sábado, 29 de março de 2025

Plotino e Rosa - língua mensfenilato

 

PLOTINO - língua mensfenilato2 


José Paulo 


   A PRÁTICA POLÍTICA MUNDIAL DO UNO COMO BEM (Gerson: 66) contém três telas: a tela cerebral, a tela social e a TELAMENS. A TELAMENS é habitada por categorias gramaticais como identidade versus alteridade ou diferença, conjunção e disjunção. (Greimas.1970. v. 1: 47); tela mens de categorias formais interoceptivas tais como: seres versus coisas, objetos versus operações.  

O Dicionário de Latim e o Dicionário Analógico permitem ver na tela mens a tela cerebral e a tela social. Ela é a combinação dessas duas telas: lógica gramatical, retórica, ideológica, estética. A mens pode ser espírito, alma, pensamento, plano, programa, intenção, finalidade, produção de imagem, gramática de sentido e não sentido; psiquismo, cérebro, ideologia, fantasia, imaginação, logos, ficção, utopia, fantasma estoico (imaginação do objeto no ar), percepção, senso comum, pintar na imagem, figurativo, territorial e virtual, modo de expressão, conjuntura, ser e não-ser. A tela mens contém afecções: animus, ambição, amor e ódio, compensação e descompensação, simpatia e antipatia, ethos e pathos, bem e mal etc. 

Dois modelos históricos de tela mens são o romano e o cristão. O modelo romano combina o cosmopolitismo das estrelas com o territorial. O cristianismo faz da religião a linguagem cosmopolita como cânone mundial.   O não-ser é o impossível; em partes do mundo da tela, seres e coisas, objetos e operações não são produzidos pelo ser Uno ou Bem da tela mens. O não-ser não tem figurativo (retórica) e nem rosto (ideologia). (Gilson: 140). A tela mens dos países subdesenvolvidos faz a subsunção do ser ao não-ser da prática política mundial. Os efeitos são a transformação da classe dirigente em oligarquia política.Faz da  hegemonia dominação do direito do mais forte. A política torna-se uma prática sujeita à corrupção econômica. O Estado nacional territorial é feito refém do capital multinacional e do Banco. O não-ser não tem finalidade, para ele o futuro não aparece, como atractor,  no horizonte da história nacional e/ou mundial. O futuro é da ordem dos impossíveis freudianos: governar, educar, analisar (Lacan. S. 17: 217). O  não-ser é aquilo que não para de não funcionar na prática política territorial/virtual nacional e/ou mundial.     . . 

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O capitalismo das big techs criou a tela técnica, gramatical, retórica, ideológica IA (inteligência artificial). Então, qual  é a diferença do objeto descritivo dessa tela IA para a tela mensfenilato? para a clareza e simplicidade do problema dialético começo do início. A IA é desprovida de um fenilomenico elementar da tela mensfenilato: a afecção aristotélica:

“parece que todas as afecções da alma estão ligadas ao corpo: a ira, a educação, o medo, a piedade, a valentia, a alegria, assim como o amor e o ódio, já que quando estas afecções aparecem, também o corpo é afetado”. (Aristóteles. 1982:109). 

O poder dos impossíveis aparece como afecção, pois, a educação é uma afecção assim como governar. Governar é uma afecção da prática política mensfenilato. Portanto, não há governo na tela IA. O discurso do universitário é uma tela literária e/ou científica  educadora:

“um discurso do mestre pervertido - é o discurso universitário . Rhegelem-se diria eu”. (Lacan. S. 17: 211-212). 

 A tela IA não possui a afecção perversão como a educação universitária. Já o homem gramatical é uma tela que surge com a metafísica aristotélica:

“Assim, é uma propriedade do homem o ser capaz de aprender a gramática: porque, se A é um homem, é capaz de aprender gramática, e, se é capaz de aprender gramática, é um homem”. (Aristóteles. 1973: 14). 

A gramática é parte do educar e, assim, ela subsiste como afecção do homem. A tela IA opera com a gramática da língua. No entanto, a gramática não se torna uma afecção da IA. A gramática só se torna uma afecção no homem através da experiência do exercício da fenilingua entre homem, mulher e criança. Para a IA. o uso da gramática não é uma experiência vivida.     

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Há uma intertextualidade entre campo lacaniano e a semiótica de Greimas a partir da homologia que Lacan estabeleceu entre o discurso do analista e a gramática do linguista:

“Troca de discurso - isso mexe, isso os, isso nos, isso se atravessa, ninguém marca a batida. Canso de dizer que essa noção de discurso deve ser tomada como liame social, fundado na linguagem, e parece então não deixar de ter relação com o que na linguística se especifica como gramática, nada parecendo modificar-se com isto”. (Lacan. S. 20: 21). 

O discurso ou gramática subsiste como <fato> na tela mensfenilato da prática política geral. O que é o fato da lógica gramatical? a mais-valia é um fato gramatical:

“A mais-valia, portanto, é fruto dos meios de articulação que constituem o discurso do capitalista. É o efeito da lógica capitalista”. (Lacan. S. 16: 37). 

Lacan:

“Mais de uma coisa no mundo é passível de efeito do significante. Tudo o que está no mundo só se torna fato, propriamente, quando com ele se articula o significante. Nunca, jamais surgiu sujeito algum até que o fato seja dito. Temos que trabalhar entre essas duas fronteiras”. (Lacan. S. 16: 65). 

Para existir o fato da lógica gramatical, ele tem que ser dito na prática política da tela mensfenilato. Greimas analisou o discurso do direito como modelo de qualquer discurso gramatical:

“Na ordem do ser que caracteriza os enunciados qualificativos, o enunciado, considerado com o <dito> do <dizer> do legislador, identifica-se com o termo <existente>: só o que é explicitamente dito possui o estatuto do existente. Por outro lado, o mesmo tipo de equivalência estabelece-se entre o <não-dito> e o <não-existente:>: assim, por exemplo, criando (ou pensando criar) algo não conforme ao modelo legislativo, os redatores de um estatuto não ‘violam’ a lei, nem dizem algo de ‘falso’; o que não é a sociedade legal não é nada, não existe [...]. Existente verus não-existente, que na gramática jurídica, identifica-se com: dito versus  não-dito e funda a gramática jurídica enquanto <construção arbitrária e explícita>, sendo o explícito o critério, arbitrariamente escolhido, de sua existência” . (Greimas. Sem data: 78). 

O dito fato jurídico é um efeito da lógica gramatical da prática discursiva do aparelho de Estado na tela da língua mensfenilato::

“O discurso jurídico , como já dissemos, da convergência de seus dois componentes, a gramática e o dicionário, produz enunciados jurídicos (no sentido amplo do termo) que se definem ao mesmo tempo por sua forma canônica (resultado da aplicação das regras de construção gramatical - o que constitui sua <gramaticalidade> (G) - ), e por seu conteúdo conteúdo jurídico, considerado como pertencente ao universo semântico que a linguagem jurídica considera seu campo de exercício,  que constitui sua semanticidade (S). Serão, então, reconhecidos como jurídicos os enunciados que satisfazem a esses dois critérios de gramaticalidade e semanticidade <strito sensu>. Com efeito, esses dois critérios parecem suficientes para definir as duas práticas jurídicas de produção e verificação do direito: a prática legislativa e a prática jurisprudencial”. (Greimas. Sem data: 80).          

