segunda-feira, 6 de outubro de 2025

General intellect gramatical republicano e seu Outro celestial

 José Paulo


Capítulo 9- general intellect gramatical republicano 


Fernando Pessoa abriu as comportas para se pensar a <Revolução Republicana Luso> no contexto mundial do confronto entre república e extrarrepública? suas análises não falam das massas analíticas do general intellect gramatical (GIG) em stásis na Europa? Tomamos consciência que o mundo é feito de conhecimento do GIG? 

“Fernando Pessoa fala da república que ele vê e sente:

‘A república actual é a continuação do estado de cousas da monarquia, com simplesmente isto e mais: a bolição do facto que impedia sequer a pensabilidade de melhorar esse estado de coisas. Porque é a república, i. é, será não a causa, mas a condição de um progresso ulterior. A[...] república indica que uma corrente social se substituía a outra no estado; mas essa substituição não é feita como a cde um peão por uma rainha no xadrez. O estado de cousas social não muda de momento; começa a exercer-se sobre ele obscuramente a influência de uma outra corrente, purificadora esta, que lentamente vai alterando esse modo-de-social,. Claro está que os homens que vão à frente dessa corrente no deslizar gradual de (...) antigo são os que mais se parecem - por falta de sinceridade [?], de modéstia, de competência, com os homens do anterior regime”. [Fernando Pessoa. 1978: 155-56]. (Bandeira da Silveira. Novembro/2024: 10).  

Pessoa fala de homens da revolução republicana como efeito do poder d’ars do realismo realista, como fez Tocqueville sobre a Revolução republicana francesa. Em ambos não temos um texto que se pareça com o texto de complexo-de-vira-lata do GIG brasileiro sobre a Revolução Republicana brasileira: 

“A conciliação barroca entre o velho e o novo é coisa da Revolução Francesa (Tocqueville. 42-44), é o mais-gozar da nova comunidade psíquica de significante burguês-moderno, e isso não existe na Revolução americana, esta não tem um passado de forma de governo para ser conciliado com a forma de governo da atualidade”. (Bandeira da Silveira> idem: 10). 

Hoje, um GIG esta sendo violentamente, materialmente atacado pela contrarrevolução extrarrepublicana no Brasil. O governador bolsonarista de São Paulo procura desintegrar o GIG da civilização paulista de 400 anos. Tarcísio, o gov., aparece com representante das massas bárbaras - que não são doces bárbaros - excluidas da civilização paulista do GIG. A língua fenilato tela da mente estética regional civilizatória tornou-se objeto de ódio, ressentimento, ira, das massas bárbaras bolsonaristas do Brasil profundo. A palavra liberdade dos bárbaros extrarrepublicanos se choca com  civilização do GIG republicano: 

Robespierre diz:

“Os partidário do sistema que ataco viram eles mesmos essa verdade, já que, sem ousar contestar a qualidade de cidadão àqueles que condenavam à deserdação política, eles se limitam a eludir o princípio de igualdade que ela supõe necessariamente, pela distinção entre cidadãos ativos e cidadãos passivos. Contando com a facilidade com a qual se governam os homens pelas palavras, eles tentaram fazer a mudança ao publicar, por essa  nova expressão, a violação mais manifesta dos direitos do homem [...] Ora, eu lhes perguntaria com que direito eles podem assim atacar seus concidadãos e eleitores com inatividade e paralisia; não deixarei de reclamar contra essa locução insidiosa e bárbara, que manchará ao mesmo tempo nosso código e nossa língua, se não nos apressarmos a as apagar, a fim de que a palavra liberdade não seja ela mesma insignificante e irrisória”. (Zizek. 2008: 54). 

<Nossa língua> é aquela da revolução republicana em choque com a contrarrevolução extrarrepublicana na prática política e tela da mente estética, língua quimilato (Bandeira da Silveira; março/2025) -  que rechaça a retórica de falsos revolucionários que atacam as massas analíticas do GIG revolucionário republicano.   

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O GIG é um “fenômeno” de produção do hegemonikon (Alorduy: 26), isto é, do eu politico estoico de uma nação. Ele pode ser, ou republicano (França, EUA< China) ou monárquico (Inglaterra). O hegemonikon é constitutivo das telas da mente do cérebro e de nós, nação. Ele pode ser o bem e/ou mal, Eros e Tanatos, ethos e pathos de uma língua quimilato na tela da mente estética nacional/mundial. Eis um exemplo. O governo de Bolsonaro foi um fenihegemonikon  de identificação estética de dezenas de milhões de brasileiros. E ele era o símbolo de qual prática política, de qual realidade simbólica virtual? Ele simbolizava e usou o governo nacional na destruição da república revolucionária da Constituição de 1988. Ele foi derrotado na sua reeleição e condenado pelo STF a mais de vinte anos de penitênciária. Todos esses fatos são constitutivos do hegemonikon nacional. Ora,. um outro hegemonikon aparece na criação e recriação de textos pelo GIG, textos que falam da revolução republicana nas nações. Estes textos são o fundo da cena hegemonikon e contribuem para a fabricação da auto-imagem das nações. Selecionei por ordem da gramática ideológica alguns textos para mostrar minha ideia. 

