Psicanálise, Cultura Política, Totalitarismo (PCPT)
Endereço do grupo Psicanálise. Cultura Política, Totalitarismo no Facebook: https://www. facebook.com/groups/ psicanalise.culturapolitica. totalitarismo/?fref=ts
José Paulo Bandeira e Almir Pereira.
O Grupo PCPT (Psicanálise, Cultura Política, Totalitarismo) é um campo de pensamento transdisciplinar. Trata-se do campo contraciência freudiana da política. Tal campo está aberto às múltiplas e diversas intervenções disciplinares das ciências humanas (sociologia, ciência política, antropologia, direito, economia, historiografia, geografia), das ciências da comunicação, da psicanálise, do marxismo, da psicologia, da metapsicologia, das neurociências, da filosofia e da literatura. Também está aberto às intervenções das ciências ambientais, da biologia e da física. A ideia é articular a história da natureza à história política universal!
O Grupo não aceitará que seja veiculado qualquer tipo de publicidade, seja econômica, seja política ou de cunho ideológico. Espera que seus integrantes não se deixem alienar - em sua participação -, ou pela lógica da mercadoria, ou pela lógica política do simulacro de simulação. Espera também que a reflexão possa ser metabolizada como cultura contratotalitária.
José Paulo Bandeira e Almir Pereira.
O Grupo PCPT (Psicanálise, Cultura Política, Totalitarismo) é um campo de pensamento transdisciplinar. Trata-se do campo contraciência freudiana da política. Tal campo está aberto às múltiplas e diversas intervenções disciplinares das ciências humanas (sociologia, ciência política, antropologia, direito, economia, historiografia, geografia), das ciências da comunicação, da psicanálise, do marxismo, da psicologia, da metapsicologia, das neurociências, da filosofia e da literatura. Também está aberto às intervenções das ciências ambientais, da biologia e da física. A ideia é articular a história da natureza à história política universal!
O Grupo não aceitará que seja veiculado qualquer tipo de publicidade, seja econômica, seja política ou de cunho ideológico. Espera que seus integrantes não se deixem alienar - em sua participação -, ou pela lógica da mercadoria, ou pela lógica política do simulacro de simulação. Espera também que a reflexão possa ser metabolizada como cultura contratotalitária.
FATOS & VERSÕES.
Neste domingo de abril (26/04),
três jornalistas falam sobre política brasileira. Elas querem tornar a política
uma coisa mais prosaica do que o prosaico. Eles querem dizer o sentido dos
fatos políticos. Elas são pagas a peso de ouro, e o brilhantismo delas é a prova
de que elas valem o que recebem da indústria de comunicação. Mas como só os
deuses têm o poder de dizer sobre o sentido do fato, a resistência das nossas
jornalistas à linguagem da metáfora e da metonímia (linguagem do inconsciente
político) empurra o jornalismo da televisão para o tédio do prosaico. A Editora
desse tipo de programa acredita que o tele-espectador típico goza apenas com o
prosaico. Seria o gozo narciso interrompido a cada palavra, fórmula ou sentença
das jornalistas. Renan Calheiros briga com Eduardo Cunha por causa dos direitos
dos trabalhadores? Isso é o fato jornalísticos do Fatos & Versões? Isso é
pura ilusão e enganação. Indo além! Ele briga com Cunha numa disputa pelo poder
no PMDB? Isso é o fato jornalístico mediado pela ciência política. Assim o
jornalismo se aproxima do artefato. Lacan diz: não ex-siste fato, apenas
artefato. Este é o fato manufaturado pelo simbólico através da cultura
política. Por quê Renan disputa o poder no PMDB? Trata-se de uma causa mecânica
da política partidária? Ou então todo político se define pela vontade de obter,
cada vez mais, poder? A vontade política tem como motor o desejo de poder? Que
desejo é esse? Freud fala do desejo de dominação da pulsão de morte. Esta
remete, rigorosamente na física freudiana da política, para o inconsciente
político. O motor na história política universal natural são as energias pulsão
de morte e narcisismo. Assim Renan quer o PODER no PMDB como um modo de fazer a
gestão das energias supracitadas que são fundamentais para o seu equilíbrio
psíquico. Eu diria que elas são essenciais para o equilíbrio da alma de Renan
no cotidiano da sua vida pública e privada. O contraconceito de indivíduo diz:
o indivíduo é um campo de força constituído pela acumulação, distribuição e uso
das energias míticas (pulsão de morte e narcisismo) biograficamente. Renan é um
campo de força sob à luz do sol político: a opinião pública. Então, ele vai
jogar com as energias da galera partidária mexendo com a força da opinião
pública: o eleitor. Isso tem um pingo de cálculo, mas o jogo narcísico – que
sustenta tal política - se passa na dimensão do inconsciente político.
Trata-se, portanto, não de fatos políticos, mas de artefatos da cultura
política. Detalhe: por que Renan é o presidente do Congresso? Talvez porque ele
saiba que a política é feita de artefatos políticos! A política em si como fato
é o túmulo de qualquer político e de qualquer jornalista política por mais
brilhantes e sedutores que eles sejam!
