ROMANCE R.S.I
O livro “Teoria do romance” é feitura da gramática, ideológica-retórica do romance moderno, A gramática combina teoria e prática, análise concreta de uma prática política como obra-de-arte concreta (Lenine. v. 3: 20). O livro ‘“Assalto à razão” é estudo das gramáticas da filosofia e da sociologia na alemanhã do periodo do mercantilismo capitalista europeu fascista. O livro é um romance R.S. I da filosofia e da sociologia considerada por Lukacs sinthoma de uma época. Meus livros [“Lingua Fenilato”, “Poder d’ars, poder estético, realismo fantástico” e o “Romance do poder estético”] são todos de 2025 como texto/sinthoma do romance RSI da atualidade:
“Mas, no próprio Hegel, o resultado é simplesmente tornar a arte problemática: para ele, <o mundo da prosa> - definição estética deste estado - corresponde precisamente ao facto de o espírito se ter atingindo a ele mesmo no pensamento e na práxis social-Estata. A arte torna-se assim problemática na medida em que a realidade cessa de o ser. Aparentemente análoga, a concepção que sustenta a <Teoria do Romance> é completamente oposta; aqui a problemática da forma romanesca é o reflexo de um mundo deslocado. É por isso que o caráter <prosaico> da vida não passa de um sintoma, entre muitos, do facto de de agora em diante a realidade só fornecer à arte um c ampo desfavorável, de modo que o problema central para a forma romanesca consiste em que a arte deve terminar com as formas totais e fechadas que nascem de uma totalidade em si acabada, com todo o unverso de formas em si imanentes e perfeitas. E isto por razões de modo algum artísticas, mas histórico-filosóficas”. (Lukács. sem data: 15).
O romance RSI não é uma obra-de-arte com superfície textual sem furo; a generalização nele do geral tem exceção, tem furo por onde se expressa os modos de ser psíquico das afecções como poder estético em uma tela hegemônica romanesca republicana; a exceção ou furo advém da forma de governo extrarrepublicana - que já não é propriamente uma forma de governo, e sim o grau zero da forma de governo republicano.
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O romance R.S. I (Real, Simbólico, Imaginário) precisa funcionar em telas plásticas como gramática-fílmica de uma língua fenilato (Bandeira da Silveira; março/2025):
“E quem pinta não deveria pintar aolgo - e quem pinta algo, não pinta nada real? - Sim, o que é o objeto do pintar: a figura do homem (por exemplo) ou o homem representado pela figura?
519. Diríamos: uma ordem é uma imagem da ação, que foi executada segundo a ordem; mas também uma imagem da ação, que deve ser executada segundo ela.
520. ‘Mesmo quando se concebe a frase como imagem de um estado de coisas possível e se diz que ela mostra a possibilidade do estado de coisas, então, no melhor dos casos, a frase pode fazer o que faz uma imagem pintada ou plástica, ou um filme; e ela, em todo caso, não pode colocar o que não se dá. Portanto, depende inteiramente de nossa gramática o que é (logicamente) dito possível e o que não é, - a saber, o que ela autoriza?’”. (Wittgenstein. 1975:148).
Um Romance fílmico R. S. I wittgensteiniano da atualidade brasileira passa nas telas da comunicação de massas (Wolton: 1995). Ele trafega entre a Galáxia de Gutenberg (MacLuhan. 1972) e o audiovisual da TV e Youtube. O Romance fílmico consiste no combate de um clã (família de Bolsonaro) com o Estado jurídico territorial-nacional-virtual. No fundo da tela, há o hegemonikon republicano enigmático como narrativa-fingida (Ricoeur. 1994: 10), retórica, ideologia de um poder d’ars e outro poder estético em uma tela <Para -nós>:
enquanto que o ser <mentado> por a posição esytética é sempre o mundo fdo homem. Sabemos, certamente, por anteriores reflexões,que tampouco no reflexo artístico pode falar-se de uma subjetividade arbitrária, e ainda menos de um capricho subjetivo. Também aqui se tem um processo de purificação do sujeito - intimamente relacionado com a concepção estética do En-si -, porém esse processo não chega a <cuajar> na tendência a eliminar a subjetividade dentro do possível a fazer do sujeito um mero órgão receptor da realidade objetiva; no estético o processo purificador tem só a intenção de superar o meramente particular doo sujeito. Porém não com abstrata radicalidade, senão mais bem - posto que também certos rasgos particulares da personalidade humana estão a menudo muito intimamente vinculados com sua essência - com uma intensa tendência preservadora, isto é, sem eliminar mais que o que realmente é mera particularidade. Cézanne tem compreendido exemplarmente este processo quando fala do artista como de um <órgão, receptor, um aparelho registrador de sensação>, o qual é sem dúvida um órgão <bom, sensível, complicado>. E quando o artista se mescla nesse esquema, quando, insensato, ousa imiscuir-se com a vontade no processo de tradução, mete nele sua própria irrelevância particular, e a obra perde valor…”(Lukács. 1982: 306).
