Comunidade da Física Freudiana
JOSÉ PAULO BANDEIRA DA SILVEIRA
https://www.facebook.com/groups/1584226025164258/
.
Comunidade da física freudiana significa um campo de pensamento pacífico para o funcionamento do discurso do físico. O campo freudiano foi o ponto de partida para a fabricação da física freudiana da história. Esta é um contracampo de pensamento na linha de força do pensamento eclético de Cícero, ST* Agostinho, Marx, Weber e Freud, Habermas. Trata-se de um contracampo científico transdisciplinar. O discurso do físico trabalha com o contraconceito de episteme política e ele se constitui a partir de uma contraepisteme que sustenta o discurso do físico articulado ao inconsciente político mestiço. A física é um artefato contratotalitário.
FOUCAULT/BAUDRILLARD
Um texto de Foucault de 1981
(Lacan, le “libérateur” de la psychanalyse) fala da psicanálise não como um
processo de normalização de comportamentos e sim como uma teoria do sujeito. O
sujeito como uma coisa complexa, frágil, do qual é tão difícil falar e sem o
qual nós não podemos falar. O progresso da teoria do sujeito lacaniana ocorre
em relação ao sujeito radicalmente livre da filosofia e do sujeito determinada
por condições sociais. Em 1981. Já existia a episteme política e claro a teoria
dos 5 discursos. E o centro estratégico deste Lacan tardio é iluminar ao máximo
e cada vez mais a lógica do significante. A teoria do significante não subsume
a teoria do sujeito? Nela, encontra-se a física lacaniana! Lacan não conseguiu ser o “libérateur” do
freudismo?
O livro Da Sedução de Baudrillard
é um texto pós-moderno que simboliza uma ruptura com a episteme política
freudiana. Esta é articulada a partir da axiomática sexual e de uma mitologia
sexual. Nesta episteme, a sexualidade é essa estrutura forte, discriminante,
centrada no falo (phallus), a castração, o nome do pai, o recalque: mitologia
conceitual freudiana O recalque apresenta-se na narrativa da miséria sexual das
mulheres, excluindo-se qualquer outro modo de poder e de soberania. Sexo, poder
e soberania articulados remetem para o contraconceito de cultura política. A
episteme phalocrática é um artefato simbólico da cultura política totalitária
freudiana. Baudrillard não poderia ser mais claro sobre isso, ou sobre o isso! Baudrillard
pensou a pós-modernidade como o grau zero da estrutura sexualis, onde já não
existe masculino ou feminino. O freudismo seria sustentado pelo axioma de que
não existe outra estrutura além da sexualidade, o que o torna
constitucionalmente incapaz de falar e outra coisa. A anatomia é o destino,
dizia Freud. A episteme política pós-modernista se constituiria “no avesso de
qualquer pretensa profundidade do real, de qualquer psicologia, de qualquer
anatomia, de qualquer verdade, de qualquer poder”. Por isso, os psicanalistas
odeiam Baudrillard. Este escritor e físico da pós-modernidade diz que não há
distinção entre o real e os modelos, não há outro real além do secretado pelos
modelos de simulação, como não há feminilidade que não a das aparências. Também
a simulação é insolúvel. A lógica da simulação é uma lógica que integra o campo
da física da história na medida em que ela não desintegra o contraconceito de
episteme política global RSI (Real/Simbólico/Imaginário. Quanto o feminino como
a única possibilidade de ultrapassar a simulação pela sedução, isso é matéria
para outras postagens! E a física freudiana da história está além da axiomática
sexual. O campo da física da história é o único “libérateur” do campo
freudiano!