Fernando Pessoa criou textos maravilhosos da gramática ideológica-retórica do hegemonikon luso:

“À ideia de <campo> dialético/materialista se acrescenta a ideia de <modo de ser psíquico:

[...]”

“O campo paraconsistente é plurivocidade de gramática de sentido de comunidade psíquica de significante do político sem conciliação barroca agenciado pela contradição material: reacionário versus radical. A stásis promovida por uma comunidade psíquica de significante do político é a chave para o entendimento da conjuntura da história da civilização europeia de polícias [recalcada nos jogos de significantes] da primeira metade do século XX. Falo da CPS do falso perverso que transformou o planeta em um teatro de guerra de significante-semblante inautêntico de uma teologia alemã noir da stásis/pólemos (Schmitt: 55).  (Bandeira da Silveira. 11/2024: 13)”.

O modo de ser psíquico luso é, ao mesmo tempo, um modo de ser psíquico universal, um hegemonikon mundial, como em 1500:

“O conceito de crise política de Pessoa é passível de se tornar análise concreta de situação concreta hoje? (Lenin. 1982: 10; 1982. Tome 3: 20)”. (Idem , ibid). Temos um hegemonikon mundial na gramática ideológica de Pessoa?  

“Na Europa da metade do século XX, o campo político conjuntural europeu foi invadido pelo partido do nacional-socialismo. Assim, a contradição reacionário versus radical se transforma em nó com gramática de sentido reacionário/radical. Esse novo modo de ser psíquico foi uma as causas da Segunda Guerra Mundial. O modo de ser psíquico reacionário/radical ressurge com a vitória de Donald Trump em 2024”. (Bandeira da Silveira. Idem: 15).

O modo de ser psíquico reacionário/radical trumpista é a contrarrevolução extrarrepublicana de um hegemonikón mundial. Trump mudou o hegemonikón americano e existe como realidade vistual de símbolos do extrarrepublicano policial mundial. Observe leitor, o texto de Hannah Arendt sobre a revolução republicana:

“A noção de um movimento irreversível, que o século XIX logo deveria conceituar na ideia de necessidade histórica, ecoa, dom princípio ao fim, nas páginas da Revolução Francesa. De repente, um conjunto de imagens inteiramente novas começa a se agrupar em torno da antiga metáfora, e um vocabulário totalmente novo é introduzido na linguagem política. Quando pensamos em revolução, ainda pensamos quase automaticamente em termos dessas imagens, nascidas naqueles anos - em termos da <torrent révolutionnaire>, de Desmoulin, em cujas ondas impetuosas os participantes da revolução foram impelidos e arrebatados, até que o redemoinho os sugasse da superfície, e todos pereceram, juntamente com seus inimigos, os agentes da contra-revolução. Pois a poderosa corrente da revolução, nas palavras de Robespierre, foi constantemente impulsionada pelos ‘crimes da tirania’, de um lado, e, de outro, pelo ‘progresso da liberdade’, os quais inevitavelmente se defrontavam, de tal forma que movimento e contramovimento nem se equilibravam nem se restringiam ou prendiam um ao outro, mas, de uma forma misteriosa, pareciam confluir numa torrente de ‘violência progressiva’, precipitando-se na mesma direção com uma impetuosidade cada vez maior. Esta é a majestosa ‘torrente de lava da renovação, que nada poupa e que ninguém pode conter’, como Georg Forster testemunhou em 1793; e o espetáculo submetido ao signo de Saturno: ‘A revolução devorando os seus próprios filhos’, com se expressou Vergniaud, o grande orador da Gironda. É a ‘tempestade revolucionária’ que colocou em marcha a revolução, a <tempête révolutionnaire> de Robespierre e sua < marche de la Révolution>, aquele poderoso turbilhão que varreu ou fez submergir o inesquecível e nunca inteiramente esquecido começo, a afirmação da ‘grandeza do homem contra a pequenez dos grandes’, como salientou Robespierre, ou ‘a defesa da honra da raça humana’, nas palavras de Hamilton. Parecia que uma força maior que  o homem interferia quando os homens começaram a afirmar sua grandeza a defender a sua honra”. (Arendt. 1988: 39). 

A força maior maior que o homem é o poder d’ars realista fantástico da revolução republicana?         