O romance R. S. I em questão é a realidade política como obra-de-arte de um hegemonikón republicano em combate, <kampf> (Simmel. v. 2: 189) com um pastiche paródico grotesco de hegemonikón extrarrepublicano na tela da hegemonia da língua quimilato wittgensteiniana. O artista plástico ou cineastas, então:
“Sua vontade tem que calar. O artista tem que reduzir ao silêncio em seu interior todas as vozes do preconceito…> A análise dessas atitudes, acusadas precisamente nos grandes artistas, contém uma clara alusão ao modo de manifestação do En-si na esfera estética. O que o reflexo desantropomorfizador científico e depurado se apresentava como como abstração do Em-si é aqui uma omnipresença de difícil captação conceitual imediata: o Em-si está presente em todas partes e em nenhuma no ato do encadeamento estético, determina imperativamente cada momento singular e fica ao mesmo tempo sempre recoberto e escondido pela atividade criadora, até a imperceptibilidade muitas vezes”. (Lukács. Idem: 306).
A gramática plástica wittgensteiniana [da narrativa, da fenilato ideologia, da retórica da realidade objetiva republicana em combate eterno com o extrarrepublicano] é obra de uma plurivocidade de poder estético e poder d’ars em várias telas da hegemonia wittgensteiniana.
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Como obra-de-arte, a realidade objetiva habita a tela de economia política libidinal (Lyotard; 1974) como um poder estético realista realista? O Banco funciona como um hegemonikon econômico libidinal em uma tela capitalista subdesenvolvida (Bandeira da Silveira; 2019);
“No Brasil, os banqueiros ou seus intelectuais orgânicos assumiram frequentemente a diretoria dos bancos públicos ou nela puderam interferir ao assumir o governo estadual, A Secretária de Fazenda dos estados ou então os ministérios do governo federal. Na prática, isso significa uma ,centralização de mando> sobre capitais públicos e privados. Incrementa-se, dessa forma, o <poder de determinação > de um banco ou de um grupo de bancos ou banqueiros sobre recursos bancários e financeiros e sobre a política a ser adotada para o setor. Seria ingênuo supor que uma política dessa ordem pudesse ser antagônica ou conflitante com o próprio fortalecimento dos bancos privados ou, em particular, com o grupo que estivesse no comando. A análise da centralização-concentração ficaria incompleta sem uma consideração desta interpenetração do setor bancário privado com o público. Um estudo empírico detalhado não é possível aqui. Porém, vejamos algumas informações que corroboram o que fossemos”. (Minella:163-164).
O texto acima é baseado na gramática de Marx de “O Capital”, volume 3. Ele fala de um poder estético patrimonialista brasileiro como fonte de afecções de uma economia política muito libidinal. Há em Marx esse poder estético patrimonialista da realidade capitalista inglesa do século XIX. isso seria a base factual pelo factual da tela da hegemonia econômica do Banco na prática política europeia?
Marx:
“A divisão do trabalho faz com que essas operações técnicas, condicionadas pelas funções do capital, sejam tanto quanto possível executadas para toda a classe capitalista por uma categoria de agentes ou capitalistas com funções exclusivas, ficando concentradas em suas mãos. Há aí divisão do trabalho em duplo sentido, como acontece com o capital mercantil. Aquelas funções se torna negócio especializado, e porque se efetuam como negócio especializado concernente ao mecanismo financeiro de toda a classe, concentram-se, são exercidas em grande escala: ocorre, então, nova divisão do trabalho nesse negócio especializado, por se repartir em diversos ramos independentes entre si e por se aperfeiçoarem as condições de trabalho desses ramos (grandes escritórios, numerosos contadores e caixas, adiantada divisão do trabalho). Pagamentos, recebimentos de dinheiro, operações de compensação, escrituração de contas correntes, guarda de dinheiro etc, todas essas operações técnicas, separadas dos atos que as tornam necessárias, transformam em capital financeiro o capital nelas adiantados”. (Marx. 1977:302).
O capital-dinheiro existe, também, fora do processo de circulação financeiro; ele passa pelo Estado jurídico:
“A passagem pelo processo de reprodução não pode converter esse capital em propriedade sua. Tem de restituí-lo ao prestamista. O primeiro desembolso que transfere o capital das mãos do prestamista para as dos prestatário é uma transação jurídica que nada tem com o processo real de reprodução do capital, introduzindo-o apenas> O reembolso, com a transferência do capital refluído, das mãos do prestatário para as mãos do prestamista, é uma segunda transção jurídica que complementa a primeira; uma introduza o processo real, e a outra é posterior a esse processo. Ponto de partida e ponto de retorno, cessão e retistuição do capital emprestado parecem ser movimentos arbitrários, propiciados por transações jurídicas, que sucedem antes e depois do movimento efetivo do capital, sem ter com ele relação. Para esse movimento não importa que o capital desde o início pertença ao capitalista industrial e por isso retorne como propriedade exclusiva dele”. (Marx. 1985:402).
A gramática econômica do Banco obedece ao poder d’ars realista realista da reprodução ampliada do capitalismo. Outrossim, há separação entre a classe capitalista e o general intellect gramatical do Banco? Na época digital do Banco, o general intellect gramatical financeiro adquire autonomia relativa em relação à classe capitalista? No Brasil subdesenvolvido, o Banco aparece com um poder estético realista patrimonialista factual pelo factual fantástico?
