segunda-feira, 4 de maio de 2015

A insustentável leveza do significante

Psicanálise, Cultura Política, Totalitarismo (PCPT)

Endereço do grupo Psicanálise. Cultura Política, Totalitarismo no  Facebook:  https://www.facebook.com/groups/psicanalise.culturapolitica.totalitarismo/?fref=ts
José Paulo Bandeira e Almir Pereira.
O Grupo PCPT (Psicanálise, Cultura Política, Totalitarismo) é um campo de pensamento transdisciplinar. Trata-se do campo contraciência freudiana da política. Tal campo está aberto às múltiplas e diversas intervenções disciplinares das ciências humanas (sociologia, ciência política, antropologia, direito, economia, historiografia, geografia), das ciências da comunicação, da psicanálise, do marxismo, da psicologia, da metapsicologia, das neurociências, da filosofia e da literatura. Também está aberto às intervenções das ciências ambientais, da biologia e da física. A ideia é articular a história da natureza à história política universal!
O Grupo não aceitará que seja veiculado qualquer tipo de publicidade, seja econômica, seja política ou de cunho ideológico. Espera que seus integrantes não se deixem alienar - em sua participação -, ou pela lógica da mercadoria, ou pela lógica política do simulacro de simulação. Espera também que a reflexão possa ser metabolizada como cultura contratotalitária.

FATOS & VERSÕES.
Neste domingo de abril (26/04), três jornalistas falam sobre política brasileira. Elas querem tornar a política uma coisa mais prosaica do que o prosaico. Eles querem dizer o sentido dos fatos políticos. Elas são pagas a peso de ouro, e o brilhantismo delas é a prova de que elas valem o que recebem da indústria de comunicação. Mas como só os deuses têm o poder de dizer sobre o sentido do fato, a resistência das nossas jornalistas à linguagem da metáfora e da metonímia (linguagem do inconsciente político) empurra o jornalismo da televisão para o tédio do prosaico. A Editora desse tipo de programa acredita que o tele-espectador típico goza apenas com o prosaico. Seria o gozo narciso interrompido a cada palavra, fórmula ou sentença das jornalistas. Renan Calheiros briga com Eduardo Cunha por causa dos direitos dos trabalhadores? Isso é o fato jornalísticos do Fatos & Versões? Isso é pura ilusão e enganação. Indo além! Ele briga com Cunha numa disputa pelo poder no PMDB? Isso é o fato jornalístico mediado pela ciência política. Assim o jornalismo se aproxima do artefato. Lacan diz: não ex-siste fato, apenas artefato. Este é o fato manufaturado pelo simbólico através da cultura política. Por quê Renan disputa o poder no PMDB? Trata-se de uma causa mecânica da política partidária? Ou então todo político se define pela vontade de obter, cada vez mais, poder? A vontade política tem como motor o desejo de poder? Que desejo é esse? Freud fala do desejo de dominação da pulsão de morte. Esta remete, rigorosamente na física freudiana da política, para o inconsciente político. O motor na história política universal natural são as energias pulsão de morte e narcisismo. Assim Renan quer o PODER no PMDB como um modo de fazer a gestão das energias supracitadas que são fundamentais para o seu equilíbrio psíquico. Eu diria que elas são essenciais para o equilíbrio da alma de Renan no cotidiano da sua vida pública e privada. O contraconceito de indivíduo diz: o indivíduo é um campo de força constituído pela acumulação, distribuição e uso das energias míticas (pulsão de morte e narcisismo) biograficamente. Renan é um campo de força sob à luz do sol político: a opinião pública. Então, ele vai jogar com as energias da galera partidária mexendo com a força da opinião pública: o eleitor. Isso tem um pingo de cálculo, mas o jogo narcísico – que sustenta tal política - se passa na dimensão do inconsciente político. Trata-se, portanto, não de fatos políticos, mas de artefatos da cultura política. Detalhe: por que Renan é o presidente do Congresso? Talvez porque ele saiba que a política é feita de artefatos políticos! A política em si como fato é o túmulo de qualquer político e de qualquer jornalista política por mais brilhantes e sedutores que eles sejam! 