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Marx viu a história moderna europeia com passado estético da revolução romana de Roma:

Uma vez estabelecida a nova formação social, os colossos antediluvianos desapareceram, e com eles a Roma ressurrecta - os Brutus, os Gracos, os Publícola, os tribunos, os senadores e o próprio César. A sociedade burguesa, com seu sóbrio realismo, havia gerado seus verdadeiros intérpretes e porta-vozes nos Say, Cousin, Royer-Collard, Benjamin Constant e Guizot; seus verdadeiros chefes militares sentavam atrás das mesas de trabalho e o cérebro de toucinho de Luís XVIII era a sua cabeça política. Inteiramente absorta na produção de riqueza e na concorrência pacífica, a sociedade burguesa não mais se apercebia de que fantasmas dos tempos de Roma haviam velado seu berço. Mas, por menos heróica que se mostre hoje esta sociedade, foi não obstante necessário heroísmo, sacrifício, terror, guerra civil e batalhas de povos para torná-la uma realidade. E nas tradições classicamente austeras da República romana, seus gladiadores encontraram os ideais e as formas de arte, as ilusões de que necessitavam para esconderem de si próprios as limitações burguesas do conteúdo de suas lutas e manterem seu entusiasmo no alto nível da grande tragédia histórica”. (Marx. 1974: 336). 

Marx mostra que a história é um Choque entre poder d’ars realista fantástico da revolução romana de Roma na revolução republicana moderna com um outro poder d’ars? O que seria este último? Ora, a história do GIG da modernidade cria um poder d’ars segundo uma gramática econômica capitalista. Assim, a história se apresenta como, daí por diante, como a contradição entre o poder realista fantástico da revolução republicana e o poder d’ars do realismo realista capitalista. Este poder criou, por exemplo, a globalização liberal pós-modernista que consistiu na desintegração definitiva da gramática da tela da mente do poder d’ars realista fantástico da revolução republicana mundial. No momento, Donald Trump simboliza o poder d’ars mercantilista-capitalista extrarrepublicano e Xi Jinping o poder d’ars da revolução republicana mundial. O GIG republicano chinês diz sobre os direitos republicanos:

“A Assembleia Popular da China tem o direito de alterar outras leis básicas, como a Constituição, o Direito Penal e o Direito Civil, além do direito de eleger o Presidente do país, Vice-Presidente, {...} Também pode a partir da nomeação do Presidente, determinar quais serão os candidatos a Premiê do Conselho de Estado,, e de acordo com a nomeação do Premiê, determinar os candidatos para uma série de cargos importantes dentro do Conselho, incluindo o Vice-Premiê, conselheiros e Ministros do Conselho de Estado”. (Baofeng:204).

A APdaC é um poder d’ars realista fantástico que estrutura a realidade política chinesa em uma tela da mente estética republicana revolucionária mundial:

“A Assembleia Popular da China também pode [...] e além de possuir o direito de remover todo o pessoal acima mencionado, possui também o direito de revisar e aprovar o plano nacional de desenvolvimento econômico e social [...] bem como o orçamento [...]”. Idem,ibid). 

O poder d’ars realista fantástico da APdaC se baseia em seu funcionamento nos direitos republicanos de transformar permanentemente a prática política chinesa mundial. Os direirtos republicanos fazem do poder d’ars realista fantástico da APdaC um Estado lacaniano republicano (Bandeira da Silveira. Agosto/2022: cap. 12) de administração da mais-valia fiscal, mais-gozar público girando em torno do Bem Comum de uma tela da mente estética do futuro em reflexão no presente planetário. Daí a globalização asiática <rota da sede> na atualidade.     

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Nas ciências das telas, a forma de governo é um campo paraconsistente (Newton da Costa. 2008: 170; Mao Tse Tung; 1976, v. 1; De la contradiction). Há a forma de governo na contradição principal da prática política. Há a forma de governo como aspecto principal e aspecto secundário. Na China, a forma de governo principal é a <República Popular da China>. A forma secundária é a <Assembleia Popular da China>. Como república, a forma de governo chinês vem de uma evolução da forma de governo republicana ocidental. Porém, ela é a última e mais completa forma de governo republicana na história universal. O poder republicano começa a ser compreendido com o livro “República” de Platão e no livro “As leis”, o poder republicano torna-se uma gramática ideológica, retórica de uma tela da mente estética platônica. Ele aparece como um poder estético:

“O poder estético existe na relação de criação de obras de arte como lógica gramatical, retórica, ideológica ou concepção política de mundo, na relação com as classes sociais e a guerra estética de classe que habitam a prática política na tela da mente estética. Há o artista e o ersatz de artista como aparelho de hegemonia de Estado. O poder estético faz pendant com a língua quimilato”. (Bandeira da Silveira. cap. 3, part. 2). 

Mais especificamente, o poder d’ars é o poder fenilestético [poder estético de uma língua quimilato universal] no texto nacional e/ou mundial; ele pode ser o poder estético, sobretudo,  de uma prática política religiosa como a Igreja católica:

“Os modernistas paulistas não sabiam que uma obra literária podia funcionar como poder d’ars, como obra-de-arte”. 

“As vozes abafadas pela arquitetura do edifício é uma figura de linguagem que evoca o segredo e a narrativa como intriga política do <politburo> do poder d’ars do jesuíta”. (Bandeira da Silveira. Julho/2025, cap. 1, pat 12).   