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Na Idade Média, os gramáticos fizeram da gramática o modelo de todo discurso gramática; ora, eles falam da gramática como efeito retórico da parte pelo todo que é a tela língua mensfenilato: 

“les <modistes> , théoriciens des <modi significandi>: Boéce de Dacie, (fl. v. 1260), Jean de Dacie (Fl. v. 1280), Martin de Dacie (+ 1304), Siger de Courtrait (v. 1280-1341) - sans oublier l’auteur de la <Grammaire> faussement attribuée par Heidegger à Duns Scot: Thomas d’Erfurt (fl, v. 1300). (Libera: 386). 

 A Tela Língua mensfenilato é o UNO? para os medievais, Deus é o Uno:

“Supremamente imutável, Deus decerto não desenvolveu no decorrer do tempo sua ação criadora. Exprimindo-se totalmente em seu Verbo, ele contém eternamente em si os modelos arquetípicos de todos os seres possíveis, suas formas inteligíveis, suas leis, seus pesos, suas medidas, seus números. Esses modelos eternos são as ideias, incriadas, e consubstanciais a Deus como a própria consubstancialidade do Verbo. Para criar o mundo, Deus só precisou dizê-lo: dizendo-o quis e fez. De um só golpe, sem nenhuma sucessão de tempo, fez ser a totalidade do que foi então, do que é hoje e do que será em seguida. O relato da obra dos seis dias deve ser entendido num sentido alegórico, pois Deus criou tudo de uma só vez e, se ainda conserva, não cria mais”. (Gilson: 151). 

A tela língua mensfenilato não foi criado em seis dias celestiais. Ela nasce já dado. 

Plotino fala do Uno:

“O Uno é todas as coisas e não é nenhuma delas”. (Plotino: 61):

“O Uno, então, é e não é o primeiro princípio de todas as coisas”. (Gerson:64). O Uno é lógica gramatical, retórica, ideológica paraconsistente. (Newton da Costa;2008). 

Plotino:

“Para que o Ser possa existir, o Uno não é Ser, mas sim o gerador do Ser”. (Plotino: 61). 

A tela língua mensfeniatol é a produção do ser da prática política mundial e nacional:

“O Uno transbordou e sua superabundância produziu algo diverso dele mesmo. O que foi produzido voltou-se de novo para a sua origem e, contemplando-a e sendo por ela preenchido, tornou-se a inteligência. O ato de ter-se detido e se voltado para  Uno deu origem ao Ser; o ato de ter contemplado o Uno deu origem à Inteligência. O ato de ter-se detido e se voltado para o Uno a fim de contemplá-lo tornou-o, simultaneamente, Ser e Inteligência. Desse modo, tornando-se semelhante ao Uno, por contemplá-lo, repetiu o ato do Uno e emitiu um grande poder”. 

“Esse segundo transbordamento, o da essência da Inteligência, é a Alma, que veio assim à existência, mas a Inteligência permaneceu inalterada. A Alma surgiu como uma ideia e um ato da inteligência imóvel - que também proveio de uma origem [ o Uno] que permaneceu imóvel e inalterada -, mas a operação da Alma não é imóvel, pois ela gera a sua própria imagem [ou hipóstase] pelo movimento: a contemplação do que lhe deu origem a preenche e, empreendendo um movimento no sentido contrário [descendente], ela gera a sua imagem [ou hipóstase]. Essa imagem da Alma são os sentidos e o principio vegetativos”. (Plotino: 62). 

A globalização liberal do capital multinacional e Banco procurou desintegrar a tela língua mensfenilato dos povos nacionais e nações desenvolvidos e subdesenvolvidos. O processo histórico do capital liberal do globalismo procurou destruir a Inteligência e a alma da lógica gramatical-retórica-ideologica. Parece que fracassou! mas, por outro lado, criou um estado de doença nas nações que é a causa da guerras e da emergência do novo fascismo e suas corruptelas.                  .   .                                                       

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O Uno é  qual unidade? um corpo que seja a unidade superior da tela língua mensfenilato: 

“O que então poderia realmente ser o Uno, se é verdade que privados do Uno que é seu predicado, tais seres deixam de sê-lo? Pois não há exército se ele não for uno, não há coro nem rebanho se não forem unos. Mas também não há casa ou navio, se não possuírem unidade. Se é verdade que a casa é una e que o navio é uno, se essa unidade lhes for tirada deixa de haver casa e navio. É evidente que as grandezas contínuas deixaram de existir se a unidade não estivesse presente nelas. Em todo o caso, se são divididas e perdem sua unidade, mudam de ser. (Plotino: 115).

A unidade da prática política é um problema mecânico? ou de solidariedade orgânica? ou ela é a unidade que provém da tela língua mensfenilato? A tela faz e desfaz a lógica gramatical, retórica, ideológica, estética que não é, portanto, condição de possibilidade do Uno da prática política nacional ou mundial. Por isso o Uno vem antes do ser da prática política. O modo de ser psíquico mensfenilato da prática política depende da unidade do ser. A quebra da unidade muda o modo de ser com a prática política mudando em sua forma de governo de democracia constitucional para tirania, por exemplo. A forma de governo é um fenilomenico da tela em pauta:

“E é evidente que o corpo das plantas e dos animais também, pois cada um deles é uno, se estes se afastam da unidade fragmentando-se em muitos pedaços, perdem a essência que possuíam deixando de ser o que eram e tornando-se outra coisa, e essa outra coisa também só é na medida em que tiver uma unidade. E só há saúde na medida em que o corpo está ordenado numa unidade. E só há beleza se a natureza do Uno domina as partes. E só há virtude da Alma se a alma se unifica com o Uno e consigo mesma”. (Plotino: 115-116). 

Gramsci fala do problema do Uno da gramática como metonímia da tela língua mensfenilato da prática política:

“Poder-se-ia esboçar um quadro da ‘gramática normativa’ que opera espontaneamente em toda a sociedade determinada na medida em que ela tende a unificar-se, seja como território, seja como cultura, na medida em que nela existe uma classe dirigente cuja função seja reconhecida e seguida”. (Gramsci. 1977. v. 3: 2343). 

O problema da unidade da prática política mensfenilato é um problema do fazer e desfazer da lógica gramatical, da retórica, da ideológica e da estética, pois, a prática política é invadida pela anarquia da mensfenilato em permanente agir em uma analogia com a anarquia da tela cerebral dos neurônios e neurotransmissores:

“O número das ‘gramáticas espontâneas’ ou ‘imanentes’ é incalculável; pode-se dizer, teoricamente, que cada pessoa tem sua própria gramática. Todavia, ao lado desta desintegração de fato, deve-se sublinhar os movimentos unificadores, de maior ou menor amplitude, seja como área territorial, seja como ‘volume linguístico’. As ‘gramáticas normativas’ escritas tendem a abarcar todo um território nacional e todo um ‘volume linguístico’, a fim de criar um conformismo linguístico nacional unitário que, outrossim, põe e repõe num plano mais elevado o ‘individualismo’ expressivo, já que cria um esqueleto mais robusto e homogêneo para o organismo linguístico nacional, do qual cada indivíduo é o reflexo e o intérprete. (Sistema Taylor e autodidatismo). (Gramsci. 1977. v. 3: 2343). 