PAULO COELHO/RAUL SEIXAS
Entre os significantes da cultura musical da década de 1970 temos Raul Seixas e Paulo Coelho. Metamorfose ambulante é a letra de um rock? Raul foi um pioneiro do rock brasileiro? Não era bossa nova, tropicalismo, samba, sertanejo. Não era música popular brasileira em um sentido amplo? um determinado modo musical de organizar a relação da cultura política com a cultura no mundo da vida? A ditadura militar usou a violência de sua máquina de guerra semiclandestina para perseguir Paulo Coelho, pois ele fazia as letras das músicas de Raul:
“Prefiro ser/Essa metamorfose ambulante/Eu prefiro ser/Essa metamorfose ambulante/Do que ter aquela velha opinião/Formada sobre tudo/Do que ter aquela velha opinião/Formada sobre tudo/Eu quero dizer/Agora o oposto do que eu disse antes/Eu prefiro ser/Essa metamorfose ambulante”. O PCB odiou esta letra! Paulo e Raul aconteceram na minha adolescência. Meu irmão João Paulo e sua turma tinham um laço simbólico muito forte com eles. Meu irmão e seu bando usavam drogas as mais variadas, faziam um sexo anárquico e não queriam nada com trabalho ou estudo. Queriam apenas viver intensamente como se a morte já tivesse marcado a hora de vir apanhá-los. O PCB dizia que Raul e Paulo significam a alienação da luta política. Em termos da junção da ética com a cultura política, o PCB era um partido tradicionalista. A ética do partido era a ética do trabalho weberiana traduzida para a política. O militante tinha que ser um ser moral com uma alta disciplina sexual. Um asceta sexual voltado para a vida familiar. O PCB era um partido modelado pela cultura patriarcal do Engenho: a ética do domínio senhorial colonial para a classe média urbana de Copacabana. Raul e Paulo constituíram um significante antagônico ao significante ética sexual do Engenho para a classe média urbana do sudeste. Trata-se do significante lacaniano ética do desejo. Mas eles não queriam abrir todas as comportas do desejo. Eles queriam fazer da ética do desejo um laço social: sociedade alternativa. Esta faz parte de uma filosofia, defendida por Raul Seixas, baseada nos Escritos de Aleister Crowley e a Lei de Thelema. O escritor ocultista britânico Aleister Crowley influenciou muito Raul Seixas,(especialmente em suas composições). Isso é uma lenda urbana ou um artefato simbólico muito real: a ética do desejo de Raul e Paulo?
“Então vá!/Faz o que tu queres/Pois é tudo/Da Lei! Da Lei!/Viva! Viva!/Viva A Sociedade Alternativa.../"-Faz o que tu queres/Há de ser tudo da Lei". A lei da sociedade alternativa é a lei da ética do desejo da comunidade dos psicóticos divinos?     

PMDB/MDB
O PMDB saiu de uma costela do saudoso MDB. Este foi o partido que congregou esquerda e direita em uma frente política oposta à ditadura militar. O MDB era um verdadeiro partido político weberiano. Este é uma instituição política no qual o uso da violência física ou simbólica é limitada. Em uma época das máquinas de guerra guerrilheiras e terroristas de esquerda, o MDB fazia política pacífica para fazer a ditadura militar desmoronar. No governo Figueiredo, o MDB virou o PMDB. O general Golbery do Couto e Silva bolou um novo sistema partidário que proibia aos novos partidos usarem a sigla do regime bipartidário instalado no governo Castelo Branco com o MDB e a Arena.
No governo autocrático de Sarney, o PMDB dominava a cena política brasileira. Ele era um partido claramente hegemônico a serviço do regime autocrático civil do simulacro de presidente da República José Sarney. Primeiro, o PMDB existiu como um partido político. Quando assumiu o poder no aparelho de Estado, ele abandonou a forma partido ideológico (MDB) para se transformar em partido de patronagem de cargos. Mas a lógica do fantasma do futuro (Marx) máquina de guerra oligárquica já articulava a prática peemedebista. O PMDB se tornou uma máquina de guerra política oligárquica com a conquista dos governos estaduais em 1986. Mas esta alma política do partido (do futuro) de 1986 já articula a prática dele desde o momento que ele tornou-se o principal partido-apoio da autocracia Sarney. De um ponto de vista da vida biográfica partidária da política, o PMDB representa o fato político original da República Democrática de 1988. Um fato político (partido político) em fusão com o artefato político máquina de guerra política oligárquica de 1986. Em tal tempo histórico, o futuro articula - em um espaço invisível (o da prática partidária) - o presente. Este fato político (PMDB) não condensa a história molecular do futuro da República Democrática? A história atual não é a história do dominus das máquinas de guerra freudianas sobre a política? A física freudiana da política brasileira contemporânea pode lançar uma luz capaz de dissipar o véu ideológico opaco que parece ocultar a verdade sobre tal época histórica em um desmoronamento orgânico?  

EPISTEME DO ENGENHO/MODERNISMO
Não é salutar deixar a discussão do modernismo somente nas mãos da comunidade das Letras ou dos arquitetos. É preciso pensar o modernismo como teoria e questão prática e como um significante que não se desintegrou na lógica do “tudo que é sólido dissolve no ar. Para mim, o significante modernismo é articulado no “Os Sertões” (Euclides da Cunha) na vida e na obra de Lima Barreto (arcano da comunidade dos psicóticos divinos no Brasil) e em Mário e Andrade e Oswald de Andrade. Vejam bem, estou falando do significante modernismo! Do significante modernismo como estrutura e fenômeno. Tal significante tem dois fenômenos que são acontecimentos-marcas dele: Canudos e a Semana e Arte Moderna paulista. O modernismo tem uma lógica que só é inteligível na dialética inconsciente político ariano versus inconsciente político mestiço. Ele é o fenômeno de constituição de um discurso mestiço (Gilberto Freyre falou que o brasileiro é espiritualmente mestiço) que se fragmentou na cultura – música, literatura, artes plásticas – e espera a hora e se articular como cultura política mestiça para além do mundo-da-vida, ou seja, na política em si. A física freudiana da história é um fragmento de tal cultura política mestiça. Este significante modernismo não se desintegrou no ar.
No entanto, o significante foi agenciado pelo grande fenômeno biográfico individual psicótico da política brasileira: J. K. (Juscelino Kubitschek). JK foi uma soma de energia narcísica fabulosa que moveu montanhas no Brasil. Mas exatamente transferiu a capital do país do Rio (da Corte) para Brasília (Sertão). Entregou para o PCB o desenho estético e prático da nova capital. Trata-se de um desenho feito pelo significante modernista. Quem quiser conhecer a episteme do Engenho baixada nas cidades brasileiras deve ir `a Parati, simulacro de cidade colonial. Trata-se de uma cidade cujo desenho é a lógica do caos, da desordem arquitetural. A arquitetura moderna parece ser o avesso do caos da arquitetura caótica do Engenho, feito com um engenho que segue a lógica da dimensão caótica do cérebro. O luso-brasileiro é antes de tudo um ser guiado pelo caos cerebral. O discurso do arquiteto modernista é uma coisa séria no Brasil. É o significante que tentou estabelecer uma episteme política alternativa à episteme do Engenho. JK é o modernismo arquitetural psicótico na cultura política da década de 1950 especificamente na dimensão da política brasileira. As questões que martelam meu cérebro são: este modernismo não se constituiu como um significante moderno articulado ao inconsciente político ariano? E no século XXI não foi desintegrado pela lógica do desmoronamento do tudo que não é discurso do senhor do Engenho dissolve no ar?   