AMOR/ÓDIO
O amor é um
significante-mercadoria exultante da cultura industrial de massas na forma de
música. Tal mercadoria está em um ponto de saturação para o
consumidor-espectador-ouvinte? No Ocidente, o amor cortês (música, poesia,
conduta) foi o eixo da articulação da sociedade cortesão. Ele foi o
significante a partir do qual a pequena máquina de guerra cortesã (uso da
violência simbólica com limite) substituiu a grande máquina de guerra feudal:
uso da violência física sem limite sobre o corpo da mulher. Na história da
civilização universal, o amor ao discurso do mestre (como sujeito suposto
saber) não sustentou impérios? Como entender o carismático weberiano sem o
amor? Ele é a crença no suposto saber do Senhor antes da episteme política
existir como filosofia na antiguidade greco-romana. Ele está além da episteme
da sexualidade freudiana; ele não é prisioneiro da relação homem-mulher. Esta
prisão é a prisão da mercadoria-amor que, ao contrário do amor cortês, não faz
laço social? A mercadoria-amor é a ideologia do amor para tranquilizar a
população sobre o estado de barbárie de países como Brasil e USA. A ideologia do
amor faz funcionar o discurso do mestre nas culturas políticas barbaras como
simulacro de simulação. Ela faz do amor um artefato da lógica do simulacro de
simulação no espaço da cultura industrial. Se o ódio é a des-suposição do saber
do discurso do Mestre e a realização da violência simbólica sem limite (e assim
é um significante basal do contraconceito máquina de guerra); e se o amor não
remete para o discurso do mestre efetivo na sociedade contemporânea, por que
tanto ódio manifesto? Assim como a ideologia, o ódio é um significante da
lógica do simulacro de simulação? A ideologia é um significante do inconsciente
político como lógica do simulacro, assim como o fantasma seja do passado, seja
do futuro. O ódio como des-suposição do saber, no espaço do simulacro, é o ópio
do povo. A cultura industrial de massas é a pedagogia do ódio para as massas.
Tal pedagogia desassocia o ódio das massas da des-suposição do discurso do
mestre como fenômeno político. Você (espectador-ouvinte) pode “criticar” tudo,
destituir o saber do Mestre, odiá-lo impunimente, se você permanecer na crença
de que o Sol gira ao redor da Terra, ou seja, da lógica da mercadoria da cultura
industrial de massas. Esta é a vanguarda cultural do dominus do discurso do
capitalista sobre a política mundial. Você pode odiar qualquer simulacro de
discurso do mestre, mas não o discurso do mestre REAL: o discurso do capitalista!
UNIVERSIDADE PÚBLICA/EPISTEME DO
ENGENHO
A USP foi a única experiência de
construção de uma universidade estatal como universidade pública no Brasil da
democracia populista. O grupo das ciências humanas constituiu-se na vanguarda
da classe média paulista modernista embebida em um sistema de valores do
modernismo que significava - na superfície política do mundo da vida - a
predominância da lógica pública sobre a lógica privada do inconsciente político
brasileiro. Este acontecimento histórico significava a construção de uma
episteme política modernista como alternativa à episteme do Engenho de
cana-de-açúcar. Na cultura política, JK era o significante desta revolução
brasileira. O PCPT trabalha com a lógica do fantasma do futuro: lógica do
significante. O modernismo era a lógica do significante do nosso futuro que a
ditadura militar decepou e salgou como o Urstaat colonial português fez com Tiradentes.
A comunidade intelectual brasileira ainda não viu o óbvio e ululante. O golpe
civil-militar de 1964 foi um golpe de Estado que a classe média desfechou
contra si própria para implantar o capitalismo dependente e associado, o
capitalismo de Engenho cum multinacionais. A ditadura militar mudou o futuro,
pois a classe média poderia ter sido a arma de uma revolução capitalista
moderna, ou seja, de uma troca da episteme do engenho pela episteme capitalista
(Marx). Talvez o leitor pudesse ler (ou reler) o livro de Caio Prado Jr
(“Revolução Brasileira”) por esse olhar da física da história brasileira. E
pudesse aceitar que o PCPT antecipa os fatos (artefatos). Ele não propõe
soluções para o poder de plantão. O PCPT não é uma enfermaria de um sucateado
hospital público.