PAULO COELHO/RAUL SEIXAS
Entre os significantes da cultura
musical da década de 1970 temos Raul Seixas e Paulo Coelho. Metamorfose
ambulante é a letra de um rock? Raul foi um pioneiro do rock brasileiro? Não
era bossa nova, tropicalismo, samba, sertanejo. Não era música popular
brasileira em um sentido amplo? um determinado modo musical de organizar a
relação da cultura política com a cultura no mundo da vida? A ditadura militar
usou a violência de sua máquina de guerra semiclandestina para perseguir Paulo
Coelho, pois ele fazia as letras das músicas de Raul:
“Prefiro ser/Essa metamorfose
ambulante/Eu prefiro ser/Essa metamorfose ambulante/Do que ter aquela velha
opinião/Formada sobre tudo/Do que ter aquela velha opinião/Formada sobre
tudo/Eu quero dizer/Agora o oposto do que eu disse antes/Eu prefiro ser/Essa
metamorfose ambulante”. O PCB odiou esta letra! Paulo e Raul aconteceram na
minha adolescência. Meu irmão João Paulo e sua turma tinham um laço simbólico
muito forte com eles. Meu irmão e seu bando usavam drogas as mais variadas,
faziam um sexo anárquico e não queriam nada com trabalho ou estudo. Queriam apenas
viver intensamente como se a morte já tivesse marcado a hora de vir apanhá-los.
O PCB dizia que Raul e Paulo significam a alienação da luta política. Em termos
da junção da ética com a cultura política, o PCB era um partido
tradicionalista. A ética do partido era a ética do trabalho weberiana traduzida
para a política. O militante tinha que ser um ser moral com uma alta disciplina
sexual. Um asceta sexual voltado para a vida familiar. O PCB era um partido
modelado pela cultura patriarcal do Engenho: a ética do domínio senhorial
colonial para a classe média urbana de Copacabana. Raul e Paulo constituíram um
significante antagônico ao significante ética sexual do Engenho para a classe
média urbana do sudeste. Trata-se do significante lacaniano ética do desejo.
Mas eles não queriam abrir todas as comportas do desejo. Eles queriam fazer da
ética do desejo um laço social: sociedade alternativa. Esta faz parte de uma
filosofia, defendida por Raul Seixas, baseada nos Escritos de Aleister Crowley
e a Lei de Thelema. O escritor ocultista britânico Aleister Crowley influenciou
muito Raul Seixas,(especialmente em suas composições). Isso é uma lenda urbana
ou um artefato simbólico muito real: a ética do desejo de Raul e Paulo?
“Então vá!/Faz o que tu
queres/Pois é tudo/Da Lei! Da Lei!/Viva! Viva!/Viva A Sociedade
Alternativa.../"-Faz o que tu queres/Há de ser tudo da Lei". A lei da
sociedade alternativa é a lei da ética do desejo da comunidade dos psicóticos
divinos?
PMDB/MDB
O PMDB saiu de uma costela do
saudoso MDB. Este foi o partido que congregou esquerda e direita em uma frente
política oposta à ditadura militar. O MDB era um verdadeiro partido político
weberiano. Este é uma instituição política no qual o uso da violência física ou
simbólica é limitada. Em uma época das máquinas de guerra guerrilheiras e
terroristas de esquerda, o MDB fazia política pacífica para fazer a ditadura
militar desmoronar. No governo Figueiredo, o MDB virou o PMDB. O general
Golbery do Couto e Silva bolou um novo sistema partidário que proibia aos novos
partidos usarem a sigla do regime bipartidário instalado no governo Castelo
Branco com o MDB e a Arena.
No governo autocrático de Sarney,
o PMDB dominava a cena política brasileira. Ele era um partido claramente
hegemônico a serviço do regime autocrático civil do simulacro de presidente da
República José Sarney. Primeiro, o PMDB existiu como um partido político.
Quando assumiu o poder no aparelho de Estado, ele abandonou a forma partido
ideológico (MDB) para se transformar em partido de patronagem de cargos. Mas a
lógica do fantasma do futuro (Marx) máquina de guerra oligárquica já articulava
a prática peemedebista. O PMDB se tornou uma máquina de guerra política
oligárquica com a conquista dos governos estaduais em 1986. Mas esta alma
política do partido (do futuro) de 1986 já articula a prática dele desde o
momento que ele tornou-se o principal partido-apoio da autocracia Sarney. De um
ponto de vista da vida biográfica partidária da política, o PMDB representa o
fato político original da República Democrática de 1988. Um fato político (partido
político) em fusão com o artefato político máquina de guerra política
oligárquica de 1986. Em tal tempo histórico, o futuro articula - em um espaço
invisível (o da prática partidária) - o presente. Este fato político (PMDB) não
condensa a história molecular do futuro da República Democrática? A história atual
não é a história do dominus das máquinas de guerra freudianas sobre a política?
A física freudiana da política brasileira contemporânea pode lançar uma luz
capaz de dissipar o véu ideológico opaco que parece ocultar a verdade sobre tal
época histórica em um desmoronamento orgânico?
EPISTEME DO ENGENHO/MODERNISMO
Não é salutar deixar a discussão
do modernismo somente nas mãos da comunidade das Letras ou dos arquitetos. É
preciso pensar o modernismo como teoria e questão prática e como um
significante que não se desintegrou na lógica do “tudo que é sólido dissolve no
ar. Para mim, o significante modernismo é articulado no “Os Sertões” (Euclides
da Cunha) na vida e na obra de Lima Barreto (arcano da comunidade dos
psicóticos divinos no Brasil) e em Mário e Andrade e Oswald de Andrade. Vejam
bem, estou falando do significante modernismo! Do significante modernismo como
estrutura e fenômeno. Tal significante tem dois fenômenos que são
acontecimentos-marcas dele: Canudos e a Semana e Arte Moderna paulista. O
modernismo tem uma lógica que só é inteligível na dialética inconsciente
político ariano versus inconsciente político mestiço. Ele é o fenômeno de
constituição de um discurso mestiço (Gilberto Freyre falou que o brasileiro é
espiritualmente mestiço) que se fragmentou na cultura – música, literatura,
artes plásticas – e espera a hora e se articular como cultura política mestiça
para além do mundo-da-vida, ou seja, na política em si. A física freudiana da
história é um fragmento de tal cultura política mestiça. Este significante
modernismo não se desintegrou no ar.
