos). Por isso é necessário
continuar usando o significante realidade em nossos jogos de linguagem.
Mais que a forma política (república, império), a forma
econômica nacional se define como ficção e fato. A soberania econômica era o
axioma fático que articulava a nação e o Estado-nação. Quem em seu juízo
perfeito vai falar que hoje a soberania econômica nacional articula a economia
planetária? Davos não está em seu juízo perfeito. Davos vive na irrealidade do
sonho nacional. O FMI da senhora Christine Lagarde é o FMI do território, não é
o FMI da economia orbital, da polis digitalis mundial.
O sociólogo marxista pós-modernista Richard Sennett discute
a eleição presidencial americana com a percepção do homo territorialis. Ele não
é capaz de ver que Donald Trump é o diabo do Doutor Fausto de Thomas Mann da
era acelerada da desterritorialização nacional trans-subjetiva da América. Esta
gera uma reterritorialização trans-subjetividade totalitária das massas
americanas homóloga ao fascismo pós-pós-modernista trans-subjetivo das massas
europeias. Antes a frase ia além do conteúdo; na segunda década do século XXI,
o conteúdo viaja além da frase.
JORNALISTA DE PAPEL/JORNALISTA ELETRÔNICO
Deleuze definiu o jornalismo de papel como produção de
besteira. Trata-se do texto no qual a realidade está sempre indeterminada. Tal
texto trabalha com uma velha ideia da informação: “opinião dada em processo no âmbito
das repartições públicas”. Portanto, temos aí uma informação burocratizada. O
jornalista de papel é um burocrata. Seu texto depende do processo que está
sendo encaminhado na repartição pública do jornal.
O jornalista eletrônico é uma significação da família das
significações jornalísticas. O jornalista de papel faz jogos de linguagem?
Estes são os jogo de linguagem capazes de encontrar um nome para algo. Isto não
acontece! Mas o jornalista de papel dificilmente age em um campo de guerra
cultural; o modelo do jornalismo de papel não é a guerra, mas o jornalista de
papel pode ser o correspondente de guerra, que não é um simples jogo de
linguagem. A guerra é o real como realidade dos fatos! Próximo do animal
despótico freudiano (Pai da horda), o jornalista de papel emprega as mais
primitivas formas de linguagem: comandar, perguntar, tagarelar. Tal jornalista
fala em excesso sem assunto específico; ele faz barulho permanentemente.
O jornalista eletrônico opera com uma linguagem que consiste
também de comandos e informações durante uma batalha. Para ele, representar uma
linguagem não significa representar-se uma forma de vida. A informação
eletrônica da ameaça está no contexto do teatro de guerra jornalística
eletrônica informacionalis. Uma informação dada no programa Globo News
Literatura sobre Umberto Eco pode não ser algo para distrair o tele espectador.
Umberto Eco fala de um jornalista bissexto que publicava um
jornal gratuito lido pela classe dirigente, entregue de casa em casa.
Tratava-se de contrajornalismo que nomeava os personagens da narrativa: pessoas
e instituições, principalmente. Eco diz que o contrajornalista bissexto foi
assassinado por ter incomodado alguém poderoso. (O novo best-seller
internacional de Umberto Eco. O romance que é um verdadeiro manual do mau
jornalismo. Um grupo de redatores, reunido ao acaso, prepara um jornal. Não se
trata de um jornal informativo; seu objetivo é chantagear, difamar, prestar
serviços duvidosos a seu editor. Um redator paranoico, vagando por uma Milão
alucinada). Tal imagem conceitual do jornalista bissexto de Eco é claramente
parte de um delírio paranoico literário.
Há algum redator paranoico bissexto no Brasil? Se existe, o
programa está lançando uma mensagem clara. Trata-se de uma ameaça ou de um
vaticínio do tipo campo de guerra mafioso. Como o jornalismo eletrônico é um
campo de guerra informacionalis não é descabido supor tal hipótese para
sustentar meu ponto de vista. O jornalismo eletrônico é, por imagem conceitual,
parte do campo de poder mundial digitalis informacionalis cujo nome é Okhrana
mundial. Tal jornalismo não pode usar os serviços da Okhrana local? Afinal,
trata-se de uma campo mundial de redes de poder!
Afinal, o que é o jornalista eletrônico?