A ditadura militar transformou a
universidade estatal em uma universidade privada mantida com capital público. Ao
estilo do seu capitalismo cartorial, a ditadura fez da universidade estatal uma
reserva de mercado para a classe média. O objetivo política era a cooptação em
massa da classe média modernista. Participei das lutas do movimento dos
professores (sob a direção de Horácio Macedo, Luís Pinguelli Rosa, Alexandre
Magalhães, Liana Cardoso e outros tantos importantes militantes do ensino público)
durante mais de uma década. Mas a UFRJ não conseguiu construir um modelo de
universidade pública, pois o destino do país durante e após a ditadura foi a
lógica do desmoronamento do acontecimento histórico capitalismo moderno e
episteme política moderna. O capitalismo do engenho fez da universidade estatal
uma universidade do Engenho. Hoje, a crise brasileira está dilapidando o
capital público nas mãos do Estado brasileiro. O capital público é aquela parte
da mais-valia desviada da reprodução do capital para a reprodução da sociedade.
Não existe mágica possível que invente capital público. Não existe mágica que
evite uma política governamental que desfaça o monopólio privado da
universidade pela classe média. Agora, que a vanguarda da classe média - localizada
em São Paulo e no Rio – se virou - como fenômeno político (multidão) - contra o
poder petista-peemedebista, a lógica do futuro (do significante universidade
estatal) parece dizer que a classe média vai pagar a universidade com o dinheiro
próprio bolso, como eu fiz durante oito anos nos meus curso de pós-graduação na
PUC/SP. Como conheço a PUC, a minha modesta sugestão para o movimento
universitário é: a discussão pública do modelo da PUC/SP (ou da PUC/Rio) como
modelo público-privado de universidade estatal pós-diluviano. O Resto é fofoca
e intriga das nanomáquinas de guerra cortesãs que dominam a política do
mundo-da-vida da classe média da antiga corte imperial!
REVOLUÇÃO/TELEVISÃO/WEB
A discussão pública sobre
comunicação e informação entrou em declínio, ao menos no Brasil. Comunicação e
informação são vividos como lógica fática. Na década de 1990, os estudiosos
desses fenômenos supracitados diziam - não todos, é claro – que a televisão
generalista operava pela lógica da oferta limitada pela lei da audiência; ela
buscava o grande público que seria o equivalente da maioria na política;
participava na construção da identidade nacional e como espelho da sociedade
gerava coesão social. A televisão por demanda operava na segmentação do mercado
e esquecia seja a função de construção da identidade nacional, seja o grande
público; “Uma sociedade, uma nação, um povo, não são apenas a adição de
milhares de indivíduos. Trata-se também, e talvez principalmente, de uma
coletividade simbólica, que se constrói todo dia”. O conceito de grande pública
parece ser essencial nesse debate. Dominique Wolton concebeu-o da seguinte
maneira: “O grande público remete para uma teoria da cultura, a uma análise das
relações entre política e cultura no âmbito da democracia de massa, e não se
reduz ao número de consumidores”. Assim, o grande público é um artefato
simbólico da cultura política da sociedade democrática de massa. A televisão generalista
é o território da comunicação onde uma cultura política se articula a partir do
grande público. A televisão paga estabelece a segmentação do espectador e não
tem como lógica a construção do grande público e o que ele implica: a
identidade nacional. Na cultura televisiva paga, o significante nacional
torna-se deletério, derrisório. A cultura da televisão, em geral, é uma cultura
industrial hierárquica, vertical e totalitária. Por mais irredutíveis que elas
sejam, lógicas do emissor, da mensagem e do receptor têm um funcionamento totalitário
nessa cultura. Há uma visão romântica de um receptor mergulhado em uma recepção
anarquista da mensagem e de um emissor dividido (esquizo). Com efeito, esse
emissor esquizo encontra sua unidade cultural como emissor da ordem vigente,
que exclui de sua linguagem os significantes contra a ordem. Ele por exemplo
foraclui (exclui como um fato da lógica da episteme política da ordem) o
significante revolução política no Brasil, nos USA ou na União Europeia. O
senador José Serra é entrevistado na televisão porque ele jamais vai se referir
a necessidade de uma revolução política dentro da ordem para abrir um caminho
para a saída da crise brasileira. Ele que diz ser a política a arte de mexer
com os limites do possível denega de pés e mãos juntas o conceito de revolução
dentro da ordem de seu colega Florestan Fernandes. Simples inconsistência? Na
concepção de Erasmo trata-se de loucura simples! A televisão brasileira jamais entrevistou
Fernandes. No Brasil, a televisão tem um papel decisivo no campo simbólico. Ela
funciona como um pastiche de discurso do Outro totalitário que acredita cumprir
as funções de informar, distrair, educar pela lógica da sociedade do
espetáculo.