No entanto, o significante foi
agenciado pelo grande fenômeno biográfico individual psicótico da política
brasileira: J. K. (Juscelino Kubitschek). JK foi uma soma de energia narcísica
fabulosa que moveu montanhas no Brasil. Mas exatamente transferiu a capital do
país do Rio (da Corte) para Brasília (Sertão). Entregou para o PCB o desenho estético
e prático da nova capital. Trata-se de um desenho feito pelo significante
modernista. Quem quiser conhecer a episteme do Engenho baixada nas cidades
brasileiras deve ir `a Parati, simulacro de cidade colonial. Trata-se de uma
cidade cujo desenho é a lógica do caos, da desordem arquitetural. A arquitetura
moderna parece ser o avesso do caos da arquitetura caótica do Engenho, feito
com um engenho que segue a lógica da dimensão caótica do cérebro. O
luso-brasileiro é antes de tudo um ser guiado pelo caos cerebral. O discurso do
arquiteto modernista é uma coisa séria no Brasil. É o significante que tentou
estabelecer uma episteme política alternativa à episteme do Engenho. JK é o
modernismo arquitetural psicótico na cultura política da década de 1950
especificamente na dimensão da política brasileira. As questões que martelam
meu cérebro são: este modernismo não se constituiu como um significante moderno
articulado ao inconsciente político ariano? E no século XXI não foi
desintegrado pela lógica do desmoronamento do tudo que não é discurso do senhor
do Engenho dissolve no ar?
MAMA ÁFRICA
Na história ariana universal, a
África sempre foi um continente negro incapaz de ameaçar o poder do
inconsciente político ariano? Como afirmação da raça negra, a África sempre
esteve sobre controle do poder ariano. Nos USA, os negros não constituem uma
ameaça ao poder branco, e, atualmente, são cassados e assassinados nas ruas
pela máquina de guerra policial ariana. Mas como uma figura do inconsciente
político mestiço, a África é uma ameaça às sociedades arianas europeias e
americanas. Os americanos fazem de conta que o presidente da República é negro.
Obama é fruto do casamento de um negro africano com uma branca americana. Ele é
um mestiço puro sangue americano. Não se pode desconsiderar que a luta dos
negros nos USA e no Brasil faz sentido. Mas trata-se de uma luta que não tem um
sentido, ou conteúdo, ou forma revolucionária. É uma luta pela integração dos
negros à sociedade de classes ariana. No Brasil, os negros sempre estiveram
sobre controle do poder oligárquico ariano, quando escravos do Engenho, depois
como homens livres para serem encarcerados no campo de concentração para a raça
brasileira de mestiços, negros e brancos pobres: a prisão brasileira. Ao
formular a filosofia política da episteme política do discurso do senhor de
Engenho, Oliveira Vianna mostrou que a dialética essencial para o poder ariano
era a dialética inconsciente político mestiço versus inconsciente político
branco. Ao contrário da luta dos negros, o movimento molecular (ou de massas)
dos mestiços em direção às altas esferas da aristocracia tem o poder de dissolver
esta como aristocracia e poder ariano. O que está em questão é o dominus do
inconsciente político ariano na história universal. O modelo americano de fazer
o país com imigrantes subsumidos ao poder ariano está passando por uma
transição na qual o inconsciente ariano é violentamente sacudido pela invasão
Spanish vinda pelo México. A dinastia política bush é mais fluente em espanhol
do que em inglês. O Spanish representa o poder da mestiçagem na paisagem de uma
América demograficamente perdida em termos arianos. A Europa quer evitar a
mestiçagem advindo com a Imigração via o mar Mediterrâneo construindo um monstruoso
Urstaat união europeia e financiando a fabricação de Urstaats portáteis na
Líbia e em inúmeros países que são o celeiro da invasão da Europa pela lógica
do inconsciente político mestiço. Na
Europa, Portugal condensa a história colonial da expansão do inconsciente
mestiço. Excetuando uma elite branca irredutível, os portugueses são
espiritualmente mestiços. Se a Europa tomar Portugal como ponto de partida para
a história universal do século XXI, apenas estaria se submetendo à história
universal natural, a história em si. Mas a história mitológica e a história
objetiva (articulada pelo mito) que sustentam o poder ariano (o inconsciente
ariano é baseado no mito de que existe raça ariana) estão longe de ensarilhar
suas armas. Elas têm como agente de seu poder ariano as máquinas de guerra
psicóticas que sempre dominaram a história universal. O s homens não fazem sua
própria história. As máquinas de guerra psicóticas fazem a própria história e a
história dos homens, das mulheres e das crianças. Vocês acreditam que é uma
coincidência histórica que a mais conhecida, notável e magnifica máquina de
guerra psicótica da América Latina da segunda metade do século XX até agora ser
uma máquina ariana psicótica terrorista (Pablo Escobar)?
COMO A VIDA, A CLASSE MÉDIA É UM
POLÍGONO
A cólera de Marillena Chaui
explode quando ela pensa na classe média brasileira. Quando a classe média
tornou-se uma força capaz de encolerizar seus próprios intelectuais? A década
de 1950 é a época de uma classe média lendária como uma cornucópia. Dessa saiu
a música, as artes plásticas, (a literatura?), o teatro, a arquitetura, a
medicina, a engenharia a nova política. JK era um político oriundo da classe
média. A ditadura militar buscou interromper a produção maravilhosa de tal
cornucópia. Aí a classe média virou um movimento de massas pacífico contra o
governo militar e máquinas de guerra terrorista e guerrilheira. A contradição
ditadura militar versus classe média – especialmente do Rio e São Paulo - gerou o Urstaat militar - a cultura política
totalitária militarizada da época médice. Nestes anos de chumbo, a classe média
desceu ao inferno. O totalitarismo militar perseguiu, capturou, torturou e
assassinou a classe média. Para a classe média de oposição, a história
tornou-se um vale de lágrimas. Mas a classe média continuou a fazer oposição na
música (e no teatro) usando a televisão, o rádio, a feira, o estúdio, a sala de
estar, a universidade, enfim. Como uma fusão da música do povo, especialmente
mestiço, e a música da classe média, a música popular brasileira tornou-se um
pensamento mestiço cujo som e poesia reverbera até hoje - graças aos deuses do
candomblé, da macumba e das religiões sincréticas! Então, a classe média
floresceu como um movimento de multidões – principalmente no Rio e em São Paulo
– que concorreu para o desmoronamento da ditadura militar. A morte de Tancredo
Neves e a covardia de Ulisses Guimarães permitiram que o ex nihilo oligarca
José Sarney capturasse a revolução liberal da classe média. Sarney implantou um
governo autocrático oligárquico e corrupto que levou Collor de Mello ao poder.