Minella:
“O presidente do Banco do Brasi (BB) durante o governo Jânio Quadros foi Leopoldo Figueiredo, banqueiro e empresário vinculado ao capital internacional. Durante o governo de Castello Branco (1964-67) a presidência do BB foi cupada por Luiz de MoraesBarros, grande banqueiro paulista que também foi diretor do banco do Estado de São Paulo. Além disso, em 1979, Barros integrava ao Conselho de Administração do Banco do Brasil (com nove membros) do qual participava também outro grande banqueiro, Ângelo Calmon de Sá, do grupo Econômico. além disso, Calmon de Sá ocupou a presidência do Banco do Brasil no período 1974-1976, mesma época em que Mário Henrique Simonsen, vinculado ao setor financeiro (grupo Bozano-Simonsen), ocupava o Ministério da Fazenda. O Banco do Estado de São Paulo, mais importante banco comercial estadual, foi diretamente dirigido por banqueiros como, por exemplo, Gastão Eduardo de Bueno Vidigal, que também foi secretário da Fazenda desse estado”. (Minella: 164).
O hegemonikon do Banco no governo de Lula de 2025 tem um Galípolo, um banqueiro da Faria Lima no comando do Banco Central e, logo, da politica da moeda do governo federal. Não se trata de um efeito da ideologia neoliberal, e sim de um efeito sobre o governo de Lula do poder d’ars patrimonialista realista fantástico do capital subdesenvolvido na prática política republicana da Constituição de 1988.
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O RSI wittg… plástico da realidade brasileira é constituído por várias películas rodando, simultaneamente no território da língua quimilato cinematográfica. Essa películas fazem nós R.S. I, redes de poder estético que estruturam movem homem comum, pessoa jurídica, ator e personagem. A língua fenilato é a expessão [da identificação estética representante/representado, líder/massas] das afecções na tela da da hegemonia/dominação wittig:
“Faute d’une théorie de la différence entre le rapport purement théorique au langage de celui qui, comme lui, n’a rien d’autre à faire du langage que de le comprendre et le rapport pratique au langage de celui qui, attaché à comprendre pour agir, se sert du langage en vue de fins pratiques, juste assez pour les besoins de la pratique et dans les limites d l’urgence pratique, le grammairien est enclin à traiter tacitement le langage comme un objet autonome et autosuffisant, c’est-à-dire comme <finalité sans fin>, sans autre fin, en tout cas, que d’être interprété, à la façon de l’oeuvre d’art”. (Bourdieu. 1980:53).
A língua fenilato plástica como obra-de-arte wittg permite que se veja a passagem do Banco das trevas para a luz na cultura do livro (Platt; 2017). O Banco torna´se <capitalismo criminoso> das economias ilegais no território das Américas e outros continentes. Esse capitalismo criminoso desintegra o Estado territorial nacional, as nações,e os “fenômenos” da prática política as Américas. Ele é a gramática econômica financeira que abole o Banco como artefato jurídico de um poder d’ars patrimonialista. Mergulha-se assim no abismo pelo abismo, de uma superfície heteróclita da escuridão de um bloco histórico criminoso das Américas com Donald Trump-, Bolsonaro, Milei… Esse abismo pelo abismo é a arte pela arte, de um poder d’ars realista grotesco fantástico que desafia o homem, a civilização da mulher…e aí se torna uma gramática-fenilato-ideológica-retórica de um milenarismo que faz pendant com o milenarismo climático e nuclear do Estado suicidário (Virilio. 1976: 49).
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Ha diferença entre o Romance em Bakhtin e o Romance R. S. I.?
Bakhtin:
“O romance é uma diversidade social de linguagens organizadas artisticamente, às vezes de línguas e de vozes individuais. A estratificação interna de uma língua nacional única em dialetos sociais, maneirismos de grupos, jargões profissionais, linguagens de gêneros, fala das gerações, das idades, das tendências, das autoridades, dos círculos e das modas passageiras, das linguagens de certos dias e mesmo de certas horas (cada dia tem sua palavra de ordem, seu vocabulário, seus acentos), enfim, toda estratificação interna de cada língua em cada momento dado de sua existência histórica constitui premissa indispensável do gênero romanesco. E é graças a este plurilinguismo social e ao crescimento em seu solo de vozes diferentes que o romance orquestra todos os seus temas, todo o seu mundo objetal, semântico, figurativo e expressivo. O discurso do autor, os discursos dos narradores, os gêneros intercalados, os discursos das personagens não passam de unidades básicas de composição com a ajuda das quais o plurilinguismo se introduz no romance. Cada um admite uma variedade de vozes sociais e de diferentes ligações e correlações (sempre dialogadas em maior ou menos grau). Estas ligações e correlações especiais entre as enunciações e as línguas (<paroles> - <langues>), este movimento do tema que passa através de línguas e discursos, a sua segmentação em filetes e gotas de plurilinguismo social, sua dialogização,, enfim, eis a singularidade fundamental da estilística romanesca”. (Bakhtin. 1993: 74-75).