A web é o desejo imemorável de
existir como sociedade em rede. É um espaço-tempo digital de uma cultura que
oscila entre dois polos: o tribalismo digital e o individualismo anárquico
sustentado por um desejo de emancipação individual. Mas também nela, o
significante revolução brasileira dentro da ordem – a revolução possível na
atual conjuntura mundial – inexiste no cardápio dos grupos do Facebook, por
exemplo. O PCPT é o único grupo que põe e repõe este significante em tela
digital. Considerando que vivemos em uma democracia despótica, o desejo dos
intelectuais (todos que participam do Facebook são intelectuais no sen tido de
Gramsci) de mantê-la a qualquer custo, inclusive à beira do abismo da crise
brasileira, é algo realmente grotesco!
FUTURO/Roberto d’Ávilla
Roberto d’Ávilla crê que o futuro
é imponderável, portanto, que ninguém pode falar do futuro do Brasil. A crença
deste entrevistador do Sistema Globo é baseada em uma suposta racionalidade.
Não vou poder mostrar para ele que a própria racionalidade só funciona no
cérebro e na política porque se crê que ela é racional. Se ele leu Weber deveria
saber que a dominação racional se sustenta a partir da crença de que a
racionalidade é racional (Weber). Também não vou dizer nada para ele sobre a
hiper-racionalidade na qual a racionalidade é mais racional que a própria
racionalidade. Lacan diz que o ódio é a des-suposição do sujeito suposto saber
do discurso do mestre ou de qualquer discurso numa posição homólogo ao discurso
do mestre. Como o discurso do físico é homólogo ao discurso do mestre e
sustenta que se pode dizer sobre o futuro não só do Brasil, d’Ávila, consciente
ou inconscientemente, quer des-supor o discurso do físico. Des-supor o saber do
mestre (contramestre) é a definição de
ódio.
Como ele nunca leu Marx, ele
ignora a lógica do fantasma do futuro. Este é constituído pelas pessoas que
ainda não nasceram e, também, na concepção da física da história, pelos
significantes no futuro que atuam no mundo invisível do presente. Na postagem
Universidade Estatal/Episteme do Engenho, mostrei a lógica do significante
(fantasma do futuro) universidade estatal atuando no presente. Em outros textos
mostrei a lógica do fantasma do futuro CRISE BRASILEIRA atuando no presente do
ano passado quando isso não era visível para d’Ávilla:
Vejam o link de um noticia de
hoje (07/05/2015) sobre São Paulo:
O discurso do físico trabalha com
contraverdade. Infelizmente não vou poder mostrar para o nosso entrevistador a
lógica desse significante. Mas ele significa que o PCPT não está dizendo nem a
verdade ou a semiverdade do futuro. Se d’Ávilla olhar no Houaiss, crença, fé
religiosa e mito são equivalentes. Mas ele crê que é um moderno em um país
bárbaro. E os modernos creem que a razão moderna se livrou do mito. A crença de
d’Ávilla de que é moderno não é o mito que sustenta seu indelével, indefectível
programa de entrevista para os modernos espectadores? Mas sem sombra de dúvida
ele é uma pessoa de boa educação, a educação do “homem” cordial, do bárbaro
cordial.