O governo collorido foi o governo despótico de um tirano pós-moderno em plena
Democracia de 1988. A classe média foi para a rua e derrubou Collor de Mello e
seu bando oligárquico chefiado pelo capo PC Farias. Então, um político da
classe média de Juiz de Fora assumiu o governo e convidou um intelectual da
classe média carioca da USP para ser o ministro da economia. Eles acabaram com
o caos econômico e criaram o modelo oligarquia política híbrida. Depois de
FFHC, a classe média foi para a rua e para a urna eleger Luís Inácio LULA DA
SILVA. FHC passou a faixa presidencial para Lula com uma alegria sincera. Me
digam! O ódio de Marillena Chaui não é mais odioso que o próprio ódio? Na
infância, meu pai me ensinou que a política é um polígono de vários lados e
ângulos, como a vida!
O FIM DO SIGNIFICANTES
Talvez um problema de ordem
prática da história do século XXI seja, precisamente, o do fim dos
significantes. Na sua atualização, um significante é estrutura e fenômeno em
uma determinada cultura política. Se a estrutura psicótica se atualiza como
fenômeno na biografia de um indivíduo, isso significa que a estrutura conseguiu
fazer uma aliança com as forças caóticas do cérebro. Isso pode correr com a
biografia de um partido político. Então, o biografado é articulado por um laço
no qual o real se define como alucinação. No inconsciente freudiano, a
alucinação é pura desordem da relação do cérebro como a realidade externa. Integrada
ao inconsciente político, a alucinação pode existir como “discurso” do credo
quia absurdum ou do nonsense do PT, por exemplo. Neste “discurso”, o
significante desintegra-se material e espiritualmente na cultura política na
qual ele habita. Como o espaço é curto, falo dos significantes resilientes e
dos que se desintegram na cultura política brasileira.
Liberdade e igualdade são
significantes da cultura política liberal europeia que fizeram uma leve marca
na cultura política brasileira na democracia de 1988. O PT gostava do
significante igualdade social e a grande imprensa capitalista do significante
liberdade de comunicação. A crise brasileira parece ter desintegrada o
significante igualdade social. Este implica que a sociedade capitalista produza
riqueza para ser distribuída pela população. A crise da sociedade capitalista
entre nós atua como causa do fim do significante. A liberdade da comunicação
industrial parece imune à ação da força que quer desintegrá-la. O significante
liberdade de imprensa foi dissolvido pela ação dos governos chavistas na
Venezuela. O prolongamento de governos petistas associado a crise capitalistas
da comunicação industrial pode significar o fim do significante liberdade na
cultura industrial de massas? O monopólio da cultura industrial por máquinas de
guerra totalitárias (evangélicos) podem concorrer para a dissolução do
significante supracitado como estrutura e fenômeno. Ou seja, isso significa o
fim do significante que se não existe mais como estrutura não nascerá de um
fenômeno qualquer.
O significante revolução é uma
tradição da cultura brasileira. Quais as forças e processos que concorreram
para a sua dissolução na cultura política do século XXI? Há uma crise brasileira
já tornada visível (ao menos nas publicações do PCPT) que dificilmente
encontrará uma solução efetiva dentro dos marcos da Constituição de 1988. No
entanto, a cultura industrial repeti, durante 24 horas por dia nos 7 dias da
semana, que a solução pode ser Eduardo Paes ou Jacques Wagner em 2018. Que em
último caso ou Lula ou Aécio Neves podem resolver a crise brasileira. A
esperança de que o significante revolução não retorne faz a alegria (e garante
o gozo narcísico) da sociedade de comunicação industrial. A cultura industrial
de massas não fala da revolução para as massas. Verdade que isso é parte da
lógica da comunicação: “não falar de corda em casa de enforcado”. Se a
sociedade se constituir como uma vontade revolucionária o que faria a sociedade
do espetáculo industrial? Ela espera que a “classe política” não se deixe
permear por tal vontade, pois a revolução é a peste para a sociedade industrial
do espetáculo. Vale qualquer espetáculo, menos o espetáculo revolucionário.
Assim, o Brasil é subtraído de um recurso política. evolutivo político usado
pela história universal desde pelo menos a antiguidade greco-romana.
A desintegração do significante
Brasil merece uma postagem especial!
