REALIDADE OBJETIVA POLÍTICA
A imagem textual da realidade objetiva independente do sujeito é a pedra de toque do materialismo de Marx E Engeis - que a gramática física clássica corrobora na sua imagem matemática do macromundo. Na micromundo da física quantica a gramática fala de uma outra matéria do mundo. Para certos físicos, a realidade objetiva só existe a partir da observação da matéria quântica pelo gramático da física quântica. Ela é um efeito da relação entre gramático e gramática da realidade. A realidade quântica não existe fora da percepção do gramático. A prática política existe pela realidade objetiva da física clássica ou da matéria da grmática da biologia ou pela realidade da fisica quântica que diz que a realidade política só existe a partir da observação de um gramático da política?
Fisicos quânticos admitem que a realidade objetiva da matéria quântica existe independente do sujeito que a observa. Eis o materialismo de Marx e Engels confirmado pela física quântica. Este física é estruturada pelo poder realista realista do materialismo de Marx e Engels, por exemplo. A realidade de uma matéria que só existe na observação do observador- seja ele cientista ou artista - não é um efeito do poder estético realista realista. Ela é uma gramática do mundo como efeito de um poder estético realista mágico?
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A realidade da prática política foi pensada por Kantorowicz na Idade Média da existência das formas de governo na tela da mente simbólica europeia na qual o imperador aparece como ersatz de papa e representava Jesus o Grande Pai e também Cristo-Rei. O soberano é aquele da transição de uma forma para outra. A transição não é barroca; não há matéria política a partir da qual se inventa uma nova forma de governo:
“< Faire quelque chose à partir de rien, c’est instaurer un nouveau droit (<est ius novum condere>)>, c’est-à-dire légiférer”. (Kantorowicz. 1984: 49).
O poder pontifical é fazer qualquer coisa a partir do nada. o soberano tem sua imagem textual virtual no papa. O poder papal é o poder d’ars da transição de uma forma de governo para outra. Ele tem o poder de mudar a natureza das coisas da prática política. Ele emerge do real lacaniano onde em sua existência, ele é parte do significante do real onde não há a materialidade da tela da mente estética, não há gramática, nem ideologia ou retórica, não há ethos e pathos, bem e mal, normal e patológico, eros e tanatos. Ele é o modo de ser psíquico creatio ex nihilo. Ele é potência e ato em ato, de Plotino, plenitude potestatis ou plenitude do poder de estético como poder d’ars em junção com o direito justiniano. Este direito emerge do real, como caso de direito de prerrogativas exclusivamente reservadas ao papa:
“Il (le pape) fait qu’une chose qui est, ne soit pas et que ce qui n’est pas, soit> [...] du pape de faire qu’une chose réelle ne soit plus rien (<de aliquo facit nihil), ce qu’il explique par la prérogative de <mutare etiam naturam rei>” (Kantorowicz. idem: 43).
O papa é o artista plastico criador da gramática da forma de governo comparável a Deus ao poder de criar em sua alma o que ainda não foi concebido no espírito de outro homem. Isso é diametralmente oposto à imitação. o poder d’ars nominalista do soberano é um poder que nã im ita à natureza, ele não advém do direito natural profano. Ou pode ser um poder estético ficto, um poder d’ars do legislador artista, pois imita a natureza <ex officio>, passagem ao ato do real para a prática política simbólica. O direito natural pode ser uma imitação não da natureza em si, mas uma imitação da natureza da gramática da forma de governo:
“l’acte législatif cest un art d’imiter la nature, car il imite le droit naturel. L’art du législateur, cepeendant déterminé par le droit naturel général, doit inverter le <particulare> du droit positif (<Ius positivum…est per industriam hominum adinventum>) - c’est-à-dire l’application particulière du droit naturel général à un espace et pour un temps limités -, mais de telle sorte que le <particulare> reflète malgré tout le <generale> du droit de la nature. En d’autres termes, il fait à la fois plus et moins <qu’imiter la nature>, car il <invente>”. (Kantorowicz: Idem; 39).
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O RSI é a tela da hegemonia da prática política universal planetária:
“Em todo caso, é a partir de Joyce que abordarei esse quarto termo, uma vez que ele completa o nó do imaginário, do simbólico e do real. O problema todo reside nisto - como uma arte pode pretender de maneira divinatória substancializar o sinthoma em sua consistência, mas também em sua ex-sistência e em seu furo?” (Lacan. S. 23: 38).
A arte é o poder estético da tela da hegemonia jurídica que torna o sinthoma uma substância em sua consistência e em seu furo no RSI? À tela da hegemonia correspondem modos de ser psíquicos que a fazem funcionar na práxis individual e de massa analítica (Lacan. S. 8: 325): ideológico, cultural, mass media, científico. Marx viu o poder d’ars como forma ideológica distinta da ciência (Marx. 1974: 136). O poder d’ars pode ser uma forma ideológica do general intellect, do scientific power (Marx. 1978: 302). O poder estético pode ser a forma ideológica do general intellect gramatical (Eagleton; 1993). Ou ele pode ser a forma cultural das massas analíticas do general intellect gramatical. Na tela da hegemonia da prática política (Gramsci. 1977: 2341-2343), o RSI pode ser o Uno territorial da forma cultural das massas analíticas como general intellect gramatical que se estrutura e funciona pela plurivocidade de poder estético e de poder d’ars (Bandeira da Silveira; julho/2025). Aí nos encontramos no romance do RSI territorializado como tela da hegemonia da prática política em geral.
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Como furo e consistência sinthomáticos. o hegemonikon ou eu hegemônico (Elorduy. v. 2: 26) é o poder estético que organiza, estrutura, faz funcionar as narrativas com intriga celestial (Ricoeur: 24) da tela da hegemonia da prática política da comunicação (Walton; 1997).da realidade hierarquica plotiniana.
O’Meara
“seu mundo é uma ‘hierarquia’ ou uma ‘cadeia de ser’, sustentada por uma misteriosa causa transcendente, o Uno, após a qual há uma sucessão de níveis até o menor grau, a matéria”. (Gerson:87). O poder d’ars é o Uno como mais, menos, muito e pouco generalizável, esteticamente, na prática política do domínio do particular de uma formação social territorial geográfica ou territorial virtual mundial.
O’Meara:
“No entanto, parece que a ordem platônica de dependência coincide com uma ordem de perfeição: as Formas claramente têm um modo de existência em relação ao qual os objetos sensíveis são deficientes e imperfeitos e a Foema do Bem de <República>, de algum modo fonte das formas as supera ‘em dignidade e potência’.A perfeição nos termos em que as Formas são superiores aos objetos sensíveis é complexa, envolvendo não apenas independência, mas também imutabilidade, autoidentidade e integridade, que as torna ‘mais reais’, objetos privilegiados de conhecimento, lugar primeiro dos valores morais e estéticos”. (Gerson: 92-93).
A forma de governo é aquela do poder d’ars, mas também imutabilidade, autoidentidade, identidade e poder estético do Uno hegemonikon; ela é superior aos objetos sensíveis do aparecer das aparências de semblância da prática política da comunicação estética.
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