O romance RSI á a superfície territorial geográfica e virtual de fenilatofenomenos de uma plurivocidade de tela como tela da hegemonia e contra-hegemonia, poder estético, poder d’ars, modos de ser psíquicos e língua-fenilato, homem comum, pessoa jurídica, agente social, policial e artista e, mais ainda, personagem, real/simbólico/imaginário, realidade objetiva política. gramática-ideológica-retórica, Bem e Mal, Eros e Tanatos, Ethos e Pathos, ordem e anarquia, sentido e contra-sentido, forma de governo e grau zero da forma de governo, classe social, estamento, etnia, raça, Estado e sociedade, economia política libidinal, hegemonia e dominação, hegemonikon, o agente da passiva, mulher, homem e besta, animal e vegetal, mineral, ouro, prata, ferro, clima, LGBT…, totalidade com furo, generalização com exceção, casa-grande e senzala, pesca, boiada, agricultura e indústria, capital e trabalho, fato e artefato, lógica do fetichismo da mercadoria, dialética do negro, cinza e cores, saúde e doença nietzschianos, milenarismo, realismo e nominalismo, senso comum e bom senso, fé e secularismo, autoridade e anarquia, necessidade e liberdade, causalidade e acaso, discursos lacanianos, neurose/psicóse/perversão , ilusão e contra-ilusão., passado/presente;futuro, civilizado, bárbaro, selvagem, belo, sublime, feio, ciências científicas, techne e técnica, princípio da identidade e lógica paraconsistente, a arte pela arte, o fato pelo fato, o absurso pelo absurdo …
Um exemplo de Romance R.S. I. é o “Nêmesis”:
“[...] algum alívio fora dos apartamentos sufocantes onde só uma chuveirada fria e água gelada podiam mitigar o calor infernal. Antes da chegada do ar-condicionado domiciliar, um pequeno ventilador preto, posto sobre a mesa para refrescar minimamente a casa, de pouco servia quando a temperatura passava de trinta e cinco graus, como aconteceu naquele verão ao longo de semanas inteiras. Ao ar livre, as pessoas acendiam velas de citronela e aspergir Flit para manter à distância os mosquitos e as moscas que ram sabidamente vetores da malária, febre amarela, e febre tifóide - ou também da poliomielite, como muitos acreditavam ( a começar pelo prefeito de Newark, Drummond, que lançou uma campanha cívica em prol da extinção das moscas). Quando uma mosca ou mosquito conseguia penetrar através das telas do apartamento ou entrava pela porta aberta, o inseto era obstinadamente perseguido com uma raquetinha mata-moscas ou uma lata de Flit devido ao receio de que, se aterrissasse com suas patins carregadas de germes numa das crianças que dormiam na casa, ela contrairia a poliomielite. Como naquele tempo ninguém conhecia a fonte do contágio, era possível suspeitar de quase tudo, inclusive dos esqueléticos gatos de rua que invadiam as latas de lixo nos quintais, dos vira-latas de aparência faminta que rondeavam as casas e defecavam na rua e nas calçadas, e até mesmo dos pombos que arrulhavam nos telhados e emporcalhavam os degraus do alpendre com seus excrementos esbranquiçados. No primeiro mês do surto - antes que fosse reconhecido com uma epidemia pelo Conselho de Saúde -, o departamento de saúde pública se dedicou a exterminar sistematicamente a imensa população de gatos de rua da cidade, muito embora ninguém soubesse se eles tinham mais a ver com a poliomielite que os gatos domesticados”. (Roth:14).
O “Nêmesis” é um romance RSI? Nele não se encontra funcionando no texto romanesco o poder estético realista fantástico fazendo pendant com o poder d’ars realista realista?
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O romance R.S. I. pode mesclar texto técnico e texto romanesco, esotérico e exotérico, como no “Os Sertões” e o “Grande Sertão: Veredas”. (Bandeira da Silveira. julho/2025: cap. 2). Ele corresponde a ,obra aberta” de Humberto Eco, e mais, ainda:
“as novas obras musicais, ao contrário, não consistem numa mensagem acabada e definida, numa forma univocamente organizada, mas sim numa possibilidade de várias organizações confiadas à iniciativa do intérprete apresentando-se, portanto, não como obras concluídas, que pedem para ser revividas e compreendidas numa direção estrutural dada, mas como bras <abertas>, que serão finalizadas pelo intérprete no momento em que as fruir esteticamente”. (Eco. 1971: 39).
Indo além do intérprete, o artista é o intérprete da plurivocidade gramática do Romance R.S.I.; ele também muda as gramáticas como forma de governo do território estético, ele é capa de criar ex nihilo novas gramáticas da obra-de-arte, como fizeram Euclides da Cunha, Freud. - no Romance “Mal-Estar da Civilização” - RSI e Guimarães Rosa.
Me de debruço sobre Euclides na physis:
“Vê-se, de fato, que três formações geognósticas díspares, de idades mal determinadas, aí se substituem, ou se entrelaçam, em estratificações discordantes, formando o predomínio exclusivo de umas, ou a combinação de todas, os traços variáveis da fisionomia da terra”. (Euclides da Cunha. 1995. v. 2: 102).
A gramática-ideológica-retórica do território geográfico mescla texto técnico e texto romanesco. O poder estético como traço, como dobra barroca faz da geografia um fato estético do Romance R. S. I. territorial/virtual - de um jardim das delícias perdido geográfico hiperbólico:
“O barroco remete não a uma essência, mas sobretudo a uma função operatória, a um traço. Não pára de fazer dobras. Ele não inventou essa coisa: há todas as dobras vindas do Oriente, dobras gregas, romanas, românicas, góticas, clássicas… Mas ele curva e recurva as dobras, leva-as ao infinito, dobra sobre dobra, dobra conforme dobra. O traço barroco é a dobra que vai ao infinito”. (Deleuze. 1991: 13):
“ Surgem primeiro as possantes massas gnaissegraníticas, que a partir do extremo sul se encurvam em desmedido anfiteatro, alteando as paisagens admiráveis que tanto encantam e iludem as vistas inexpertas dos forasteiros”. (Euclides da Cunha. Idem: 102).