Ele é parte de um sistema de comunicação descrito por Santo
Agostinho, que não é um jogo de linguagem em si. Tal sistema não trabalha com
imagens conceituais. Onde esse jornalista é treinado? No campo de guerra
informacionalis do capital corporativo eletrônico. Os profissionais treinados
neste campo são pagos a peso de ouro. Ser um soldado (repórter), um sargento
(apresentador), um tenente (“explicador”), ou um capitão (editor), ou um
coronel (diretor) deste campo de guerra é algo que não é sutil; pode ser
brutal, pois a brutalidade (e a vulgaridade) é excelente companheira em
qualquer guerra moderna, a partir do século XX. Mas a jornalista eletrônica tem
que dominar a arte de sorrir para o espectador; isto é parte do treinamento. O
sorriso da jornalista eletrônica é uma máscara do tipo máscara primitiva
africana.
Finalmente, nosso jornalista é seguramente uma nanomáquina
de guerra que começa a ser montada, teoricamente, na escola de comunicação e -
na prática - pelo capital corporativo eletrônico. Parecer uma pessoa normal é
uma arte da nanomáquina de guerra jornalística/eletrônica. Não aparentar ser um
personagem dos paraísos artificiais baudelairianos é uma exigência
profissional.
O jornalismo eletrônico tem uma regra de transformar o
consumo de drogas em um campo de morte. Vem daí a preferência de matérias sobre
o crack. Parecer que possui uma ética impecável é uma necessidade, pois, tal
jornalista precisa, ocasionalmente, pôr em ação uma linha política editorial
jornalística capaz de acusar, inclusive, todas as famílias do país de corrupção
para justificar a corrupção da classe dirigente, inclusive a sua corrupção.
Por isso, o PCPT faz contrajornalismo democrático digitalis.
Ao contrário, o jornalismo eletrônico pode ser apresentado por uma imagem
conceitual quase rigorosa. Trata-se de um jornalismo totalitário da cultura
política da guerra informacionalis.
“Pode facilmente parecer que toda dúvida mostre apenas uma
lacuna existente no fundamento, de tal modo que uma compreensão segura é
possível apenas quando primeiramente duvidamos de tudo aquilo que pode ser
duvidoso e afastamos então todas as dúvidas” (Wittgenstein).
POR QUE AS MASSAS NÃO SE REBELAM?
A ex-prefeita (ex-petista) de São Paulo Luíza Erundina
acredita que as massas estão passivas em relação à crise brasileira por estarem
sob controle das mídias eletrônicas (televisão principalmente). Quando um
político fala em reforma das mídias, ele está pensando no controle que o Grupo
Globo possui sobre as massas populares. O Grupo Globo é possuído por uma
autoilusão narcísica. Ele crê que as massas não se transformam em máquina de
guerra política contra a Ordem constitucional porque a tela eletrônica as
mantém dóceis na politica.
Qualquer pessoa com bom senso sabe que a situação econômica
do país é cada vez mais desesperadora para as massas populares. Mas tirando as
históricas revoltas camponesas – em todos os continentes -, a revolta das
massas urbanas está sempre associada à revolta das massas intelectuais, desde
as revoluções inglesa, americana e francesa.
O MPL (Movimento Passe Livre) é parte das nossas massas
intelectuais. Ele se tornou parte do campo de poder político nacional nas
jornadas de junho de 2013. O prefeito e o governador de São Paulo veem o MPL
como um inimigo do cotidiano na política paulista. O movimento dos sem teto
resolveu se tornar um aliado do MPL na cidade de São Paulo. Mas os sem teto são
um movimento nacional. Perigo! A classe política diz para Haddad e Alckmin que
eles devem recuar, pois as ruas de São Paulo podem se tornar o estopim de um
movimento de massas nacional. Mas Haddad e Alckmin sabem – como Erundina – que
as massas nacionais estão sob controle do poder brasileiro.
Mas, afinal, o que é o poder brasileiro?
Trata-se de um campo de poder no qual as massas intelectuais
participam deste campo ativamente (administrando o campo), passivamente pela
conveniência gostosa de não dirigir a revolta das massas, ou, então, pelo
silêncio covarde e, ainda, o medo indefectível. Mas estas massas intelectuais
não são conduzidas pelos jornais ou a tela eletrônica. Elas não levam a sério
estas mídias. Há algum tempo as massas intelectuais tornaram-se massas
digitalis. Elas travam suas lutas no mundo digitalis; elas tomam o pode
nacional (ou o defendem) na internet. Elas gastam toda a sua energia guerreira
nas batalhas digitalis diuturnamente, diariamente. De noite, elas descansam.
Haddad e Alckmin sabem disso, e a nossa simpática (cheia de boas intenções
políticas) Erundina não sabe!