Faço uma aplicação do platonismo de Gramsci. O regime democrático constitucional de 1988 começou a se fragmentar em poderes estatais que quebram, em sua dinâmica prática fática do Estado nacional como Uno. A corrupção da economia pública do mais-gozar ou mais-valia fiscal pelo legislativo, arrastando o governo para a anarquia gramatical, retórica, ideológica desfaz a unidade da prática política mensfenilato territorial. Tal crise na tela mensfenilato nacional é uma anarquia tirânica permanente na democracia constitucional- 1988.           

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O problema da saúde e doença plotiniano do corpo da prática política mensfenilato foi tratado por Nietzsche:

“<Gaia ciência>: a expressão significa as saturnais de um espírito que resistiu pacientemente a uma demorada coerção, - pacientemente, severamente, friamente, sem abdicação mas sem esperança, - e que se vê de repente assaltado pela esperança, pela esperança de sarar, pela <embriaguês> de sarar”. (Nietzsche. 1982: 21).

O problema da doença plotino/nietzschiano das nações foi gerado pelo liberalismo da globalização desencadeado pelos EUA e Europa. Com o colapso da prática política mundial liberal, o Estado mercantilista da sociedade capitalista ( Bandeira da Silveira;2021) surge como o sarar da doença liberal. Esse novo Uno aparece como colapso da ciência liberal do homem e do discurso do mestre universitário pervertido:

“E, aliás, se quisermos falar com exatidão, não devemos dizer que ele <é> ‘isso’ ou ‘aquilo’, pois tais definições não passam de nossas próprias percepções e estados que tentamos exprimir, nós que circulamos exteriormente ao seu redor, às vezes nos aproximando, às vezes nos afastando d’ele devido ao enigma no qual está envolvido”. (Plotino: 120).

A universidade ocidental detém a hegemonia na produção do campo e saberes da tela social. Com a passagem do liberalismo para o mercantilismo, ela não parou de não pensar a prática política mundial mensfenilato: 

“Mas no outro caso, mais corrente, quando são as misérias que filosofam, como em todos os pensadores doentes - e são eles que formam, talvez, uma maioria na história da filosofia - em que é que se transforma o próprio pensamento sob a coerção do poder da doença?”. (Nietzsche. 1982: 23). 

A doença da prática política da cultura ocidental liberal tem uma afecção, um mineral da tela mensfenilato descoberto por Nietzsche -  o orgulho besta:   

“Do mesmo modo nós próprios, supondo que adoecemos, abandonamo-nos, corpo e alma, à doença, fechamos os olhos a nós próprios. Mas, como o viajante que sabe que alguma coisa <vela> nele, conta as horas, e o acordará, também nós sabemos que o instante decisivo nos encontra de olhos abertos, que alguma coisa sairá do seu buraco e surpreende o espírito em < flagrante delito>; quero dizer, em via de fraquejar, de retroceder , de se render, de se endurecer, de engrossar, ou de sucumbi a qualquer outra doenças que se chocam, quando fica bem ao seu orgulho (porque continua ser verdadeiro o velho ditado; o espírito orgulhoso, o pavão, e o cavalo são os três animais mais orgulhosos da terra)”. Nietzsche. 1982:23).

A superfície profunda da tela língua mensfenilato fala a partir da antiguidade grega:  

“Ah! esses gregos, como eles sabiam viver! isso exige a resolução de nos mantermos corajosamente à superfície, de nos conservarmos agarrados à cobertura, à epiderme, a adorar a aparência e acreditar na forma, nos sons, nas palavras, em todo o Olimpo da aparência! Esses gregos eram superficiais …por profundidade! E não voltamos a eles, nós que partimos a espinha do espírito, que escalamos o cume mais elevado e mais perigoso do pensamento atual e que, daí, olhamos tudo à nossa volta , e que, daí, olhamos para baixo? não seremos nós, precisamente nisso…gregos? Adoradores da forma, dos sons, das palavras? Artistas, por consequência?”. (Nietzsche. 1982:27).     

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Há a identidade entre soberania e Estado (Mairet: 35) na época moderna pós-feudal. Mas qual Estado? O Estado mercantil do descobrimento da América? Com esse Estado, o problema dialético da soberania moderna não é posto ainda. Só com o Estado mercantilista barroco-territorial-nacional, soberania e Estado tornam-se sinônimos. A soberania é um novo Uno, a unidade da prática política mensfenilato do Estado mercantilista. Como se trata de um Uno, esse Estado adquire o estatuto científico de um problema plotiniano?

O Uno mercantilista não é conhecido cientificamente na época do barroco, mas é contemplado como obra-de-arte:

“Por isso, Platão diz que o Uno não pode ser nem objeto de discurso, nem objeto de escrita, e, se falamos e escrevemos a seu respeito é apenas para conduzir a ele, para encorajar a contemplação. Para aquele que deseja ver, indicamos o caminho. O nosso ensinamento só pode conduzir até o caminho e o caminhar. A contemplação tem de ser um ato próprio de quem a desejou”. (Plotino: 121).

 A afecção de desejo barroco escopofilia faz com que a soberania seja contemplada e amada na língua mensfenilato plotiniana barroca:

“Mas aquele que ainda não chegou a essa contemplação, cuja Alma ainda não tomou consciência do esplendor dessas alturas, que ainda não o experimentou em si mesmo com uma emoção semelhante à do amante ao repousar no amado [...] por estar muito carregado com pesos que o puxam para trás e o impedem de se elevar à contemplação; é por ainda não ser elevar despojadamente, mas por trazer consigo algo que o separa do Uno e o impede de recolher-se ao Uno”. (Plotino: 121).

A língua como potência e ato mensfenilato faz a ligação da plurivocidade de afecção da alma com a bioquímica da tela menscerebral, gerando a emoção fenilbarroca de contemplação do unidade da prática política mensfenilato.   

O que é a Alma plotiniana barroca?:

“embora não seja composta de partes, a Alma é múltipla, pois tem várias faculdades  - a razão, o desejo, a percepção - que são mantidas juntas como por um laço pela virtude do Uno [...]”. (Plotino: 117).

A Alma tem desejo e, por analogia, possui os minerais bioquímicos da língua mensfenilato:  

“5. Aqueles que acreditam que os seres são regidos pela sorte e pelo acaso, ou que são mantidos juntos por causas meramente corporais, esses se encontram distantes de Deus e da ideia do Uno”. (Plotino: 122). 

Os seres não são regidos somente por afecções que organizam os neurônios e neurotransmissores da tela menscerebral ou corpo. A unidade da tela cerebral se encontra sobredeterminada pela língua mensfenilato que é comparável a Deus como Uno. 