CLASSE OPERÁRIA CAPITALISMO DE
ENGENHO
Como significante político, a
classe operária surge nas greves no fim da década de 1970 no ABC. Este
significante coletivo aparece associado ao significante biográfico individual
Luís Inácio Lula da Silva. A classe operária emerge em um campo de forças sob
jugo do poder despótico ditadura militar. Trata-se de um poder funcionando na
cultura política totalitária militar. Na sociedade de classes da década de
1980, a classe operária constituiu-se como um campo de força de acumulação de
energia narcísica (mito) capaz de substituir a hegemonia da classe média na
luta contra o Urstaat militarizado. FHC já falava na necessidade de criação de
um partido no qual a classe operária tivesse uma participação de destaque. Mas
a ideia do PT saiu do cérebro de Lula. O Partido dos Trabalhadores foi criado
através de uma aliança da classe operária (sindicalista) com a classe média
(intelectuais revolucionários e a massa da sociedade civil de classe média). Na
sua origem, a ideia PT já nasceu como partido híbrido, ou seja, metade partido
político metade máquina de guerra. A classe operária era o território onde o PT
constituía –se como partido político; a classe média revolucionária era o
território social onde o PT constituía-se como máquina de guerra. A partir de
sua fundação, o PT se destacava como
alternativa de poder em relação ao PMDB, principalmente depois que este
partido assumiu a forma obscena de uma máquina de guerra política grotesca da
oligarquia brasileira. Na década de 1980, a classe média revolucionária quis derrubar
o governo autocrático de Sarney e fundar através de uma revolução política a
República Democrática. Então, ela dirigiu a massa popular no incêndio do centro
da cidade do Rio de Janeiro. Uma semana depois em uma manifestação da CUT no
ABC, o presidente desta central sindical Jair Meneguelli disse aos operários:
“os companheiros do Rio mostraram o caminho”. Diferente de Lula, Jair
articulava-se (e articulava) a classe operária como um significante biográfico
revolucionário.
No entanto, no caminho do PT
tinha uma pedra: o PSDB. Trata-se de um partido que surge de uma aliança de uma
classe média temperada por um liberalismo político natimorto com o capitalismo de
Engenho paulista (burguesia paulista) e uma fração totalitária da oligarquia
brasileira. Na disputa partidária, o PT batia os outros partidos eleitoralmente
e na rua. Ele detinha a hegemonia das massas: fusão urbana da massa operária
com a massa de classe média. Na eleição de 1989, pilotando um partido
invertebrado e nanico, Collor de Mello foi alavancado pelo apoio de uma aliança
do capitalismo de Engenho com a oligarquia brasileira totalitária e a fração
burguesa encastelada na indústria de comunicação. O dono do sistema Globo
Roberto Marinho teve um papel decisivo tático para derrotar Lula e fazer Collor
tomar o governo federal. Aí, massas da classe média em si derrubaram Collor. A
classe média assumiu o poder com Itamar Franco e FHC no ministério da economia
(da fração do liberalismo político do PSDB). Tirando o país do caos econômico,
o PSDB tornou-se – com FHC – um partido imbatível nas urnas. O PSDB governou
durante oito anos. Em uma conclusão lógica da história política do século XXI,
Lula substituiu FHC no governo Federal só depois da noiva ter sido prostituída.
Com Lula, o PT tornou-se um partido do capitalismo de Engenho (na forma
capitalismo dependente e associado) e a classe operária classe apoio do bloco
no poder sob a hegemonia concreta do capitalismo de Engenho paulista. Com Dilma
Rousseff, a classe operária conheceu o inferno da Divina Comédia. E agora José?
A festa acabou!
EPISTEME POLÍTICA PROCEDIMENTAL
No O processo civilizador, v. II,
pg 203, Norbert Elias estabelece um conceito freudiano de indivíduo: partes de
si contra partes de si. As partes são as instâncias e agencias (Eu, Supereu e
Id), que na física freudiana da história funcionam como centros de força
alimentados por energias míticas (pulsão de morte e narcisismo). Niklas Luhmann
pensa a pessoa como centro doador de sentido e de direito no agir da troca a
ser realizada em termos de conteúdo daquilo que se espera. O agir com sentido é parte do sistema, ou
seja, um conjunto estruturado pela episteme procedimental que está na junção da
sociologia com o direito. Ele é uma redução seletiva de possibilidades em
comparação com as possibilidades infinitas do mundo circundante habitado pelo
homem concreto. A conexão de sentido que faz o laço das ações do sistema não
coincide com a conexão de sentido das ações do homem concreto. A pessoa habita
o sistema e o homem concreto o mundo-da-vida. No sistema, o sentido do agir é
finito (limitado pela episteme procedimental do direito). No mundo da vida, o
sentido do agir é infinito? Acredito que Luhmann tem uma visão anárquica do
mundo-da-vida! Na física freudiana, o sentido articula-se seja pela lógica do
inconsciente freudiano, seja pela lógica do inconsciente político; o indivíduo
é sempre (esteja fora ou dentro) um artefato simbólico articulado por uma
cultura política. O indivíduo é um significante articulado (atravessado,
capturado) por um campo de força endógeno (partes de si contra partes de si);
como ele não é, de modo algum, o homo
clausus, ele faz parte de um campo de forças exógeno (sociedade/Estado).
Além disso, o indivíduo pode ser um campo de força em si sociológico, um campo
de força de acumulação de energia mítica que se volta para o exterior, para a
realização de obras, para a construção do mundo exterior. O indivíduo carismático
da sociologia weberiana é o exemplo mais acabado desse contraconceito de
indivíduo. A história é habitada por indivíduos, pessoas, bandos, aparelhos e
por um número limitado de artefatos simbólicos (religião, ciência, indústria de
comunicação, partido político, música etc.) sem sombra de dúvida. Mas o homem
não faz a sua própria história; a máquina de guerra freudiana faz a sua própria
história e a história dos homens, mulheres e crianças.