A forma de governo republicana chinesa é uma obra-de-arte, um poder d’ars de governar as massas analíticas do GIG. Platão falou do poder republicano no final de sua vida:

“Pois é isto, de fato, o que outras coisas, ouvimos daqueles que que são tidos como os melhores poetas, oradores, videntes, sacerdotes e milhares de outros; e consequentemente, a maioria de nós, em lugar de procurar evitar as ações erradas, fazemos o errado, tentando em seguida torná-lo bom. Agora, de legisladores como vós, que afirmam serem mais brandos do que severos, reivindicamos que nos tratassem primeiramente por meio da persuasão; e se o que dizes a respeito da existência dos deuses for superior aos argumentos de outros no que diz respeito à verdade, mesmo que só um pouco de eloquência, então provavelmente vós teríeis êxito em nos convencer. Tentai, portanto, se achais isso razoável, para aceitar nosso repto. (Platão. 2010: 398).

O poder republicano do GIG da antiguidade é definido assim:

“E a necessidade que é própria a uma alma dotada de intelecto será, entre todas as necessidades, de sobejo a mais poderosa; pela lei que impõe ela exerce o comando sem ser comandada. E quanto à alma, na perfeição do intelecto, que se propõe a perfeição do bem, é impossível que algo altere seu propósito e esta completa impossibilidade se produz realmente segundo a razão”. (Platão. idem: 526). 

o poder republicano do GIG é poder da articulação da hegemonia emm contraponto ao aparelho de Estado. Ele é um poder que faz o bem enquanto o aparelho de Estado faz o bem e o mal, é ethos e pathos, eros e tanatos, como o poder dos juízes da época moderna 1500, que é poder escolar, da competência escolar:

“Seule la définition de sens commun, beaucoup trop restreinte, de la religion, empêche de voir que l’Ecole est en fait une instance religieuse, au sens de Durkheim: en instaurant une frontière qui sépare du commun les élus des grandes épreuves scolaires, elle institue une <élite> dotée, par le fait de la ségrégation, de tous les propriétés ordinairement imparties aux êtres sacrés. Et l’on peut donc décrire le processus de séparation conduisant à la consécration par lequel L’Ecole produit la noblesse d’Etat, dotée d’un titre universellement reconnu (dans les limites du ressort de l’Etat considéré) et ouvrant droit à une catégorie déterminée de positions de pouvoir, mais aussi à la reconnaissance et au respect, comme un rite de passage, au sens d’Arnold van Gennep, ou, mieux, comme un rite d’institution”. (Bourdieu. 1989): 164).

O limite da gramática ideológica do poder republicano ocidental consiste em essa forma de governo ter uma aristocracia de Estado, a nobreza de Estado, como poder estamental feudal. A Forma republicana de governo APda C é auto-desintegração permanente  desta nobreza de Estado ocidental na evolução do poder republicano da história mundial milenar.      

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O PCC é o poder d’ars asiático realista fantástico de seleção do imperador secular mundial assim como a Igreja Católica é o poder d’ars celestial da tragédia histórica ocidental de escolha do imperador sagrado. 

Bourdieu:

“Bien qu’elle marque une rupture tranchée avec le rituel ordinaire de la lecture idolâtre, cette lecture pure accorde encore à l’oeuvre philosophique l’essentiel; demandant à être traité comme elle traitée son objet, c’est-à-dire comme oeuvre d’art, se donnant pour objectif l’objet même de l’oeuvre lue, c’est-à-dire le plaisir cultivé, cultivant le plaisir cultivé, exaltant artificiellement ce plaisir artificiel par un denier raffinement de roué qui, en tant que tel, implique une lucidité sur ce plaisir, elle offre avant tout une exemplification exemplaire de ce plaisir d’art, de ce plaisir d’amour de l’art dont, comme de tout plaisir, il n’est pas si facile de parler”. (Bourdieu. 1979: 583).

O GIG do Imperador secular e do Imperador celestial exerce um poder estético desinteressado na prática política da tela da mente d’ars mundial. Ele é o contrário do poder d’ars capitalista do capital mercantil capitalista da atualidade. Este é uma lógica gramatical-ideológica econômica na prática política mundial:

“A l’opposé, Louis Guillermit s’efforce de montre, par une confrontation des trois <Critiques>, que Kant a repensé toute sa théorie de la sensibilité - proposant une nouvelle définition transcendantale du sentiment qui rompt le lien entre le sentiment et la faculté de désirer - pour faire place à une espèce désintéressée du plaisir, qu’il découvre dans le jugement esthétique [...]”. (Bourdieu. Idem: 583). 

Aí está a gramática do poder estético do GIG secular asiático e secular na prática política mundial. Então o sentimento é separado da faculdade de sentir do homem gramatical no silogismo de Aristóteles:

“assim, é uma propriedade do homem o ser capaz de aprender gramática: porque, se A é um homem, é capaz de aprender gramática, e, se é capaz de aprender gramática, é um homem”. (Aristóteles. 1973: 14).