MAMA ÁFRICA
Na história ariana universal, a África sempre foi um continente negro incapaz de ameaçar o poder do inconsciente político ariano? Como afirmação da raça negra, a África sempre esteve sobre controle do poder ariano. Nos USA, os negros não constituem uma ameaça ao poder branco, e, atualmente, são cassados e assassinados nas ruas pela máquina de guerra policial ariana. Mas como uma figura do inconsciente político mestiço, a África é uma ameaça às sociedades arianas europeias e americanas. Os americanos fazem de conta que o presidente da República é negro. Obama é fruto do casamento de um negro africano com uma branca americana. Ele é um mestiço puro sangue americano. Não se pode desconsiderar que a luta dos negros nos USA e no Brasil faz sentido. Mas trata-se de uma luta que não tem um sentido, ou conteúdo, ou forma revolucionária. É uma luta pela integração dos negros à sociedade de classes ariana. No Brasil, os negros sempre estiveram sobre controle do poder oligárquico ariano, quando escravos do Engenho, depois como homens livres para serem encarcerados no campo de concentração para a raça brasileira de mestiços, negros e brancos pobres: a prisão brasileira. Ao formular a filosofia política da episteme política do discurso do senhor de Engenho, Oliveira Vianna mostrou que a dialética essencial para o poder ariano era a dialética inconsciente político mestiço versus inconsciente político branco. Ao contrário da luta dos negros, o movimento molecular (ou de massas) dos mestiços em direção às altas esferas da aristocracia tem o poder de dissolver esta como aristocracia e poder ariano. O que está em questão é o dominus do inconsciente político ariano na história universal. O modelo americano de fazer o país com imigrantes subsumidos ao poder ariano está passando por uma transição na qual o inconsciente ariano é violentamente sacudido pela invasão Spanish vinda pelo México. A dinastia política bush é mais fluente em espanhol do que em inglês. O Spanish representa o poder da mestiçagem na paisagem de uma América demograficamente perdida em termos arianos. A Europa quer evitar a mestiçagem advindo com a Imigração via o mar Mediterrâneo construindo um monstruoso Urstaat união europeia e financiando a fabricação de Urstaats portáteis na Líbia e em inúmeros países que são o celeiro da invasão da Europa pela lógica do inconsciente político mestiço.  Na Europa, Portugal condensa a história colonial da expansão do inconsciente mestiço. Excetuando uma elite branca irredutível, os portugueses são espiritualmente mestiços. Se a Europa tomar Portugal como ponto de partida para a história universal do século XXI, apenas estaria se submetendo à história universal natural, a história em si. Mas a história mitológica e a história objetiva (articulada pelo mito) que sustentam o poder ariano (o inconsciente ariano é baseado no mito de que existe raça ariana) estão longe de ensarilhar suas armas. Elas têm como agente de seu poder ariano as máquinas de guerra psicóticas que sempre dominaram a história universal. O s homens não fazem sua própria história. As máquinas de guerra psicóticas fazem a própria história e a história dos homens, das mulheres e das crianças. Vocês acreditam que é uma coincidência histórica que a mais conhecida, notável e magnifica máquina de guerra psicótica da América Latina da segunda metade do século XX até agora ser uma máquina ariana psicótica terrorista (Pablo Escobar)?
COMO A VIDA, A CLASSE MÉDIA É UM POLÍGONO
A cólera de Marillena Chaui explode quando ela pensa na classe média brasileira. Quando a classe média tornou-se uma força capaz de encolerizar seus próprios intelectuais? A década de 1950 é a época de uma classe média lendária como uma cornucópia. Dessa saiu a música, as artes plásticas, (a literatura?), o teatro, a arquitetura, a medicina, a engenharia a nova política. JK era um político oriundo da classe média. A ditadura militar buscou interromper a produção maravilhosa de tal cornucópia. Aí a classe média virou um movimento de massas pacífico contra o governo militar e máquinas de guerra terrorista e guerrilheira. A contradição ditadura militar versus classe média – especialmente do Rio e São Paulo -  gerou o Urstaat militar - a cultura política totalitária militarizada da época médice. Nestes anos de chumbo, a classe média desceu ao inferno. O totalitarismo militar perseguiu, capturou, torturou e assassinou a classe média. Para a classe média de oposição, a história tornou-se um vale de lágrimas. Mas a classe média continuou a fazer oposição na música (e no teatro) usando a televisão, o rádio, a feira, o estúdio, a sala de estar, a universidade, enfim. Como uma fusão da música do povo, especialmente mestiço, e a música da classe média, a música popular brasileira tornou-se um pensamento mestiço cujo som e poesia reverbera até hoje - graças aos deuses do candomblé, da macumba e das religiões sincréticas! Então, a classe média floresceu como um movimento de multidões – principalmente no Rio e em São Paulo – que concorreu para o desmoronamento da ditadura militar. A morte de Tancredo Neves e a covardia de Ulisses Guimarães permitiram que o ex nihilo oligarca José Sarney capturasse a revolução liberal da classe média. Sarney implantou um governo autocrático oligárquico e corrupto que levou Collor de Mello ao poder. O governo collorido foi o governo despótico de um tirano pós-moderno em plena Democracia de 1988. A classe média foi para a rua e derrubou Collor de Mello e seu bando oligárquico chefiado pelo capo PC Farias. Então, um político da classe média de Juiz de Fora assumiu o governo e convidou um intelectual da classe média carioca da USP para ser o ministro da economia. Eles acabaram com o caos econômico e criaram o modelo oligarquia política híbrida. Depois de FFHC, a classe média foi para a rua e para a urna eleger Luís Inácio LULA DA SILVA. FHC passou a faixa presidencial para Lula com uma alegria sincera. Me digam! O ódio de Marillena Chaui não é mais odioso que o próprio ódio? Na infância, meu pai me ensinou que a política é um polígono de vários lados e ângulos, como a vida!   