A episteme política legitimação
pelo procedimento faz do discurso do direito (o significante direito moderno) o
centro estratégico da organização (articulação) das relações do Estado com a
sociedade. A pessoa como centro de sentido e de direito (sujeito do direito) é
o centro tático do funcionamento do significante direito. Isso excluiu
naturalmente a lógica do inconsciente político (campo de acumulação de energias
míticas e campo de forças) e, portanto, o contraconceito de indivíduo. A
episteme do direito procedimental se define pelo esforço sério, justo e intenso
onde se investigará a verdade e a justiça e que, eventualmente, com a ajuda
dessas instituições também as pessoas recuperarão os seus direitos. Esta
episteme política pressupões um mundo não estruturado pelo significante
injustiça: “fazer o bem para os amigos, prejudicar os outros”. A injustiça é o
significante elementar da episteme política do Engenho. Ela estrutura a relação
Estado-sociedade, entre nós, desde o Brasil colonial. A episteme procedimental
é estruturada pela significante sério; ela não admite a ironia e a comédia como
parte do conflito institucionalizado por regras e normas jurídicas. O poder do
Engenho quer usar a retórica da episteme procedimental (a vulgata de tal
episteme) para qualificar os opositores - que usam a ironia e a comédia como formas
de revelação do mundo invisível do discurso do senhor do engenho – como
não-pessoas. A episteme procedimental é um artefato e um fato de países
desenvolvidos em termos de cultura em si e cultura política liberal: países
civilizados. O Brasil é (e sempre foi) um país mergulhado na barbárie!
BIRDMAN
Alejandro González Iñárritu é um diretor
mexicano que dirigiu Birdman (2014) com Michael Keaton como protagonista, ex-Batman,
há anos sem um papel relevante na sala escura. Poderia ser mais um filme interessante
de Hollywood, simplesmente. Mas Keaton é um psicótico interpretando uma
personagem psicótica. A personagem é uma celebridade do mundo do cinema de
super-heróis conhecida como Birdman. Um pássaro é um ser capaz de vencer
a gravidade da estrutura psicótica? Na Broadway, Riggan Thomson (Keaton) o
personagem da realidade americana tenta voar para fora da gravidade de Birdman.
Este é a representação da estrutura psicótica de Thomson que só pode ser vencida
se ele obtiver o poder de ser um pássaro, de voar planando sobre os cidadãos de
Nova York. O desejo de voar está associado a uma mitologia antiga que
finalmente se tornou realidade com a tecnologia aeronáutica do século XX. Voar
se transformou em um mito americano da conquista do cosmo. Trata-se e um
investimento de capital e de energia narcísica que diz muito sobre a sociedade
e o povo americano. A guerra da independência contra os colonizadores ingleses
é um acontecimento que funde a dupla energia mitológica: pulsão de morte e
narcisismo em uma escala épica na articulação do significante NAÇÃO AMERICANA.
Depois, por mais que os marxistas e historiadores tentem fornecer uma
explicação tranquilizadora da Guerra de Secessão apontando causas econômicas,
ideológicas, humanitárias etc. para o banho de sangue de 300000 americanos, tal
guerra foi, com efeito, a explosão/implosão mítica de uma parcela do povo
branco que refundou o significante USA. Trata-se de uma guerra de duas magnas
máquinas de guerra psicóticas: a do Sul contra a do Norte. Hollywood sempre foi um centro cultural
capitalista de energia narcísica que tratou as máquinas de guerra freudianas
(pulsão de morte sem limite) como um fato natural da vida americana,
especialmente nos filmes de faroeste. Hoje, o fascínio por tais máquinas parece
ser irreversível. Como é irreversível a glorificação do narcisismo como o poder
mítico dos USA. Na última cena do filme, pelos olhos da filha de Riggan Thomson
(Emma Stone como Sam Thomson), o espectador é levado a conclusão que Thomson
plana finalmente sobre a cidade. Com a ajuda da internet, o sucesso na Broadway
é a acumulação de energia narcísica que faz Thomson vencer sua estrutura psicótica.
No filme, não existem psiquiatria, psicanálise ou indústria farmacêutica. Apenas
a história cultural da vida americana regada à bebida alcóolica!
CIVILIZAÇÃO/BARBÁRIE
No Manifesto do Partido Comunista, Marx usa o significante civilização
para se referir aos povos e países capitalistas modernos (Europa ocidental) em
um contraponto aos povos e países bárbaros não capitalistas. Na década de 1930,
Norbert Elias publicou o seu Livro O
processo civilizador e a dupla de
conceitos que fazem o contraponto da história sociológica é “civilizado” e
“incivilizado”. Assim, o termo barbárie desaparece. A civilização se mede pelo
nível de sua tecnologia, a natureza de suas maneiras, o desenvolvimento de sua
cultura científica ou visão e mundo. Na cultura europeia, ingleses, franceses e
alemães articulam o significante civilização de diferentes modos. Na década de
1970, Arnold Toynbee usou o conceito para fazer uma história das civilizações que
começa com a civilização arcaica principalmente da Suméria e do Egito. Parece
que civilização é a marca, o ponto de inflexão na história da espécie humana
pela contraposição Urstaat-sociedade primitiva e pela dialética história da
espécie humana versus história da natureza (inflexão técnica na relação
humanidade-natureza). Na década de 1990, Samuel P. Huntington publicou o seu
influente O choque de civilizações. Trata-se
de um livro da cultura política republicana conservadora dos USA. Talvez não
seja errado definir generosamente o conceito de civilização de Huntington como
cultura ampliada. A cultura deixa de ser um artefato superestrutural para
incluir a infraestrutura. Em Huntington, civilização é nada menos do que o
conceito de totalidade histórica de Marx. Assim, a civilização ocidental é uma
civilização ao lado de outras como a sínica, a hindu, a islâmica, a africana e
a latino-americana. O Ocidente incluiu a Europa e a América do Norte, e também
outros países de colonização europeia como a Austrália e a Nova Zelândia.
Huntington parece incluir a sociedade tribal no conceito de civilização e
ignorar inteiramente a dialética civilização versus barbárie. Trata-se do
republicanismo conservador politicamente correto!