As massas intelectuais estão sobre controle da autogestão
digitalis delas próprias. Trata-se de uma trans-subjetivação permanente
matematizada (pelo algoritmo) das massas intelectuais digitalis. Antes se
falava da vanguarda das massas com sujeito (operário, por exemplo). Hoje se
deve falar da relação da vanguarda intelectual digitalis com massas sem
sujeito. Se por um lado, a vanguarda intelectual está sob controle do
Agenciamento do poder digitalis, por outro lado, às massas sob controle da tela
eletrônica não resta outra alternativa senão viver a sua implosão econômica
diretamente no mundo-da-vida e distante da política.
Na cidade do Rio de Janeiro, massas intelectuais implodiram
o governador do estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral do PMDB, que cedeu o
poder do território Rio de Janeiro ao governador Pezão e ao prefeito Eduardo
Pais (PMDB). De onde o PMDB retira sua força para controlar o estado e a cidade
carioca. Da falta de sociedade civil na cidade carioca. Dificilmente o multiculturalismo
da cidade vai se articular em contrapoder ao PMDB.
Tirando o PMDB, os partidos do Rio de Janeiro são
invertebrados. Então, não se pode esperar de massas intelectuais invertebradas
algum tipo de agir que destitua do poder fluminense o caipira e sem espírito
público PMDB fluminense. Os partidos de oposição no Rio não são capazes de
conduzir a revolta das massas.
As massas intelectuais cariocas são digitalis e não tem como
em São Paulo uma sociedade civil burguesa que seja uma alavanca contra o poder
digitalis. Assim o Rio tornou-se, apenas, uma cidade digitalis ligado
virtualmente a uma rede de cidades digitalis por todo o país.
A fé da percepção sensível de que o campo de batalha MPL
versus Alkmin/Haddad são as ruas de São Paulo mostra o quanto o campo de poder
no Brasil é um mundo invisível. O campo de batalha real é o campo do campo de
poder físico, que domina a verdadeira política brasileira. O campo de poder
real é o campo de poder digitalis. O campo de batalha nas ruas é um teatro
eletrônico, ou melhor, pura ficção dramatúrgica, eletrônica. O campo de batalha
digitalis é ficção digitalis - ficção real. O laço social da política das
massas intelectuais brasileiras hoje se realiza na ficção digitalis real. Este
é o campo de lutas das massas nacionalmente.
A correlação de força nas ruas de São Paulo está submetida a
uma correlação de força nacional. O MPL só vencerá esta batalha se a correlação
de força nacional se tornar favorável a ele. O MPL, Haddad e Alkmin sabem disso
tudo. Eles não são notívagos, tão pouco naïf, nem nos jogos da linguagem
política, nem nos jogos do campo fático do poder.
Kant diria que a política paulista alcançou a maioridade!
IGUALDADE DIGITALIS
Na era moderna, a igualdade é um axioma político da
revolução democrática?
A cultura jurídica liberal criou o axioma jurídico “todos
são iguais diante da lei e para a lei. Tal axioma se transformou em realidade
dos fatos ou permaneceu como linguagem ficcional do direito?
Tocqueville viu uma revolução democrática na América pela realização
do axioma igualdade em realidade dos fatos. Trata-se da igualdade econômica. No
século XIX, a ideia de um capitalismo igualitário tinha força de realidade.
América utópica!
Marx demoliu a ideia de liberdade jurídica (e da
possibilidade da instalação de uma sociedade igualitária capitalista) mostrando
que os trabalhadores só eram livres para vender sua força de trabalho no
mercado capitalista. Todos os homens são iguais significa que nenhum homem é
escravo na sociedade democrática moderna; que todos são livres. Marx disse: o
operário é o escravo moderno. Daí a ideia de uma revolução dos escravos
modernos: revolução social/comunista dos homens livres e normais. A discussão
da igualdade em Marx segue uma linha de força teórica que o século XX jamais metabolizou!
Hoje, o capitalismo serve a 1% da população mundial. A
chamada quarta revolução indústria (da física, do digital, da biologia) serve a
uma minoria livre e igual frente a uma população mundial escravizada pelo campo
de poder do capital corporativo mundial digital. O digital significa a técnica,
por excelência, do campo de poder mundial. Desde o surgimento do Urstaat na
civilização arcaica, a técnica esteve associada aos campos de poder.
Mas a técnica digital substitui a societas de comunicação da
sociedade do espetáculo, como campo de poder mundial. Ela está associada a uma
realidade digitalis na qual a igualdade é retomada agora no domínio da cultura.