O FIM DO SIGNIFICANTES
Talvez um problema de ordem prática da história do século XXI seja, precisamente, o do fim dos significantes. Na sua atualização, um significante é estrutura e fenômeno em uma determinada cultura política. Se a estrutura psicótica se atualiza como fenômeno na biografia de um indivíduo, isso significa que a estrutura conseguiu fazer uma aliança com as forças caóticas do cérebro. Isso pode correr com a biografia de um partido político. Então, o biografado é articulado por um laço no qual o real se define como alucinação. No inconsciente freudiano, a alucinação é pura desordem da relação do cérebro como a realidade externa. Integrada ao inconsciente político, a alucinação pode existir como “discurso” do credo quia absurdum ou do nonsense do PT, por exemplo. Neste “discurso”, o significante desintegra-se material e espiritualmente na cultura política na qual ele habita. Como o espaço é curto, falo dos significantes resilientes e dos que se desintegram na cultura política brasileira.
Liberdade e igualdade são significantes da cultura política liberal europeia que fizeram uma leve marca na cultura política brasileira na democracia de 1988. O PT gostava do significante igualdade social e a grande imprensa capitalista do significante liberdade de comunicação. A crise brasileira parece ter desintegrada o significante igualdade social. Este implica que a sociedade capitalista produza riqueza para ser distribuída pela população. A crise da sociedade capitalista entre nós atua como causa do fim do significante. A liberdade da comunicação industrial parece imune à ação da força que quer desintegrá-la. O significante liberdade de imprensa foi dissolvido pela ação dos governos chavistas na Venezuela. O prolongamento de governos petistas associado a crise capitalistas da comunicação industrial pode significar o fim do significante liberdade na cultura industrial de massas? O monopólio da cultura industrial por máquinas de guerra totalitárias (evangélicos) podem concorrer para a dissolução do significante supracitado como estrutura e fenômeno. Ou seja, isso significa o fim do significante que se não existe mais como estrutura não nascerá de um fenômeno qualquer.
O significante revolução é uma tradição da cultura brasileira. Quais as forças e processos que concorreram para a sua dissolução na cultura política do século XXI? Há uma crise brasileira já tornada visível (ao menos nas publicações do PCPT) que dificilmente encontrará uma solução efetiva dentro dos marcos da Constituição de 1988. No entanto, a cultura industrial repeti, durante 24 horas por dia nos 7 dias da semana, que a solução pode ser Eduardo Paes ou Jacques Wagner em 2018. Que em último caso ou Lula ou Aécio Neves podem resolver a crise brasileira. A esperança de que o significante revolução não retorne faz a alegria (e garante o gozo narcísico) da sociedade de comunicação industrial. A cultura industrial de massas não fala da revolução para as massas. Verdade que isso é parte da lógica da comunicação: “não falar de corda em casa de enforcado”. Se a sociedade se constituir como uma vontade revolucionária o que faria a sociedade do espetáculo industrial? Ela espera que a “classe política” não se deixe permear por tal vontade, pois a revolução é a peste para a sociedade industrial do espetáculo. Vale qualquer espetáculo, menos o espetáculo revolucionário. Assim, o Brasil é subtraído de um recurso política. evolutivo político usado pela história universal desde pelo menos a antiguidade greco-romana.
A desintegração do significante Brasil merece uma postagem especial!   