SÃO PAULO/CAOS URBANO
“O Comando Militar do Sudeste, que abrange
todos os Comandos e Forças com sede em São Paulo, organizou terça-feira, dia
28, uma palestra sobre planejamento e estratégia com “o problema de
abastecimento de água para consumo no Estado de São Paulo” como único assunto.
É a primeira vez que a crise hídrica entra na agenda acadêmica dos militares. O
evento, destinado a professores e alunos universitários, e simpatizantes de
organizações militares evidenciou a “preocupação com a possibilidade do caos
social diante um cenário de desabastecimento na região. Perguntado então sobre
o que aconteceria se as chuvas continuassem abaixo da média e as obras
previstas não ficassem prontas, o diretor da Sabesp respondeu: ‘Vai ser o
terror. Não vai ter alimentação [produção de hortifrútil], não vai ter energia elétrica.
Será um cenário de fim de mundo. São milhares de pessoas e o caos social pode
se deflagrar. Não será só um problema de desabastecimento de água. Vai ser bem
mais sério do que isso...’.
No meu texto (http://politicajosepaulobandeira.blogspot.com.br/2014/10/crise-politica-lacaniana-sao-paulo.html)
abordei a crise hídrica articulada à crise brasileira como um fenômeno da
foraclusão da cultura política nacional. Para ganhar a eleição Geraldo Alckmin
mentiu sobre a magnitude da crise hídrica. Ele se aproveitou da foraclusão! HABERMAS
considera as formas “estratégicas” de comunicação (tais como mentir, despistar,
enganar, manipular etc.) como derivadas; implicam a suspensão de certas pretensões
de validez (especialmente da veracidade), são parasitárias da fala orientada ao
entendimento genuíno. As formas estratégicas de comunicação estão associadas a
essa capacidade de disposição sobre meios que permitam influenciar a vontade de
outrem que Max Weber chama de poder. H Arendt reserva para tal caso o conceito
de violência. A condução da guerra é o modelo clássico da ação estratégica.
Para Arendt o poder político não pode ter como axioma a violência, a guerra! A
comunicação estratégica é a continuação da guerra na fala quando esta é
política. Ela é violência simbólica sem limite, violência que faz o outro desmoronar
como sujeito da sociedade civil. Para ganhar a eleição, Alckmin mentiu,
despistou, enganou e manipulou o eleitor. Por que a população de São Paulo
acreditou nele? Apelidado de picolé de chuchu, o carisma de Alckmin parece
inexistente. Com efeito, ele é o governador carismático que dobrou o PCC
(Primeiro Comando da Capital)? Este é uma máquina de guerra criminosa lumpesinal
com pretensões de alterar o quadro de relações de forças em São Paulo para
submeter a população civil e o Estado a seu poder despótico. Isso gerou o
carisma de Alckimin? Não! O governador possui a política como ação estratégica
para tomar o poder e permanecer no poder. A ação estratégica é a ação que
define o partido (ou biografia política de um agente) como máquina de guerra
freudiana em si ou como grande máquina de guerra cortesã. Ambas se definem pelo
uso sem limite da violência ou física ou simbólica (comunicação estratégica).
Agora o diretor da Sabesp anuncia o caos urbano como consequência da crise
hídrica. E o Exército reúne professores universitários para discutir e pensar
cenários catastróficos. Agora, Inês é morta! A crise hídrica acabada significa
que a cidade será desfeita como laço social (sociedade); a cidade deixará de
existir. A máquina de guerra oligárquica do PSDB age para que seu governador
governe mesmo com o caos urbano. Ele está pronto para fazer a guerra à
população dominada pela lógica do caos urbano. A crise hídrica acabada instala
a lógica freudiana da política: analisar, educar e governar são os impossíveis
freudianos. Como José Serra, a máquina de guerra biográfica
geraldoalckimin nunca leu Freud. Aliás,
a máquina de guerra oligárquica PSDB nunca leu Freud. A lógica da máquina de
guerra é viver a política como guerra, como violência. O PSDB não é um partido
político, pois este não governa no caos. A crise brasileira em São Paulo vai
confirmar que a física da história não é um brinquedo da cultura digital. Ela é
a física da história sob dominus das máquinas de guerra. Além disso, José Serra
precisa tomar ciência de que existe um apagão simbólico na cultural mundial que
atingiu inclusive Harvard e a Sorbonne.
