domingo, 21 de dezembro de 2025

METAMATERIA

 METAMATERIA 


A metafísica de Plotino prepara o terreno da ciência política materialista fazendo pendant com o Romance RSI (Real/simbólico/Imaginário)? A <matéria> não é um raio em um céu azul. Ela é capaz de estruturar o eu político, o hegemonikon, da prática política através da forma de Estado e forma de governo. O hegemonikon é feito de uma matéria que pode fazer o Bem ou o Mal, ou os dois, ao mesmo tempo. 

Plotino:

“le mal ne réside pas dans n’importe quel sorte de manque, mais dans le manque absolu; ainsi donc ce qui manque un peu de bien n’est pas mauvais, car il peut être parachevé selon le niveau de sa nature. Mas ce qui est manque absolu - et cela est matière - celui-là est réellement le mal et n’a aucune part au bien”. (Narbonne: 120). 

No romance RSI, a matéria e o ser inteligível, a alma e o corpo, o geral e o individual, são fenilomenicos (fenilatofenomenos) do poder estético da prática política. O poder estético pode ser o processo de sublimação da <Alma> em direção ao mais elevado, ao geral. ou processo de queda para uma região estética mais baixa, direção ao particular da matéria:  pode ser o poder estético barroco-gótico ou o poder estético barroco-grotesco:

“A Alma cuida do Mundo de duas maneiras: supervisionando o geral, conduzindo-o à ordem mediante um incessante comando de sua soberania real; e cuidando do individual, o que implica em uma ação direta, em um contato imediato, no qual ela se contamina com a natureza do objeto sobre o qual age”. (Plotino:80). 

A prática política de um Estado pode se encontrar sob o comando de um poder estético gótico ou grotesco, como absolutos universais. A forma da matéria do Estado grotesca é o mal absoluto, onde falta a o Estado fazer o bem. O Estado despótico oriental é essa matéria plotiniana absoluta do mal:

“Por outro lado, o corpo da Alma do Mundo é perfeito, cabal e autossuficiente, e nada há nele que seja contrário à sua natureza, de modo que lhe basta, poderíamos dizer, receber uma breve palavra de comando, e sua Alma está sempre num estado conforme o seu querer natural, uma vez que está isenta de paixões e apetites, pois ao Mundo (<kósmos>) ‘nada é subtraído e nada é negado’”. (Plotino: 80). 

“O corpo da Alma do mundo”. Esta é a tela de um poder estético que comanda a forma de Estado republicana lacaniana (Bandeira da Silveira. Caps 12, 16. Agosto/2022). Trata-se de um Estado que usa a mais-valia fiscal, o mais-gozar público, na autofabricação de uma realidade objetiva política como obra-de-arte. Então, a matéria que faz o bem e o mal é que espécie de matéria? Ela é uma matéria química da natureza viva. Ela é a metamatéria quimilato, pois, ela faz a química da vida das afecções ser território phenylato ou alquilato. 

A metamatéria quimilato é <potência e ato em ato> (Narbonne:31) na fabricação da forma de Estado. Toda forma de Estado era forma de Estado oriental despótica até a emergência do Estado republicano como potência e ato em ato na prática política ocidental. No entanto, a forma de Estado republicana é uma prática política paraconsistente (Newton da Costa; 2018), pois ele se encontra em processo de movimento que implica mudança.

Wagner:

“Aristóteles torna axiomático para a sua análise do movimento que ‘na medida em que toda mudança é algo para algo, algo dele deve subsistir no consequente da mudança’. Os termos usados por Aristóteles para designar o movimento como ‘do que’  ‘para que’ referem-se aos <extremos> ou <termos> e assume o axioma que implica a realidade do movimento como aquilo que em realidade procede de um certo modo quanto o que em realidade é um movimento de um certo tipo, sendo explicado poe seus <termos>. Isso conduz Aristóteles a responder em termos mais gerais a Zenão que ‘nenhuma mudança deve [em realiade] ser infinita em qualquer uma as vias em que a mudança pode existir; pois, na medida em que toda mudança deve ser algo para algo, uma mudança existe porque um par de termos existe, e tais termos serão vinculados um ao outro com contraditórios, contrários’”. (Gerson: 169).   