Um contraconceito de civilização
pode ser articulado na história universal com o campo da física da história
trabalhando com a diferença entre humano, homem e máquina de guerra. O humano é
um significante freudiano. O humano se diferencia dos animais com cérebro por
ser portador de um aparelho psíquico (eu, supereu, id). O homem é uma invenção da
cultura política da antiguidade greco-romana. É um ponto de inflexão da
história universal (desde a civilização arcaica) sob o dominus da máquina de
guerra freudiana habitando uma sociedade bárbara. Mas o Egito arcaico teve mil
anos de paz! O homem é o terreno existencial, simbólico, real e imaginário de
onde surge a geoistória da civilização ocidental. A cultura política da
antiguidade greco-romana se define pela vontade política de substituir o dominus da máquina de guerra freudiana
pelo significante homem: polis, ética da cidade, episteme política filosófica,
enfim, civilização antiga em contraposição à sociedade barbara sob o dominus da máquina de guerra. Na física
da história, civilização e barbárie são significantes que articulam a energia
mítica (pulsão de morte e narcisismo) em um campo de forças sob uma determinada
cultura política. Países dominados por culturas políticas totalitárias (onde se
cultiva o dominus da máquina de guerra freudiana) não podem ser considerados
como civilização, mesmo que sejam geoistoricamente ocidentais. É o caso da
Alemanha e da Itália fascistas. Este é um Ocidente bárbaro em plena modernidade
europeia, pois dominado - na cultura política e na política em si- pelas máquinas de guerra
partidárias e por uma hipermáquina de
guerra estatal psicótica e terrorista: Urstaat fascista. Ao definir tudo como
civilizado na história universal (axioma histórico do politicamente correto) -
foracluindo o significante barbárie -, a douta ciências humanas não jogou o
bebê (as redes de significantes universais) com a água suja fora da bacia ? A
física da história não põe e repõe as redes de significantes universais de
volta nos seus devidos lugares? Nos lugares da episteme política global RSI
(Real/simbólico/Imaginário) que articula, potencialmente, diferentes e lúdicas
repetições da dialética história da espécie humana versus história da natureza?
COLÔMBIA/GALÁN/PABLO ESCOBAR
A novela Pablo Escobar, senhor do tráfico (Globosat HD) está centrada, no
momento, no acontecimento definido pelo choque político entre Luís Carlos Galán
e os Extraditáveis como se autodesignaram os chefes do cartel de Medellin. A
história da máquina de guerra pabloescobar está no meu “Leitura materialista da
política universal (B)”( http://politicajosepaulobandeira.blogspot.com.br/2015/03/b-leitura-materialista-da-politica.html)
Mas o episódio Galán é um acontecimento que condensa
uma história universal da Colômbia como exemplo para a América Latina. Galán
não é um ser trágico da antiguidade grega, não é o homem (=civilização antiga
greco-romana) e não é uma máquina de guerra oligárquica. No entanto, ele tentou
agenciar (e mobilizar) a sociedade civil e o Estado de seu país para uma luta
política contra o narcopoder encarnado por Pablo Escobar. Essa era, obviamente,
sua estratégia para obter o poder legal colombiano. Seu assassinato dirigido
por Mexicano (lendário bandoleiro da guerra das Esmeraldas aliado de Escobar)
não fez dele um ser trágico burguês deste período da história da Colômbia, um
personagem de uma tragédia histórica (Marx). Ele se constituiu como uma força
inercial mítica movido por energia mítica (pulsão de morte e narcisismo) que –
mesmo com a aplicação de força descomunal sobre si pelo cartel de Medellín -,
não parou, não mudou o seu curso ou se sentido político. O assassinato de Galán
é uma coisa que introduz na Colômbia da década de 1980 a tragédia política:
(icajosepaulobandeira.blogspot.com.br/2014/02/oligarquia-epolitica-o-livro-oligarquia.html)
Galán estava situado no grau zero da
modernidade política - onde não existe a modernidade como estrutura. E no
entanto, ele é o Barão de Münchhausen que puxa o cavalo pela crina para sair do
pântano. E o cavaleiro que quer sair do pântano é o Príncipe Moderno
latino-americano usando a ossatura da máquina de guerra oligárquica: partido
liberal. O que Pablo Escobar espiritualmente decepou com o ato material de
Mexicano (assassinato de Galán) não foi a experiência de retirar a Colômbia do
dominus das maquinas de guerras freudianas?
POLÍTICA INTERNACIONAL/MUDANÇA
CLIMÁTICA
“Independentemente do que façam
os políticos em suas cúpulas contra a mudança climde massasática, boa parte das
espécies do planeta está condenada a desaparecer. Uma revisão dos últimos estudos
que analisaram a relação entre o aquecimento global e a biodiversidade mostra
que, no pior dos cenários, uma em cada seis espécies de animais e plantas será
extinta. O desastre afetará todos os ramos da árvore da vida, mas
geograficamente terá como foco a América do Sul e a Oceania. Os últimos
relatórios do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança
Climática (IPCC) retratam uma série de cenários para o final do século, as
chamadas trajetórias de concentração representativa (RCP). O destino final de
cada trajetória é uma determinada concentração de dióxido de carbono e, com o
efeito estufa, um consequente aumento da temperatura”.
A ONU deveria criar um Grupo
Intergovernamental Transdisciplinar de Especialistas sobre Mudança Política Planetária?
A visão do hic e nuc das mídias eletrônicas e do jornalismo de papel de massas
ignora – inconscientemente ou conscientemente – que os fenômenos políticos não
são estruturas eternas. Eles são significantes que nascem, evoluem (ou involuem)
e chegam ao fim. Alguns significantes são resilientes e, portanto são exceção à
lei geral do significante: “qualquer significante é mortal”. Os significantes
têm história e é possível pela investigação dessa prever o futuro deles.