CRISE DO ESTADO/MARXISMO
ENVERGONHADO
“A violenta repressão a um protesto dos
professores e servidores do Paraná há uma semana, quando mais de 200 pessoas
foram feridas em Curitiba, provocou a mudança do comando da secretaria estadual
de Educação e abriu uma crise entre a cúpula da Polícia Militar e a secretaria
de Segurança do Estado do governo Beto Richa. No início da tarde desta
quarta-feira, o secretário da Educação, Fernando Xavier Ferreira, renunciou ao
cargo. No mesmo dia, o comandante-geral da PM, Cesar Kogut, e outros quinze
coronéis assinaram uma carta repudiando as declarações do secretário de
Segurança, Fernando Francischini, que há dois dias deu uma declaração se
eximindo da responsabilidade pela ação. Ele foi mantido no cargo pelo
governador Beto Richa (PSDB), apesar da pressão popular pela sua saída e das
especulações em torno de sua possível demissão”.
José Serra não sabe, mas existe
uma nova geração de marxistas brasileiros muito competente e inclusive atuando
na cultura-web. Mas Serra é muito preguiçoso e da antiga intelectual para
apreciar o desenvolvimento da cultura digital brasileira. No entanto, trata-se
ainda de um marxismo envergonhado. Este tem como causa o dominus do marxismo
petista no poder no século XXI. Qualquer criança de dez anos sabe que o
marxismo petista é parte da cultura política totalitária nacional. Esta
postagem é dedicada ao marxismo althusseriano brasileiro na versão
nicopoulantzasana.
A crise no Paraná é um a crise
brasileira em escala estadual. Portanto, não podemos falar que é uma crise no
microuniverso da política brasileira. No entanto, ela já provocou uma crise no
aparelho de Estado estadual tendo como causa o choque da multidão como o
aparelho policial. Isso o leitor pode acompanhar nos links acima. Como esta
crise estadual se transforma em uma crise nacional como bem observou Cristiana
Lôbo? Ela disse que é porque o PSDB é o principal partido nacional de oposição
ao governo petista. E parou por aí. A crise se define pela dialética massas de
classe média versus partidos (PSDB/PT) que são máquina de guerra (oligárquica
ou totalitária) neoliberal. E o fato e FHC ser glorificado como “homem do ano
de 2014” nos USA não muda uma vírgula deste fato político. O PSDB é uma máquina
de guerra política articulada à lógica econômica do capitalismo oligárquico-totalitário
brasileiro neoliberal. Agora, o PT também não está associado à esta lógica
econômica? Na última eleição para
presidente, Aécio Neves (Never como o tio-avô) fez da política (do marketing
político) uma ação estratégica que se constituiu em um poder de comunicação
capaz de ocultar isso dos eleitores. O PSDB é um partido-máquina que articula a
política a partir do lixo econômico neoliberal brasileiro. Economista e
economicista desenvolvimentista, José Serra acha que isso é uma coisa muito
natural e se cala sobre esse lixo histórico da política mundial. Vamos ao busílis
da questão. A crise brasileira está se desenvolvendo para o perigoso epicentro
de uma CRISE DE ESTADO. E isso pela dialética classe média versus partidos-máquina
de guerra que detém o poder de Estado. A classe operária parece não aceitar que
a classe média está na vanguarda das lutas contra o poder despótico brasileiro.