O que é o <forasteiro? O olhar da paisagem do forasteiro [que se encanta, que se ilude] aparece no pequeno livro retórico-hiperbólico - um livro considerado risível na atualidade - de um brasileiro aristocrático. (Affonso Celso; 1908):
“A princípio abeiradas do mar progridem em sucessivas cadeias, sem rebentos laterais, até às raias do litoral paulista, feito dilatado muro de arrimo sustentando as formações sedimentárias do interior. A terra sobranceia o oeano, dominante, de fastígio das escarpas; e quem a alcança , como quem vinga a rampa de um majestoso palco, justifica todos os exageros descritivos - do gongorismo de Rocha Pita às extravagâncias geniais de Buckle - que fazem deste país região privilegiada, onde a natureza armou a sua mais portentosa oficina”. (Euclides da Cunha. Idem: 102).
A Natureza tropical aparece como obra-de-arte de uma oficina estética de um poder d’ars barroco - de um artista hegemonikon da tela da hegemonia/dominação republicana?
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O Romance R.S.I. possui na tela o território da realidade objetiva e o modo de ser psíquico como civilização e barbárie. O Rio São Francisco é o território líquido do caminho da civilização e ao mesmo tempo é a barbárie da generalização do modo de produção escravista do indígena. O bandeirante é, ao mesmo tempo, civilização e barbárie. Um modo de ser psíquico imaginário-ideológico do imperador:
“O que trás a imagem (do imperador) por insígnia”. (Saraiva:574). O modo de ser psíquico imaginário é o do poeta improvisador; ele pode ser fingido, falso, simulado, fictício. Ele é veritas como estribar-se não só na realidade, mas ainda na reputação; ele atende as regras da gramática do modo de produção escravista do gentio; ele diz verdades; ele é franco, sincero, candura. (Saraiva: 1266). Ele é, então, o modo de ser psíquico como pathos e ethos, eros e tanatos, bem e mal. O jesuíta é a civilização barroca luso-subtropical com a pólemos dos Guaranis dos 7 Povos das Missões (Lugon; 1968). O vaqueiro é o modo de ser psíquico do trabalho livre da economia política libidinal pastoril civilizadora colonial do modo de ser psíquico sertanejo:
“A demonstração é positiva. Há um notável traço de originalidade na gênese da população sertaneja , não diremos do norte, mas do Brasil subtropical”.
“Esbocemo-lo; e para não nos delongarmos demais, afastemo-nos pouco do teatro em que se desenrolou o drama histórico de Canudos, percorrendo rapidamente o Rio São Francisco, ‘o grande caminho da civilização brasileira’, conforme o dizer feliz de um historiador”.
[...]
“Balanceia a influência do Tieté”.
“Enquanto este , de traçado incomparavelmente mais próprio à penetração colonizadora, se tornou o caminho predileto dos sertanistas visando sobretudo a escravização e o <descimento> do gentio, o São Francisco foi, nas altas cabeceiras, a sede essencial da agitação mineira; no curso inferior, o teatro das missões; e na região média a terra clássica do regime pastoril, único compatível com a situação econômica e social da colônia”.
“Bateram-lhe por igual as margens o <bandeirante>, o <jesuíta> e o ,vaqueiro>”. (Euclides da Cunha. 2002: 66).
O poder d’ar épico romântico, realista fantástico, parece estruturar e dar sentido, não-sentido e contra-sentido aos modos de ser psíquico imaginário-ideológico dos artistas plásticos (bandeirante, jesuíta, vaqueiro, sertanejo) da colonização luso-subtropical:
“Assim é que extinta com a expedição de Glimmer (1601) a visão enganadora da ‘Serra das Esmeraldas”, que desde os meados do século XVI atraíra para os flancos do Espinhaço, um após outros, inacessíveis e constantes malogros, Bruzzo Spinosa, Sebastião Tourinho, Dias Adorno e Martins Carvalho, e desaparecendo ao norte o país encantado que idealizar que idealizar a imaginação romântica de Gabriel Soares, grande parte do século XVII é dominado pelas lendas sombrias dos caçadores de escravos, centralizados pela figura brutalmente heróica de Antônio Raposo. É que se haviam apagado quase que ao mesmo tempo as miragens da misteriosa ‘Sabarábuçu’ e as das ‘Minas de Prata’, eternamente inatingíveis; até que, renovadas pelas pesquisas indecisas de Pais Leme, que avivou, depois de um apagamento quase secular, as veredas de Glimmer; alentador pelas oitavas de ouro de Arzão pisando em 1693 as mesmas trilhas de Tourinho e Adorno; e ao cabo francamente ressurgindo logo depois com Bartolomeu Bueno, em Itaberaba, e Miguel Garcia, no Riberão do Carmo, as <entradas> sertanejas volvessem ao anelo primitivo e, irradiando do distrito de Ouro Preto, se espraiassem de novo, mais fortes, pelo país inteiro”.
“Ora, durante este perído em que, aparentemente, só se observavam, no litoral, a luta contra o batavo e no âmago dos planaltoso espantoso ondular das bandeiras, surgira na região que interfere om médio São Francisco um notável povoamento do qual os resultados somente depois apareceram”. (Euclides da Cunha. 2002: 67).