“Nosso discurso não se dirige a essas pessoas, mas àqueles que aceitam uma natureza diversa daquele corpo e que reconhecem a existência da Alma. Todavia, mesmo essas pessoas devem compreender bem o que foi dito a respeito da natureza da Alma (<psykhé>), particularmente ao fato de que ela provém da inteligência (<nous>), e que é devido aos princípios racionais (<logoi>) que provém da inteligência que ela possui a virtude”. (Plotino: 122). 

A Alma é o modo de ser psíquico (que habita a práxis individual) da língua mensfenilato, fazendo e desfazendo a lógica gramatical, a retórica, o campo das ideologias:

‘É necessário que haja algo antes [ou acima] da Inteligência (<Nous>), porque esta desejaria ser una, mas não é. Ela tem apenas a <forma da unidade>, pois em si mesma a Inteligência não conhece a dispersão: está essencialmente unida a si mesma e não se separa de si, pois vem logo depois do Uno e não ousa afastar-se do Uno. Pois bem, a realidade anterior ao que há de mais preciso entre os seres (a Inteligência) é essa maravilha que é o Uno, que não é um ser , do contrário, seria predicado atribuído a um sujeito diferente d’ele”.     

Pois bem! o Uno como língua mensfenilato plotiniana é <potência e ato em ato>. (Narbonne: 31). E por analogia que seja potência e ato em fenilato e mais ainda sobretudo, potência e ato em mensfenilato. A língua mensfenilato plotiniana evade-se do conhecimento, inclusive, da semiótica:

“Com efeito, nenhum nome pode ser atribuído adequadamente a ele; no entanto, como é preciso nomeá-lo, pode ser chamado de <Uno>, mas não no sentido em que esse termo tem quando é atribuído a qualquer outra coisa. Por isso, ele escapa ao nosso conhecimento. Deste modo, a maneira mais fácil de nos aproximarmos d’ele é por meio do Ser, que é engendrado por ele; e a Inteligência conduz ao Ser. A natureza do Uno é tal, que é a origem das melhores coisas; é uma potência que engendra os seres, mas permanece em si mesma, sem ser diminuída e sem estar ela mesma nos seres que engendrou, pois é anterior a eles”. (Plotino: 123). 

A língua mensfenilato plotiniana não se encontra nos seres que ela engendra, pois, é anterior a eles, anterior à tela cerebral e a comunidade de crianças, mulheres e homens. É um paradoxo? o que organiza e faz mover os neurotransmissores em direção aos neurônios é a língua mensfenilato, mas ela é anterior à tela cerebral, ela se 

encontra e não se encontra na tela fenilcerebral.               

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A relação da lógica gramatical de sentido do Bem com o Uno é como um sertão cheio de veredas:

“Um princípio (<archê) não tem necessidade das coisas que vêm depois dele. Portanto, o Princípio de todas as coisas não tem necessidade alguma de todas as coisas, pois o que está na necessidade está nela por desejar o Princípio. Então, se o Uno tivesse necessidade de algo, buscaria, é claro, deixar de ser Uno, de modo que teria necessidade daquilo que o destruiria. Porém, tudo o que está na necessidade, tem necessidade do bem-estar, e daquilo que o mantém. De modo que, para o Uno, não há bem, nem vontade de algo: Ele está além do Bem, e não é o Bem para si mesmo, mas para os outros, se algo for capaz de participar d’ele”. (Plotino: 126). 

A unidade da prática política mundial mensfenilato não tem necessidade da lógica da gramática, da retórica, da ideologia de sentido e não-sentido, de ethos e pathos, de Bem e Mal, e, ao mesmo tempo, faz e desfaz elas, assim como faz e desfaz Eros e tanatos, afecções e virtudes, guerras e revoluções, mudança da forma de governo…      

O que deseja o Uno? deseja a língua mensfenilato plotiniana como um Deus mortal como o Estado Deus mortal hobbesiano. (Hobbes:110). O que é desejar a própria desintegração da unidade da prática política mensfenilato? a prática política mensfenilato mundial não tem necessidade de algo exterior a ela como a prática política da formação social territorial tem do capital e do Estado territorial, nacional, mercantilista da soberania. Com o ocaso da época pós-moderna (Bandeira da Silveira; Janeiro/2024), abre-se as comportas de uma outra conjuntura mundial, isto é, a época da língua fenilato. (Bandeira da Silveira; 2025) ou mais amplamente, língua mensfenilato barroca.     

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A lógica gramatical freudiana trata das relações entre afecções e os modos de expressão delas na tela fenilmenscerebral:

“Embora Freud, em sua tentativa de interpretação do caso do Presidente Schreber, que é mal lida quando se reduz aos blábláblás que vieram depois, empregue a forma de uma dedução gramatical para expor as mudanças de orientação da relação com o outro na psicose, isto é, os diferentes meios de negar a proposição <eu o amo> donde se segue que esse juízo negativo estrutura-se em dois tempos - primeiro, a inversão do valor do verbo: <eu o odeio>, ou a inversão do gênero do agente ou do objeto: <não sou eu>, ou então <não é ele>, <é ela> (ou vice-versa); segundo, a permutação do sujeitos: <ele me odeia, é a ela que ele ama, é ela que me ama> -, os problemas lógicas formalmente implicados nessa dedução não retêm a atenção de ninguém”. (Lacan. 1966:541-542). 

Freud é anterior às descobertas e invenções da bioquímica fenilcerebral assim como Plotino, é claro. A leitura atual deles permite estabelecer a psicose na lógica gramatical, retórica e ideológica que são um poder de mover (Aristote. v. 2: 496) a tela mensfenilcerebral.

Plotino sobre o Uno:

“E para ele não há pensamento, para que não haja n’ele alteridade, nem movimento. De fato, se ele é anterior ao movimento e ao pensamento, no que ele poderia pensar? Em si mesmo? Será que antes de ter o pensamento, ele seria ignorante e teria necessidade do pensamento para conhecer a si mesmo? Ele, que se basta a si mesmo? Portanto, não é por não conhecer e não se pensar que haverá nele ignorância; pois só há ignorância quando há alteridade, quando uma coisa ignora: sendo Uno, estando consigo mesmo, não tem necessidade do conhecimento de si mesmo”. (Plotino: 126). 

A língua mensfenilato plotiniana não faz jogos de significantes da foraclusão da prática política da alta cultura. (Lacan. 1966: 551). A língua não é habitada pelas comunidades do psicótico, neurótico e perverso. Se não é o lugar do perverso verdadeiro, ela não é o teatro do mundo da prática política mensfenilmundial.  É o gramático da perversão verdadeiro que faz os jogos de significantes como teatro do mundo.      

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Guimarães Rosa começa o “Grande Sertão: Veredas” com um enigma da estática hegeliano:

“O enigma pertence, sobretudo, à arte da palavra, mas também pode achar lugar nas artes plásticas, na arquitetura, na jardinagem ou na pintura. Pelas origens históricas, pertence ao oriente e àquela época da transição do simbolismo confuso e vago para a sabedoria e a generalidade mais conscientes. Houve povos e épocas inteiras cujas as delícias foram praticar e cultivar este género”. (Hegel. 1993: 226).