E vira as costas para ela! A crise pode se transformar em uma crise entre as
frações do bloco no poder e seus partidos na medida em que partidos-máquina
operam com uma lógica capaz de sustentar uma autonomia absoluta deles em
relação ao bloco no poder. Isso é uma patologia política inigualável, sem
paralelo, na política mundial no que diz respeito a existência da democracia
representativa normal. O problema é que no Brasil predomina uma democracia representativa
despótica. O conceito de democracia despótica é de Aristóteles, se o Serra
estiver interessado em debater como o PCPT! A lógica que sustenta a autonomia absoluta
dos partidos-máquina em relação ao bloco no poder é a estrutura totalitária (da
autonomia absoluta entre política e sociedade) que também define a relação
Estado-sociedade no Brasil. Tal estrutura permite que os governadores do PSDB Beto
Richa e Geral do Alckimin permaneçam no poder estadual. Last but not least, tal
estrutura sustenta também Dilma Rousseff na presidência da República. O governo
no Brasil não é feito por partidos políticos ou biografias de sujeitos
políticos. Ele é realizado por máquinas de guerra políticas partidárias e por máquinas
de guerra políticas biográficas. O resto dessa história deve ser contada pela
nova geração de marxistas brasileiros. Avanti popolo! A crise que desencadeou o golpe civil-militar
de 1964 foi a crise do Estado brasileiro
MÁQUINA DE GUERRA BIOLÓGICA/
Aedes aegypti
“Brasil pode ter surto de chikungunya, diz
Chioro. Ministro afirma que doença,
também transmitida pelo Aedes aegypti, poderá se espalhar pelo País nos
próximos 3 a 4 anos”.
Para uma parte da comunidade
intelectual leiga, o Aedes aegypti é um
ser da natureza que não tem como finalidade fazer o mal à espécie humana. A
lógica da natureza não se baseia em uma lógica da finalidade. Isso seria o fato
natural. Assim, não faria sentido o pensamento de Marx sobre a relação
dialética e materialista entre a história da natureza e a história da espécie
humana. A espécie humana tem sido - como história universal - uma hipermáquina
de guerra freudiana contra a natureza. Ela significa um uso de violência sem
limite contra a natureza intensificada pela era da soberania da episteme
política capitalista e, portanto, do discurso
do capitalista como dominus da história universal a partir do século XIX.
Pasteur foi a máquina de guerra pensamento (científica moderna) que passou a
tratar a relação da natureza (micróbio) com o corpo humano como guerra. Assim,
a humanidade faz guerra contra a natureza e esta faz sua guerra contra a
natureza humana. A guerra humana contra a natureza só se torna fáctica com o
desenvolvimento da técnica, em geral, e, principalmente com o desenvolvimento
da tecnologia moderna. Trata-se de uma guerra levada a cabo por uma máquina de
guerra técnica, artificial: espécie humana A guerra da natureza contra o humano
é uma guerra natural. Este era o maior sonho de Clausewitz: fazer os europeus
entenderem que a guerra não era uma lógica natural da espécie humana. A vulgata
do darwinismo não é uma ideologia que formula que a história da espécie humana
é articulada pelo significante guerra natural?
O Aedes aegypti não faz uma guerra natural à
espécie humana? Ele não é, portanto, uma nanomáquina de guerra biológica na
junção da história da natureza com a história da espécie humana. Ele é a
máquina de guerra que não para mais de se inscrever na história da espécie
humana. Como máquina de guerra biológica, ele é integrado ao inconsciente
político Terra que torna possível a junção da história da natureza com a
história da espécie humana. O que a epistem política científica moderna pode fazer
quanto a isso? O Estado moderno –articulado pelo discurso científico – não
aparece na guerra da natureza contra a espécie humana como uma panaceia
universal? E a política como um modo de se articular no mundo-da-vida usando o
discurso científico com a panaceia universal no combate à natureza? A política
conta com o significante esquecimento como estruturador do mundo-da-vida. As
baixas que a guerra da natureza faz à espécie humana são naturalizadas pela
ideologia dominante como um fato natural digno de ser esquecido! A ideologia
(Marx) ainda é o significante basal para se ler sobre o modo como a política
representativa organiza cotidianamente a junção da história da natureza com a
história da espécie humana no século XXI!