O homem gramatical é aquele de uma língua-fenilato universal, um conhecimento celestial que estrutura o mundo, os mundos do homem na tela da mente do poder estético das instituições planetárias:

“!7. A questão evoluiu. Sabe-se o que é a sensação e, por conseguinte, não se ignora o que são os dados da vista, do ouvido e sabe distinguir-se o som e o sentido; o exemplo alegado, que prova a possibilidade de isolar a sensação, e a <língua dos bárbaros (163B). Porém, talvez por associação de ideias, se o raciocínio se inverter, se distinguirmos a língua e a sensação, a gramática levar-nos-á ao sentido sem ensinar o que é sensação “. (Philonenko. 1997:150). 

A lógica gramatical doa o sentido da prática política na tela da mente estética mundial.   

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Na China, o general intellect gramatical é uma massa analítica de milhões de indivíduos  proprietária de capital cultural (Bourdieu. 1994:39) e do Estado como aparelho de Estado e poder de Estado (Balibar: 94). No Ocidente, o GIG é proprietário do poder judiciário e de capital cultural. Ele funciona no aparelho de hegemonia criando imagens gramaticais sobre a revolução republicana, nosso objeto de estudo.

Georges Lefebvre deixou uma imagem gramatical-ideológica-retórica  da língua fenilato da revolução republicana francesa de 1793:

“A traição de Dumouriez e a guerra civil emocionaram os republicanos.: foi como um novo ‘terror’, e recomeçou a deter os suspeitos. Elas os expressaram mais ainda que a invasão, e levaram-nos às medidas de exceção. Na própria Convenção, encontramos cada vez menos oposição. A pena de morte por simples constatação de identidade foi decretada, a 18 de março, contra os emigrados, e os padres sujeitos à deportação, aprisionados no território da República, depois, no dia seguinte, contra os rebeldes surpreendidos com armas. A 21, surgiram os Comitês de vigilância eleitos e encarregados apenas de controlar os passaportes, os desconhecidos e os estrangeiros; mas tomou-se o costume de chamá-los <revolucionários> e, se os ‘sans-culottes’ neles se encontravam em grande número, logo monopolizaram a polícia política. A 28, uma lei definiu a emigração, aplicou aos emigrados a morte civil e, não obstante, reservou à República, durante cinquenta anos, a parte que teriam podido obter pela sucessão de seus país; os que tornassem a entrar na França seriam punidos com a morte. Enfim, a 5 de abril, o caso dos ministros e dos generais posto à parte, a Convenção renunciou a pronunciar a devolução ao tribunal revolucionário e abandonou esta medida ao acusador público, Fouquier Tinville”. (Lefebvre: 303).     

Marx diz sobre a violência da revolução republicana como parteira da história mundial. O <sans-culotte> exerceu o <poder policial> da violência política no GIG, incluindo os GIG católico. A revolução republicana tem a Igreja como o aparelho de hegemonia do antigo regime feudal. Massas analíticas fazem a luta republicana versus luta monárquica na autoprodução do Estado republicano e suas formas de governo. 

Emília Viotti da Costa deixou imagens gramaticais… sobre a revolução republicana no aparelho de hegemonia do Estado no Brasil:

“Os republicanos, como os demais, estiveram divididos em face da Questão Religiosa: uns eram favoráveis aos maçons, outros aos bispos e, por isso, indiretamente, os primeiros apoiavam a política do Governo. Grande número de republicanos era o que se chamaria na época livre pensador, denotando mesmo certa hostilidade a tudo que lembrasse Igreja e clero. No programa do Partido Republicano constava a plena liberdade de cultos, perfeita igualdade de todos os cultos perante a lei, abolição do caráter oficial da Igreja, sua separação do Estado e emancipação do poder civil pela supressão dos privilégios e encargos temporais outorgados a seus representantes, ensino secular separado do ensino religioso, constituição do casamento civil, sem prejuízo do voluntário preenchimento das cerimônias religiosas conforme rito particular dos cônjuges, instituição do registro civil de nascimento e óbitos, secularização dos cemitérios e sua administração pelas municipalidades”. (Costa: 298). 

A contrarrevolução extrarrepublicana de São Paulo já privatizou a propriedade pública dos cemitérios e criou uma anarquia com  o registro civil de óbitos. O fim da burocracia pública republicana está sendo votada no Congresso nos dias de outubro de 2025.   

Na nossa revolução republicana, a Igreja deixa de ser um aparelho de hegemonia de oficial de Estado e torna-se uma instituição de hegemonia sobre as massas da sociedade civil ao lado das outras igrejas afro-brasileiras. O Estado republicano secular requer uma gramática ideológica…que torne as massas analíticas civis a classe dirigente da nação. O regime de 1988 criou e recria um bloco estético-capitalista evangélico que quer autofabricar um Estado teológico evangélico em 2026. O Estado teológico é um efeito da gramática ideológica…conjuntural da transformação do Estado republiano constitucional revolucionário de 1988 e um Estado contrarrevolucionário extrarrepublicano fático, realmente existente. O Estado teológico substituirá a forma de governo capitalista estamental secular por uma forma de governo capitalista estamental teológica?                  