O enigma é uma unidade gramatical/retórica/ideológica de sentido e não sentido da língua mensfenilato barroca:

“O enigma tem, pois, um sentido que é conhecido e nada há de misterioso na sua significação. Mas esta caracteriza-se, também, por ser composta com traços de caracteres e de propriedades que fazem parte do mundo exterior onde existem num estado disperso e que foram intencionalmente reunidos de maneira disparatada para impressionarem à primeira vista. Falta-lhes, por isso, unidade sintética subjetiva e a sua justaposição ou aproximação intencional é desprovida de sentido; por outro lado, exprime, porém, uma tendência para a unidade e, graças a isso, os traços aparentemente mais heterogêneos adquirem de novo um sentido e uma significação”. (Hegel. 1993: 226).                                                                                       

A gramática do narrador do Sertão não é aquela luso-brasileira do litoral de Machado de Assis:

“Para os Corinto e do Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah! que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucuia vem dos montões oeste. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá - fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as vazantes; culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. O <gerais> corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães…O Sertão está em toda a parte”. (Rosa: 11). 

A gramática é uma questão ideológica na hiperbólica retórica do narrador sertanejo. Porém, há o não-sentido territorial do <sertão está em toda a parte>. Então, é um outro sertão, um deserto virtual da lógica gramatical, retórica e ideológica do Litoral da capital, do Rio. O deserto virtual é a imagem textual retórica da língua mensfenilato barroca, da língua brasileira, enfim, do nosso Uno?  

Plotino:

“ E, no entanto, não se deve nem mesmo dizer que ele ‘está consigo mesmo’, a fim de salvaguardar sua Unidade. A propósito, d’ele é preciso suprimir o pensamento e as associações, o pensamento interno ou externo, pois ele não deve ser associado ao pensador, mas à essência da intelecção. Ora, a intelecção não pensa, mas é a causa do pensar para um outro, e a causa não é idêntica ao que é causado. Num grau ainda maior, a Causa de todas as coisas não é nenhum de seus efeitos”. (Plotino: 126). 

A <língua> do deserto não é a causa de todas as coisas pelos seus efeitos. O assassino não é um efeito da Causa da língua mensfenilato. Mas ele é protegido pela falta da língua como coerção, como aparelho de Estado penal. Não há nem aparelho de hegemonia como poder de coerção intelectual e moral. Assim, o sertão está em toda a parte é a imagem retórica e ideológica da lógica gramatical que a língua mensfenilato tece e neste noite e dia. A intelecção da língua é o ersatz da comunidade psíquica individual ou da multidão na pratica política da cultura cosmopolita-nacional/popular.        

‘                                                      10

O Sertão roseano tem aparelho de hegemonia molecular na praxis individual do narrador Riobaldo (Bandeira a Silveira. julho/2024:39,37). A rigor, o “Grande Sertão: Veredas” é o aparelho de hegemonia de Estado da língua brasileira. Ele é, portanto, uma lógica gramatical, retórica, ideológica do Bem da <língua brasileira> de Rosa. Sobre o Uno:

“Portanto, também não devemos dizer que ele é esse ‘bem’ que ele dá a todas as coisas, mas que ele é o Bem que está acima de todos os outros bens”. (Plotino: 126). 

O serviço de bens gerada pela língua mensfenilato roseana é potência e ato em mensfenilato. Ela põe uma alternativa à classe dirigente machadiana luso-brasileira do Brasil monárquico e da nossa falsa república> O Bem acima dos Bens é a língua mensfenilato como tela linguística plástica:

520. “‘Mesmo quando se concebe a frase como imagem de um estado de coisas possível e se diz que ela mostra a possibilidade do estado de coisas, então, no melhor dos casos, a frase pode fazer o que faz uma imagem pintada ou plástica, ou um filme; e ela, em todo caso, não pode colocar o que não se dá. Portanto, depende inteiramente de nossa gramática o que é (logicamente) dito possível e o que não é, - a saber, o que ela autoriza?”’. (Wittgenstein: 148). 

A classe machadiana luso-brasileira [representada como bloco estético/político] na ABL carioca sustentou uma república em crise permanente. A democracia-1988 é uma forma de governo machadiana luso-brasileira, ainda. A forma de governo da língua mensfenilato brasileira ainda não foi inventada fazendo pendant com o Bem real da bioquímica da tela fenilcerebral dos neurotransmissores e neurônios. Como Bem da tela mensfenilato, a classe dirigente roseana  põe e repõe o problema da autoprodução de uma forma de governo democrática do deserto de homens e ideias luso-brasileiro:

“As relações entre os intelectuais e o povo-nação , estudadas sob o aspecto da língua escrita pelos intelectuais e usada em suas relações, bem como sob o aspecto da função desempenhada pelos intelectuais italianos na Cosmópole medieval pelo fato de que o papado era sediado na Itália (o uso do latim como lingua douta é ligado ao cosmpolitismo católico)”.

“Latim literário e latim vulgar. Do latim vulgar, desenvolvem-se os dialetos neolatinos, mas não só na Itália, mas em toda a área européia romanizada; o latim literário se cristaliza no latim dos doutos, dos intelectuais, o chamado ‘latim médio’. [...] que não pode ser comparado absolutamente com uma língua falada, nacional, historicamente viva, ainda que não possa tampouco ser confundido com um jargão ou com uma língua artificial como o esperanto. De qualquer modo, exige uma fratura entre o povo e os intelectuais”. (Gramsci. 2000. v. 2: 80)   

A forma de governo roseana teria uma unidade da prática política mensfenilato cosmopolita/nacional/popular como no filme de Glauber Rocha e os cineastas do <cinema novo>?

                                                 11

A forma de governo mensfenilato tem como cânone o cesarismo na formação territorial. A virtualidade da língua mensfenilato desce à terra em uma plurivocidade de forma de governo. Gilberto Freyre fala da forma de governo de uma língua luso-cesarista colonial/militarizada - do discurso do maître político/militar pervertido:

“Nesse período é que sobre o filho da família escravocrata no Brasil agiam influências sociais - a sua condição de senhor de escravos e animais dóceis - induzindo-os à bestialidde e ao sadismo [...]. Transformava-se o sadismo do menino e do adolescente no gosto de mandar, dar surra, de mandar arrancar dente de negro ladrão de cana, de mandar brigar na sua presença capoeiras, galos e canários - tantas vezes manifestado pelo senhor de engenho quando homem feito; no gosto de mando violento ou perverso que explodia nele ou no filho bacharel quando no exercício de posição elevada, política ou de administração pública; ou no simples e puro gosto de mando, característico de todo brasileiro nascido ou criado em casa-grande de engenho. Gosto que tanto se encontra, refinado num senso grave de autoridade e de dever, num Dom Vital, como abrutalhado em rude autoritarismo num Floriano Peixoto!”. (Freyre: 51).     

O cesarismo/colonial/mlitarizado/de engenho/brutalista de um Marechal Floriano é um modo de ser psíquico de uma práxis individual da língua luso da prática política colonial falada no Brasil pelo dominante ou elites como lógica gramatical, retórica e campo de ideologias nacionais e regionais:

A natureza da forma de governo cesarista é uma doença social da Alma da língua portuguesa colonial e republicana. Recorro a Plotino:

“Assim como em nossos afazeres não podemos pensar num objeto enquanto estamos pensando em outro e ao mesmo tempo nos ocuparmos com um terceiro, pois temos de manter uma única coisa na mente para que seja verdadeiramente objeto de nossa observação, o mesmo ocorre nesse caso: quando se tem na Alma a presença do Uno”. (Plotino: 127).