JULIA KRISTEVA/DO ALMOR
Julia é o signo da leveza de um
pensamento psicanalítico. Para ela a psicanálise tira seu valor epistemológico
e sua eficácia prática da afirmação de sua autonomia no campo da cultura
(cultura em si, cultura intelectual e cultura política). Mas tal autonomia não
é absoluta; ela é, por conseguinte, relativa. Infelizmente o freudismo rechaça
tal lógica! A função do analista é ouvir todas as demandas para deslocá-las,
esclarecê-las, dissolvê-las. Ela diz: “Uma demanda, ainda que intelectual,
traduz um sofrimento. Sob o tema da nossa discussão, encontrando-se talvez o
sofrimento do discurso religioso. Não existe discurso religioso - a não ser
como discurso do mestre religioso que determina a forma do liame social: cultura
política religiosa. A ideia de sofrimento psicanalítico é uma cópia do
sofrimento da cultura política cristã. Continuando. O objeto da psicanálise é a
palavra trocada – e os acidentes dessa troca – entre dois sujeitos em situação
de transferência (amor) e contratransferência (ódio). Houve uma época lacaniana
da cultura francesa, que os franceses acreditaram que o discurso do analista
articulava a nova visão de mundo na história ocidental. O analisando estava na
seguinte posição neste discurso do analista: “Eu sofro de um traumatismo
arcaico, frequentemente sexual, profundamente uma ferida narcísica, que revivo
deslocando para a pessoa do analista”. Hic e nuc, o agente todo poderoso (pai
ou mãe) do meu ser ou mal-ser é ele. Esta dramaturgia de um mundo invisível
para os mortais comuns opera o sentido profundo da palavra do “paciente”, do
“cliente romano”, e coloca o analista no lugar do sujeito suposto saber da
cultura. Isso atribui ao psicanalista o poder carismático similar ao do mago,
do profeta, do médico da antiguidade e do guerreiro-príncipe eleito. Esta
confiança depositada nele implica sobretudo o amor que tenho por ele e que
presumo nele por mim. Isso é a ideia do indivíduo carismático da sociologia
weberiana e do carisma como artefato simbólico. Mas os psicanalistas nunca
leram Weber, e isso inclui a maravilhosa Julia kristeva. E se os psicanalistas
parassem de ver e viver o campo freudiano como um campo disciplinar
absolutamente autônomo em relação aos outros campos de pensamento? O que aconteceria com a psicanálise e a
“profissão” de psicanalista? Desapareceria?
A experiência analítica é a
reconstituição da confiança do cliente romano na sua capacidade de amar pela
transferência, ou seja, pelo almor =(alma+amor) que terá pelo analista. Assim,
o discurso do analista é o discurso almoroso moderno, um discurso
transferencial como nova “história de almor”. Tal discurso almoroso tomaria o
lugar do almor cortês (fenômeno basal na construção do mundo moderno) inclusive
sendo um discurso dirigido para lidar com a significância (“semiótica”) do
infans: um pré-sujeito. Julia acredita
que essa criança vive em um estado de psicose catastrófica como pré-sujeito.
Esse é o erro mais banal do campo freudiano, a saber: estabelecer uma
identidade absoluta ente psicose e loucura. Isso é um cavalo de batalha da episteme
freudiana. Com efeito, psicose e loucura mantém uma autonomia relativa no
conceito contratotalitário do discurso do físico. Como sujeito suposto saber, o
discurso do físico jamais sustentara que um infans é possuído por qualquer
psicose. Ele é cuidadoso a respeito do estrago que o discurso pode provocar na
criança e na família desta. Ele sustenta
que essa criança vive em um estado de loucura permanente que o discurso do
mestre capturará na relação criança versus das Ding (Mãe, Coisa, Urstaat) da microculturapolítica
tribalista totalitária: família patriarcal e seus simulacros. Mas o discurso do
físico trabalha na junção do inconsciente freudiano com o inconsciente
nietzschiano ou inconsciente político. O discurso do físico não é um jogo no
campo freudiano, ele é a transformação do freudismo arcaico em física
freudiana! Ele já seria o campo lacaniano in nuce!
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