Os axiomas jurídicos da igualdade e da liberdade são apenas parte da cultura
política mitológica moderna ocidental, que conquistou a Ásia capitalista. O
axioma igualdade econômica é um axioma ficcional da América Latina
subcapitalista. O bolivarianismo fez deste mito o cavalo de batalha para se
perpetuar nos governos nacionais. Na Ásia, o mito da igualdade econômica cedeu
diante do globalismo do capital corporativo mundial. Na A-L, o bolivarianismo
está em plena decomposição de seu corpo político continental.
A hegemonia do capital corporativo mundial digital no
bloco-no-poder mundial trouxe de volta o axioma da igualdade. Trata-se da
igualdade cultural. Todos são iguais diante da cultura; todos os enunciados dos
usuários digitalis são iguais em valor interpretativo da realidade; a internet
é o mundo da doxa digitalis. Claro que há resistência a este campo de poder da
doxa digitalis nos blogs, em vão. Mas o Facebook é visto, por excelência, como
o lugar das máquinas de guerra expressivas da doxa digitalis.
O homo digitalis é o processo permanente de
trans-subjetivação no qual todos os usuários são iguais culturalmente. Trata-se
de uma revolução democrática na cultura mundial? Na universidade, a hierarquia
institucional acadêmica é o avesso da igualdade cultural entre os agentes desta
instituição. Aluno significa sem luz cultural.
O jornalismo estabelece uma hierarquia cultural de prestigio
negociado (que não é baseada em um saber verdadeiro e substantivo) para gerar a
força deste campo de poder. Na internet, a palavra é baseada na igualdade de
participação cultural dos usuários digitalis. A universidade e o jornalismo
desprezam o mundo digitalis. Tal mundo abole o jornalismo como campo de
poder/saber e a universidade como o único lugar competente para falar da
realidade do real.
Mas o mundo digitalis é realmente a superfície de uma
revolução democrática na cultura política intelectual mundial?
IMPÉRIO BONAPARTISTA DOS JUÍZES
Nas andanças da crise brasileira, na sessão de 17/12/2015, o
STF (Supremo Tribunal Federal) desfechou um golpe de Estado na República
brasileira (subrepública). O STF criou leis para regular a política e isso
significa a essência do golpe de Estado jurídico. Como o STF está proibido pela
Constituição de 1988 de fazer leis que criem uma forma política (pois só a
soberania popular pode fazer isso legal e legitimamente), ao criar leis, o STF
articula o golpe de Estado instituinte da forma política. Assim passamos da
forma republicana (sob domínio da classe política) para a forma império
bonapartista sob domínio dos juízes. Neste império republicano, a república é a
alma desterritorializada, a alma penada em busca de um território político:
trans-subjetividade republicana desterritorializada das massas sem sujeito
O império dos juízes se autodefine como aperfeiçoamento
institucional da republica na medida em que ele se articula na
trans-subjetividade das massas caçando, capturando, julgando e encarcerando os
ricos. A implosão dos ricos é o espetáculo que a tela eletrônica serve como
informação no café-da-manhã, no almoço e no jantar dos pobres.
O império dos juízes é do campo de poder informacionalis
eletrônico. Ele significa a abolição do Estado de Direito. Tal Estado é o
Estado dos ricos, que tem bancas de advogados caríssimas para mantê-los longe
das garras do Estado brasileiro. Creio que o império dos juízes não foi uma
montagem racional, da consciência histórica da comunidade jurídica. Ele foi uma
articulação do inconsciente nietzschiano territorial em dissolução combinado
com a defesa do domínio do Partido dos Trabalhadores (PT) na política
latino-americana.
O motor que levou à implosão dos ricos (do Estado de
Direito) vai levar a implosão dos pobres, ou melhor, das massas pobres com
sujeito: trabalhadores. Trata-se da desmontagem do Estado de Direitos dos
pobres. A autoilusão lulista de um Brasil de classe média é a tartaruga em cima
da árvore. Ninguém sabe quem pôs a tartaruga em cima da árvore e o que a fez
despencar no chão duro da miséria cotidiana. A crise brasileira desfez a classe
média bolivariana (classe média montada graças a política econômica bolivariana
de FHC, que teve continuidade na era Lula). Mas o que instalou a crise
brasileira?