A presença na Alma florianista no Uno cesarista colonial foi um fenilomenico do romancista carioca Lima Barreto, que fala do major Policarpo Quaresma:

“O seu sentimento por aquele ídolo político era forte, e desinteressado. Tinha-o na conta de enérgico, de fino e supervidente, tenaz e conhecedor das necessidades do país, manhoso talvez um pouco, uma espécie de Luís XI forrado de um Bismarck. Entretanto, não era assim. Com uma ausência total de qualidades intelectuais, havia no caráter do Marechal Floriano uma qualidade predominante: tibieza de ânimo; e no seu temperamento, muita preguiça. Não a preguiça comum, essa preguiça de nós todos; era uma preguiça mórbida, como que uma pobreza de irrigação nervosa, provinda de uma insuficiente quantidade de fluído no seu organismo. Pelos lugares que passou, tornou-se notável pela indolência e desamor às obrigações dos seus cargos”. (Lima Barreto: 209).  

Lima estabelece a relação entre a afecção preguiça e a irrigação da tela cerebral pelos neurotransmissores?

Narrador:

“Quando diretor do arsenal de Pernambuco, nem energia tinha para assinar o expediente respectivo; e durante o tempo em que foi ministro da Guerra, passava meses e meses sem ir lá, deixando tudo por assinar, pelo que ‘legou’ ao seu substituto um trabalho avultadíssimo”. (Lima Barreto: 209).

A assinatura do presidente da república é um fato da necessidade para o funcionamento da burocracia barroca dos direitos estatais da língua portuguesa cesarista do Uno/soberano  nacional/territorial. A preguiça de todos nós no homem de Estado é uma doença da tela da pratica política mensfenilato:

“Essa doentia preguiça, fazia-o andar de chinelos e deu-lhe aquele aspecto de calma superior, calma de grande homem de Estado ou de guerreiro extraordinário”. (Lima Barreto: 210). 

Lima evoca as aparências de semblância (Arendt: 31) do grande homem de Estado, mas, com efeito, ele era um doente de preguiça, um preguiçoso patológico social:

“Demais, ninguém pode admitir um homem forte, um César, um Napoleão, que permita aos subalternos aquelas intimidades deprimentes e tenha com eles as condescendências que ele tinha, consentindo que o seu nome servisse de lábaro para uma vasta série de crimes de toda a espécie”. (Lima Barreto: 210). 

O cesarismo florianista é uma escola militarizada de crimes políticos que se atualizaram em quarteladas, golpes de Estado e ditaduras republicanas.            

                                                                12

No texto “O espelho”, Rosa fala da língua mensfenilato como reflexo da realidade dos fatos e artefatos da prática política em geral:

“Fixemo-nos no concreto. O espelho, são muitos, captando-lhe as feições; todos refletem-lhe o rosto, e o senhor crê-se com aspecto próprio e praticamente inundado, do qual lhe dão imagem fiel”. (Rosa. v. 2: 437). 
O narrador começa pelo imaginário, pela produção da imagem especular do sujeito, do gramático, do artista:

“Mas - que espelho? Há-os ‘bons’ e ‘maus’, os que favorecem e o que detraem; e os que são apenas honestos, pois não. E onde situar o nível e ponto dessa honestidade ou fidedignidade? Como é que o senhor, eu, os restantes próximos, somos, no visível?”. (idem: 437). 

O espelho é o modo de ser psíquico da lógica gramatical, da retórica, da ideologia na superfície visível em um contraponto à superfície reprofunda do invisível?:

“O senhor dirá: as fotografias o comprovam. Respondo: que, além de prevaleceram para as lentes das máquinas objeções análogas, seus resultados apoiam antes que desmente a minha tese, tanto revelam superporem-se aos dados iconográficos os índices do mistério. Ainda que tirados de imediato um após outro, os retratos sempre serão entre si <muito> diferentes. Se nunca atentou nisso, é porque vivemos, de modo incorrigível, distraídos das coisas mais importantes. E as máscaras, moldadas nos rostos? valem, grosso modo, para o falquejo das formas, não para o explodir da expressão , o dinamismo, fisionômico. Não se esqueça, é de fenômenos sutis que estamos tratando”. (Rosa. v. 2: 437). 

Os <fenômenos sutis> são fenilomenicos na tela da prática política em geral. Richard Rorty fala do mental como espelho da natureza? 

Rorty:

“Nesse ponto podemos ficar tentados a recorrer a Kant e explicar que o mental é temporal mas não espacial, enquanto que o imaterial - o mistério além dos limites do sentido - não é espacial nem temporal. Isso parece dar-nos uma bela e clara distinção tripartida: o físico é espácio-temporal; o psicológico é não-espacial, mas temporal; o metafísico não é espacial nem temporal”. (Rorty: 34). 

O espelho roseano é físico ou psicológico ou metafísico? é mental no sentido da psicologia ou imaterial?

Rosa:

Se quer seguir-me, narro-lhe; não uma aventura, mas experiência, a que me induziram, alternadamente, séries de raciocínios e intuições. Tomou--me tempo, desânimos, esforços. Dela me prezo, sem vangloriar-me. Surpreendo-me, porém, um tanto à-parte de todos, penetrando conhecimento que os outros ainda ignoram.  Senhor, por exemplo, que sabe e estuda, suponho nem tenha ideia do que seja na verdade - um espelho? Demais, decerto, das noções da física, com que se familiarizou, as leis da óptica. Inclusive, os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Q uando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo”. (Rosa. v. 2: 437).                

Não acontecer dos fatos e artefatos requer que o acontecer seja o grau zero da linguagem artificial como a física. Não ver o que acontece na superfície do reprofundo do invisível é um verdadeiro milagre para o homem comum, pois, o artista e o gramático barroco são capazes de ver o imaterial se ele fôr  superfície virtual da prática política mensfenilato.     

                                                      13

“Rimo-nos, nas barracas de diversões, daqueles caricatos espelhos, que nos reduzem a monstrengos, esticados e globosos. Mas, se só usamos os planos - e nas curvas de um bule tem-se sofrível espelho convexo, e numa colher brunida um côncavo razoável - deve-se a que primeiro a humanidade mirou-se nas superfícies de água quieta, lagoas, lameiros, fontes, delas aprendendo a fazer tais utensílios de metal ou cristal. Tirésias, contudo, já havia predito ao belo Narciso que ele viveria apenas enquanto a si mesmo não se visse…Sim, são para ter medo, os espelhos”. (Rosa. v. 2: 438). 

Há uma retórica da imagem dos espelhos? 

A imagem monstruosa das barracas de diversões de caricatos espelhos define a retórica da superfície heteróclita da meia-noite da língua da prática política mensfenilato. 