A prática política universal e geral republicana não é uma totalidade fechada, pois, ela possui exceção, furo produzido por um poder estético da metamatéria da língua phenylato (Bandeira da Silveira. Março/2025) no processo sem fim da mudança da forma de governo. A forma de governo pode ser republicana ou despótica. A isso corresponde que a forma de Estado é republicana com seu furo extrarrepublicano, furo que é o Oriente no Ocidente. Não há Ocidente separado do Oriente na história verossímil do Estado do romance RSI.         

A metamatéria quimilato é apenas o jundo sensível? 

Philonenko:

“A questão evolui. Sabe-se o que é a sensação e, por conseguinte, não se ignora o que são os dados da vista, do ouvido e sabe distinguir-se o som e o sentido; o exemplo alegado, que prova a possibilidade de isolar a sensação, é <a língua dos bárbaros> (163B). Porém, talvez por associação de ideias, se o raciocínio se inverter, se distinguirmos a língua e a sensação, a gramática levar-nos-á ao sentidosem ensinar o que é sensação”. (Philonenko. 1997: 150).   

A metamatéria é a gramática da matéria quimilato da prática politica universal mais geral que compreende o Estado como forma e Estado republicana e extrerrepublicana, ao mesmo tempo. Ocidente e Oriente, ao mesmo tempo na prática política da história verossímil do Estado a partir da antiguidade greco-romana? Ou o Oriente sempre carregou o Ocidente em alguma das civilizações asiáticas?    

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À passagem do Texto de Hegel para o Texto de Marx corresponde uma mudança na forma de governo do hegemonikon no <espaço público procedural> mundial. O romance RSI do Estado hegeliano (Hegel; 1995) cede seu lugar para o Romance RSI do capital capitalista (Marx: Le capital; 1977). O Brasil foi um romance RSI do Estado getulista até o golpe de Estado que fundou  o Estado militar-1964. Então, o Texto economicista do capital no Brasil se tornou o hegemonikon do espaço procedural público subdesenvolvido e dependente. O Romance RSI do capital capitalista subdesenvolvido, entre nós, foi o hegemonikon até entrar em colapso o discurso do economista universitário com Maria da Conceição Tavares e José Serra e outros menores no plano cultural. O fim da hegemonia do texto técnico economicista - de economistas profissionais e marxistas brasileiros - vem sendo uma região da minha invest romanesca RSI. O profissional da economia universitária [que trabalham para o capitalismo subdesenvolvido da elite do rico brasileiro de São Paulo e Rio] exauriu-se como hegemonikon, se degradou, apodreceu com a bananeira do fundo do quintal de minha casa (casa do Exército) em Belém do Pará. A podridão da bananeira hegemonikon evoca o poder estético <bruitagem>; hoje o economista do dominante existe a partir de ruídos “poderes poderes”,  que eles fazem na tela técnica dos mass media.         

A globalização liberal dos EUA procurou destruir de vez o romance RSI do Estado nacional territorial nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos. O que é o poder d’ars <bruitagem>? (Souriau. 1990. Paris. PUF: 277-280). Ele é o furo no espaço público procedural do hegemonikon mundial. Ele é o oder estético como exceção que não para de não funcionar, mas persiste falando na tela do discurso do universitário e, de vez em quando, fortuitamente, no Youtube. O poder estético <bruitagem> tem esse modo de parecer psíquico fungível, de falar e não falar sobrea arealidade  de fazer sentido e não sentido, pois ele está de costas para o romance RSI da realidade objetiva obra-de-arte da atualidade; ele é <um chover no molhado> ou um <fode, mas não sai de cima> de seu parecer fungível>.      

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