CLASSE OPERÁRIA CAPITALISMO DE ENGENHO
Como significante político, a classe operária surge nas greves no fim da década de 1970 no ABC. Este significante coletivo aparece associado ao significante biográfico individual Luís Inácio Lula da Silva. A classe operária emerge em um campo de forças sob jugo do poder despótico ditadura militar. Trata-se de um poder funcionando na cultura política totalitária militar. Na sociedade de classes da década de 1980, a classe operária constituiu-se como um campo de força de acumulação de energia narcísica (mito) capaz de substituir a hegemonia da classe média na luta contra o Urstaat militarizado. FHC já falava na necessidade de criação de um partido no qual a classe operária tivesse uma participação de destaque. Mas a ideia do PT saiu do cérebro de Lula. O Partido dos Trabalhadores foi criado através de uma aliança da classe operária (sindicalista) com a classe média (intelectuais revolucionários e a massa da sociedade civil de classe média). Na sua origem, a ideia PT já nasceu como partido híbrido, ou seja, metade partido político metade máquina de guerra. A classe operária era o território onde o PT constituía –se como partido político; a classe média revolucionária era o território social onde o PT constituía-se como máquina de guerra. A partir de sua fundação, o PT se destacava como   alternativa de poder em relação ao PMDB, principalmente depois que este partido assumiu a forma obscena de uma máquina de guerra política grotesca da oligarquia brasileira. Na década de 1980, a classe média revolucionária quis derrubar o governo autocrático de Sarney e fundar através de uma revolução política a República Democrática. Então, ela dirigiu a massa popular no incêndio do centro da cidade do Rio de Janeiro. Uma semana depois em uma manifestação da CUT no ABC, o presidente desta central sindical Jair Meneguelli disse aos operários: “os companheiros do Rio mostraram o caminho”. Diferente de Lula, Jair articulava-se (e articulava) a classe operária como um significante biográfico revolucionário.     
No entanto, no caminho do PT tinha uma pedra: o PSDB. Trata-se de um partido que surge de uma aliança de uma classe média temperada por um liberalismo político natimorto com o capitalismo de Engenho paulista (burguesia paulista) e uma fração totalitária da oligarquia brasileira. Na disputa partidária, o PT batia os outros partidos eleitoralmente e na rua. Ele detinha a hegemonia das massas: fusão urbana da massa operária com a massa de classe média. Na eleição de 1989, pilotando um partido invertebrado e nanico, Collor de Mello foi alavancado pelo apoio de uma aliança do capitalismo de Engenho com a oligarquia brasileira totalitária e a fração burguesa encastelada na indústria de comunicação. O dono do sistema Globo Roberto Marinho teve um papel decisivo tático para derrotar Lula e fazer Collor tomar o governo federal. Aí, massas da classe média em si derrubaram Collor. A classe média assumiu o poder com Itamar Franco e FHC no ministério da economia (da fração do liberalismo político do PSDB). Tirando o país do caos econômico, o PSDB tornou-se – com FHC – um partido imbatível nas urnas. O PSDB governou durante oito anos. Em uma conclusão lógica da história política do século XXI, Lula substituiu FHC no governo Federal só depois da noiva ter sido prostituída. Com Lula, o PT tornou-se um partido do capitalismo de Engenho (na forma capitalismo dependente e associado) e a classe operária classe apoio do bloco no poder sob a hegemonia concreta do capitalismo de Engenho paulista. Com Dilma Rousseff, a classe operária conheceu o inferno da Divina Comédia. E agora José? A festa acabou!      
EPISTEME POLÍTICA PROCEDIMENTAL
No O processo civilizador, v. II, pg 203, Norbert Elias estabelece um conceito freudiano de indivíduo: partes de si contra partes de si. As partes são as instâncias e agencias (Eu, Supereu e Id), que na física freudiana da história funcionam como centros de força alimentados por energias míticas (pulsão de morte e narcisismo). Niklas Luhmann pensa a pessoa como centro doador de sentido e de direito no agir da troca a ser realizada em termos de conteúdo daquilo que se espera.  O agir com sentido é parte do sistema, ou seja, um conjunto estruturado pela episteme procedimental que está na junção da sociologia com o direito. Ele é uma redução seletiva de possibilidades em comparação com as possibilidades infinitas do mundo circundante habitado pelo homem concreto. A conexão de sentido que faz o laço das ações do sistema não coincide com a conexão de sentido das ações do homem concreto. A pessoa habita o sistema e o homem concreto o mundo-da-vida. No sistema, o sentido do agir é finito (limitado pela episteme procedimental do direito). No mundo da vida, o sentido do agir é infinito? Acredito que Luhmann tem uma visão anárquica do mundo-da-vida! Na física freudiana, o sentido articula-se seja pela lógica do inconsciente freudiano, seja pela lógica do inconsciente político; o indivíduo é sempre (esteja fora ou dentro) um artefato simbólico articulado por uma cultura política. O indivíduo é um significante articulado (atravessado, capturado) por um campo de força endógeno (partes de si contra partes de si); como ele não é, de modo algum, o homo clausus, ele faz parte de um campo de forças exógeno (sociedade/Estado). Além disso, o indivíduo pode ser um campo de força em si sociológico, um campo de força de acumulação de energia mítica que se volta para o exterior, para a realização de obras, para a construção do mundo exterior. O indivíduo carismático da sociologia weberiana é o exemplo mais acabado desse contraconceito de indivíduo. A história é habitada por indivíduos, pessoas, bandos, aparelhos e por um número limitado de artefatos simbólicos (religião, ciência, indústria de comunicação, partido político, música etc.) sem sombra de dúvida. Mas o homem não faz a sua própria história; a máquina de guerra freudiana faz a sua própria história e a história dos homens, mulheres e crianças.
A episteme política legitimação pelo procedimento faz do discurso do direito (o significante direito moderno) o centro estratégico da organização (articulação) das relações do Estado com a sociedade. A pessoa como centro de sentido e de direito (sujeito do direito) é o centro tático do funcionamento do significante direito. Isso excluiu naturalmente a lógica do inconsciente político (campo de acumulação de energias míticas e campo de forças) e, portanto, o contraconceito de indivíduo. A episteme do direito procedimental se define pelo esforço sério, justo e intenso onde se investigará a verdade e a justiça e que, eventualmente, com a ajuda dessas instituições também as pessoas recuperarão os seus direitos. Esta episteme política pressupões um mundo não estruturado pelo significante injustiça: “fazer o bem para os amigos, prejudicar os outros”. A injustiça é o significante elementar da episteme política do Engenho. Ela estrutura a relação Estado-sociedade, entre nós, desde o Brasil colonial. A episteme procedimental é estruturada pela significante sério; ela não admite a ironia e a comédia como parte do conflito institucionalizado por regras e normas jurídicas. O poder do Engenho quer usar a retórica da episteme procedimental (a vulgata de tal episteme) para qualificar os opositores - que usam a ironia e a comédia como formas de revelação do mundo invisível do discurso do senhor do engenho – como não-pessoas. A episteme procedimental é um artefato e um fato de países desenvolvidos em termos de cultura em si e cultura política liberal: países civilizados. O Brasil é (e sempre foi) um país mergulhado na barbárie!      
BIRDMAN
 Alejandro González Iñárritu é um diretor mexicano que dirigiu Birdman (2014) com  Michael Keaton como protagonista, ex-Batman, há anos sem um papel relevante na sala escura. Poderia ser mais um filme interessante de Hollywood, simplesmente. Mas Keaton é um psicótico interpretando uma personagem psicótica. A personagem é uma celebridade do mundo do cinema de super-heróis conhecida como Birdman. Um pássaro é um ser capaz de                                                                                      vencer a gravidade da estrutura psicótica? Na Broadway, Riggan Thomson (Keaton) o personagem da realidade americana tenta voar para fora da gravidade de Birdman. Este é a representação da estrutura psicótica de Thomson que só pode ser vencida se ele obtiver o poder de ser um pássaro, de voar planando sobre os cidadãos de Nova York. O desejo de voar está associado a uma mitologia antiga que finalmente se tornou realidade com a tecnologia aeronáutica do século XX. Voar se transformou em um mito americano da conquista do cosmo. Trata-se e um investimento de capital e de energia narcísica que diz muito sobre a sociedade e o povo americano. A guerra da independência contra os colonizadores ingleses é um acontecimento que funde a dupla energia mitológica: pulsão de morte e narcisismo em uma escala épica na articulação do significante NAÇÃO AMERICANA. Depois, por mais que os marxistas e historiadores tentem fornecer uma explicação tranquilizadora da Guerra de Secessão apontando causas econômicas, ideológicas, humanitárias etc. para o banho de sangue de 300000 americanos, tal guerra foi, com efeito, a explosão/implosão mítica de uma parcela do povo branco que refundou o significante USA. Trata-se de uma guerra de duas magnas máquinas de guerra psicóticas: a do Sul contra a do Norte.  Hollywood sempre foi um centro cultural capitalista de energia narcísica que tratou as máquinas de guerra freudianas (pulsão de morte sem limite) como um fato natural da vida americana, especialmente nos filmes de faroeste. Hoje, o fascínio por tais máquinas parece ser irreversível. Como é irreversível a glorificação do narcisismo como o poder mítico dos USA. Na última cena do filme, pelos olhos da filha de Riggan Thomson (Emma Stone como Sam Thomson), o espectador é levado a conclusão que Thomson plana finalmente sobre a cidade. Com a ajuda da internet, o sucesso na   Broadway é a acumulação de energia narcísica que faz Thomson vencer sua estrutura psicótica. No filme, não existem psiquiatria, psicanálise ou indústria farmacêutica. Apenas a história cultural da vida americana regada à bebida alcóolica! 