Eco:

“Entendemos por espelho convexo uma superfície que fornece imagens virtuais corretas, invertidas, reduzidas. Entendemos por espelho côncavo uma superfície que; a) quando o objeto está entre o foco e  espectador, fornece imagens virtuais retas, invertidas, ampliadas”. (Eco: 14). 

A superfície convexa é a retórica da hipossemia de redução da imagem textual virtual na prática política mensfenilato. A redução tem a função lógica retórica de suavizar na tela virtual técnica o monstro político que faz parte dos aparelhos de poder estatais, por exemplo. O heteróclito, assim, é legitimado na prática política mensfenilato. 

A superfície côncava amplia a imagem do político na tela virtual técnica. É a retórica da glorificação dos atos políticos e imagens pessoas de estadistas ou guerreiros políticos que introduzem, na política, a dialética amigo versus inimigo - como faz o <novo fascismo> de Donald Trump e Bolsonaro:

“A distinção especificamente política a que podem reportar-se as ações e os motivos políticos é a discriminação entre <amigo> e <inimigo>”. (Schmitt:51). 

O novo fascismo de Trump parte dessa retórica côncava para auto fabricar um novo modelo de relações internacionais como soberania (bilateralismo) e não como multilateralismo dos blocos econômicos. O multilateralismo vai se transformando, hiperbolicamente, em uma retórica do velho monstro do passado que não quer morrer na época do mercantilismo capitalista asiático. Caminhamos para o hiperbólico caricato do multiculturalismo na tela virtual dos EUA. A língua mensfenilato da prática política mundial restaura o princípio da soberania que a globalização liberal procurou desintegrar - e fracassou. A passagem da retórica do convexo para o côncavo significa a prática política perder-o-pé no reprofundo do mundo heteróclito que invade o mundo legal, legítimo da tela política mensfenilato.    

                                                         14

<Quem  o monstro>? dessa interrogação do texto “O espelho” é possível ver a diferença entre o discurso do maître (Lacan. S. 17; 31) e o <discurso do escravo> de GIlberto Freyre:

“Temi-os, desde menino, por instintiva suspeita. Também os animais negam-se a encará-los, salvo as críveis exceções. Sou do interior, o senhor também; na nossa terra , diz-se que nunca se deve olhar em espelho às horas mortas da noite, estando-se sozinho. Porque, neles, às vezes, em lugar de nossa imagem, assombra-nos alguma outra medonha visão. Sou, porém, positivo, um racional, piso no chão a pés e patas. Satisfazer-me com fantásticas não-explicações? - jamais  que amendrontadora visão seria então aquela? Quem o monstro? (Rosa. v. 2: 438). 

Transpondo do espelho roseano para o discurso do maître temos a frase <dá-me>. Tal imagem textual é aquela do senhor que dá uma ordem gramatical pontiaguda, dura, inflexível como demanda do imperativo categórico para o outro que se encontra na posição do escravo do perinde ac cadaver jesuítico. O <me dá> é um efeito do discurso do escravo na língua luso falada no Brasil colonial e monárquico do capitalismo escravista colonial. O me dá é uma demanda para o outro - que é o senhor patriarcal - como súplica. Se encontram nessa posição do escravo a mulher senhorial, os filhos senhoriais, os agregados…        

O homem gramatical é racional, seja maître, seja escravo, porém, a lógica gramatical do primeiro é aquela que faz pendant com a retórica e o campo das ideologias do dominante.  Como homem gramatical, o escravo perinde ac cadaver estabelece a lógica gramatical-retórica e campo de ideologias do dominado. São duas telas mensfenilato. Elas lutam pela hegemonia na prática política mensfenilato para fixar “Quem o monstro?”, isto é, o dominante ou o dominado.             

                                                       15

O agente da passiva Rosa faz o narrador do mundo rural falar em afecções (medo…) como expressão supersticiosa do modo de ser psíquico da práxis individual na prática política da cultura mensfenilato:

“Sendo talvez o medo a revivescência de impressões atávicas? O espelho inspirava receio supersticioso aos primitivos , aqueles povos com a ideia de que o reflexo de uma pessoa fosse a alma  “. 

 (Rosa. v. 2: 438);. 

Ora, a alma existe a partir de um dispositivo discursivo metafísico ou filosófico ou religioso. A alma não existe para o homem primitivo:

“A alma do espelho - anote-a - esplêndida metáfora. Outros, aliás, identificam a alma com a sombra do corpo; e não lhe terá escapado a polarização : luz - trevas”. (Rosa. v. 2: 438). 

Sombra do corpo é um espírito de luz? o corpo é as trevas, a matéria corrupta da meia-noite da superfície reprofunda heteróclita da prática política mensfenilato, tratada no livro “Grande Sertão: Veredas”. (Bandeira da Silveira. Julho/ 2024). O claro/escuro é uma tática estética da tela plástica do Renascimento - que  a época do barroco transformou em um fenilato da tela lógica gramatical, retórica, campo de ideologias de gosto barroco.     

                                                   16

Há o jogo de espelhos no banheiro de edifício público:

“Foi num lavatório de edifício público, por acaso. Eu era moço, comigo contente, vaidoso. Descuidado, avistei…Explico-lhe: dos espelhos - um de parede, o outro de porta lateral, aberta em ângulo propício - faziam jogo. E o que enxerguei, por instante, foi uma figura, perfil humano, desagradável ao derradeiro grau, repulsivo senão hediondo. Deu-me náusea, aquele homem, causava-me ódio e susto, eriçamento, espavor. E era - logo descobri …era eu mesmo! O senhor acha que eu algum dia ia esquecer essa revelação?”. (Rosa. v. 2: 439).

O jogo de espelhos - o que é? Jogos de imagem especular de sentido e não-sentido [no campo das mensfenilato ideologias] que revela para o narrador o quê? Quem o monstro? Sou eu o monstro! 

Gramsci:

“Mas a pesquisa é interessante, sobretudo, no que diz respeito às massas populares, que mais dificilmente mudam de concepção e que, em todo caso, jamais a mudam aceitando a nova concepção  em sua forma ‘pura’ , por assim dizer, mas - apenas e sempre - com combinação mais ou menos heteróclita e bizarra”. (Gramsci: .2015: 108). 

O heteróclito e bizarro aparecem como um modo de ser psíquico de expressão no jogo de espelhos públicos das relações das afecções em estado puro com os <minerais raros> bioquímicos da tela fenilatocerebral. As afecções são fenilomenicos do campo heteróclito que pode ser bizarro. Elas, porém. podem ser agradável e/ou desagradavel, causar prazer e desprazer, ao mesmo tempo na tela mensfenilato <massas populares>? Elas são ethos e pathos, bem e mal, ordem fenilato-ideológica e anarquia na prática política mensfenilato? 


Aristóteles: 

“Algumas coisas são agradáveis por natureza, e destas umas são a primeira ilusão irrestritamente agradáveis, enquanto outras o são em relação a determinadas classes de animais ou de pessoas; por outro lado, outras não são naturalmente agradáveis, mas algumas destas se tornam agradáveis por causa de aberrações, outras por causa de hábitos e outras ainda por causa de taras”.