Euclides da Cunha fala de herói e bandido, ao mesmo tempo, no modo de ser psíquico imaginário-ideológico de um poder estético romântico épico do pathos e do pathos , do bem e do mal, do eros e tanatos - no território/virtual de uma língua fenilato/alquilato, de uma língua quimilato das Américas:
“Era José Artigas, o motim feito homem, o primeiro molde dos caudilhos, primeiro resultado dessa combinação híbrida e anacrônica de D. quixote, do Cid e de Hernani - a idealização doentia, a coragem esplendorosa e o banditismo romântico - indo perpetuar na América a ociosidade turbulenta, a monomania da glória e o anelo de combates que sacrificaram a Espanha do século XVII”. (Euclides da Cunha. v. 1. 1995: 125).
A imago do imperador em língua latina fenilatobarroco não se condensa em José Artigas e se desloca para os homens das bandeiras e entradas da colonização luso-brasileira?
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O texto técnico é efeito do poder estético realista realista. O texto romanesco do poder estético realista fantástico. No Brasil, este último foi gramaticalizado por José de Alencar. Alecar (Bandeira da Silveira. Julho/2025: caps 2 e 3) é o hegemonikon d’ars da aristocracia e Euclides o hegemonikon virtual, celestial, republiicano; não foi o hegemonikon fático da República territorial oligárquica militarizada de Floriano Peixoto. Pois, esta é uma forma de governo extrarrepublicana - que tem como símbolo em armas material, institucional o agir do exército federal em Canudos. Euclides combina o texto técnico e o texto do romanesco de um modo equilibrado estilisticamente no Romance RSI da estratificação étnica brasileira, que gerou o Bom Jesus:
“É natural que esas camadas profundas da nossa estratificação étnica se sublevaram numa anticlinal extraordinária - Antônio Conselheiro…”. (Euclides. 2002: 96).
Há um modo de ser psíquico insurrecional, revolucionário como efeito da causalidade racial mestiça?
Euclides:
“Da mesma forma que o geólogo interpretando a inclinação e a orientação dos estratos truncados de antigas formações esboça o perfil de uma montanha extinta, o historiador só pode avaliar a altitude daquele homem, que por si nada valeu, considerando a psicologia da sociedade que o criou. Isolado, ele se perde na turba dos nevróticos vulgares. Pode ser incluído numa modalidade qualquer de psicose progressiva”.
O modo de ser psíquico imaginário do Conselheiro é psicótico? Euclides conhecia Freud ou uma vulgar psicologia freudiana? De qualquer modo, ele é movido pelo poder d’ars do realismo realista da psicologia cosmopolita de sua época. Segue sobre o Bom Jesus:
“Mas posto em função do meio, assombra. É uma diátese, e é uma síntese. As fases singulares de sua existência não são, talvez, períodos sucessivos de uma mol´stia grave, mas são, com certeza, resumo abreviado dos aspectos predominantes de mal social gravíssimo. Por isto o infeliz destinado à solicitude dos médicos, veio, impelido por uma potência superior, bater de encontro a uma civilização, indo para a história como poderia ter ido para o hospício”. (Euclides. 2022: 86).
A civilização do ,hospício> é aquela do poder d’ars (poder estético em uma tela jurídica do Estado territorial) da psicologia psiquiátrica conhecida do leitor, por um modo de ser psíquico literário carioca, no Brasil no texto RSI machadiano “O Alienista”. Euclides não considera tal civilização como fenilatofenomico da tela da hegemonia/dominação de seu professor Benjamin Constant. Conselheiro para o gramático da história tropical sertaneja, quem foi?
Euclides:
‘Porque ele para o historiador não foi um desequilibrado. Apareceu como integração de caracteres diferenciais - vagos, indecisos, mal percebidos, quando dispersos na multidão, mas enérgicos e definidos, quando resumidos numa individualidade
A multidão sertaneja é a gramática-ideológica-retórica de um poder d’ars realista fantástico romântico brutalista (Souriau: 281) que produz, cultiva e recultiva - e reproduz o Bom Jesus como modo de ser psíquico barroco popular. O problema da elite extrarrepublicana é ser cosmopolita e não nacional-popular na interpretação da multidão popular brasileiro revolucionária/barroco tropicalista pós-lusitana.
Euclides:
“Todas as crenças ingênuas, do fetichismo bárbaro às aberrações católicas, todas as tendências impulsivas das raças inferiores, livremente exercidas na indisciplina da vida sertaneja, se condensaram no seu misticismo feroz e extravagante. Ele foi, simultaneamente, o elemento ativo e passivo da agitação de que surgiu. O temperamento mais impressionável apenas fê-lo absorver as crenças ambiente, a princípio numa quase passividade pela receptividade mórbida do espírito torturado de reveses, e elas refluir, depois, mais fortemente, sobre o próprio meio de onde haviam partido, partindo da sua consciência delirante”.
“É dificil traçar no fenômeno a linha divisória entre as tendências pessoais e as tendências coletivas: a vida resumida do homem é u capítulo instantâneo da vida de sua sociedade”. (Euclides. 2002: 96).
Há essa proposição de que no indivíduo-imperador a tela cerebral não está separada da tela d’ars da sociedade. Aqui, o processo civilizador europeu pode fazer pendant com o processo civilização/barbárie da economia política libidinal da língua fenilato tropical barroco, quanto ao furor como afecção dionisíaca (Lyotard. 1974: 18).