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Sem a análise dialética da gramática ideológica de Donald Trump, a prática política mundial tem uma região invisível. Com Trump. o Estado aparece como uma forma de governo capitalista e extrarrepublicana. Trata-se de uma ruptura com a história republicana americana do <Federalistas>. Essa história da gramática ideológica extrerrepublicana começou a ser feita com Mills e Hannah:

“Por definição, o político profissional é um partidário. E, não obstante, os dois partidos políticos dos Estados Unidos não são organizações nacionalmente centralizadas. Como estruturas semifeudais, têm operado pela proteção  e outros favores prestados em troca de votos. Os políticos menores trocam os votos de suas zonas por uma partilha maior nos favores e protecionismo. Mas não existe um chefe nacional, e muito menos um líder nacionalmente responsável em nenhum dos dois partidos. Cada um deles é uma constelação de organizações locais curiosa e complicadamente ligada a vários blocos de interesses. O congressista é geralmente independente dos líderes de seu partido no Congresso, pelo menos no que se relaciona com os fundos de campanha. Os comitês nacionais de cada um dos principais partidos consistem principalmente de nulidades políticas; pois, já que os partidos são coalizões de organizações locais e estaduais, cada um deles demonstra a unidade nacional, que por acaso tenha, apenas uma vez em cada quatro anos, nas eleições presidenciais. Na base e nos níveis médios, os principais partidos são fortes, ditatoriais mesmo; Mas, na cúpula são muito fracos. Somente o Presidente e o vice-Presidente, cujo o eleitorado é nacional, proporcionam, pelos seus atos e nomeações, a unidade nacional partidária que por acaso exista”. (Mills: 302-03). 

A forma de governo americana é uma forma partidária extrarrepublicana semifeudal, isto é estamental. Este Estado extrarrepublicano estamental capitalista se projeta na polemos com as nações criando um poder policial de gramática realista fantástica extrarrepublicano contrarrevolucionário mundial. Hoje, corporações mundiais americans de empresas de tecnologia criam e recriam um território virtual de um Estado extrarrepublicano capitalista-feudal, estamental em seu general intellect gramatical.          

Hannah fala do poder d’ars estratégico realista extrarrepublicano mundial:

“A dissimulação, a falsidade e o papel da mentira deliberada tornaram-se as questões centrais <d’Os Documentos do Pentágono>, mais do que ilusão, erro, falhas de cálculo e coisas assim, devido principalmente ao estranho fato de que as decisões incorretas e as declarações mentirosas violavam consistentemente os relatos factuais da comunidade de Inteligência espantosamente exatos, pelo menos como foram registrados na edição Bantam. A questão crucial não é apenas que a política da mentira quase nunca visava o inimigo (esta é uma das razões porque os documentos não revelavam segredos militares, que poderiam ser enquadrados no Ato da Espionagem), mas estava destinada principalmente, senão exclusivamente, ao consumo doméstico, à propaganda caseira, e especialmente a enganar o congresso. O incidente de Tonkin, em que o inimigo conhecia todos os fatos e a Comissão de Relações Exteriores do Senado não conecia nenhum, é um exemplo”. (Arendt. 1973: 22).

A gramática ideológica americana constitui a prática política mundial. Hoje, Trump aparece como um reflexo da gramática ideológica, retórica do poder estético estratégico dessa prática política d’Os Documentos do Pentágono”:

<Convencer o mundo’; ‘demonstrar que os EUA eram um ‘competente doutor pronto a manter promessas, ser rijo, assumir riscos, ser ferido e ferir o inimigo ao máximo; usar uma ‘pequena e atrasada nação’ sem qualquer importância estratégica ‘como um <teste> para a capacidade dos Estados Unidos em ajudar uma nação a enfrentar uma ‘guerra de libertação’ comunista> O( o grifo é nosso ); manter intacta uma imagem de onipotência ‘nossa posição de liderança mundial’; demonstrar ‘o ‘desejo e a capacidade dos Estados Unidos de fazer o que quiserem em assuntos mundiais’; mostrar ‘a credibilidade de nossas promessas para os amigos e aliados; resumindo. ‘<comportar-se> (o grifo é nosso) como a maior potência do mundo’ por nenhuma outra raz~]ao de convencer o mundo deste ‘simples fato’ (como disse Walt Rostow) tal foi o único objetivo permanente que, com o começo da administração Johnson, empurrou para um segundo plano todos os outros objetivos e teorias, tanto a teoria dominó e a estratégia anticomunista dos primeiros estágios do perído da guerra fria, como a estratégiada contra-inssureição tão cara à administração Kennedy”; (Arendt. 1973: 24-25). 

O GIG americano reinou na prática política mundial até a emergência do real mundial GIG asiático. O GIG americano de 1965 tinha na pólemos com outras nações a teologia negra de Carl Schmitt, naturalmente. (Derrida.1994. 110-11). Mas não tinha a polemos no campo interior da prática política nacional, só admitia a stásis: 

“Toda contraposição religiosa, moral, econômica, étnica ou outra transforma-se numa contraposição política, se tiver força suficiente para agrupar objetivamente os homens em amigos e inimigos”. (Schmitt: 63). 