Itamar Franco, FHC e Lula nada fizeram para alterar a
evolução da crise econômica territorial. Tal crise territorial foi articulada
pelo poder mundial do capital corporativo mundial (CCM) digital. Este significa
desterritorialização do território econômico nacional. Os Tigres Asiáticos
perceberam esta realidade dos fatos e procuraram se integrar ao capital
corporativo mundial que passa a dominar o planeta a partir da década de 1990.
Hoje, com a hegemonia do capital corporativo mundial digital no bloco-no-poder
mundial, os Tigres enfrentam dificuldades para se manterem no espaço orbital.
A américa Latina não se integrou à máquina de guerra
econômica CCM. Mas se integrou à máquina de guerra político/policial
informacionalis. A integração ao CCM pode ser econômica ou através do campo de
poder mundial. FHC integrou o Brasil no campo de poder do CCM, criando uma
formidável OKhrana informacionalis, entre nós: ABIN, etc. Trata-se da
comunidade de informação, desinformação, contrainformação, simulação e
dissimulação, que tem na tela eletrônica o destacamento mais avançado no
agenciamento trans-subjetivo das massas sem sujeito. As massas com sujeito
bolivarianas são o poder da Okhrana em baixo.
O poder mundial digital informacionalis é a causa necessária
da crise econômica brasileira. Tal poder está desterritorializando o território
econômico e já deu os primeiros passos para a reterritorialização das
instituições. A percepção de tal fato parece não estar ao alcance dos
brasileiros, pois tal percepção tem que estar associada a fé perceptiva
digital. A desterritorialização significa a instalação da lógica de
desmoronamento do sistema industrial brasileiro (e Latino Americano) e da política
territorial, que se condensou na desintegração da subrepublica brasileira.
O império bonapartista dos juízes é consequência desta
lógica mundial acoplada às circunstâncias brasileiras. A linha de força
historial civil “implosão dos ricos” foi criada por Sarney/Funaro na década de
1980. Eles inventaram que os ricos eram os responsáveis pela hiperinflação. A
destruição do Estado de Direito é uma ideia de José Sarney. Ela é uma ideia do
PMDB que governava a economia com Funaro. O PMDB é uma máquina de guerra
exemplar do mais imemorial dos arcana imperii. O PMDB é a máquina de guerra
partidária arcana que gera e sustenta o fluxo político contra a existência do
Estado de Direito.
O governador Pezão e o prefeito Eduardo Pais em conluio com
o Grupo Globo dominam a política no Rio de Janeiro ao instalar um campo de
poder despotes. Eles são a reserva estratégica logística para a destruição
final do Estado de Direito territorial e do Estado de Direitos da população.
Por isso, o Grupo Globo lançou Eduardo Pais para a presidência em 2018.
SOBRE O INTELECTUAL NO SÉCULO XXI/JORNALISTA
O intelectual se tornou um conceito com o marxista italiano
Gramsci. A fórmula gramsciana é simples: “todos os homens são filósofos”. Todos
os homens (inclusive o homem comum) têm o poder de interpretar a realidade. O
intelectual é o prolongamento do homem comum/filósofo nas atividades de
interpretação institucional da realidade dos fatos. O Príncipe moderno (partido
comunista) é o modelo do intelectual coletivo institucional livre do Estado,
que está na origem da articulação da cultura com a política e como sujeito da
cultura política moderna. Mas Gramsci inclui na classe intelectual até o
jornalista que interpreta a política cotidiana. O jornalismo bolchevique
acolhia o modelo de jornalista como interprete da política cotidiana. O
jornalista era um homem da cultura política intelectual
(reflexiva/interpretativa); ele estava ligado aos campos científicos da época
de Gramsci; seu jornalismo usava os conteúdos científicos na interpretação da
realidade dos fatos! Algo substantivo mudou no século XXI para o jornalismo?
Na política, o jornalismo pensava o nacional e o
internacional. Refletia sobre a política territorial nacional e internacional
(política territorial entre nações). Hoje, a política nacional não é um
espectro da política nacional da época de Gramsci? Ela é, cotidianamente,
desterritorializada pelo poder mundial digital informacionalis e
reterritorializada como política informacionalis espectral do presente.
Os jornalistas não sabem, mesmos os mais competentes, como
tratar tal fenômeno. Eles não sabem em qual campo de pensamento devem buscar o
conhecimento que restaure a antiga relação entre o jornalismo e a ciência do
real. Assim, o jornalista não consegue mais refletir e, por consequência,
interpretar a política nacional, as relações internacionais e a política
mundial; o jornalista (mesmo os que falam várias línguas e tem formação em
ciência política) sabe que não sabe nada sobre a realidade dos fatos. Portanto,
o jornalista não pertence mais a classe intelectual. Então, o que é o
jornalista na segunda década do século XXI?