Elias:
“Tal como a conduta em geral, a maneira de ver as coisas e as pessoas também se torna mais neutra na esfera afetiva, com o processo civilizador. A <imagem do mundo> vai se tornando menos diretamente determinada pelos desejos e receios humanos, e se orientando para o que chamamos de ‘experiência ou para ‘o empírico’, para sequências dotadas de regularidade imanentes. Da mesma forma que hoje, em outro arranco nessa direção, o curso da história e da sociedade gradualmente emerge da névoa dos sentimentos e do envolvimento pessoais, do nevoeiro de anelos e receios coletivos, e começa a exibir um nexo relativamente autônomo de eventos o mesmo acontece com a natureza e - dentro de espaços menores - com os seres humanos [...] Mas isso é apenas um exemplo de como aquilo que chamamos de ‘orientação para a experiência [...] começa vagarosamente a desenvolver-se no ponto exato em que a estrutura da sociedade compele o indivíduo a controlar suas emoções passageiras e transformar ainda mais fortemente as energias da libido”. (Elias. v. 2: 228).
O processo civilizador feudal foi a antessala da criação do modo de ser psíquico imaginário-ideológico-retórico dos direitos republicanos da modernidade na causalidade da economia política libidinal do poder d’ars realista realista europeu.
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Michel Foucault desintegrou os gêneros da filosofia e das ciências do homem. O seu “História da sexualidade” não é um texto técnico historiográfico. Ao contrário, é a gramática-ideológica-retórica obra-de-arte da vida da antiguidade europeia. O “Vigiar e Punir” é um romance RSI foucaultiano? Ele deve ser lido com o livro de Norbert Elias supracitado. Na obra-de-arte literária “Vigiar e Punir”, o processo civilizador se encerra com ele mudando para a barbárie da modernidade. Esta é uma criação de um poder d’ars iluminista com um fundo barroco. Pode-se ler John Rawls sobre o iluminismo-barroco de Kant (Rawls. 2005: 121-122). Foucault costuma narrar o fundo negro da tela barroca da república francesa? Sobre a Revolução Francesa como iluminismo barroco o leitor pode ler Tocqueville. (Tocqueville; 1967). O ‘Vigiar e Punir” narra o processo civilizador produzindo uma elite burguesa ou classe dominante civilizada na modernidade francesa? Qual poder d’ars produz a realidade da alta modernidade francesa?
Foucault:
“A delinquência, ilegalidade dominada, é um agente para a ilegalidade dos grupos dominantes. A implantação das redes de prostituição no século XIX é característica a respeito: os controles de polícia e de saúde sobre as prostitutas, sua passagem regular pela prisão, a organização em grande escala de lupanares, a hierarquia cuidadosa que era mantida no meio da prostituição, seu enquadramento por deliquentes-indicadores, tudo isso permitia canalizar e recuperar, através, através de uma série de intermnediários, os enormes lucros sobre um prazer sexual que uma moralização cotidiana cada vez mais insistente votava a uma semiclandestinidade e tornava naturalmente dispendioso; na computação do preço do prazer, na constituição de lucro da sexualidade reprimida e na recuperação desse lucro, o meio deliquente era cúmplice de um puritanismo interessado: um agente fiscal ilícito sobre práticas ilegais”. (Foucault. 2014:274)
Leia-se esta página com o livro ‘Economia libidinal”, de Lyotard, porém, como desintegração do Estado territorial nacional pela economia política libidinal de um poder estético iluminista-barroco em uma superfície heteríoclita da meia-noite lunar:
“O tráfico de armas, os de álcool nos países de lei seca,ou mais recentemente os de droga, mostrariam da mesma maneira esse funcionamento da ‘delinquência útil’: a existência de uma proibição legal cria um em torno dela um campo de práticas ilegais, sobre o qual se chega a exercer controle e a tirar um lucro ilícito por meio de elementos ilegais, mas tornados manejáveis por sua organização em deliquência. esta é um instrumento para gerir e explorar as ilegalidades”. (Foucault. idem: 274).
A realidade obra-de-arte do capitalismo sem frase faz da economia política uma economia política libidinal da generalização das ilegalidades nas Américas com o Banco estadunidense como hegemonikon marron de uma tela fílmica que pode ser vista no celular. Nessa tela tudo é possível para a desintegração do romance RSI da civilização europeia milenar. O livro “Capitalismo criminoso” de Platt narra o Banco da economia política libidinal das ilegalidades; isso já é um passo à frente com Platt no romance RSI da atualidade das Américas.
Continua Foucault:
“É também um instrumento para a ilegalidade que o próprio exercício do poder trai a si. A utilização politica dos delinquentes - sob a forma de espias, denunciantes, provocadores - era fato sabido antes do século XIX. Mas depois da Revolução essa prática tomou dimensões completamente diversas: a infiltração nos partidos políticos e associações operárias, o recrutamento de homens de ação contra os grevistas e amotinados, a organização de uma subpolítica - que trabalha em relação direta com a polícia legal e suscetível, em último caso, de se tornar uma espécie de exército paralelo -, todo um funcionamento extralegal do poder foi em parte realizado pela massa de manobra constituída pelos delinquentes: polícia clandestina e exército de reserva do poder. Na França, parece que foi em torno da Revolução de 1848 e da tomada do poder de Luís Napoleão que essas práticas atingiram seu pleno florescimento. Pode-se dizer que a delinquência, solidificada por um sistema penal centrado sobre a prisão, representa um desvio de ilegalidades para os circuitos de lucro e de poder ilicitos da classe dominante”. (Foucault. Idem: 274-275).