Trump fez do poder d’ars estratégico realista fantástico schmittiano a gramática ideológica, retórica da prática política nacional.     

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Dois continentes separados pelo mar Atlântico. 200 anos de distância no tempo, modernidade e pós-modernidade, ciências das telas. Tocqueville, John Rawls e Baudrillard e eu habitamos o mesmo território de leitura da realidade da forma de governo republicana da tela da mente estética ocidental:

“Considero o republicanismo clássico como a visão segundo a qual, se os cidadãos de uma sociedade democrática pretendem preservar seus direitos e liberdades básicos, inclusive as liberdades civis que asseguram aquelas da vida privada, eles devem ter também um grau de suficientes ‘virtudes políticas’ (como as chamo) e estarem dispostos a participar da vida pública. A ideia é que, sem uma participação ampla de uma cidadania vigorosa e bem-informada na política democrática, até as instituições políticas mais bem-intencionadas cairão nas mãos daqueles que procuram dominar e impor sua vontade por meio do aparato do Estado , quer em busca de poder, quer de glória militar, ou por razões de classe e interesse econômico, para não falar do fervor religioso e do fanatismo nacionalista expansionista. A segurança das liberdades democráticas requer a participação ativa dos cidadãos que possuem as virtudes políticas necessárias para a manutenção de um regime constitucional”. (Rawls: 2000: 253-54). 

Há a gramática ideológica do republicanismo clássico europeu e americano e aquela do republicanismo que John Rawl designa por <liberalismo político>, ou seja seu republicanismo. A diferença entre elas não é teórica e sim histórica. O republicanismo americano integra na prática política a religião como artista da política de um consenso sobreposto secular e religioso:

“Antes de começar, lembro os dois pontos principais da ideia de um consenso sobreposto. O primeiro é que procuramos um consenso entre doutrinas abrangentes razoáveis (em contraposição a não-razoável ou irracionais) o fato crucial não é o fato do pluralismo em si, mas do pluralismo razoável (1:6.2). O liberalismo político, como já disse, vê essa diversidade como o resultado de longo prazo das faculdades da razão humana situada num contexto de instituições livres duradouras. O fato do pluralismo razoável não é uma condição desafortunada da vida humana, como poderiamos dizer do pluralismo como tal, que admite doutrinas que não são apenas irracionais, mas absurdas e agressivas. Ao articular uma concepção política de tal maneira que ela possa conquistar um consenso sobreposto, não a adaptamos à irracionalidade existente, mas ao fato do pluralismo razoável, que resulta do exercício livre da razão humana em condições de liberdade”. (Rawls. 2000: 190). 

O consenso sobreposto do pluralismo razoável consiste na religião não agir como o artista da política de desintegração da forma de governo republicana e sua substituição por uma gramática ideológica de forma de governo teológico:

“O ‘formalismo de Estado’ que é a burocracia é o ‘Estado como formalismo’, e como tal formalismo o descreve Hegel. Porém, como este ‘formalismo de Estado’ se constitui em poder real e se converte por si mesmo em seu próprio conteúdo <material>, aí se compreende que a ‘burocracia’ é um tecido de ilusões <práticas> ou a ‘ilusão do Estado’. O espírito burocrático é um espírito totalmente jesuítico, teológico. Os burocratas são os jesuítas de Estado e os teólogos de Estado. A burocracia é a <république prêtre>”. (Marx. 1982: 359)       

O republicanismo clássico não admite uma prática política e um aparelho de Estado teológicos? O aparelho de Estado é uma tela (tecido) de ilusões da mente estética da forma de governo republicano jesuítico. O evangélico é o republicanismo jesuítico da gramática ideológica <liberalismo político>, de John Rawls:

“Entendido o republicanismo clássico dessa maneira, a justiça como equidade, enquanto uma forma de liberalismo político, não tem nada a lhe opor. pode haver, no máximo, certas diferenças sobre questões de molde institucional e da sociologia política dos regimes democráticos. Essas diferenças, se existirem, nada terão de trivial: podem ser extremamente importantes. Mas não há uma oposição fundamental, porque o republicanismo clássico não pressupõe uma doutrina religiosa, filosófica ou moral abrangente. Nada no republicanismo clássico, tal como foi caracterizado acima, é incompatível com o liberalismo como o descrevi”. (Rawls. 2000: 254). 

Qual é a diferença entre republicanismo clássico e o republicanismo do liberalismo político do americanismo?

Baudrillard:

Toda a fundação americana responde a esse duplo movimento de um aprofundamento da lei moral nas consciências, de uma radicalização da exigência utópica que sempre foi a das seitas, e da materialização imediata dessa utopia no trabalho, nos costumes e no modo de vida. Aterrissar na América é, ainda hoje, aterrissar [<alunissar>] nessa ‘religião’ do modo de vida de que falava Tocqueville. O exílio e a emigração cristalizaram essa utopia material do modo de vida, do êxito e da ação como ilustração profunda da lei moral, e transformaram-na, de certo modo, em cena primitiva. Nós, na Europa, foi a revolução de 1989 que nos marcou, mas não com o mesmo caráter; com o selo da História, do Estado e da Ideologia. A política e a história continuam sendo a nossa cena primitiva, não a esfera utópica e moral. E se essa revolução ‘transcendental’ à europeia já não está mais assegurada, hoje em dia, de seus fins nem de seus meios, o mesmo não poderia ser dito da, imanente, do modo de vida americano, dessa asserção moral e pragmática que constitui, hoje como ontem, o patético do Novo Mundo”. (Baudrillard. 1986: 65-66). 