Potencialmente, o futuro pode vir a atuar no presente pela lógica do fantasma
do futuro (Marx). O PCTP tem abordado tal fenômeno. A lógica do fantasma do
futuro já está atuando sobre os significantes Brasil, USA, China? Se seguirmos
a lógica político-ambiental, o problema da política internacional não é o das
relações entre as Nações-Estado. E o problema da política ambiental não é
reservar uma parte do planeta para as espécies não-humanas sobreviventes? Da
política internacional, o problema consiste em saber que países (Nações)
estarão no futuro! Entre nós, a lógica do fantasma do futuro é a desintegração
do significante Brasil. Sou professor de sociologia política e constatei ao
longo da última década que o significante Brasil inexiste na subjetividade dos
alunos! Se nada for feito para alterar tal fantasma, o Brasil não é o país do
futuro! Antes a frase estava além do conteúdo; agora o conteúdo vai além da
frase! Qual a lógica do fantasma do futuro dos USA? Trata-se da substituição do
dominus do inconsciente político ariano pela simples existência do inconsciente
político mestiço na política em si e na política do mundo-da-vida. Esse
fantasma não significa o desaparecimento dos USA tal como o conhecemos? E A
China? Ao contrário do Brasil e dos USA, A China é um significante da
civilização arcaica. Em 500 antes de Cristo, tal pais já possuía um Urstaat
totalitário burocrático e uma cultura política totalitária sustentada por um
episteme política que é a junção do discurso do mestre chinês com uma filosofia
política militar. A China já foi invadida ao longo dos milênios por vários
povos, fragmentada pela cultura política feudal ou militar, possuída – em uma
parte de seu território geográfico - pelo Japão no século XX. No entanto, o
significante retornava a sua forma original: lógica da resiliência do
significante. Então, entre Brasil, USA e China quem estará no futuro e quem não
estará? Não existe determinismo histórico sobre o futuro (assim como não existe
determinismo histórico sobre o passado) e, portanto, a lógica do fantasma do
futuro não é um determinismo histórico. Mas o que fazer?
MARILYN MANSON
Há uma distância estrutural (e
abissal) entre a comunidade dos psicóticos divinos americanos e a máquina
de guerra psicótica terrorista americana.
Marilyn Manson (nome artístico de Brian Hugh
Warner) é um músico americano, líder e vocalista de uma banda epônima de Metal
Industrial, conhecido por dizer que os USA
é totalitário. Seu nome artístico foi formado a partir dos nomes Marilyn
Monroe e Charles Manson, mostrando o que ele considerava o último e mais
perturbante dualismo da cultura estadunidense: um amalgama de cultura
industrial de massas com o totalitarismo lumpesinal das máquinas de guerra
psicóticas e terroristas do mundo-da-vida. Em 13-14 de setembro de 2002, seu
primeiro show, The Golden Age of Grotesque, foi realizada no Los Angeles
Contemporary Exhibitions Centre. O crítico Henry Max comparou-os aos trabalhos
de "materiais de pacientes psiquiátricos dada ao uso como terapia".
Eis claramente anunciado o laço simbólico do músico com a comunidade dos
psicóticos! Associar a cultura americana
como a estética do grotesco é um ato simbólico de alguém que expõe os USA como
cultura política totalitária que tomou o lugar do totalitarismo alemão no campo
simbólico mundial. Os nazistas usaram a estética do belo como um modo de
sugestão para as massas. Marilyn faz a associação direta, na vida americana, do
grotesco como estética das máquinas de guerra psicóticas totalitárias. Seria
excessivo dizer que essa banda de metal industrial é uma máquina de guerra
totalitária musical? Marilyn é uma máquina de guerra musical que celebra e
glorifica o significado de Charlie Manson para a vida americana? Seus versos
são uma clara evocação da pulsão de morte como SENHOR ABSOLUTO (Hegel): “quando
eu for Deus, todos morrem”. Ele diz do contraste entre a indústria da música
(que canta o amor 24 horas por dia durante sete dias da semana) e a violência
sem limite das máquinas de guerra (estatal, civil, lumpesinal) no
mundo-da-vida: “cantamos o amor e nos matamos”. O grande Outro da música do
Marilyn Manson é a cultura política totalitária americana constituída pelo
direito a posse de armas; pelo amor ao Deus da cultura política cristã; pelo
amor ao discurso do mestre americano encarnado pelo presidente da República
(governo):
Vocês amam suas armas? Sim!
Vocês amam Deus? Sim!
Vocês amam o seu governo? Sim!
No entanto, o Marilyn biográfico
é o avesso de Charlie. Ele é originário de uma família de classe média. Se esse
retrato de Marilyn não for uma lenda midiática, ele é filho único de Barbara e
Hugh Warner - e primo de quarto grau do comentarista conservador Pat Buchanan.
Marilyn Manson nasceu em Canton, Ohio, no dia 5 de janeiro de 1969. Tendo um
pai católico e uma mãe episcopal, Brian estudou na escola Heritage Christian
School do primeiro ao décimo ano. Mais tarde foi transferido para o Cardinal
Gibbons High School, em Fort Lauderdale, Florida. Formou-se em 1987, e
tornou-se um estudante no Broward Community College em 1990. Manson trabalhava
para uma licenciatura em jornalismo e foi ganhando experiência no campo de
escrever artigos de música para a revista de estilo de vida do sul da Flórida,
25th Parallel. Ao longo de sua vida foi construindo seu estilo de vida
inspirado na cultura política dos psicóticos divinos norte-americanos até
aparecer, finalmente, como uma máquina de guerra musical psicótica. Não há uma
sombra de dúvida que conhecê-lo significa ver o espelho da vida americana sem
distorções!
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