CIVILIZAÇÃO/BARBÁRIE
No Manifesto do Partido Comunista, Marx usa o significante civilização para se referir aos povos e países capitalistas modernos (Europa ocidental) em um contraponto aos povos e países bárbaros não capitalistas. Na década de 1930, Norbert Elias publicou o seu Livro O processo civilizador  e a dupla de conceitos que fazem o contraponto da história sociológica é “civilizado” e “incivilizado”. Assim, o termo barbárie desaparece. A civilização se mede pelo nível de sua tecnologia, a natureza de suas maneiras, o desenvolvimento de sua cultura científica ou visão e mundo. Na cultura europeia, ingleses, franceses e alemães articulam o significante civilização de diferentes modos. Na década de 1970, Arnold Toynbee usou o conceito para fazer uma história das civilizações que começa com a civilização arcaica principalmente da Suméria e do Egito. Parece que civilização é a marca, o ponto de inflexão na história da espécie humana pela contraposição Urstaat-sociedade primitiva e pela dialética história da espécie humana versus história da natureza (inflexão técnica na relação humanidade-natureza). Na década de 1990, Samuel P. Huntington publicou o seu influente O choque de civilizações. Trata-se de um livro da cultura política republicana conservadora dos USA. Talvez não seja errado definir generosamente o conceito de civilização de Huntington como cultura ampliada. A cultura deixa de ser um artefato superestrutural para incluir a infraestrutura. Em Huntington, civilização é nada menos do que o conceito de totalidade histórica de Marx. Assim, a civilização ocidental é uma civilização ao lado de outras como a sínica, a hindu, a islâmica, a africana e a latino-americana. O Ocidente incluiu a Europa e a América do Norte, e também outros países de colonização europeia como a Austrália e a Nova Zelândia. Huntington parece incluir a sociedade tribal no conceito de civilização e ignorar inteiramente a dialética civilização versus barbárie. Trata-se do republicanismo conservador politicamente correto!
Um contraconceito de civilização pode ser articulado na história universal com o campo da física da história trabalhando com a diferença entre humano, homem e máquina de guerra. O humano é um significante freudiano. O humano se diferencia dos animais com cérebro por ser portador de um aparelho psíquico (eu, supereu, id). O homem é uma invenção da cultura política da antiguidade greco-romana. É um ponto de inflexão da história universal (desde a civilização arcaica) sob o dominus da máquina de guerra freudiana habitando uma sociedade bárbara. Mas o Egito arcaico teve mil anos de paz! O homem é o terreno existencial, simbólico, real e imaginário de onde surge a geoistória da civilização ocidental. A cultura política da antiguidade greco-romana se define pela vontade política de substituir o dominus da máquina de guerra freudiana pelo significante homem: polis, ética da cidade, episteme política filosófica, enfim, civilização antiga em contraposição à sociedade barbara sob o dominus da máquina de guerra. Na física da história, civilização e barbárie são significantes que articulam a energia mítica (pulsão de morte e narcisismo) em um campo de forças sob uma determinada cultura política. Países dominados por culturas políticas totalitárias (onde se cultiva o dominus da máquina de guerra freudiana) não podem ser considerados como civilização, mesmo que sejam geoistoricamente ocidentais. É o caso da Alemanha e da Itália fascistas. Este é um Ocidente bárbaro em plena modernidade europeia, pois dominado - na cultura política  e na política em si- pelas máquinas de guerra partidárias e por uma  hipermáquina de guerra estatal psicótica e terrorista: Urstaat fascista. Ao definir tudo como civilizado na história universal (axioma histórico do politicamente correto) - foracluindo o significante barbárie -, a douta ciências humanas não jogou o bebê (as redes de significantes universais) com a água suja fora da bacia ? A física da história não põe e repõe as redes de significantes universais de volta nos seus devidos lugares? Nos lugares da episteme política global RSI (Real/simbólico/Imaginário) que articula, potencialmente, diferentes e lúdicas repetições da dialética história da espécie humana versus história da natureza?  