A forma de governo republicana americana é uma gramática ideológica e utópica e moral da vida do americanismo mundial. Esta gramática está sendo desintegrada por Donald Trump - como antecipou John Rawls.      

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Baudrillard:

“Os Estados Unidos são uma utopia realizada. Não se deve julgar a crise deles nos mesmos termos que a nossa. A nossa é a dos ideais históricos em face de sua realização impossível. A deles é a da utopia realizada, em confronto com sua duração e sua permanência. A convicção idílica dos americanos de que são o centro do mundo, a potência suprema e o modelo absoluto não é falsa. E baseia-se menos nos recursos, nas técnicas e nas armas do que no pressuposto milagroso de uma utopia encarnada, de uma sociedade que, com uma candura que se pode considerar insuportável, se instituiu a partir da ideia de que é a realização de tudo aquilo com que as outras sociedades têm sonhado: justiça, abundância, direito, riqueza, liberdade: ela sabe-o, ela crê nisso e, finalmente, os outros também crêem”. (Baudrillard. 1986: 66). 

Ricoeur:

“ o segundo aspecto do caráter transcendente  da utopia é que a utopia é fundamentalmente realizável. isto é significativo, porque vai contra o preconceito de que a utopia é apenas um sonho. Pelo contrário, diz Mannheim, uma utopia fragmenta uma dada ordem: e só quando começa a fragmentar a ordem é que é uma utopia. Uma utopia está, então, sempre em processo de realização. A ideologia, por contraste, não têm o problema de ser realizada, porque é a legitimação do que existe”. (Ricoeur. 1986: 450). 

A crise americana consiste no fim da forma de governo republicano revolucionário como realização dos EUA como a grande potência mundial do GIG hegemonista. Ora. a forma de governo republicano do americanismo inaugura, na modernidade ocidental, o general intellect gramatical como a tela da mente estética mundial: 

“Afirmei, no capítulo anterior, que reinava uma igualdade muito grande entre os emigrantes que se foram estabelecer nas praias da Nova Inglaterra. O próprio germe da aristocracia jamais foi levado àquela parte da União. Jamais foi possível plantar ali senão influências intelectuais. O pvo habituou-se a prestar reverência a certos nomes, como emblemas de saber e virtude. A voz de alguns cidadãos tinha para ele um poder que talvez se pudesse com razão de aristocrático, se fosse possível transmiti-lo invariavelmente de pai para filho”. (Tocqueville. 1986. v. 1: 95).

Tocqueville fala da igualdade e da liberdade como fenilomenicos ou fenilfenômenos da tela da mente estética republicana mundial: 

“Com efeito, existe uma paixão masculina e legítima pela igualdade, que induz os homens a desejarem ser todos fortes e respeitados. Essa paixão tende a elevar os pequenos ao nível dos grandes;mas também se encontra no coração humano um depravado gosto pela igualdade, que leva os fracos a preferir a igualdade na servidão à desigualdade na liberdade. Não se trata de dizer que os povos cuja situação social é democrática desdenham naturalmente da liberdade; ao contrário, têm por ela um gosto instintivo. Mas a liberdade não é o objeto principal e contínuo de seu desejo; o que preferem com um amor eterno, é a igualdade; laçam-se para a liberdade em impulsos rápidos e movimentos súbitos, e, se não alcançam a sua finalidade, resignam-se; mas nada poderia satisfazê-los sem a igualdade, e consentem antes perecer que em perdê-la”. (Tocqueville. Idem:104). 

Os Estados Unidos se tornaram uma das nações com alto grau de desigualdade do planeta. Os americanos perderam os direitos republicanos da igualdade entre os cidadãos. Assim, a lingua quimilato do americanismo republicano se desintegrou na história do século XXI. A paixão, ou quimilato, ,ou afecção da igualdade deixou de pertencer a forma de governo do americanismo. Logo, a utopia do americanismo não parou de não funcionar. Tornou-se irrealizável permanentemente como aspecto principal da dialética igualdade e liberdade. Para completar, Donald Trump extraiu, aboliu a liberdade republicana dos próprios americanos da emigração da divisão social da força de trabalho:

por outro lado, quando os cidadãos são todos mais ou menos iguais torna-se-lhes difícil defender a sua independência contra as agressões do poder. Como nenhum deles é suficientemente  forte para lutar sozinho com vantagem, só lhes resta garantir a liberdade com a conjugação das forças de todos. Ora, tal conjugação não se encontra sempre”. (Tocqueville. Idem: 104).      

       



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