O romance RSI do general intellect gramatical estético parisiense cesarista pode ser acompanhado em dois livros: Seigel de 1991 e Bourdieu de 1992.
Nas Américas, o romance RSI da realidade obra-de-arte bela e feia, simultaneamente, acaba por ser um poder estético cesarista realista fantástico capaz de criar a forma de governo <demopenitenciariocracia> cesarista, é claro, heteróclita extrarrepublicana.
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o romance RSI intervém e atravessa domínios de saber e de realidade objetiva. Na Europa, ha vários: “O Idiota” e “Os demônios” (Dostoiévski. 2005; 2004); O “Doutro Fausto” (Mann; 1984; 2011). Os escritos políticos de Fernando Pessoa (Bandeira da silveira; novembro/2024). O “Paris capitale du XIX Siècle (Benjamin; 1993. O Seminário 8 da transferência (Lacan; ). O Crítica da razão cínica (Sloterdijk; 1989. Há ainda “O pensamento selvagem” (Lévi-Strauss; 1976. Na América Latina, há a escola do realismo mágico. No Brasil, O romance RSI começa com José de Alencar, continua com: Machado de Assis, Populações Meridionais do Brasil (Vianna; 1987, “O tempo e o vento” (Veríssimo; 2013), “Grande Sertão: veredas (Rosa;1994),.., “Viva o Povo Brasileiro (Ribeiro; 1984, A “Constituição Federal (Edipro; 2022)... Sylvio Rabello escreveu o romance RSI “Euclides da Cunha”.
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Uma lista inefável desordenada no tempo e espaço de romance RSI: Marx. Le capital. Livre premier. Paris: Éditions Sociales, 1977; Platon; Oeuvres complètes. La République. Paris: Gallimard, 1950; Otto maria Carpeaux, O livro de ouro da história da Música. RJ: Ediouro, 2009; Sérgio Buarque de Holanda. Visão do paraíso. SP: Editora Nacional, 1985; Germain Bazin. O aleijadinho e a escultura barroca no Brasil. RJ; Record,1971; Santo Agostinho. A cidade de Deus. Parte 1. Petrópolis: Vozes, 2013; Lima Barreto.Triste Fim de Policarpo Quaresma. Obras Completas. SP: Brasilense, 1959; Joaquim Nabuco. O Abolicionismo. RJ: Nova Fronteira, 2000; Gilberto Freyre. Casa-Grande e Senzala. RJ: José Olympio, 1975; José Eduardo Agualusa. Barroco tropical. SP: Companhia das Letras, 2009; Aristoteles. Obras. Del Alma. Madrid: Aguilar, 1982; Dante Alighieri. A divina comédia. Inferno SP: Editora 34, 1988; Caio Prado JR. Evolução política do Brasil e outros estudos. SP: Brasiliense, 1975; Rousseau. Ouevres Compètes. Écrits sur L’Abbé de Saint-Pierre. Paris: Gallimard, 1964; Sade. Les cent vingt journées de Sodome ou l’école du libertinage. Oeuvres. Paris; Gallimard, 1990…
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Sylvio Rabelo fez o romance RSI do fluminense Euclides da Cunha:
“Sentia-se, como nunca, um desajustado. O seu livro era um equívoco. Um equívoco tão lamentável como Canudos, mesmo. E Euclides sem querer escutar mais as palavras do livreiro, fugiu para a rua, para a estação, em busca do trem que o levaria até Lorena.
[...]
“O editor comunicava que ‘Os Sertões’ tinha feito um grande sucesso. Em oito dias, a metade da edição se esgotara. Nunca na sua vida de livreiro vira acontecimento igual. E depois os jornais vinham com artigos e elogios. E maiores críticos já tinham emitido o seu juízo: livro de mestre. E quem era o mestre? Todos queriam saber quem era Euclides da Cunha que aparecia subitamente com um livro verdadeiramente excepcional. Sob a emoção daquela notícia, Euclides abriu a segunda carta. Também era do editor. Trazia informações de esmagar os mais impassíveis. O editor comunicava que se arrependera de ter editado o livro. Nenhum exemplar conseguira vender pelo preço estipulado: dez mil réis. Oferecera-o já aos <sebos> da Rua São José, a cinco mil réis, para salvar o prejuízo e nenhum deles aceitara. Euclides olhou para a data da carta, contrafeito. Era anterior à da primeira. Anos mais tarde, em sua casa à beira da praia, na Rua Nossa Senhora de Copacabana, confessaria a u amigo, que o escutava, que teria certamente morrido se tivesse lido essa carta em primeiro lugar”. (Rabelo: 169-170).
A civilização do livro, do jornal…existia no Rio, principalmente; o RIo era a capital do livro na época de Euclides. O livro era um símbolo como expressão de uma língua quimilato de emoções de afecções como: ambição, orgulho, derrota, sucesso. E poderia tem provocado um surto psicótico em Euclides com o editor como o agente da passiva desse fato no modo de ser psíquico psicótico do maior nome da literatura do republicanismo, entre nós.
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