“Sendo assim, é possível descobrir em relação a cada uma das espécies da segunda classificação disposições de caráter similares às identificações a respeito do primeiro caso; refiro-me às disposições bestiais, como no caso da mulher que, segundo relatos, abria o ventre das mulheres grávidas e devorava os fetos, ou das coisas com que, de acordo com certas narrativas, algumas das tribos selvagens do litoral do mar Norte costumavam deleitar-se - com alimentos crus ou carne humana, ou com a troca de crianças entre as tribos para serem seviciadas em suas festas - ou como na história que se conta de Fálaris”. (Aristóteles. 1992: 137). 

O Touro de bronze foi uma máquina de tortura inventada pelo tirano Fálaris seciliano, no século VI a. C. por seu artista Perilo Atenas. O engenho maligno tinha o objetivo de fazer a vítima parar de respirar, aos poucos. Redução do oxigênio no corpo. O jogo de especular ideológico das afecções aparece como sendo feito por uma máquina fenilato-ideológica/retórica da hipoxemia convexa.             

                                                          17

Neurótico, psicótico, perverso só existem como ilusão referencial no território da prática política mensfenilato do discurso freudo/lacaniano do perquiridor imparcial, científico. O agente da passiva Rosa fala da ilusão referencial territorial:

“Desde aí, comecei a procurar-me ao eu por detrás de mim - à tona dos espelhos, em sua lisa, funda lâmina, em seu lume frio. isso, que se saiba, antes ninguém tentara. Quem se olha em espelho o faz partindo de preconceito afetivo, de um mais ou menos falaz pressuposto: ninguém se acha na verdade feio: quando muito, em certos momentos, desgostamos-nos por provisoriamente discrepantes de um ideal estético certo já aceito”. (Rosa. v. 2: 439). 

Belo e feio são fenilomenicos ideológico/retóricos já pressuposto na tela mensfenilato do indivíduo ou da multidão:

“Sou claro? O que se busca, então, é verificar acertar, trabalhar um <modelo> subjetivo, preexistente; enfim, ampliar o ilusório, mediante, sucessivas novas capas de ilusão,. Eu, porém, era um perquiridor imparcial, neutro absolutamente. O caçador de meu próprio aspecto formal, movido por curiosidade , quando não impessoal, desinteressado, para não dizer o urgir científico. Levei meses”. (Rosa. v. 2: 439).  

O que o indivíduo ou a multidão procuram é a mensfenillato/ideologia como espelho côncavo, como hiperbólico, isto é, como glorificação de suas imagens textuais na prática política mensfenilato da cultura, na qual filosofia ou ideologia e política se encontram juntas:

“É por isso, portanto, que não se pode separar a filosofia da política; ao contrário, pode-se demonstrar que a escolha e a crítica de uma concepção [política] de mundo são, também elas fatos políticos”> (Gramsci. 2015: 97).  

                                                            18

A ilusão referencial do senhor branco perverso do capitalismo escravista colonial se encontra no “Casa-Grande e Senzala” como efeito do discurso do escravo de Gilberto Freyre capaz de pintar o senhor patriarcal como um monstro familial do dominante. Sérgio Buarque de Holanda também fala do senhor patriarcal do latifúndio escravista como um ser heteróclito. (Holanda: 105). 

No texto “Campo Geral’, Rosa cria a ilusão de referencial territorial do homem simples branco rural com uma família patriarcal nacional-popular. O filho Miguilim fala da perversão do Pai:

“- Eu acho, Pai não quer que Mãe converse nunca com o tio Terez… Mãe está soluçando em pranto, demais da conta”. 

“Miguilim entendeu tudo tão depressa, que custou para entender. Arregalava um sofrimento. O Dito se assustou: - ‘Vamos na beira do rego, ver os patinhos nadando… - acrescentava. Queria arrastar MIguilim.”

“ - Não, não…Não pode bater em Mamãe, não pode…”

“Miguilim brotou em choros. Chorava alto. De repente, rompeu para a casa. Dito não o conseguiu segurar.”

Diante do pai, que se irava feito um fero, Miguilim não pode falar nada. {...}. Com ela se abraçou. Mas dali já o arrancava o pai, batendo nele, bramando. Miguilim nem gritava, só procurava proteger a cara e as orelhas; o pai tirava o cinto e com ele golpeava-lhe as pernas, que ardiam, doíam como queimaduras quantas, Miguilim sapateando. Quando pôde respirar, estava posto no tamborete, de castigo. E tremia inteirinho, o corpo. O pai pegara o chapéu e saíra”.

“A mãe, no quarto, chorava mais forte, ela adoecia assim nessas ocasiões, pedia todo consolo. Ninguém tinha querido defender Miguilim …”. (Rosa. v. 1: 470)       

O brutalismo da família rural simple branca é uma concepção política de mundo como ersatz da concepção senhorial patriarcal: 

“ [...] Quem ficava mais vezes de castigo era ele, Miguilim; mas quem apanhava mais era a Chica. A Chica tinha malgênio - todos diziam. Ela aprontava birra, encapelava no chão, capeteava; mordia as pessoas, não tinha respeito nem do pai. Mas o pai não devia de dizer que um dia punha ele Miguilim de castigo pior , amarrado em árvore, na beirada do mato. Fizessem isso, ele morria de estrangulação do medo? Do mato de cima do morro, vinha a onça. Como o pai podia imaginar judiação, querer amarrar um menino no escuro do mato?”. (Rosa. v. 1: 471). 

Essa tradição brutalista patriarcal do homem simples parou de subsistir no Brasil de 2025? o brutalista rural é o ensaio do assassino em geral como modo de ser psíquico familial do feminicídio que persiste no Brasil de hoje.

                                                            17

  

GRANDE SERTÃO: VEREDAS

O debate sobre o GÊNERO RETÓRICO do livro de Rosa não é do conhecimento dos professores de literatura dentro e fora do Brasil . Não se sabe que o TEXTO de Rosa é a nova retórica da modernidade do indivíduo brasileiro, retórica que subsume a retórica monárquica e/ou republicana.

Não se trata de um MONÓLOGO, E SIM DE UM DIÁLOGO DIALÉTICO COM UM INTERLOCUTOR em silêncio para o leitor, mas não para o narrador Riobaldo, heroi do texto retórico iluminista/barroco - de Rosa.

Aquele que escuta o narrador condensa um auditório particular não do homem comum, mas do homem letrado, do intelectual que representa a lógica gramatical e ideológica [e a estética] da prática política da cultura brasileira da velha retórica em contraposição à nova classe dirigente da democracia de 1964 ou da democracia de 1988.  O diálogo é heurístico ou erístico? é a busca da verdade ou um duelo de debate mortal, agônico, entre narrador e ouvinte, esse em silêncio para o leitor?

O Texto de Rosa se desenvolve a partir de uma lógica da razão linguística cosmopolita/nacional-popular. Assim, ele é um cânone da nova retórica da tela da língua mensfenilato mundial/territorial - como forma de governo. O texto de Rosa foi gramaticalizado pelo homem das massas gramaticais dentro e fora do Brasil. O TEXTO roseano desenvolve uma plurivocidade de forma de governo da prática política da língua mensfenilato. O texto é potência e ato em menisfenilato...




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