COLÔMBIA/GALÁN/PABLO ESCOBAR
A novela Pablo Escobar, senhor do tráfico (Globosat HD) está centrada, no momento, no acontecimento definido pelo choque político entre Luís Carlos Galán e os Extraditáveis como se autodesignaram os chefes do cartel de Medellin. A história da máquina de guerra pabloescobar está no meu “Leitura materialista da política universal (B)”( http://politicajosepaulobandeira.blogspot.com.br/2015/03/b-leitura-materialista-da-politica.html)
 Mas o episódio Galán é um acontecimento que condensa uma história universal da Colômbia como exemplo para a América Latina. Galán não é um ser trágico da antiguidade grega, não é o homem (=civilização antiga greco-romana) e não é uma máquina de guerra oligárquica. No entanto, ele tentou agenciar (e mobilizar) a sociedade civil e o Estado de seu país para uma luta política contra o narcopoder encarnado por Pablo Escobar. Essa era, obviamente, sua estratégia para obter o poder legal colombiano. Seu assassinato dirigido por Mexicano (lendário bandoleiro da guerra das Esmeraldas aliado de Escobar) não fez dele um ser trágico burguês deste período da história da Colômbia, um personagem de uma tragédia histórica (Marx). Ele se constituiu como uma força inercial mítica movido por energia mítica (pulsão de morte e narcisismo) que – mesmo com a aplicação de força descomunal sobre si pelo cartel de Medellín -, não parou, não mudou o seu curso ou se sentido político. O assassinato de Galán é uma coisa que introduz na Colômbia da década de 1980 a tragédia política:
(icajosepaulobandeira.blogspot.com.br/2014/02/oligarquia-epolitica-o-livro-oligarquia.html)
 Galán estava situado no grau zero da modernidade política - onde não existe a modernidade como estrutura. E no entanto, ele é o Barão de Münchhausen que puxa o cavalo pela crina para sair do pântano. E o cavaleiro que quer sair do pântano é o Príncipe Moderno latino-americano usando a ossatura da máquina de guerra oligárquica: partido liberal. O que Pablo Escobar espiritualmente decepou com o ato material de Mexicano (assassinato de Galán) não foi a experiência de retirar a Colômbia do dominus das maquinas de guerras freudianas?
POLÍTICA INTERNACIONAL/MUDANÇA CLIMÁTICA
“Independentemente do que façam os políticos em suas cúpulas contra a mudança climde massasática, boa parte das espécies do planeta está condenada a desaparecer. Uma revisão dos últimos estudos que analisaram a relação entre o aquecimento global e a biodiversidade mostra que, no pior dos cenários, uma em cada seis espécies de animais e plantas será extinta. O desastre afetará todos os ramos da árvore da vida, mas geograficamente terá como foco a América do Sul e a Oceania. Os últimos relatórios do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática (IPCC) retratam uma série de cenários para o final do século, as chamadas trajetórias de concentração representativa (RCP). O destino final de cada trajetória é uma determinada concentração de dióxido de carbono e, com o efeito estufa, um consequente aumento da temperatura”.
A ONU deveria criar um Grupo Intergovernamental Transdisciplinar de Especialistas sobre Mudança Política Planetária? A visão do hic e nuc das mídias eletrônicas e do jornalismo de papel de massas ignora – inconscientemente ou conscientemente – que os fenômenos políticos não são estruturas eternas. Eles são significantes que nascem, evoluem (ou involuem) e chegam ao fim. Alguns significantes são resilientes e, portanto são exceção à lei geral do significante: “qualquer significante é mortal”. Os significantes têm história e é possível pela investigação dessa prever o futuro deles. Potencialmente, o futuro pode vir a atuar no presente pela lógica do fantasma do futuro (Marx). O PCTP tem abordado tal fenômeno. A lógica do fantasma do futuro já está atuando sobre os significantes Brasil, USA, China? Se seguirmos a lógica político-ambiental, o problema da política internacional não é o das relações entre as Nações-Estado. E o problema da política ambiental não é reservar uma parte do planeta para as espécies não-humanas sobreviventes? Da política internacional, o problema consiste em saber que países (Nações) estarão no futuro! Entre nós, a lógica do fantasma do futuro é a desintegração do significante Brasil. Sou professor de sociologia política e constatei ao longo da última década que o significante Brasil inexiste na subjetividade dos alunos! Se nada for feito para alterar tal fantasma, o Brasil não é o país do futuro! Antes a frase estava além do conteúdo; agora o conteúdo vai além da frase! Qual a lógica do fantasma do futuro dos USA? Trata-se da substituição do dominus do inconsciente político ariano pela simples existência do inconsciente político mestiço na política em si e na política do mundo-da-vida. Esse fantasma não significa o desaparecimento dos USA tal como o conhecemos? E A China? Ao contrário do Brasil e dos USA, A China é um significante da civilização arcaica. Em 500 antes de Cristo, tal pais já possuía um Urstaat totalitário burocrático e uma cultura política totalitária sustentada por um episteme política que é a junção do discurso do mestre chinês com uma filosofia política militar. A China já foi invadida ao longo dos milênios por vários povos, fragmentada pela cultura política feudal ou militar, possuída – em uma parte de seu território geográfico - pelo Japão no século XX. No entanto, o significante retornava a sua forma original: lógica da resiliência do significante. Então, entre Brasil, USA e China quem estará no futuro e quem não estará? Não existe determinismo histórico sobre o futuro (assim como não existe determinismo histórico sobre o passado) e, portanto, a lógica do fantasma do futuro não é um determinismo histórico. Mas o que fazer?  