Sem firulas digo que o jornalista é o destacamento mais
avançado do Homo informacionalis. A sociologia da classe informacionalis
suprassume a sociologia da classe simbólica iniciada por Bourdieu e
desenvolvida no campo de pensamento física lacaniana marxista. A classe
informacionalis não faz parte da cultura política interpretativa; ela é cultura
política informacionalis, principalmente, eletrônica. O jornalista ainda não
metabolizou que a tela eletrônica não comanda mais o planeta como o comandou na
era da societas americana do espetáculo industrial; com efeito, a tela
eletrônica agencia a miséria do jornalismo. Se quiserem uma comparação,
comparem o jornalismo eletrônico no Brasil com o contrajornalismo digital do
PCPT. Este texto é contrajornalismo digital!
DAS BATALHAS DE JANEIRO NA COMUNIDADE JURÍDICA
"A Operação Lava Jato coroa um lento e gradual processo
de amadurecimento das instituições republicanas brasileiras, que não se colocam
em posição subalterna em relação aos interesses econômicos". (Estadão.
17/01/2016)
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) reagiu
enfaticamente ao manifesto de um grupo de advogados divulgado nesta
sexta-feira, 15/01/2016, nos principais veículos de comunicação do País. A
matéria tratada no manifesto encontra eco nas preocupações dos advogados
devotados à área penal, apresentando a conjuntura jurídica atual até como
“momento preparatório de um novo momento de ditadura, agora, substituindo as
botas militares pelas togas", escreveram os representantes da associação.
A comunidade jurídica brasileira tornou-se um campo de
batalha simbólico? Ou trata-se somente de luta no campo do imaginário da
comunidade jurídica? A Ajufe vê a contradição principal da política brasileira
como sendo a contradição implosiva para os ricos entre a máquina de guerra
jurídica Operação Lava Jato (que tem como motor jurídico o Juiz Sergio Moro e
como motor policial a PF/MP) e uma fração do subcapital brasileiro
(empreiteiras). As associações de advogados e de criminalistas falam em
ditadura do judiciário e em sucateamento da democracia e do Estado de Direito.
Finalmente o nosso mundo intelectual se envolveu em uma discussão séria sobre a
política nacional.
A ditadura dos juízes seria a continuação por outros meios
(meios jurídicos coativos) da linha de força ditatorial republicana,
terrorista, militar, historial que tem seu início glorioso com Floriano
Peixoto? Trata-se da linha de força republicana que assassinou as massas
populares sertanejas de Canudos (Nordeste) e do Contestado (Sul). Na década de
1930 com Getúlio Vargas, assassinou massas operárias e comunistas, criou campo
de concentração para a esquerda e também o Estado Novo criptofascista (1937-
1945). Em 1964, deu um golpe de Estado militar/udenista na democracia populista
e instalou uma ditadura civil-militar. Em 1968, desfechou um golpe de Estado
puramente militar e instalou uma pura ditadura militar e um Urstaat militar,
terrorista.
No governo Sarney, tal linha de força ditatorial atacou a
burguesia responsabilizando-a pela hiperinflação. A perseguiu inclusive
abjetamente, obscenamente nas ruas. A polícia insuflava as massas contra as
famílias burguesas nas ruas. O ódio das massas sem sujeito contra a burguesia é
uma criação do oligarca nordestino José Sarney. Este deu o ponta pé para a
constituição, entre nós, de uma trans-subjetividade republicana,
terrorista/civil antiburguesa fundada no ódio do campo de afeto das massas sem
sujeito!
O terrorismo oligárquico-republicano de Sarney contra a
burguesia não é o antecedente mais próximo da ditadura dos juízes? Muito bem!
Mas quando a comunidade jurídica (incluindo os professores e os doutorandos dos
cursos de direito mais o Programa da TV Justiça Direito e Literatura) vai ter a
coragem e a ousadia de discutir o golpe de Estado do STF na República
brasileira no dia 17/12/2015? Neste dia, o STF legislou contra a República e
criou um Império republicano, entre nós. Os próprios juízes do STF disseram
que, agora, o STF é o poder moderador na forma política realmente existente. O
poder moderador foi o poder pessoal do imperador instituído pela Constituição
golpista pombalina de D. Pedro I de 1824. A existência dele (no discurso dos
Juízes e na Constituição de dezembro de 2015) significa, imediatamente, que a
forma política brasileira atual é um Império plebeu!