MARILYN MANSON


Há uma distância estrutural (e abissal) entre a comunidade dos psicóticos divinos americanos e a máquina de guerra psicótica terrorista americana.
 Marilyn Manson (nome artístico de Brian Hugh Warner) é um músico americano, líder e vocalista de uma banda epônima de Metal Industrial, conhecido por dizer que os USA  é totalitário. Seu nome artístico foi formado a partir dos nomes Marilyn Monroe e Charles Manson, mostrando o que ele considerava o último e mais perturbante dualismo da cultura estadunidense: um amalgama de cultura industrial de massas com o totalitarismo lumpesinal das máquinas de guerra psicóticas e terroristas do mundo-da-vida. Em 13-14 de setembro de 2002, seu primeiro show, The Golden Age of Grotesque, foi realizada no Los Angeles Contemporary Exhibitions Centre. O crítico Henry Max comparou-os aos trabalhos de "materiais de pacientes psiquiátricos dada ao uso como terapia". Eis claramente anunciado o laço simbólico do músico com a comunidade dos psicóticos!  Associar a cultura americana como a estética do grotesco é um ato simbólico de alguém que expõe os USA como cultura política totalitária que tomou o lugar do totalitarismo alemão no campo simbólico mundial. Os nazistas usaram a estética do belo como um modo de sugestão para as massas. Marilyn faz a associação direta, na vida americana, do grotesco como estética das máquinas de guerra psicóticas totalitárias. Seria excessivo dizer que essa banda de metal industrial é uma máquina de guerra totalitária musical? Marilyn é uma máquina de guerra musical que celebra e glorifica o significado de Charlie Manson para a vida americana? Seus versos são uma clara evocação da pulsão de morte como SENHOR ABSOLUTO (Hegel): “quando eu for Deus, todos morrem”. Ele diz do contraste entre a indústria da música (que canta o amor 24 horas por dia durante sete dias da semana) e a violência sem limite das máquinas de guerra (estatal, civil, lumpesinal) no mundo-da-vida: “cantamos o amor e nos matamos”. O grande Outro da música do Marilyn Manson é a cultura política totalitária americana constituída pelo direito a posse de armas; pelo amor ao Deus da cultura política cristã; pelo amor ao discurso do mestre americano encarnado pelo presidente da República (governo):
Vocês amam suas armas? Sim!
Vocês amam Deus? Sim!
Vocês amam o seu governo? Sim!
No entanto, o Marilyn biográfico é o avesso de Charlie. Ele é originário de uma família de classe média. Se esse retrato de Marilyn não for uma lenda midiática, ele é filho único de Barbara e Hugh Warner - e primo de quarto grau do comentarista conservador Pat Buchanan. Marilyn Manson nasceu em Canton, Ohio, no dia 5 de janeiro de 1969. Tendo um pai católico e uma mãe episcopal, Brian estudou na escola Heritage Christian School do primeiro ao décimo ano. Mais tarde foi transferido para o Cardinal Gibbons High School, em Fort Lauderdale, Florida. Formou-se em 1987, e tornou-se um estudante no Broward Community College em 1990. Manson trabalhava para uma licenciatura em jornalismo e foi ganhando experiência no campo de escrever artigos de música para a revista de estilo de vida do sul da Flórida, 25th Parallel. Ao longo de sua vida foi construindo seu estilo de vida inspirado na cultura política dos psicóticos divinos norte-americanos até aparecer, finalmente, como uma máquina de guerra musical psicótica. Não há uma sombra de dúvida que conhecê-lo significa ver o espelho da vida americana sem distorções!        
                                
                                                                                                                                             
              


                          

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